Avaliação da função respiratória em pacientes com esclerose múltipla
Ano de defesa: | 2012 |
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Resumo: | Introdução: Por acometer as vias motoras, a Esclerose Múltipla (EM) está associada à redução da força muscular, incluindo os músculos respiratórios. As complicações respiratórias são reconhecidas como a principal causa de morbidade e mortalidade em indivíduos com EM avançada. De fato, na fase terminal da EM, aproximadamente metade dos pacientes evolui ao óbito por complicações respiratórias, sendo a pneumonia aspirativa, atelectasia ou insuficiência respiratória as causas mais frequentes. A progressão de tais complicações surge em geral como consequência direta de dois principais fatores: fraqueza e fadiga dos músculos respiratórios (inspiratórios e expiratórios) e incapacidade de se manter as vias aéreas livres de secreções. A progressão da EM pode levar a uma redução na capacidade física e na resistência cardiorrespiratória, que por sua vez ajudam na diminuição da capacidade vital e força muscular, acarretando na elevação da frequência cardíaca em repouso e ao exercício, fadiga, ansiedade e depressão. Objetivos: Verificar o comportamento dos parâmetros respiratórios nos pacientes com EM, comparando os valores mensurados com controles saudáveis e parâmetros normativos. Correlacionar a alteração da função respiratória com o grau de incapacidade, fadiga, qualidade de vida, depressão, ansiedade e sonolência.Materiais e Métodos: O estudo, do tipo caso-controle, foi composto por uma amostra de 30 pacientes com diagnóstico de EM e 30 sujeitos saudáveis. Tanto os pacientes quanto o grupo controle foram submetidos a mensuração da Pressão Inspiratória Máxima (PImáx) e Pressão Expiratória Máxima (PEmáx), através da manovacuometria, e pela mensuração do Pico de Fluxo Expiratório (PFE), avaliado através do peak flow. As seguintes escalas e questionários específicos tambémforam aplicados: Escala de Incapacidade Funcional Expandida (EDSS), Escala de Incapacidade Neurológica de Guy (GNDS), Escala Modificada de Impacto da Fadiga (MFIS), Escala de Severidade de Fadiga (FSS), Escala de Determinação Funcional de Qualidade de Vida (DEFU), Questionário de Função Visual (NEI-VFQ-25), Inventário de Depressão de Beck (BDI), Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), Escala de Sonolência de Epworth (ESS-BR). Foi proposto a utilização de umindicador Quadro Respiratório (iQR) com o objetivo de consolidar a informação dos três parâmetros citados. Para tanto, utilizou-se a metodologia Análise Fatorial. Na análise estatística foi considerado o intervalo de confiança de 95%, adotado o nível de significância de p < 0,05. A função poder dos testes estatísticos, em relação à amostra, foi estimada através do método de reamostragem Bootstrap. A verificaçãoda normalidade na distribuição dos dados foi realizada utilizando-se o teste de Kalmogorov-Smirnov. Para as análises de comparação foi utilizado o teste não paramétrico de Mann Whitney e para as análises de correlação o teste não paramétrico de correlação de Spearman. Resultados: Os pacientes analisados apresentaram tempo médio de doença de 8,57 anos e EDSS 2,63 ± 1,65. Todos os parâmetros respiratórios apresentaram-se reduzidos nos pacientes em comparaçãocom o grupo controle (PImáx, p = 0,0092; PEmáx, p = 0,0034; PFE, p = 0,0051; iQR, p < 0,001). Pacientes com EM apresentaram índices de BDI (p = 0,0393), BAI (p < 0,0001), MFIS (p = 0,005) e FSS (p = 0,018) significativamente maiores do que o grupo controle. Correlações significativas foram encontradas entre iQR e MFIS (p = 0,037), FSS (p = 0,010), BAI (p = 0,038) e DEFU (p = 0,029) e entre PImáx e BDI (p= 0,0161). O EDSS apresentou correlação significativa e positiva com GNDS (p = 0,0174), FSS (p = 0,0271) e BAI (p = 0,0312), e negativa com DEFU (p = 0,0102). A depressão foi correlacionada positivamente com os escores de GNDS (p = 0,0007), MFIS (p = 0,0002) e FSS (p = 0,0037), enquanto as variáveis DEFU (p = 0,0002) e NEI-VFQ-25 (p = 0,0001) apresentaram correlação negativa. Houve