Mal-estar/bem-estar e profissionalização docente: um estudo de produções acadêmicas brasileiras

• Ano de defesa: 2014
• Autor(a) principal: Machado, Larissa Araújo Bastos
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás; Faculdade de Educação - FE (RG); Brasil; UFG; Programa de Pós-graduação em Educação (FE)
• Palavras-chave em Português: Mal-estar docente; Bem-estar docente; Profissionalização docente; Teacher's uneasiness; Teacher's welfare; Professionalization of teachers; CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
• Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/3889

Este trabalho tem como tema o mal-estar e o bem-estar docentes, sendo ligado à linha de pesquisa Formação, Profissionalização docente e práticas educativas. Esta linha abriga a REDECENTRO, Rede de Pesquisadores do Centro-Oeste. Com base no método materialista histórico-dialético e nos princípios da abordagem qualitativa, esta pesquisa constitui-se como um estado do conhecimento, caracterizando-se como bibliográfica. Com o objetivo geral de compreender e sistematizar as contribuições das produções acadêmicas brasileiras sobre mal-estar e bem-estar docentes (2007-2011) e sua relação com o processo de profissionalização dos professores de ensino fundamental, foram selecionadas no Portal Capes e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDBTD) dez dissertações, que foram lidas integralmente. Como objetivos específicos, buscou-se: compreender o processo de trabalho e de profissionalização docente na educação básica e sua relação com o mal-estar/bem-estar docente; compreender as concepções de mal-estar e bem-estar docente; analisar as produções acadêmicas que abordam o tema no que diz respeito ao ensino fundamental; indicar as contribuições das produções e concepções de mal-estar/bem-estar docente e de profissionalização para a compreensão do processo de profissionalização do professor no ensino fundamental. Para tanto, no primeiro capítulo foi feito um percurso histórico da formação de professores, e viu-se que este se deu com avanços e retrocessos. Entendemos que as políticas de formação de professores, em especial após 1990, incentivaram uma formação aligeirada, rasa e flexível. Entendemos a profissionalização docente, como conceito apropriado pelas políticas e reformas educacionais com vistas a definir um novo perfil de professor e novos modelos de formação. No segundo capítulo, refletiu-se sobre os conceitos de mal-estar e bem-estar docente na literatura educacional, na qual o mal-estar, em geral, não é analisado articulado às políticas educacionais; o bem-estar é tomado em uma perspectiva de resiliência que visa a estratégias e habilidades a serem desenvolvidas pelo sujeito com o objetivo de se adaptar-se às condições do mal-estar. No nosso entendimento, mal-estar e bem-estar docentes estão relacionados com os ditames das políticas educacionais, enquanto catalizadoras da intensificação e alienação do trabalho docente. Entendemos o bem-estar como uma decorrência do fortalecimento do coletivo de professores na defesa dos seus direitos, lutando na contramão de tais políticas que (des)profissionalizam e (de)formam o professor. No terceiro capítulo, percebemos que as dez dissertações analisadas reforçam a visão das produções acadêmicas educacionais nas quais o mal-estar é desarticulado dos condicionantes políticos e epistemometodológicos e o bem-estar está ligado à perspectiva da resiliência. Vimos ainda que as produções reforçam o conceito hegemônico de profissionalização adotado pelas políticas educacionais contemporâneas, reproduzindo discursos de competências e do professor reflexivo, que disseminam a ideia de uma educação pragmática, voltada para o mercado servindo às exigências do sistema capitalista.