Estudos de aspectos biológicos de Aedes aegypti em áreas do Rio de Janeiro com previsão de liberação de mosquitos com Wolbachia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Santos, Lílha Maria Barbosa dos
Orientador(a): Freitas, Rafael Maciel de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/12915
Resumo: O principal vetor do vírus da dengue no mundo e único comprovado nas Américas é o mosquito Aedes aegypti. Atualmente, este mosquito encontra-se distribuído por todos os Estados do Brasil e diversas populações naturais apresentam elevada competência vetorial aos vírus dengue. Anualmente, estima-se que ocorram 50-100 milhões de infecções pelo dengue, com cerca de 2,5 bilhões de pessoas vivendo em países endêmicos. Um dos mecanismos mais recentes, e promissores, para minimizar a transmissão de dengue reside na utilização da bactéria Wolbachia. Esta bactéria é um simbionte intracelular obrigatório transmitido verticalmente da fêmea adulta para a sua prole. Seu uso se baseia no fato de que mosquitos Ae. aegypti com essa bactéria são capazes de bloquear o vírus dengue em comparação com mosquitos livres de Wolbachia. Para se avançar até a liberação dos mosquitos com Wolbachia em campo, é recomendável que muitos passos anteriores sejam executados. Dentre eles, avaliar aspectos de populações naturais de Aedes aegypti, ou seja, sem a bactéria, são de elevada relevância para propor uma liberação racional de insetos com Wolbachia em campo. Assim, propusemos estimar a densidade populacional relativa de mosquitos, a duração do ciclo gonotrófico e a probabilidade de sobrevivência diária (PDS) nas áreas selecionadas pelo projeto que ainda não possuem estas informações conhecidas pelo nosso grupo Foi coletado um total de 180.728 mosquitos selvagens nas quatro áreas de estudo, sendo que 82.316 destes foram Ae. aegypti, 2.867 eram Ae. albopictus, e 96.754 foram Culex quinquefasciatus pela armadilha BGS-Trap. A média semanal de Ae. aegypti foi mais alta em Vila Valqueire (256 ± 74,3, média ± desvio-padrão), um valor próximo ao dobro do observado na Urca (144,1 ± 40,6, média ± desvio-padrão). Para a duração do ciclo gonotrofico e sobrevivência liberamos em Vila Valqueire 1730 fêmeas, sendo 530 delas alimentadas (coorte A) e 1200 nãoalimentadas (coorte B); em Jurujuba, por sua vez, foram liberadas 900 fêmeas (coorte A) e 2100 (coorte B). Em Vila Valqueire foram coletados 573 indivíduos, sendo 98 fêmeas marcadas correspondendo a uma taxa de recaptura de 5,66% A média da expectativa de vida nesta área variou de 2,8 a 3,9 dias para as duas coortes, 3,83 a 6,63 dias somente para a A e 2,69 a 4,46 dias para a B. A sobrevivência pelo modelo exponencial foi de 0,8 para A, 0,72 para B e 0,73 para A e B juntas. Em Jurujuba foram capturados 174 Ae. aegypti, sendo que 45,4% deles eram nativos. Com 95 mosquitos marcados, observamos uma taxa de recaptura de 3,17%. A média da expectativa de vida nesta área variou de 4,07 a 6,11 dias para as duas coortes, 2,59 a 4,95 somente para a A e 7,43 a 10,6 para a B. A sobrevivência pelo modelo exponencial foi de 0,73 para A, 0,84 para B e 0,81 para A e B juntas. Nossos dados mostram que há condição de invasão da Wolcachia em todas as localidades, mesmo naquela que precisaremos liberar maior quantidade de mosquitos com a bactéria para substituir a população local, neste caso o bairro de Vila Valqueire
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Anualmente, estima-se que ocorram 50-100 milhões de infecções pelo dengue, com cerca de 2,5 bilhões de pessoas vivendo em países endêmicos. Um dos mecanismos mais recentes, e promissores, para minimizar a transmissão de dengue reside na utilização da bactéria Wolbachia. Esta bactéria é um simbionte intracelular obrigatório transmitido verticalmente da fêmea adulta para a sua prole. Seu uso se baseia no fato de que mosquitos Ae. aegypti com essa bactéria são capazes de bloquear o vírus dengue em comparação com mosquitos livres de Wolbachia. Para se avançar até a liberação dos mosquitos com Wolbachia em campo, é recomendável que muitos passos anteriores sejam executados. Dentre eles, avaliar aspectos de populações naturais de Aedes aegypti, ou seja, sem a bactéria, são de elevada relevância para propor uma liberação racional de insetos com Wolbachia em campo. 