correlação positiva entre ansiedade e iQR (p = 0,038), GNDS (p < 0,0001), MFIS (p < 0,0001),FSS (p = 0,0003) e negativa com DEFU (p < 0,0001) e NEI-VFQ-25 (p = 0,0002). O impacto e severidade de fadiga foram correlacionados ao iQR (p = 0,037; p = 0,010), BDI (p = 0,0002; p = 0,0037) e BAI (p < 0,0001; p = 0,0003). Conclusão: O estudo contribuiu significativamente para a compreensão da função respiratória na EM, pois confirmou o comprometimento respiratório de pacientes com EM, tanto inspiratórioquanto expiratório, desde o início da doença e propôs um novo indicador para o estudo das funções respiratórias na EM, o iQR. Os dados do presente estudo sugerem que o comprometimento respiratório possa ser um dos fatores que contribui para a presença de fadiga e para a queda da qualidade de vida, além de estar correlacionado com a ansiedade e depressão. A avaliação respiratória deveria ser feita rotineiramente em pacientes com EM. O papel da reabilitação respiratória precoce nesta população deverá ser avaliado através de estudos futuros. |
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Renan Barros DominguesAntonio Lucio Teixeira JuniorAntonio Lucio Teixeira JuniorPaula Luciana ScalzoPaulo Pereira ChristoFernanda Machado Taveira2019-08-10T08:58:26Z2019-08-10T08:58:26Z2012-05-11http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8VVNRKIntrodução: Por acometer as vias motoras, a Esclerose Múltipla (EM) está associada à redução da força muscular, incluindo os músculos respiratórios. As complicações respiratórias são reconhecidas como a principal causa de morbidade e mortalidade em indivíduos com EM avançada. De fato, na fase terminal da EM, aproximadamente metade dos pacientes evolui ao óbito por complicações respiratórias, sendo a pneumonia aspirativa, atelectasia ou insuficiência respiratória as causas mais frequentes. A progressão de tais complicações surge em geral como consequência direta de dois principais fatores: fraqueza e fadiga dos músculos respiratórios (inspiratórios e expiratórios) e incapacidade de se manter as vias aéreas livres de secreções. A progressão da EM pode levar a uma redução na capacidade física e na resistência cardiorrespiratória, que por sua vez ajudam na diminuição da capacidade vital e força muscular, acarretando na elevação da frequência cardíaca em repouso e ao exercício, fadiga, ansiedade e depressão. Objetivos: Verificar o comportamento dos parâmetros respiratórios nos pacientes com EM, comparando os valores mensurados com controles saudáveis e parâmetros normativos. Correlacionar a alteração da função respiratória com o grau de incapacidade, fadiga, qualidade de vida, depressão, ansiedade e sonolência.Materiais e Métodos: O estudo, do tipo caso-controle, foi composto por uma amostra de 30 pacientes com diagnóstico de EM e 30 sujeitos saudáveis. Tanto os pacientes quanto o grupo controle foram submetidos a mensuração da Pressão Inspiratória Máxima (PImáx) e Pressão Expiratória Máxima (PEmáx), através da manovacuometria, e pela mensuração do Pico de Fluxo Expiratório (PFE), avaliado através do peak flow. As seguintes escalas e questionários específicos tambémforam aplicados: Escala de Incapacidade Funcional Expandida (EDSS), Escala de Incapacidade Neurológica de Guy (GNDS), Escala Modificada de Impacto da Fadiga (MFIS), Escala de Severidade de Fadiga (FSS), Escala de Determinação Funcional de Qualidade de Vida (DEFU), Questionário de Função Visual (NEI-VFQ-25), Inventário de Depressão de Beck (BDI), Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), Escala de Sonolência de Epworth (ESS-BR). Foi proposto a utilização de umindicador Quadro Respiratório (iQR) com o objetivo de consolidar a informação dos três parâmetros citados. Para tanto, utilizou-se a metodologia Análise Fatorial. Na análise estatística foi considerado o intervalo de confiança de 95%, adotado o nível de significância de p < 0,05. A função poder dos testes estatísticos, em relação à amostra, foi estimada através do método de reamostragem Bootstrap. A verificaçãoda normalidade na distribuição dos dados foi