Avaliação do efeito de drogas esquistossomicidas sobre a fase intramolusco do Schistosoma mansoni
Ano de defesa: | 2006 |
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Resumo: | O presente trabalho avaliou a ação da oxamniquina (OXA), do praziquantel (PZQ) e da associação OXA/ PZQ sobre a fase intramolusco do Schistosoma mansoni. Nos estudos “in vivo”, caramujos Biomphalaria glabrata infectados com S. mansoni foram tratados com 500mg/Kg de OXA ou 1000mg/Kg de PZQ ou 250mg/Kg de OXA+ 500mg/Kg de PZQ, na fase pré-patente e patente da infecção. Nos experimentos “in vitro”, esporocistos primários transformados “in vitro” foram expostos a 5µg/mL e 10µg/mL de PZQ. Avaliou-se, através de marcadores fluorescentes específicos, a ação do PZQ sobre o tegumento e sobre as vesículas ácidas, descritas pela primeira vez em esporocistos primários em nosso trabalho. Nossos resultados mostraram que tanto o tratamento com OXA quanto com PZQ, isoladamente, no período pré-patente, retardam o desenvolvimento do parasito, aumentando em aproximadamente dez dias o período pré-patente. Já o tratamento com a associação OXA/PZQ, neste mesmo período, retardou ainda mais o desenvolvimento do parasito, aumentando em até 56 dias o período pré-patente. O tratamento, no período patente, com OXA ou PZQ, isoladamente, interrompeu a eliminação de cercárias. A eliminação de cercárias foi restabelecida aproximadamente 15 dias após o tratamento, porém em quantidades bem menores às anteriores ao tratamento, quando os caramujos foram tratados com 1000mg/Kg de PZQ. O mesmo resultado não foi observado quando os caramujos foram tratados com 500mg/Kg de OXA. A associação OXA/PZQ, no período patente, não só interrompeu a eliminação de cercárias, como levou à “cura” dos caramujos. Esses resultados sugerem um efeito sinérgico dessas drogas quando administradas associadas. Em relação aos experimentos “in vitro”, foi possível verificar que o PZQ causa uma nítida contração na musculatura do esporocisto, alterando o formato do parasito. O PZQ gera, ainda, dano no tegumento do S. mansoni, evidenciado pela marcação com as sondas Hoechst 33258 e Lectina de Glicine max. Além disso, verificou-se um aumento da área marcada pela sonda LysoTracker Red, após o contato dos esporocistos com a droga, sugerindo maior atividade das vesículas ácidas presentes. A partir dos resultados obtidos, nos quais caramujos infectados e tratados com 1000mg/Kg de PZQ param de eliminar cercárias e retornam a eliminá-las, em números bem menores aos encontrados antes do tratamento, 15 dias após o término do tratamento, avaliamos se cercárias provenientes destes caramujos tratados poderiam gerar vermes adultos menos susceptíveis ao PZQ. Os resultados mostram que não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre o número de vermes recuperados de camundongos infectados com a cepa LE (controle) e LE submetida a três tratamentos com PZQ na fase intramolusco (LE-PZQ), independente da dose de PZQ administrada (200, 400 ou 800mg/Kg). No entanto, quando os camundongos foram infectados com cercárias provenientes de caramujos previamente tratados, porém, submetidos a uma passagem para manutenção do ciclo de vida do parasito, sem novo tratamento, foi possível verificar que os vermes adultos, provenientes de cercárias da LE – PZQ, mostraram-se estatisticamente menos susceptíveis à droga do que os vermes adultos provenientes da cepa LE controle, quando ambos os grupos foram tratados com 400mg/Kg de PZQ. Nossos resultados, utilizando o modelo B. glabrata/ S. mansoni, abrem perspectivas interessantes para estudos de mecanismos de ação de drogas, para verificar se caramujos tratados e “curados” apresentam resistência à reinfecção pelo S. mansoni, além da possibilidade de ser útil na seleção de parasitos resistentes a drogas esquistossomicidas. |
