Composição florística, estrutura e diversidade de espécies Arbóreas no Parque Estadual Mata do Krambeck, Juiz de Fora, MG

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Meirelles, Renata Martins de
• Orientador(a): Menini Neto, Luiz
• Banca de defesa: Salimena, Fátima Regina Gonçalves , Valente, Arthur Sérgio Mouço
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza
• Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Áreas protegidas; Biodiversidade; Floresta Atlântica; Floresta estacional semidecidual; Floresta urbana; Protect areas; Biodiversity; Urban forest
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIA
• Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17306

O presente estudo foi realizado no Parque Estadual Mata do Krambeck (PEMK), Unidade de conservação (UC) de Proteção Integral, criada em 2022, que se destaca na Zona da Mata mineira, sudeste do país, por ser considerada a maior área verde urbana do município de Juiz de Fora, com 292 hectares (ha) e, parte integrante de um corredor contínuo de Floresta Atlântica, de cerca de 512 ha. No Estado de Minas Gerais, a UC ocupa o segundo lugar na classificação, dentre os Parques localizados no domínio fitogeográfico de Floresta Atlântica, com mancha urbana, tendo uma por porcentagem de 98,24% de cobertura natural. Importante destacar que, desde o ano de 1993, a referida UC era de Uso Sustentável – APA (Área de Proteção Ambiental), criada por meio de Lei Estadual e, portanto, já tinha como órgão gestor o Instituto Estadual de Florestas, desde então. Portanto, o objetivo deste trabalho foi conhecer a composição florística do PEMK, a fim de contextualizar seus elementos fitossociológicos e florísticos para embasar sua missão institucional de proteção à biodiversidade, além de contribuir com a ampliação do conhecimento botânico deste importante remanescente florestal urbano. Foram realizadas coletas quinzenais de material botânico entre os meses de agosto de 2022 e maio de 2023, cujo material foi depositado e analisado na coleção do Herbário CESJ da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Foram registradas 373 espécies, distribuídas em 230 gêneros e 89 famílias de plantas vasculares. As famílias mais ricas foram Rubiaceae (22 spp.), Fabaceae (20 spp.), Melastomataceae (18 spp.), Asteraceae (18 spp.), Lauraceae (17 spp.) e Solanaceae (16 spp.). Dentre os hábitos, 176 espécies são arbóreas (47%), 105 ervas (28%), 66 arbustivas (18%), 23 lianas (6%) e 3 palmeiras (1%). Dentre as espécies arbóreas destacam-se as famílias Fabaceae (20 spp.), Lauraceae (18 spp.), Melastomataceae (14 spp.) e Myrtaceae (12 spp.) como detentoras das maiores riquezas. E dentre os arbustos destacam-se as famílias Rubiaceae (13 spp.), seguida de Piperaceae (11 spp.) e Malvaceae (10 spp.) com as mais ricas em espécies. Sete espécies apresentam algum grau de ameaça de extinção “em perigo” (Ocotea odorifera e Virola bicuhyba) ou “vulneráveis” (Apuleia leiocarpa, Cedrela fissilis, Dalbergia nigra, Euterpe edulis, Xylopia brasiliensis e Zeyheria tuberculosa). Os índices de Jaccard (0,8988) e Morisita-Horn (0,8525) revelam uma similaridade moderada a alta na densidade das espécies entre as parcelas. A presença de uma grande variedade de espécies, juntamente com a alta similaridade entre as parcelas, ressalta a relevância deste ecossistema para a conservação da flora regional. No que se refere ao índice de Diversidade de Shannon (H’) O índice de diversidade de Shannon (H’) encontrado foi 4,19 nats ind-1 e o índice de equabilidade de Pielou como 0,74, indicando a existência de uma dominância ecológica na comunidade estudada. A composição florística evidenciou regionalismos florísticos tanto em escala local quanto regional. A alta riqueza de espécies, as particularidades encontradas e a inserção em plena matriz urbana enaltecem a importância da UC para conservação da biodiversidade e como corredor ecológico da Serra da Mantiqueira, justificando-se, desta forma, a criação de uma UC de Proteção Integral em substituição à de Uso Sustentável.