“1970” : arte e pensamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Pedro Ramos Dolabela Chagas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
FAF - DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/47214
Resumo: A leitura do passado estabelece as suas marcas temporais a partir do presente. É no presente que o olhar retrospectivo, na condição de produção, estabelece as fontes que explicarão o processo em observação: é do presente que os fatos passados são transformados em objetos de análise. O real revelado pela operação historiográfica já estava, pois, parcialmente implicado na pergunta que a motivara: ele é tanto o resultado de uma proposição quanto a própria condição da colocação da pergunta que lhe dá origem. O real é dado e produzido: nesta aporia subsiste a narrativa que o apresenta. Documentos não são apenas “lidos”, portanto, mas selecionados, agregados e distribuídos: no nosso trabalho, autores de disciplinas diferentes se tornarão documentos. Argumentos de filósofos, cientistas, historiadores, teóricos de várias disciplinas, sociólogos, críticos, antropólogos e artistas serão apresentados aqui, de maneiras grosso modo diferentes da sua distribuição usual: se o nosso é um ato de produção de história, ao invés de acompanhá-los em seus contextos originais iremos reempregar os seus trabalhos – enquanto documentos – sob novas coerências, num rearranjo amplo. Nossa hipótese é a de que um período recente, situado ao redor e a partir de uma década (a de 1970), testemunhou uma descontinuidade forte na história do pensamento, numa revolução ainda em curso: descrever essa descontinuidade é o nosso objetivo. Mas uma dobra epistêmica não é nunca necessariamente súbita nem imediatamente definitiva; ela pode demorar a se configurar em meio a desenvolvimentos tateantes, ao longo dos quais ela conviverá com manifestações daquela outra episteme que, nalgum momento impreciso, passará a ser percebida como anterior. É bem este o estado atual do “campo epistemológico de 1970” (ou simplesmente “1970”), que vai se afirmando em meio à continuidade daquilo de que se diferencia. Daí que os cortes temporais sejam essencialmente incertos, pois ainda é fortemente presente, no campo das artes e da cultura, a episteme que “1970” torna anterior: aquela que Friedrich Kittler denominou de “1800”, nomenclatura da qual nos apropriaremos aqui.
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