realizada utilizando-se o teste de Kalmogorov-Smirnov. Para as análises de comparação foi utilizado o teste não paramétrico de Mann Whitney e para as análises de correlação o teste não paramétrico de correlação de Spearman. Resultados: Os pacientes analisados apresentaram tempo médio de doença de 8,57 anos e EDSS 2,63 ± 1,65. Todos os parâmetros respiratórios apresentaram-se reduzidos nos pacientes em comparaçãocom o grupo controle (PImáx, p = 0,0092; PEmáx, p = 0,0034; PFE, p = 0,0051; iQR, p < 0,001). Pacientes com EM apresentaram índices de BDI (p = 0,0393), BAI (p < 0,0001), MFIS (p = 0,005) e FSS (p = 0,018) significativamente maiores do que o grupo controle. Correlações significativas foram encontradas entre iQR e MFIS (p = 0,037), FSS (p = 0,010), BAI (p = 0,038) e DEFU (p = 0,029) e entre PImáx e BDI (p= 0,0161). O EDSS apresentou correlação significativa e positiva com GNDS (p = 0,0174), FSS (p = 0,0271) e BAI (p = 0,0312), e negativa com DEFU (p = 0,0102). A depressão foi correlacionada positivamente com os escores de GNDS (p = 0,0007), MFIS (p = 0,0002) e FSS (p = 0,0037), enquanto as variáveis DEFU (p = 0,0002) e NEI-VFQ-25 (p = 0,0001) apresentaram correlação negativa. Houve correlação positiva entre ansiedade e iQR (p = 0,038), GNDS (p < 0,0001), MFIS (p < 0,0001),FSS (p = 0,0003) e negativa com DEFU (p < 0,0001) e NEI-VFQ-25 (p = 0,0002). O impacto e severidade de fadiga foram correlacionados ao iQR (p = 0,037; p = 0,010), BDI (p = 0,0002; p = 0,0037) e BAI (p < 0,0001; p = 0,0003). Conclusão: O estudo contribuiu significativamente para a compreensão da função respiratória na EM, pois confirmou o comprometimento respiratório de pacientes com EM, tanto inspiratórioquanto expiratório, desde o início da doença e propôs um novo indicador para o estudo das funções respiratórias na EM, o iQR. Os dados do presente estudo sugerem que o comprometimento respiratório possa ser um dos fatores que contribui para a presença de fadiga e para a queda da qualidade de vida, além de estar correlacionado com a ansiedade e depressão. A avaliação respiratória deveria ser feita rotineiramente em pacientes com EM. O papel da reabilitação respiratória precoce nesta população deverá ser avaliado através de estudos futuros.Introduction: Multiple Sclerosis (MS) is associated with muscle strength reduction, including respiratory muscles. Respiratory complications are the most important cause of death among patients with advanced MS. Aspiration pneumonia, atelectasis, and respiratory insufficiency are frequent in this group of patients. These complications arise as a consequence of fatigue and weakness of respiratory muscles, as well as the inability to keep airways free of secretions. MS progression can reduce physical capacity thus reducing the resistance to exercise and physical activity. Objectives: We aimed to compare respiratory parameters between MS patients and controls, as well as to correlate respiratory function with neurologic disability, fatigue, quality of life, depression, anxiety, and daytime somnolence. Patients and Methods: It was a case-control study with 30 MS patients and 30 healthy controls matched by age and gender. Maximum inspiratory pressure (PImax), maximum expiratory pressure (PEmax), and Peak Flow (PFE) were measured.Expanded scale of incapacity state (EDSS), Guy´s neurologic disability scale (GNDS), modifed fatigue impact sclale (MFIS), fatigue severity scale (FSS), health related quality of life scale (DEFU), visual ability scale (NEI-VFQ-25), Beck depression inventory (BDI), Beck anxiety inventory (BAI), Epworth somnolence scale (ESS-BR) were applied to patients and controls. A respiratory index was proposed to unify respiratory parameters (iQR) by using factorial analysis. The power of the statistic tests was evaluated with Bootstrap test. Kalmogorov-Smirnov test was usedfor normality evaluations. Mann Whitney was used to compare patients and controls continuous data. Spearman test was used for correlations. Results: The mean time of disease and mean EDSS were 8.57 years and 2,63 ± 