A Guerra do Afeganistão e os deslocamentos populacionais forçados (2001-2021): o caso dos refugiados afegãos no Brasil

• Ano de defesa: 2025
• Autor(a) principal: Caldas, Grayce Kelly Ferreira
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Guerra do Afeganistão; Deslocamento forçado; Crise humanitária; Acolhida humanitária; Guerra; Afeganistão; War in Afghanistan; Forced displacement; Humanitarian crisis; Humanitarian reception
• Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/36740

A presente dissertação tem como objetivo analisar como a Guerra do Afeganistão (2001-2021) impactou as populações locais. As decisões políticas, táticas e estratégicas produziram consequências profundas na sociedade afegã. A pesquisa adota uma abordagem analítica para compreender como os alinhamentos políticos e militares a facções criminosas e elites políticas corruptas favoreceram a extorsão e a concentração de renda, produzindo novas elites e fortalecimento de redes de patronagem que enfraqueceram a governança local. No que tange às decisões estratégicas e táticas, a combinação da tríade de ataques aéreos, rastreamento da inteligência e Forças de Operações Especiais (SOF) falhou na interpretação dos dados, resultando em ataques frequentes a civis inocentes. Adicionalmente, a ausência de programas de desenvolvimento e de reconstrução estatal contribuiu para o estabelecimento de uma crise humanitária no Afeganistão. As consequências da crise humanitária contemplam: a deterioração da infraestrutura básica, desemprego, contaminação de solos de agricultura, desnutrição, insegurança alimentar, destruição da economia e o empobrecimento. Diante de uma crise humanitária, afegãos buscam o êxodo como uma solução ao sofrimento e à violência endêmica. A rota migratória dos afegãos tem como principal destino Paquistão e República Islâmica do Irã, no entanto, a condição de deslocamento prolongado conduz os Estados à securitização da migração, centralizando os interesses do Estado e adotando políticas restritivas da migração. A retirada das tropas dos Estados Unidos, em 2021, e o retorno do Talibã ao poder precipitaram uma nova crise humanitária. Neste contexto complexo, o Brasil emerge como um destino alternativo para os refugiados afegãos através de sua legislação de acolhida humanitária. Apesar das controvérsias e da ausência de políticas públicas consolidadas para um acolhimento efetivo, o país representa uma esperança para muitos que buscam um novo começo.