Comportamento hídrico na bacia hidrográfica do ribeirão João Leite, GO

• Ano de defesa: 2009
• Autor(a) principal: SANTOS, Eduardo Henrique Mendes dos
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás; Ciências Agrárias; BR; UFG; Doutorado em Agronomia
• Palavras-chave em Português: gestão de recursos hídricos; geoestatística; sensoriamento remoto; 1.João Leite, Ribeirão(GO); 2.Recursos Hídricos - Gestão; 3.Sensoriamento Remoto - Goiás; water resources management; geostatistics; remote sensing; CNPQ::CIENCIAS AGRARIAS::AGRONOMIA
• Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tde/460

O comportamento hidrológico de uma bacia hidrográfica decorre principalmente da variabilidade dos processos climáticos e do uso do solo e desta maneira, pode ser afetado pela ação antrópica. A bacia hidrográfica do ribeirão João Leite constituise no principal manancial de abastecimento de Goiânia, além de prover água a múltiplos usos ao longo da bacia. Essa área passou ao longo das ultimas décadas por intensas modificações no uso do solo, e recentemente, com a crescente pressão sobre os recursos hídricos, vêm sendo relatados conflitos entre usuários, decorrentes da relativa escassez quantitativa e qualitativa da água. Nesse contexto, esse estudo teve como objetivos: analisar a tendência das variáveis hidrológicas entre 1975 e 2005; testar os modelos de semivariograma esférico, exponencial e gaussiano, ajustados pelo método dos mínimos quadrados ponderados no mapeamento por krigagem da precipitação média mensal e anual; classificar o uso do solo entre 1979 e 2005; realizar a associação qualitativa e quantitativa das vazões com o uso do solo e a variabilidade climática e por fim, avaliar as disponibilidades hídricas produzidas pela associação de diferentes vazões de referência e critérios de outorga. Para isso, foram utilizadas imagens Landsat dos anos de 1979, 1989, 1997 e 2005, dados de vazão da estação fluviométrica Captação João Leite e de precipitação de 14 estações pluviométricas disponibilizadas pela Agência Nacional de Águas (ANA). Foi constatado bom desempenho das técnicas geoestatíscas no mapeamento da precipitação média mensal e anual, com destaque ao modelo exponencial que se sobressaiu na maioria dos eventos estudados. O uso do solo foi marcado pelo desmatamento de 17,8% da vegetação nativa, expansão das áreas de urbanização e agricultura em 6,6 e 15,2%, respectivamente, e pela expressiva área de pastagens, em torno de 40% ao longo do tempo. A tendência de redução observada para o escoamento pode ser explicada, em parte, pela redução do regime de chuvas, contudo, devido ao expressivo aumento da água captada no ribeirão João Leite e a ausência de registros históricos, houve dificuldade na associação qualitativa entre o escoamento e o uso do solo, contudo, na análise quantitativa, foram gerados modelos por regressão linear com coeficientes de determinação (R²) acima de 0,75. Ficou constatado que o estabelecimento de um valor único anual para a vazão de referência, independentemente dos critérios de outorgas, resulta em utilização irracional do manancial. A adoção de vazões de referência mensal mostrou-se uma alternativa altamente promissora para otimização da utilização dos recursos hídricos superficiais na bacia do ribeirão João Leite, e por conseqüência, para o estado de Goiás, disponibilizando um volume 40% maior que o disponibilizado pelo critério de outorga atualmente em vigor.