Estudo preclínico de uma vacina experimental contra dengue composta por vetores Adenovirais e Poxvirais recombinantes
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil ICB - DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA Programa de Pós-Graduação em Microbiologia UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/34054 |
Resumo: | A dengue é uma arbovirose que se destaca como um grave problema de saúde pública no Brasil. O Dengue virus (DENV) pertence à família Flaviviridae, gênero Flavivirus e seu genoma é composto por uma fita simples de RNA, com polaridade positiva. Atualmente, são caracterizados quatro sorotipos do DENV, os quais são geneticamente e antigenicamente distintos. A dengue é endêmica em mais de 100 países e aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas, o que corresponde a aproximadamente 40% da população mundial, vivem em áreas de risco para dengue. Vacinas baseadas em vetores virais têm sido amplamente estudadas tendo em vista a habilidade dos vírus recombinantes em carrearem genes que codificam proteínas exógenas para dentro das células de organismos hospedeiros de forma segura e eficaz. Assim, vetores virais são caracterizados por serem excelentes imunógenos, ótimos veículos de entrega de antígenos vacinais e adicionalmente, são capazes de favorecer uma resposta imune celular, baseada em células T, as quais são benéficas em um contexto de infecção viral. Apesar do recente licenciamento de uma vacina para dengue, esta vacina vem sendo alvo de intensas discussões acerca de sua eficácia e segurança, colocando em dúvida sua aplicabilidade em programas de vacinação contra a dengue. Assim, o desenvolvimento de vacinas alternativas ainda se mantém como uma prioridade em relação à doença. Neste trabalho, sete combinações vacinais tetravalentes para dengue foram construídas a partir de dois vetores virais (Adenovírus e MVA) e administradas em camundongos através da estratégia de dose-reforço heterólogo. Tanto os ensaios para avaliação destas vacinas quanto a habilidade das mesmas em conferir proteção após o desafio intracranial com DENV em modelo murino mostraram que as vacinas NS1, as quais foram geradas contendo sequências conservadas da proteína NS1 dos DENV, não foram capazes de conferir proteção. Por outro lado as vacinas NSALL (2NSALL, 3NSALL e 4 NSALL), as quais contém sequências concatenadas de epítopos oriundos das proteínas não estruturais do DENV, conferiram proteção parcial ou total em ensaios de desafio intracranial com os DENV. Para o desafio com a amostra de DENV-1 Mochizuki as porcentagens de sobrevivência foram 42,86% (2NSALL), 28,57% (3NSALL) e 42,86% (4NSALL). As taxas de sobrevivência resultantes no desafio com DENV-2 New Guinea C foram de 100% (2NSALL), 71,43% (3NSALL) e 71,43% (4NSALL/DENV-2). Por fim, quando os animais foram desafiados com DENV-3 amostra MG20 as taxas de sobrevivência foram de 100% (2NSALL), 100% (3NSALL) e 85,71% (4NSALL). A vacina 1NSALL não apresentou proteção na maioria dos desafios realizados. Entretanto, as vacinas 2NSALL, 3NSALL e 4NSALL apresentaram resultados extremamente motivantes e os ensaios demostram a capacidade multivalente destes candidatos vacinais em gerar resposta imune protetora para mais de um sorotipo do DENV. A imunogenicidade das vacinas foi testada em camundongos BALB/c e C57BL/6 e em ambos os modelos as vacinas foram capazes de ativar células T com atividade polifuncional. Além disso, identificamos em nosso estudo 12 epítopos de células T que são localizados nas proteínas NS3 e NS4B do DENV os quais já foram previamente descritos na literatura como epítopos promissores no desenho de imunógenos para dengue, demonstrando que as construções vacinais NSALL apresentam um grande potencial para serem utilizadas como uma vacina para dengue. |
