Ocorrência de microcistinas no Complexo Lagunar da Baixada de Jacarepaguá (RJ): avaliação dos potenciais riscos à saúde humana

• Ano de defesa: 2025
• Autor(a) principal: Oliveira, Julyanne Dantas de
• Orientador(a): Ferrão-Filho, Aloysio da Silva
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Link de acesso: https://arca.fiocruz.br/handle/icict/71045
• topic: Eutrofização; Cianotoxinas; Tilápia; Saúde Humana; Eutrophication; Cyanotoxins; Tilapia; Human Health; Eutrofização; Cianotoxinas; Tilápia; Saúde Humana; Microcistinas; Qualidade da Água; Eutrophication; Cyanotoxins; Human Health

O Complexo Lagunar da Baixada de Jacarepaguá (CLBJ), no Rio de Janeiro, é um sistema de lagoas costeiras impactado por décadas de poluição, apresentando elevado índice de estado trófico (de eutrofização a hipereutrofização). A combinação entre mudanças climáticas e eutrofização artificial tem favorecido a ocorrência e persistência de florações de cianobactérias, principalmente dos gêneros Microcystis e Planktothrix, produtores de microcistinas (MCs). Essa contaminação compromete a qualidade da água, afeta a biota aquática e representa risco para atividades de pesca e lazer. Este estudo teve como objetivo avaliar a presença de MCs em amostras de água e peixes coletados no CLBJ e na praia da Barra da Tijuca, além de estimar o risco à saúde humana tanto pelo consumo de pescado contaminado quanto pela exposição recreativa à água. As coletas de água foram realizadas em oito pontos, enquanto as de peixes, em seis. A análise foi feita em tilápias (Oreochromis niloticus), espécie comumente pescada e comercializada na região. As análises de MCs foram realizadas por HPLC-UV e ELISA. Durante o período quente e chuvoso, observou-se maior concentração de MCs na água. A avaliação do risco pela exposição recreativa indicou que as concentrações nas lagoas atingiram até 37,32 μg/L, correspondendo ao Nível de Alerta 2 da Organização Mundial da Saúde (OMS), enquanto na zona de praia foi registrado Nível 1 (13,54 μg/L). MCs foram detectadas em todas as amostras de filé de peixe, evidenciando o risco à saúde da população que consome esse pescado. Os resultados reforçam a importância do monitoramento contínuo da qualidade da água e do pescado em ecossistemas sujeitos à intensa pressão antrópica. Além disso, destaca-se a necessidade urgente de atualização das regulamentações federais e municipais sobre cianotoxinas em águas destinadas à recreação e em alimentos de origem aquática.