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Mattos, Ana Carolina Alves deCoelho, Paulo Marcos ZechAndrade, Zilton de AraújoGuimarães, Marcos PezziCoelho, Paulo Marcos Zech2012-05-07T15:26:26Z2012-05-07T15:26:26Z2006MATTOS, Ana Carolina Alves de. Avaliação do efeito de drogas esquistossomicidas sobre a fase intramolusco do Schistosoma mansoni. 2006. 106 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Fundação Oswaldo Cruz, Centro de Pesquisas René Rachou, Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, Belo Horizonte, 2006.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4046O presente trabalho avaliou a ação da oxamniquina (OXA), do praziquantel (PZQ) e da associação OXA/ PZQ sobre a fase intramolusco do Schistosoma mansoni. Nos estudos “in vivo”, caramujos Biomphalaria glabrata infectados com S. mansoni foram tratados com 500mg/Kg de OXA ou 1000mg/Kg de PZQ ou 250mg/Kg de OXA+ 500mg/Kg de PZQ, na fase pré-patente e patente da infecção. Nos experimentos “in vitro”, esporocistos primários transformados “in vitro” foram expostos a 5µg/mL e 10µg/mL de PZQ. Avaliou-se, através de marcadores fluorescentes específicos, a ação do PZQ sobre o tegumento e sobre as vesículas ácidas, descritas pela primeira vez em esporocistos primários em nosso trabalho. Nossos resultados mostraram que tanto o tratamento com OXA quanto com PZQ, isoladamente, no período pré-patente, retardam o desenvolvimento do parasito, aumentando em aproximadamente dez dias o período pré-patente. Já o tratamento com a associação OXA/PZQ, neste mesmo período, retardou ainda mais o desenvolvimento do parasito, aumentando em até 56 dias o período pré-patente. O tratamento, no período patente, com OXA ou PZQ, isoladamente, interrompeu a eliminação de cercárias. A eliminação de cercárias foi restabelecida aproximadamente 15 dias após o tratamento, porém em quantidades bem menores às anteriores ao tratamento, quando os caramujos foram tratados com 1000mg/Kg de PZQ. O mesmo resultado não foi observado quando os caramujos foram tratados com 500mg/Kg de OXA. A associação OXA/PZQ, no período patente, não só interrompeu a eliminação de cercárias, como levou à “cura” dos caramujos. Esses resultados sugerem um efeito sinérgico dessas drogas quando administradas associadas. Em relação aos experimentos “in vitro”, foi possível verificar que o PZQ causa uma nítida contração na musculatura do esporocisto, alterando o formato do parasito. O PZQ gera, ainda, dano no tegumento do S. mansoni, evidenciado pela marcação com as sondas Hoechst 33258 e Lectina de Glicine max. Além disso, verificou-se um aumento da área marcada pela sonda LysoTracker Red, após o contato dos esporocistos com a droga, sugerindo maior atividade das vesículas ácidas presentes. A partir dos resultados obtidos, nos quais caramujos infectados e tratados com 1000mg/Kg de PZQ param de eliminar cercárias e retornam a eliminá-las, em números bem menores aos encontrados antes do tratamento, 15 dias após o término do tratamento, avaliamos se cercárias provenientes destes caramujos tratados poderiam gerar vermes adultos menos susceptíveis ao PZQ. Os resultados mostram que não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre o número de vermes recuperados de camundongos infectados com a cepa LE (controle) e LE submetida a três tratamentos com PZQ na fase intramolusco (LE-PZQ), independente da dose de PZQ administrada (200, 400 ou 800mg/Kg). No entanto, quando os camundongos foram infectados com cercárias provenientes de caramujos previamente tratados, porém, submetidos a uma passagem para manutenção do ciclo de vida do parasito, sem novo tratamento, foi possível verificar que os vermes adultos, provenientes de cercárias da LE – PZQ, mostraram-se estatisticamente menos susceptíveis à droga do que os vermes adultos provenientes da cepa LE controle, quando ambos os grupos foram tratados com 400mg/Kg de PZQ. Nossos resultados, utilizando o modelo B. glabrata/ S. mansoni, abrem perspectivas interessantes para estudos de mecanismos de ação de drogas, para verificar se caramujos tratados e “curados” apresentam resistência à reinfecção pelo S. mansoni, além da possibilidade de ser útil na seleção de parasitos resistentes a drogas esquistossomicidas.The aim of the present study was to evaluate the activity of oxamniquine (OXA), praziquantel (PZQ), and OXA/PZQ association on the intramolluscan phase of Schistosoma mansoni. In vivo studies were carried out using Biomphalaria glabrata snails, infected with S. mansoni, and treated with 500 mg/Kg OXA or 1000 mg/Kg PZQ or 250 mg/Kg OXA + 500 