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Estudo preclínico de uma vacina experimental contra dengue composta por vetores Adenovirais e Poxvirais recombinantesDengueAdenovírusProteínas não estruturaisMVAVacinaMicrobiologiaVacinas contra dengueProteínas não estruturais viraisAdenovírusA dengue é uma arbovirose que se destaca como um grave problema de saúde pública no Brasil. O Dengue virus (DENV) pertence à família Flaviviridae, gênero Flavivirus e seu genoma é composto por uma fita simples de RNA, com polaridade positiva. Atualmente, são caracterizados quatro sorotipos do DENV, os quais são geneticamente e antigenicamente distintos. A dengue é endêmica em mais de 100 países e aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas, o que corresponde a aproximadamente 40% da população mundial, vivem em áreas de risco para dengue. Vacinas baseadas em vetores virais têm sido amplamente estudadas tendo em vista a habilidade dos vírus recombinantes em carrearem genes que codificam proteínas exógenas para dentro das células de organismos hospedeiros de forma segura e eficaz. Assim, vetores virais são caracterizados por serem excelentes imunógenos, ótimos veículos de entrega de antígenos vacinais e adicionalmente, são capazes de favorecer uma resposta imune celular, baseada em células T, as quais são benéficas em um contexto de infecção viral. Apesar do recente licenciamento de uma vacina para dengue, esta vacina vem sendo alvo de intensas discussões acerca de sua eficácia e segurança, colocando em dúvida sua aplicabilidade em programas de vacinação contra a dengue. Assim, o desenvolvimento de vacinas alternativas ainda se mantém como uma prioridade em relação à doença. Neste trabalho, sete combinações vacinais tetravalentes para dengue foram construídas a partir de dois vetores virais (Adenovírus e MVA) e administradas em camundongos através da estratégia de dose-reforço heterólogo. Tanto os ensaios para avaliação destas vacinas quanto a habilidade das mesmas em conferir proteção após o desafio intracranial com DENV em modelo murino mostraram que as vacinas NS1, as quais foram geradas contendo sequências conservadas da proteína NS1 dos DENV, não foram capazes de conferir proteção. Por outro lado as vacinas NSALL (2NSALL, 3NSALL e 4 NSALL), as quais contém sequências concatenadas de epítopos oriundos das proteínas não estruturais do DENV, conferiram proteção parcial ou total em ensaios de desafio intracranial com os DENV. Para o desafio com a amostra de DENV-1 Mochizuki as porcentagens de sobrevivência foram 42,86% (2NSALL), 28,57% (3NSALL) e 42,86% (4NSALL). As taxas de sobrevivência resultantes no desafio com DENV-2 New Guinea C foram de 100% (2NSALL), 71,43% (3NSALL) e 71,43% (4NSALL/DENV-2). Por fim, quando os animais foram desafiados com DENV-3 amostra MG20 as taxas de sobrevivência foram de 100% (2NSALL), 100% (3NSALL) e 85,71% (4NSALL). A vacina 1NSALL não apresentou proteção na maioria dos desafios realizados. Entretanto, as vacinas 2NSALL, 3NSALL e 4NSALL apresentaram resultados extremamente motivantes e os ensaios demostram a capacidade multivalente destes candidatos vacinais em gerar resposta imune protetora para mais de um sorotipo do DENV. A imunogenicidade das vacinas foi testada em camundongos BALB/c e C57BL/6 e em ambos os modelos as vacinas foram capazes de ativar células T com atividade polifuncional. Além disso, identificamos em nosso estudo 12 epítopos de células T que são localizados nas proteínas NS3 e NS4B do DENV os quais já foram previamente descritos na literatura como epítopos promissores no desenho de imunógenos para dengue, demonstrando que as construções vacinais NSALL apresentam um grande potencial para serem utilizadas como uma vacina para dengue.