Estudos evolutivos no gênero pantropical Cissus L. (Vitaceae) com ênfase nas espécies neotropicais
Ano de defesa: | 2012 |
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Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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País: |
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/BUBD-98SHZF |
Resumo: | Cissus L. é o maior gênero da família Vitaceae, composto por cerca de 300 espécies. É um grupo heterogêneo morfologicamente e apresenta vasta distribuição na região pantropical, com centros de diversidade na América do Sul e África tropical. Estudos moleculares prévios foram conduzidos na família Vitaceae, porém muitas incertezas permanecem no grupo, principalmente na taxonomia infragenérica de Cissus que, com poucas espécies amostradas, demonstrou-se se tratar de um grupo polifilético. O objetivo do presente estudo foi inferir uma filogenia e biogeografia para espécies do gênero Cissus e fornecer subsídio para a posição das espécies do Novo Mundo no contexto da filogenia dogênero. As análises filogenéticas e o tempo de divergência foram determinados baseandose nas sequências de três regiões não codificantes de DNA de cloroplasto (intron do trnL, região intergenica trnL-F e o intron rps16) e da região nuclear do espaçador ribossomalinterno (ITS). As sequências do intron do trnL e trnL-F obtidas neste trabalho foram combinados com prévios dados publicados para família e também foram utilizadas para reconstrução de área ancestral. Todas as análises demonstraram que as espécies de Cissus não formam um grupo monofiletico, corroborando os estudos moleculares realizadosna família. As espécies da América do Sul Cissus striata, C. simsiana e C. tweedieana são consistentemente agrupadas com o gênero australiano Clematicissus. A espécie C. trianae, endêmica da America do Sul, forma um grupo monofiletico com as quatro espécies australianas C. antarctica, C. hypoglauca, C. oblonga e C. sterculiifolia. Não sendo possível através de nossas analises, verificar a relação deste grupo com as outras espécies de Cissus. As demais espécies do gênero formam um grupo monofilético no qual as espécies do Novo Mundo formam uma única linhagem. O grupo monofilético de Cissusprovavelmente teve origem na Ásia durante o Eoceno e pode ter derivado de um elemento da flora boreotropical. A relação geográfica das espécies do Velho Mundo é complexa com várias disjunções que pode ser um resultado da migração pela Laurasia. Os agrupamentosencontrados em nossas analises reúnem diversos grupos morfológicos propostos para as espécies da America do Sul. A morfologia foliar apresenta sinal filogenético e pode ser utilizado como um carácter para classificação infragenérica. O gênero precisa de mais estudos objetivando eliminar a polifilia aparente. |
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Maria Bernadete LovatoJulio Antonio LombardiFabricio Rodrigues dos SantosJoao Aguiar Nogueira BatistaJacqueline Gomes Rodrigues2019-08-12T06:38:36Z2019-08-12T06:38:36Z2012-08-17http://hdl.handle.net/1843/BUBD-98SHZFCissus L. é o maior gênero da família Vitaceae, composto por cerca de 300 espécies. É um grupo heterogêneo morfologicamente e apresenta vasta distribuição na região pantropical, com centros de diversidade na América do Sul e África tropical. Estudos moleculares prévios foram conduzidos na família Vitaceae, porém muitas incertezas permanecem no grupo, principalmente na taxonomia infragenérica de Cissus que, com poucas espécies amostradas, demonstrou-se se tratar de um grupo polifilético. O objetivo do presente estudo foi inferir uma filogenia e biogeografia para espécies do gênero Cissus e fornecer subsídio para a posição das espécies do Novo Mundo no contexto da filogenia dogênero. As análises filogenéticas e o tempo de divergência foram determinados baseandose nas sequências de três regiões não codificantes de DNA de cloroplasto (intron do trnL, região intergenica trnL-F e o intron rps16) e da região nuclear do espaçador ribossomalinterno (ITS). As sequências do intron do trnL e trnL-F obtidas neste trabalho foram combinados com prévios dados publicados para família e também foram utilizadas para reconstrução de área ancestral. Todas as análises demonstraram que as espécies de Cissus não formam um grupo monofiletico, corroborando os estudos moleculares realizadosna família. As espécies da América do Sul Cissus striata, C. simsiana e C. tweedieana são consistentemente agrupadas com o gênero australiano Clematicissus. A espécie C. trianae, endêmica da America do Sul, forma um grupo monofiletico com as quatro espécies australianas C. antarctica, C. hypoglauca, C. oblonga e C. sterculiifolia. Não sendo possível através de nossas analises, verificar a relação deste grupo com as outras espécies de Cissus. As demais espécies do gênero formam um grupo monofilético no qual as espécies do Novo Mundo formam uma única linhagem. O grupo monofilético de Cissusprovavelmente teve origem na Ásia durante o Eoceno e pode ter derivado de um elemento da flora boreotropical. A relação geográfica das espécies do Velho Mundo é complexa com várias disjunções que pode ser um resultado da migração pela Laurasia. Os agrupamentosencontrados em nossas analises reúnem diversos grupos morfológicos propostos para as espécies da America do Sul. A morfologia foliar apresenta sinal filogenético e pode ser utilizado como um carácter para classificação infragenérica. O gênero precisa de mais estudos objetivando eliminar a polifilia aparente.Cissus L. is the largest genus of Vitaceae (the grape family) with about 350 species