Carapuça a quem servir: fugas, roubos e tráfico de escravos no Pernambuco Imperial (1850-1873)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SOUZA, Arthur Danillo Castelo Branco de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Historia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33115
Resumo: As fugas escravas podem ser consideradas o aspecto mais comum de resistência à dominação escravista em toda história da escravidão. A formação de quilombos acontecia após uma fuga inicial por parte dos cativos que viriam a ser denominados quilombolas. As pequenas fugas para visitar parentes, amigos, cônjuges, possibilitaram aos cativos espaços e fragmentos de “liberdade” para poderem resistir e existir em cativeiro ao longo de suas vidas. Neste trabalho procuramos analisar como as fugas individuais e coletivas atormentaram a instituição escravista brasileira em anos de desagregação do sistema escravista. Como estas iniciativas individuais, em sua maioria, se avolumaram ao longo do século XIX, chegando a contribuir direta e indiretamente para a abolição da escravidão, obrigando a passagem da lei de 1888. Procuramos também enxergar e analisar os anseios sociais dos homens e mulheres submetidos as condições de “propriedade” e sua luta constante e cotidiana para ultrapassar os limites impostos pelos seus opressores, confirmando sua humanidade e obrigando estes a afirmá-la também. A complexidade do sistema escravista brasileiro e mais especificamente pernambucano também foi nosso objeto de análise. Encontramos “brechas” enormes abertas pelo sistema que, ora favoreciam, ora prejudicavam, os cativos souberam como se aproveitar dos homens que intentavam aproveitar-se de seus serviços e de sua pessoa, para negociar e por vezes se libertar de condições consideradas degradantes para muitos deles. Também investigamos a corrupção social, política e jurídica, que em parte servia para continuar a submeter muitos homens e mulheres em situações ilegais de cativeiro, todavia muitos cativos também souberam se aproveitar de alguns aspectos da corrupção em seu benefício.
id UFPE_4a8c33d9409598bb1c9208188e21816d
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpe.br:123456789/33115
network_acronym_str UFPE
network_name_str Repositório Institucional da UFPE
repository_id_str
spelling Carapuça a quem servir: fugas, roubos e tráfico de escravos no Pernambuco Imperial (1850-1873)Brasil - HistóriaEscravidão - BrasilEscravos - PernambucoFugasEscravos fugitivos - PernambucoAs fugas escravas podem ser consideradas o aspecto mais comum de resistência à dominação escravista em toda história da escravidão. A formação de quilombos acontecia após uma fuga inicial por parte dos cativos que viriam a ser denominados quilombolas. As pequenas fugas para visitar parentes, amigos, cônjuges, possibilitaram aos cativos espaços e fragmentos de “liberdade” para poderem resistir e existir em cativeiro ao longo de suas vidas. Neste trabalho procuramos analisar como as fugas individuais e coletivas atormentaram a instituição escravista brasileira em anos de desagregação do sistema escravista. Como estas iniciativas individuais, em sua maioria, se avolumaram ao longo do século XIX, chegando a contribuir direta e indiretamente para a abolição da escravidão, obrigando a passagem da lei de 1888. Procuramos também enxergar e analisar os anseios sociais dos homens e mulheres submetidos as condições de “propriedade” e sua luta constante e cotidiana para ultrapassar os limites impostos pelos seus opressores, confirmando sua humanidade e obrigando estes a afirmá-la também. A complexidade do sistema escravista brasileiro e mais especificamente pernambucano também foi nosso objeto de análise. Encontramos “brechas” enormes abertas pelo sistema que, ora favoreciam, ora prejudicavam, os cativos souberam como se aproveitar dos homens que intentavam aproveitar-se de seus serviços e de sua pessoa, para negociar e por vezes se libertar de condições consideradas degradantes para muitos deles. Também investigamos a corrupção social, política e jurídica, que em parte servia para continuar a submeter muitos homens e mulheres em situações ilegais de cativeiro, todavia muitos cativos também souberam se aproveitar de alguns aspectos da corrupção em seu benefício.CAPESRunaway slaves can be considered one of the most common resistance aspects to slavery throughout its history. The formation of quilombos happened after a initial escape by the captives that would then be called quilombolas. The little escapes to visit family, friends and loved ones made possible to the captives spaces and fragments of ‘liberty’ so they could resist and exist in captivity during their lives. In this work, we analyzed how individual and collective escapes tormented Brazilian slavery in its waning years. How these individual initiatives, mostly, increased throughout the XIX century, directly and indirectly contributing for the abolition of slavery, forcing the approval of the 1888 Law. We also searched to understand the social demands of men and women subjected to the conditions of being ‘property’ and its constant, everyday struggle to surpass the limits imposed by their oppressors, recognizing their humanity and forcing them to recognize too. The Brazilian slavery system’s complexity, and more specifically, the pernambucan one, was also a object of our