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorUniversidade Federal de Minas GeraisBrasilICB - DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIAPrograma de Pós-Graduação em MicrobiologiaUFMGFlávio Guimarães da Fonsecahttp://lattes.cnpq.br/4028759481820525Bárbara Resende QuinanArturo Reyes SandovalAlexandre de Magalhães Vieira MachadoJordana Grazziela Alves Coelho dos ReisPedro Augusto AlvesRodrigo Araújo Lima RodriguesRaissa Prado Rocha2020-08-26T17:14:06Z2020-08-26T17:14:06Z2019-12-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/1843/34054porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMG2020-08-26T17:14:06Zoai:repositorio.ufmg.br:1843/34054Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oairepositorio@ufmg.bropendoar:2020-08-26T17:14:06Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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A dengue é uma arbovirose que se destaca como um grave problema de saúde pública no Brasil. O Dengue virus (DENV) pertence à família Flaviviridae, gênero Flavivirus e seu genoma é composto por uma fita simples de RNA, com polaridade positiva. Atualmente, são caracterizados quatro sorotipos do DENV, os quais são geneticamente e antigenicamente distintos. A dengue é endêmica em mais de 100 países e aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas, o que corresponde a aproximadamente 40% da população mundial, vivem em áreas de risco para dengue. Vacinas baseadas em vetores virais têm sido amplamente estudadas tendo em vista a habilidade dos vírus recombinantes em carrearem genes que codificam proteínas exógenas para dentro das células de organismos hospedeiros de forma segura e eficaz. Assim, vetores virais são caracterizados por serem excelentes imunógenos, ótimos veículos de entrega de antígenos vacinais e adicionalmente, são capazes de favorecer uma resposta imune celular, baseada em células T, as quais são benéficas em um contexto de infecção viral. Apesar do recente licenciamento de uma vacina para dengue, esta vacina vem sendo alvo de intensas discussões acerca de sua eficácia e segurança, colocando em dúvida sua aplicabilidade em programas de vacinação contra a dengue. Assim, o desenvolvimento de vacinas alternativas ainda se mantém como uma prioridade em relação à doença. Neste trabalho, sete combinações vacinais tetravalentes para dengue foram construídas a partir de dois vetores virais (Adenovírus e MVA) e administradas em camundongos através da estratégia de dose-reforço heterólogo. Tanto os ensaios para avaliação destas vacinas quanto a habilidade das mesmas em conferir proteção após o desafio intracranial com DENV em modelo murino mostraram que as vacinas NS1, as quais foram geradas contendo sequências conservadas da proteína NS1 dos DENV, não foram capazes de conferir proteção. Por outro lado as vacinas NSALL (2NSALL, 3NSALL e 4 NSALL), as quais contém sequências concatenadas de epítopos oriundos das proteínas não estruturais do DENV, conferiram proteção parcial ou total em ensaios de desafio intracranial com os DENV. Para o desafio com a amostra de DENV-1 Mochizuki as porcentagens de sobrevivência foram 42,86% (2NSALL), 28,57% (3NSALL) e 42,86% (4NSALL). As taxas de sobrevivência resultantes no desafio com DENV-2 New Guinea C foram de 100% (2NSALL), 71,43% (3NSALL) e 71,43% (4NSALL/DENV-2). Por fim, quando os animais foram desafiados com DENV-3 amostra MG20 as taxas de sobrevivência foram de 100% (2NSALL), 100% (3NSALL) e 85,71% (4NSALL). A vacina 1NSALL não apresentou proteção na maioria dos desafios realizados. Entretanto, as vacinas 2NSALL, 3NSALL e 4NSALL apresentaram resultados extremamente motivantes e os ensaios demostram a capacidade multivalente destes candidatos vacinais em gerar resposta imune protetora para mais de um sorotipo do DENV. A imunogenicidade das vacinas foi testada em camundongos BALB/c e C57BL/6 e em ambos os modelos as vacinas foram capazes de ativar células T com atividade polifuncional. Além disso, identificamos em nosso estudo 12 epítopos de células T que são localizados nas proteínas NS3 e NS4B do DENV os quais já foram previamente descritos na literatura como epítopos promissores no desenho de imunógenos para dengue, demonstrando que as construções vacinais NSALL apresentam um grande potencial para serem utilizadas como uma vacina para dengue. |
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