mg/Kg PZQ, at the pre-patent and patent phases of infection. In vitro studies were also performed with in vitro transformed primary sporocysts, exposed to 5µg/mL and 10µg/mL PZQ. By means of specific fluorescent labels, it was possible to evaluate the activity of praziquantel on the tegument and acidic vesicles in primary sporocysts, described for the first time in our study. Our results showed that treatments administered either with OXA or with PZQ, separately, retarded the parasite´s development at the pre-patent phase, and raised up this period for 10 days as well. On the other hand, treatment performed with the association OXA/PZQ delayed even more the parasite´s development, increasing up to 56 days the prepatent period. Treatment carried out with OXA or PZQ, separately, interrupted cercarial shedding. Approximately 15 days after treatment, cercarial shedding was restablished, but in smaller quantities than those observed before treatment, when the snails were treated with 1000 mg/Kg PZQ. The same result could not be obtained when the snails were treated with 500 mg/Kg PZQ. OXA/PZQ association administered at the pre-patent period, not only interrupted cercarial shedding, but provided also a “cure” for the snails. These results suggested a synergistic effect of these drugs, when they are associately administered. In relation to the in vitro experiments, it was possible to observe that PZQ caused an evident contraction of the sporocyst musculature, changing the parasite´s structure. PZQ caused damage to the tegument of S. mansoni, as it could be seen by labelling using the probes Hoechst 33258 and Lectin of Glycine max. Also, it was verified a large delimited area labelled by the probe LysoTracker Red, after contact of the sporocyst with the drug, suggesting a more intense activity of acidic organelles. Taking into account the results, i.e., that infected snails treated with 1000 mg/Kg discontinued cercarial shedding, which after 15 days post-treatment is restablished, but in lower numbers than those observed before treatment, we evaluated the cercariae proceeding from those treated snails, aiming at verifying whether they could generate adult worms less susceptible to PZQ. The results obtained showed that there were not statistically significant differences between the number of recovered worms from snails infected with the LE strain (control) and the same strain submitted to three treatments with PZQ, at the intramolluscan phase (LE-PZQ), irrespective of the PZQ doses administered (200, 400 or 800 mg/Kg). Nevertheless, when mice were infected with cercariae obtained from previously treated snails, but submitted to a passage without treatment, in order to maintain the parasite´s life cycle, it was possible to observe that adult worms proceeding from LE strain/PZQ were less susceptible to the drug than adult worms obtained from the LE strain/control, when both groups were treated with 400 mg/Kg PZQ. Our study, using the model B. glabrata/S. mansoni showed results that could lead to interesting perspectives related to further studies on the mechanisms of drug action, aiming at observing whether treated and “cured” snails could present resistance to S. mansoni reinfection. Also, these results may be possibly useful for selecting resistant parasites to schistosomicidal drug compounds.Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.porSchistosoma mansoniEsquistossomose MansoniAvaliação do efeito de drogas esquistossomicidas sobre a fase intramolusco do Schistosoma mansoniEvaluation of the effect of schistosomicidal drugs on the phase intramolluscan of the Schistosoma mansoniinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisFundação Oswaldo Cruz .Centro de Pesquisas René RachouMestrado AcadêmicoBelo Horizonte/MGPrograma de Pós-Graduação em Ciências da Saúdeinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4046/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINAL000005.pdfapplication/pdf757316https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4046/2/000005.pdfd337348830f9bd1ce971caff4eed7144MD52TEXT000005.pdf.txt000005.pdf.txtExtracted texttext/plain182843https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4046/5/000005.pdf.txt2e0cf7140ecfcdc49ff1d379434d608fMD55THUMBNAIL000005.pdf.jpg000005.