analysis. We found large open “breaches” across the system that, sometimes favored, sometimes harmed the captives, that in turn took advantage from the men that wished to exploit them, to negotiate and even free themselves from conditions often considered humiliating for many. We also investigated social, political and legal corruption, that served both to subject men and women in illegal captivity, but, however, many captives also used it in their own benefit.Universidade Federal de PernambucoUFPEBrasilPrograma de Pos Graduacao em HistoriaCARVALHO, Marcus Joaquim Maciel deCADENA, Paulo Henrique Fonteshttp://lattes.cnpq.br/2062391512128363http://lattes.cnpq.br/3129308742912649SOUZA, Arthur Danillo Castelo Branco de2019-09-17T21:48:05Z2019-09-17T21:48:05Z2019-02-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33115ark:/64986/001300000pd8xporAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPE2019-10-26T05:22:50Zoai:repositorio.ufpe.br:123456789/33115Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-26T05:22:50Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
dc.title.none.fl_str_mv Carapuça a quem servir: fugas, roubos e tráfico de escravos no Pernambuco Imperial (1850-1873)
title Carapuça a quem servir: fugas, roubos e tráfico de escravos no Pernambuco Imperial (1850-1873)
spellingShingle Carapuça a quem servir: fugas, roubos e tráfico de escravos no Pernambuco Imperial (1850-1873)
SOUZA, Arthur Danillo Castelo Branco de
Brasil - História
Escravidão - Brasil
Escravos - Pernambuco
Fugas
Escravos fugitivos - Pernambuco
title_short Carapuça a quem servir: fugas, roubos e tráfico de escravos no Pernambuco Imperial (1850-1873)
title_full Carapuça a quem servir: fugas, roubos e tráfico de escravos no Pernambuco Imperial (1850-1873)
title_fullStr Carapuça a quem servir: fugas, roubos e tráfico de escravos no Pernambuco Imperial (1850-1873)
title_full_unstemmed Carapuça a quem servir: fugas, roubos e tráfico de escravos no Pernambuco Imperial (1850-1873)
title_sort Carapuça a quem servir: fugas, roubos e tráfico de escravos no Pernambuco Imperial (1850-1873)
author SOUZA, Arthur Danillo Castelo Branco de
author_facet SOUZA, Arthur Danillo Castelo Branco de
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv CARVALHO, Marcus Joaquim Maciel de
CADENA, Paulo Henrique Fontes
http://lattes.cnpq.br/2062391512128363
http://lattes.cnpq.br/3129308742912649
dc.contributor.author.fl_str_mv SOUZA, Arthur Danillo Castelo Branco de
dc.subject.por.fl_str_mv Brasil - História
Escravidão - Brasil
Escravos - Pernambuco
Fugas
Escravos fugitivos - Pernambuco
topic Brasil - História
Escravidão - Brasil
Escravos - Pernambuco
Fugas
Escravos fugitivos - Pernambuco
description As fugas escravas podem ser consideradas o aspecto mais comum de resistência à dominação escravista em toda história da escravidão. A formação de quilombos acontecia após uma fuga inicial por parte dos cativos que viriam a ser denominados quilombolas. As pequenas fugas para visitar parentes, amigos, cônjuges, possibilitaram aos cativos espaços e fragmentos de “liberdade” para poderem resistir e existir em cativeiro ao longo de suas vidas. Neste trabalho procuramos analisar como as fugas individuais e coletivas atormentaram a instituição escravista brasileira em anos de desagregação do sistema escravista. Como estas iniciativas individuais, em sua maioria, se avolumaram ao longo do século XIX, chegando a contribuir direta e indiretamente para a abolição da escravidão, obrigando a passagem da lei de 1888. Procuramos também enxergar e analisar os anseios sociais dos homens e mulheres submetidos as condições de “propriedade” e sua luta constante e cotidiana para ultrapassar os limites impostos pelos seus opressores, confirmando sua humanidade e obrigando estes a afirmá-la também. A complexidade do sistema escravista brasileiro e mais especificamente pernambucano também foi nosso objeto de análise. Encontramos “brechas” enormes abertas pelo sistema que, ora favoreciam, ora prejudicavam, os cativos souberam como se aproveitar dos homens que intentavam aproveitar-se de seus serviços e de sua pessoa, para negociar e por vezes se libertar de condições consideradas degradantes para muitos deles. Também investigamos a corrupção social, política e jurídica, que em parte servia para continuar a submeter muitos homens e mulheres em situações ilegais de cativeiro, todavia muitos cativos também souberam se aproveitar de alguns aspectos da corrupção em seu benefício.
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019-09-17T21:48:05Z
2019-09-17T21:48:05Z
2019-02-05
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33115
dc.identifier.dark.fl_str_mv ark:/64986/001300000pd8x
url https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33115
identifier_str_mv ark:/64986/001300000pd8x
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Historia
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Historia
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPE
instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron:UFPE
instname_str Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron_str UFPE
institution UFPE
reponame_str Repositório Institucional da UFPE
collection Repositório Institucional da UFPE
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
repository.mail.fl_str_mv attena@ufpe.br
_version_ 1846272908943425536