1,65, respectively. All respiratory parameters were significantly reduced in MS patients when compared with controls (PImáx, p = 0,0092; PEmáx, p = 0,0034; PFE, p = 0,0051; iQR, p < 0,001). MS patients had significantly lower scores of BDI (p = 0,0393), BAI (p < 0,0001), MFIS (p = 0,005), and FSS (p = 0,018) than controls. Statistically significantcorrelations were found: iQR and MFIS (p = 0,037), FSS (p = 0,010), BAI (p = 0,038), and DEFU (p = 0,029); PImax and BDI (p = 0,0161). EDSS was significantly correlated with GNDS (p = 0,0174), FSS (p = 0,0271), BAI (p = 0,0312), and DEFU (p = 0,0102). BDI was significantly correlated with GNDS (p = 0,0007), MFIS (p = 0,0002), FSS (p = 0,0037), DEFU (p = 0,0002), and NEI-VFQ-25 (p = 0,0001). BAI was correlated with iQR (p = 0,038), GNDS (p < 0,0001), MFIS (p < 0,0001), FSS (p = 0,0003), DEFU (p < 0,0001), and NEI-VFQ-25 (p = 0,0002). Impact and severity offatigue were correlated with iQR (p = 0,037; p = 0,010), BDI (p = 0,0002; p = 0,0037), and BAI (p < 0,0001; p = 0,0003). Conclusion: The present study brought relevant contributions to the understanding of respiratory function in MS. We confirmed the presence of inspiratory and expiratory dysfunctions in MS, even in the early stage of the disease. We proposed a new index to facilitate the respiratory evaluation of patients with MS. Respiratory dysfunction was correlated with anxiety and depression. The present data suggest that respiratory involvement may be one of thecauses of fatigue and reduced life quality among MS patients. Respiratory evaluation should be carried out in patients with MS and future studies should clarify the role of early respiratory rehabilitation in this population.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEsclerose múltiplaNeurociênciasTestes funcionais dos pulmõesFadigaEsclerose múltiplaReabilitaçãofunção respiratóriaTestes deMúsculos respiratóriosAvaliação da função respiratória em pacientes com esclerose múltiplainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALcapa_disserta__o_vers_o_final.pdfapplication/pdf92589https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8VVNRK/1/capa_disserta__o_vers_o_final.pdf100353c94a6da828216db6b4f6b72955MD51disserta__o_vers_o_final.pdfapplication/pdf947795https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8VVNRK/2/disserta__o_vers_o_final.pdff000bc06cd875a110fc30892c3a14cf7MD52TEXTcapa_disserta__o_vers_o_final.pdf.txtcapa_disserta__o_vers_o_final.pdf.txtExtracted texttext/plain32883https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8VVNRK/3/capa_disserta__o_vers_o_final.pdf.txt9d307dcd173a145131796b39913412ccMD53disserta__o_vers_o_final.pdf.txtdisserta__o_vers_o_final.pdf.txtExtracted texttext/plain155654https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8VVNRK/4/disserta__o_vers_o_final.pdf.txtd547335b6f4444c67b60ee2adae4fdaeMD541843/BUOS-8VVNRK2019-11-14 05:05:21.78oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8VVNRKRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T08:05:21Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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Introdução: Por acometer as vias motoras, a Esclerose Múltipla (EM) está associada à redução da força muscular, incluindo os músculos respiratórios. As complicações respiratórias são reconhecidas como a principal causa de morbidade e mortalidade em indivíduos com EM avançada. De fato, na fase terminal da EM, aproximadamente metade dos pacientes evolui ao óbito por complicações respiratórias, sendo a pneumonia aspirativa, atelectasia ou insuficiência respiratória as causas mais frequentes. A progressão de tais complicações surge em geral como consequência direta de dois principais fatores: fraqueza e fadiga dos músculos respiratórios (inspiratórios e expiratórios) e incapacidade de se manter as vias aéreas livres de secreções. A progressão da EM pode levar a uma redução na capacidade física e na resistência cardiorrespiratória, que por sua vez ajudam na diminuição da capacidade vital e força muscular, acarretando na elevação da frequência