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1239https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4046/4/000005.pdf.jpgb2b309c6a39e89ffeff6381d9a598f7bMD54icict/40462019-09-09 12:22:27.858oai:www.arca.fiocruz.br:icict/4046Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352019-09-09T15:22:27Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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O presente trabalho avaliou a ação da oxamniquina (OXA), do praziquantel (PZQ) e da associação OXA/ PZQ sobre a fase intramolusco do Schistosoma mansoni. Nos estudos “in vivo”, caramujos Biomphalaria glabrata infectados com S. mansoni foram tratados com 500mg/Kg de OXA ou 1000mg/Kg de PZQ ou 250mg/Kg de OXA+ 500mg/Kg de PZQ, na fase pré-patente e patente da infecção. Nos experimentos “in vitro”, esporocistos primários transformados “in vitro” foram expostos a 5µg/mL e 10µg/mL de PZQ. Avaliou-se, através de marcadores fluorescentes específicos, a ação do PZQ sobre o tegumento e sobre as vesículas ácidas, descritas pela primeira vez em esporocistos primários em nosso trabalho. Nossos resultados mostraram que tanto o tratamento com OXA quanto com PZQ, isoladamente, no período pré-patente, retardam o desenvolvimento do parasito, aumentando em aproximadamente dez dias o período pré-patente. Já o tratamento com a associação OXA/PZQ, neste mesmo período, retardou ainda mais o desenvolvimento do parasito, aumentando em até 56 dias o período pré-patente. O tratamento, no período patente, com OXA ou PZQ, isoladamente, interrompeu a eliminação de cercárias. A eliminação de cercárias foi restabelecida aproximadamente 15 dias após o tratamento, porém em quantidades bem menores às anteriores ao tratamento, quando os caramujos foram tratados com 1000mg/Kg de PZQ. O mesmo resultado não foi observado quando os caramujos foram tratados com 500mg/Kg de OXA. A associação OXA/PZQ, no período patente, não só interrompeu a eliminação de cercárias, como levou à “cura” dos caramujos. Esses resultados sugerem um efeito sinérgico dessas drogas quando administradas associadas. Em relação aos experimentos “in vitro”, foi possível verificar que o PZQ causa uma nítida contração na musculatura do esporocisto, alterando o formato do parasito. O PZQ gera, ainda, dano no tegumento do S. mansoni, evidenciado pela marcação com as sondas Hoechst 33258 e Lectina de Glicine max. Além disso, verificou-se um aumento da área marcada pela sonda LysoTracker Red, após o contato dos esporocistos com a droga, sugerindo maior atividade das vesículas ácidas presentes. A partir dos resultados obtidos, nos quais caramujos infectados e tratados com 1000mg/Kg de PZQ param de eliminar cercárias e retornam a eliminá-las, em números bem menores aos encontrados antes do tratamento, 15 dias após o término do tratamento, avaliamos se cercárias provenientes destes caramujos tratados poderiam gerar vermes adultos menos susceptíveis ao PZQ. Os resultados mostram que não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre o número de vermes recuperados de camundongos infectados com a cepa LE (controle) e LE submetida a três tratamentos com PZQ na fase intramolusco (LE-PZQ), independente da dose de PZQ administrada (200, 400 ou 800mg/Kg). No entanto, quando os camundongos foram infectados com cercárias provenientes de caramujos previamente tratados, porém, submetidos a uma passagem para manutenção do ciclo de vida do parasito, sem novo tratamento, foi possível verificar que os vermes adultos, provenientes de cercárias da LE – PZQ, mostraram-se estatisticamente menos susceptíveis à droga do que os vermes adultos provenientes da cepa LE controle, quando ambos os grupos foram tratados com 400mg/Kg de PZQ. Nossos resultados, utilizando o modelo B. glabrata/ S. mansoni, abrem perspectivas interessantes para estudos de mecanismos de ação de drogas, para verificar se caramujos tratados e “curados” apresentam resistência à reinfecção pelo S. mansoni, além da possibilidade de ser útil na seleção de parasitos resistentes a drogas esquistossomicidas. |
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