widely distributed in the tropical region. The genus Cissus displays extraordinary morphological diversity and complex geographical distribution with highest diversity is in South America and Africa. Previous molecular studies were conducted in the family Vitaceae, but many uncertainties remain in the group, mostly in infrageneric taxonomy ofCissus, with few species sampled, it was shown it is a polyphyletic group. The aim of this study, therefore, is to infer a phylogeny and biogeography for species of Cissus with focus in the new world species. The phylogenetic and divergence time were determined based ondata from three non-coding regions of chloroplast DNA (trnL intron, trnL-F intergenic region and the rps16 intron) and data from nuclear markers (ITS). The data of the marker trnL-F were combined with previous data published for family and were used for reconstruction area ancestor. All analyses showed that Cissus species do not form a monophyletic group,according the other molecular studies in the family. The species of South America Cissus striata, C. simsiana and C. tweediana are consistently grouped with the genus Australian Clematicissus. The four Australian species C. antarctica, C. hypoglauca, C. oblonga and C. sterculiifolia form a monophyletic group with the species C. trianae endemic to SouthAmerica. Through our analysis, we could not verify the relationship of this group with other species of Cissus. The other species of the genus form a monophyletic group which species of the new world form a single lineage. The monophyletic group of Cissus probably originated in Asia during the Eocene and could be an element of the forest boreotropical. The geographical relationship with the species of the Old World is complex with many disjunctions which may be a result of Laurasia migration. The clusters found in our molecular analysis combines several morphological groups proposed for South America species. Theleaf morphology provides phylogenetic signal and can be used as a character for infrageneric classification. The genus needs more studies aiming to eliminate the group polyphyly.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGCissusGenéticaBiogeografiaGenéticaEstudos evolutivos no gênero pantropical Cissus L. (Vitaceae) com ênfase nas espécies neotropicaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALjacqueline_gomes_rodrigues_disserta__o.pdfapplication/pdf1764231https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-98SHZF/1/jacqueline_gomes_rodrigues_disserta__o.pdfb70a2a9debd80d27dfc2618faf86d1e0MD51TEXTjacqueline_gomes_rodrigues_disserta__o.pdf.txtjacqueline_gomes_rodrigues_disserta__o.pdf.txtExtracted texttext/plain30433https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-98SHZF/2/jacqueline_gomes_rodrigues_disserta__o.pdf.txt9cd0517084474497446d31c349c2392aMD521843/BUBD-98SHZF2019-11-14 11:05:21.343oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-98SHZFRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T14:05:21Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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Cissus L. é o maior gênero da família Vitaceae, composto por cerca de 300 espécies. É um grupo heterogêneo morfologicamente e apresenta vasta distribuição na região pantropical, com centros de diversidade na América do Sul e África tropical. Estudos moleculares prévios foram conduzidos na família Vitaceae, porém muitas incertezas permanecem no grupo, principalmente na taxonomia infragenérica de Cissus que, com poucas espécies amostradas, demonstrou-se se tratar de um grupo polifilético. O objetivo do presente estudo foi inferir uma filogenia e biogeografia para espécies do gênero Cissus e fornecer subsídio para a posição das espécies do Novo Mundo no contexto da filogenia dogênero. As análises filogenéticas e o tempo de divergência foram determinados baseandose nas sequências de três regiões não codificantes de DNA de cloroplasto (intron do trnL, região intergenica trnL-F e o intron rps16) e da região nuclear do espaçador ribossomalinterno (ITS). As sequências do intron do trnL e trnL-F obtidas neste trabalho foram combinados com prévios dados publicados para família e também foram utilizadas para reconstrução de área ancestral. Todas as análises demonstraram que as espécies de Cissus não formam um grupo monofiletico, corroborando os estudos moleculares realizadosna família. As espécies da América do Sul Cissus striata, C. simsiana e C. tweedieana são consistentemente agrupadas com o gênero australiano Clematicissus. A espécie C. trianae, endêmica da America do Sul, forma um grupo monofiletico com as quatro espécies australianas C. antarctica, C. hypoglauca, C. oblonga e C. sterculiifolia. Não sendo possível através de nossas analises, verificar a relação deste grupo com as outras espécies de Cissus. As demais espécies do gênero formam um grupo monofilético no qual as espécies do Novo Mundo formam uma única linhagem. O grupo monofilético de Cissusprovavelmente teve origem na Ásia durante o Eoceno e pode ter derivado de um elemento da flora boreotropical. A relação geográfica das espécies do Velho Mundo é complexa com várias disjunções que pode ser um resultado da migração pela Laurasia. Os agrupamentosencontrados em nossas analises reúnem diversos grupos morfológicos propostos para as espécies da America do Sul. A morfologia foliar apresenta sinal filogenético e pode ser utilizado como um carácter para classificação infragenérica. O gênero precisa de mais estudos objetivando eliminar a polifilia aparente. |
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