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Em Vila Valqueire foram coletados 573 indivíduos, sendo 98 fêmeas marcadas correspondendo a uma taxa de recaptura de 5,66% A média da expectativa de vida nesta área variou de 2,8 a 3,9 dias para as duas coortes, 3,83 a 6,63 dias somente para a A e 2,69 a 4,46 dias para a B. A sobrevivência pelo modelo exponencial foi de 0,8 para A, 0,72 para B e 0,73 para A e B juntas. Em Jurujuba foram capturados 174 Ae. aegypti, sendo que 45,4% deles eram nativos. Com 95 mosquitos marcados, observamos uma taxa de recaptura de 3,17%. A média da expectativa de vida nesta área variou de 4,07 a 6,11 dias para as duas coortes, 2,59 a 4,95 somente para a A e 7,43 a 10,6 para a B. A sobrevivência pelo modelo exponencial foi de 0,73 para A, 0,84 para B e 0,81 para A e B juntas. Nossos dados mostram que há condição de invasão da Wolcachia em todas as localidades, mesmo naquela que precisaremos liberar maior quantidade de mosquitos com a bactéria para substituir a população local, neste caso o bairro de Vila Valqueirehe main dengue vector in the world and only proven in the Americas is the mosquito Aedes aegypti . Currently, this mosquito is found distributed in all states of Brazil and several natural populations have highly vector competent for dengue virus. Annuall y, it is estimated 50 to 100 million infections by dengue, with about 2.5 billion people living in endemic countries. One of the newest and promising mechanisms to minimize dengue transmission relies in the use of Wolbachia bacterium. This bacterium is an obligate intracellular symbiont transmitted vertically from adult female to its offspring. Its use is based on the fact that Ae. aegypti with these bacteria are capable to block the dengue virus in comparison with mosquitoes without Wolbachia . To advance t o the release of mosquitoes with Wolbachia in the field, many previous steps must be performed. Among them, evaluating aspects of natural populations of Aedes aegypti , ie without the bacteria are highly relevant to propose a rational release of insects wit h Wolbachia in field. Therefore, we propose to estimate the relative population density of mosquitoes, the duration of gonotrophic cycle and the probability of daily survival (PDS) in the areas selected for the project in which these information are not kn own by our group. A total of 180,728 wild mosquitoes w as collected with BGS - Trap in the four study areas, 82,316 of these were Ae. aegypti, 2,867 were Ae. albopictus and 96,754 Culex quinquefasciatus . The weekly average of Ae. aegypti was higher in Vila Va lqueire (256 ± 74.3, mean ± standard deviation), a value close to twice that observed in Urca (144.1 ± 40.6, mean ± standard deviation). For the duration of the gonotrophic cycle and PDS we released in Valqueire Vila 1730 females, 530 of them being fed (co hort A) and 1200 non - fed (cohort B); Jurujuba in turn, we released 900 (Cohort A) and 2100 (Cohort B) females. In Vila Valqueire were collected 573 individuals, 98 females marked corresponding to a recapture rate of 5.66%. The average life expectancy in t he area ranging from 2.8 to 3.9 days for the two cohorts, 3.83 to 6.63 days only for Cohort A and from 2.69 to 4.46 days for Cohort B. The survival by the exponential model was 0.8 to Cohort A, 0.72 to B and 0.73 summing data from both cohorts. In Jurujub a were captured 174 Ae. aegypti , wherein 45.4% were native. With 95 marked mosquitoes, we observed a recapture rate of 3.17%. The average life expectancy in this area ranging from 4.07 to 6,11 dias for the two cohorts: cohort A varied from 2.59 to 4.95 an d B from 7.43 to 10.6. Survival by the exponential model was 0,73 for A, 0.84 for B and 0.81 to the summing data from both cohorts. Our data show that Wolcachia invasion is expected in all locations, even in those we need to release greater of mosquitoes w ith bacteria to replace the local population, in this case the district of Vila ValqueireFundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, BrasilporEstudos de aspectos biológicos de Aedes aegypti em áreas do Rio de Janeiro com previsão de liberação de mosquitos com Wolbachiainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2015-02-27Pós Graduação Biologia ParasitáriaFundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo CruzRio de Janeiro/RJPrograma de Pós Graduação Biologia ParasitáriaWolbachiaAedesDengueSobrevivênciainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZORIGINALlilha_santos_ioc_mest_2015.pdfapplication/pdf2513314https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/12915/1/lilha_santos_ioc_mest_2015.pdf68510ffea5f70a295d9cf3358fe43197MD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/12915/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTlilha_santos_ioc_mest_2015.pdf.txtlilha_santos_ioc_mest_2015.pdf.txtExtracted texttext/plain227382https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/12915/3/lilha_santos_ioc_mest_2015.pdf.txt5a63438fc1e6251e28b18ba0ee851464MD53icict/129152022-06-24 13:10:51.475oai:www.arca.fiocruz.br:icict/12915Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352022-06-24T16:10:51Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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