Otite média com efusão: estudo comparativo da eficácia da inserção do tubo de ventilação versus aplicação tópica de mitomicina C, após timpanotomia e aspiração da efusão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Celso Goncalves Becker
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9MPG9Q
Resumo: A otite média com efusão constitui enfermidade de alta prevalência na população pediátrica. A disfunção da tuba auditiva é o principal fator etiológico por promover hipoventilação da orelha média, metaplasia do epitélio da cavidade timpânica e incremento de células caliciformes. A inserção de tubo de ventilação na membrana timpânica é o tratamento cirúrgico de eleição, substituindo temporariamente a função tubária, com grande eficácia na melhora auditiva e na prevenção de recorrências. No entanto, a inserção do tubo de ventilação não é isenta de complicações, além de promover prolongada limitação social pela proibição dos banhos de imersão, em especial, da prática da natação. A timpanotomia, com a aspiração da efusão e sem a inserção do tubo, se fecha em poucos dias, devido à rápida cicatrização da membrana timpânica, não permitindo a reversão da metaplasia, com novo acúmulo da efusão. A mitomicina C é um antineoblástico com efeito antiproliferativo sobre os fibroblastos. Sua aplicação tópica retarda a fibrose e prevene a estenose cicatricial. Em cobaias, a mitomicina C foi eficaz em retardar o fechamento de timpanotomias, permitindo maior tempo de aeração da orelha média, à semelhança do que ocorre com os tubos de ventilação. O objetivo deste estudo foi comparar, através de estudo prospectivo e aqleatório, a eficácia no tratamento cirúrgico da otite média com efusão observada por dois diferentes procedimentos cirúrgicos, a timpanotomia, aspiração da efusão e inserção de tubo de ventilação, em 30 pacientes (grupo TV) e a timpanotomia, aspiração da efusão e aplicação tópica de mitomicina C, em 25 pacientes (grupo MMC). Os fatores de risco para otites e os dados do exame otorrinolaringológico préoperatório foram correlacionados com o resultado final observado na orelha média. Foram também avaliados o tempo de manutenção da timpanotomia e a incidência de complicações nos dois grupos estudados. O grupo MMC apresentou eficácia significativamente menor que o grupo TV no tratamento da efusão na população estudada (p= 0,028; OR= 0,271; IC= 0,082 0,890). Nenhum dos fatores de risco para otite média apresentou associação significativa com o resultado final observado na orelha média. A presença de curva timpanométrica tipo B e a ausência de comprometimento do óstio faríngeo da tuba auditiva pelo tecido adenóide no pré-operatório representaram fatores de mau prognóstico significativo para o resultado final alterado na orelha média, após seis meses de seguimento, em relação à curva tipo C e à presença de comprometimento tubário, respectivamente. A aplicação tópica de mitomicina C na concentração de 0,5 mg/mL, por cinco minutos, nas bordas da timpanotomia, proporcionou um tempo de abertura da membrana timpânica de duas a três semanas. Nenhum dos pacientes do grupo MMC apresentou complicações, enquanto, no grupo TV, a otorréia e a timpanosclerose foram observadas, respectivamente, em 13,3% e 16,7% das membranas timpânicas. O grupo MMC mostrou menor eficácia na resolução da efusão, porém não trouxe complicações, nem promoveu limitação social como a proibição dos banhos de imersão. Novos estudos com maior concentração, maior tempo de aplicação ou aplicação seriada de MMC no tratamento da otite média com efusão, deveriam ser realizados.
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