cardíaca em repouso e ao exercício, fadiga, ansiedade e depressão. Objetivos: Verificar o comportamento dos parâmetros respiratórios nos pacientes com EM, comparando os valores mensurados com controles saudáveis e parâmetros normativos. Correlacionar a alteração da função respiratória com o grau de incapacidade, fadiga, qualidade de vida, depressão, ansiedade e sonolência.Materiais e Métodos: O estudo, do tipo caso-controle, foi composto por uma amostra de 30 pacientes com diagnóstico de EM e 30 sujeitos saudáveis. Tanto os pacientes quanto o grupo controle foram submetidos a mensuração da Pressão Inspiratória Máxima (PImáx) e Pressão Expiratória Máxima (PEmáx), através da manovacuometria, e pela mensuração do Pico de Fluxo Expiratório (PFE), avaliado através do peak flow. As seguintes escalas e questionários específicos tambémforam aplicados: Escala de Incapacidade Funcional Expandida (EDSS), Escala de Incapacidade Neurológica de Guy (GNDS), Escala Modificada de Impacto da Fadiga (MFIS), Escala de Severidade de Fadiga (FSS), Escala de Determinação Funcional de Qualidade de Vida (DEFU), Questionário de Função Visual (NEI-VFQ-25), Inventário de Depressão de Beck (BDI), Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), Escala de Sonolência de Epworth (ESS-BR). Foi proposto a utilização de umindicador Quadro Respiratório (iQR) com o objetivo de consolidar a informação dos três parâmetros citados. Para tanto, utilizou-se a metodologia Análise Fatorial. Na análise estatística foi considerado o intervalo de confiança de 95%, adotado o nível de significância de p < 0,05. A função poder dos testes estatísticos, em relação à amostra, foi estimada através do método de reamostragem Bootstrap. A verificaçãoda normalidade na distribuição dos dados foi realizada utilizando-se o teste de Kalmogorov-Smirnov. Para as análises de comparação foi utilizado o teste não paramétrico de Mann Whitney e para as análises de correlação o teste não paramétrico de correlação de Spearman. Resultados: Os pacientes analisados apresentaram tempo médio de doença de 8,57 anos e EDSS 2,63 ± 1,65. Todos os parâmetros respiratórios apresentaram-se reduzidos nos pacientes em comparaçãocom o grupo controle (PImáx, p = 0,0092; PEmáx, p = 0,0034; PFE, p = 0,0051; iQR, p < 0,001). Pacientes com EM apresentaram índices de BDI (p = 0,0393), BAI (p < 0,0001), MFIS (p = 0,005) e FSS (p = 0,018) significativamente maiores do que o grupo controle. Correlações significativas foram encontradas entre iQR e MFIS (p = 0,037), FSS (p = 0,010), BAI (p = 0,038) e DEFU (p = 0,029) e entre PImáx e BDI (p= 0,0161). O EDSS apresentou correlação significativa e positiva com GNDS (p = 0,0174), FSS (p = 0,0271) e BAI (p = 0,0312), e negativa com DEFU (p = 0,0102). A depressão foi correlacionada positivamente com os escores de GNDS (p = 0,0007), MFIS (p = 0,0002) e FSS (p = 0,0037), enquanto as variáveis DEFU (p = 0,0002) e NEI-VFQ-25 (p = 0,0001) apresentaram correlação negativa. Houve correlação positiva entre ansiedade e iQR (p = 0,038), GNDS (p < 0,0001), MFIS (p < 0,0001),FSS (p = 0,0003) e negativa com DEFU (p < 0,0001) e NEI-VFQ-25 (p = 0,0002). O impacto e severidade de fadiga foram correlacionados ao iQR (p = 0,037; p = 0,010), BDI (p = 0,0002; p = 0,0037) e BAI (p < 0,0001; p = 0,0003). Conclusão: O estudo contribuiu significativamente para a compreensão da função respiratória na EM, pois confirmou o comprometimento respiratório de pacientes com EM, tanto inspiratórioquanto expiratório, desde o início da doença e propôs um novo indicador para o estudo das funções respiratórias na EM, o iQR. Os dados do presente estudo sugerem que o comprometimento respiratório possa ser um dos fatores que contribui para a presença de fadiga e para a queda da qualidade de vida, além de estar correlacionado com a ansiedade e depressão. A avaliação respiratória deveria ser feita rotineiramente em pacientes com EM. O papel da reabilitação respiratória precoce nesta população deverá ser avaliado através de estudos futuros. |
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