Educação Infantil: um estudo das relações entre diferentes práticas de ensino e conhecimentos das crianças sobre a notação alfabética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: CABRAL, Ana Catarina dos Santos Pereira
Orientador(a): MORAIS, Artur Gomes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/13381
Resumo: Nossa pesquisa teve como objetivo investigar a prática de professoras da Educação Infantil (crianças de 5 anos), a fim de compreender as relações entre prática de ensino e os conhecimentos infantis sobre a notação alfabética, em função de diferentes metodologias de ensino. Especificamente, nos interessava identificar e analisar quais atividades as professoras investigadas diziam priorizar para que seus alunos refletissem sobre o Sistema de Escrita Alfabética; compreender a prática das professoras, o cotidiano de suas salas de aula e entender por que as docentes realizaram determinadas atividades, por que elas agiram de tal forma; identificar e analisar quais atividades as professoras investigadas utilizavam de fato, para que seus alunos refletissem sobre o Sistema de Escrita Alfabética; identificar os conhecimentos das crianças quanto à notação alfabética, e qual a possível relação de tais conhecimentos com o tipo de ensino recebido. Selecionamos duas escolas do município do Recife que priorizavam o ensino da língua numa perspectiva de reflexão sobre a escrita alfabética e de ampliação do letramento, uma atendendo a um grupo sociocultural médio (escola particular) e outra atendendo a alunos de meio popular (escola pública); duas escolas no município de Garanhuns, que priorizavam a leitura, produção de textos e reflexão sobre o sistema alfabético de escrita, ensinados de maneira convencional, sendo também uma particular e outra pública, que atendiam a grupos socioculturais equivalentes aos do Recife. Utilizamos três procedimentos metodológicos: a) Observações participantes das aulas ministradas pelas professoras (15 observações em cada turma), no início, no meio e no final do ano letivo; b) Entrevista semi-estruturada, no final do ano, a fim de examinar quais concepções permeavam a prática das professoras sobre o ensino do sistema de escrita alfabética e da linguagem escrita e identificar e analisar quais atividades as professoras investigadas diziam priorizar para que seus alunos refletissem sobre o Sistema de Escrita Alfabética e sobre os usos e funções da escrita. c) Aplicação de Sondagens com os alunos, também no início, no meio e no final do ano. As crianças, nesses momentos, foram solicitadas a fazer 6 tarefas. Realizamos, inicialmente, um “ditado de palavras”, a fim de avaliar as hipóteses de escrita. Em seguida, solicitamos a “escrita de letras e palavras que existem e não existem”, a fim de identificar como as crianças compreendiam certas propriedades ou restrições do sistema de escrita alfabético e o nível de explicitação do aprendiz sobre esse conhecimento. Por fim, realizamos três tarefas de consciência fonológica (identificação de palavras que começam com a mesma sílaba, identificação de palavras que rimam e identificação de palavras maiores), a fim de avaliar a evolução dos alunos nessas habilidades metalinguísticas. Os dados revelaram que as turmas que mais avançaram foram aquelas em que as professoras realizaram um trabalho sistemático, envolvendo o ensino da notação escrita, a partir de diferentes atividades de reflexão sobre o SEA, de forma lúdica e articulado às práticas de letramento. No entanto observamos que, apesar de as professoras considerarem o ensino da produção de texto importante, as mestras não consideravam esse eixo como foco da educação infantil. Ao longo deste estudo, também percebemos a necessidade de repensar e reinventar as metodologias para ensinar a escrita alfabética na educação infantil. Dessa maneira, defendemos que não podemos eliminar o ensino da escrita dentro das turmas de educação infantil, com o argumento de que as crianças dessa faixa etária devem viver em um ambiente lúdico, distantes de qualquer relação com o ensino da linguagem escrita, estando de acordo com Brandão e Leal (2010), Morais (2012), Ferreiro (1993). Nosso objetivo é o de defender que as crianças da Educação Infantil, das redes públicas de ensino, de grupos socioculturais menos privilegiados também têm o direito de refletir sobre a notação escrita, de iniciar a compreensão sobre o funcionamento do sistema de escrita alfabética, aprender o que a escrita nota e como a escrita cria notações. Nosso estudo revelou que, desde o final da educação infantil, as crianças demonstram interesse em compreender como a escrita funciona e podem ser ajudadas a desenvolver uma série de conhecimentos, tanto relativos aos aspectos conceituais quanto aos convencionais da escrita alfabética. No que diz respeito à relação entre o tipo de ensino recebido e o desenvolvimento das habilidades metafonológicas, identificamos que o que determinou o alto desempenho dos alunos nas diferentes tarefas propostas não foi o nível sociocultural, mas a didática das professoras. As turmas que realizaram um trabalho sistemático envolvendo a reflexão sobre as unidades que compõem a palavra, a partir de textos que exploram o extrato sonoro da língua, foram as que mais avançaram. Nosso estudo sugere que o desenvolvimento das habilidades fonológicas na educação infantil favorece que as crianças, desde cedo, iniciem o processo de compreensão do SEA e deve urgentemente ser encarado como um dos eixos centrais de ensino da notação escrita nessa etapa da educação.
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Nosso estudo sugere que o desenvolvimento das habilidades fonológicas na educação infantil favorece que as crianças, desde cedo, iniciem o processo de compreensão do SEA e deve urgentemente ser encarado como um dos eixos centrais de ensino da notação escrita nessa etapa da educação.porUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessAlfabetizaçãoSistema de escrita alfabéticaConsciência fonológicaPrática docenteEducação infantilEducação Infantil: um estudo das relações entre diferentes práticas de ensino e conhecimentos das crianças sobre a notação alfabéticainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILTESE Ana Catarina CABRAL.pdf.jpgTESE Ana Catarina CABRAL.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1244https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/13381/5/TESE%20%20Ana%20Catarina%20CABRAL.pdf.jpg1d31a59c77d0741b99a69ede0a8b085aMD55ORIGINALTESE Ana Catarina CABRAL.pdfTESE Ana Catarina CABRAL.pdfapplication/pdf4252788https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/13381/1/TESE%20%20Ana%20Catarina%20CABRAL.pdf7efd547f934f5563f8d7899be4397a5aMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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Em seguida, solicitamos a “escrita de letras e palavras que existem e não existem”, a fim de identificar como as crianças compreendiam certas propriedades ou restrições do sistema de escrita alfabético e o nível de explicitação do aprendiz sobre esse conhecimento. Por fim, realizamos três tarefas de consciência fonológica (identificação de palavras que começam com a mesma sílaba, identificação de palavras que rimam e identificação de palavras maiores), a fim de avaliar a evolução dos alunos nessas habilidades metalinguísticas. Os dados revelaram que as turmas que mais avançaram foram aquelas em que as professoras realizaram um trabalho sistemático, envolvendo o ensino da notação escrita, a partir de diferentes atividades de reflexão sobre o SEA, de forma lúdica e articulado às práticas de letramento. No entanto observamos que, apesar de as professoras considerarem o ensino da produção de texto importante, as mestras não consideravam esse eixo como foco da educação infantil. 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