Doença crônica e saúde das pessoas privadas de liberdade à luz da teoria salutogênica : estudo de métodos mistos
Ano de defesa: | 2023 |
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Miranda, Fernanda Moura D'Almeida, 1979-Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em EnfermagemMantovani, Maria de Fátima, 1956-Costa, Marta Cossetin2024-03-27T17:37:40Z2024-03-27T17:37:40Z2023https://hdl.handle.net/1884/87251Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria de Fátima MantovaniCoorientação: Prof.ª Dr.ª Fernanda Moura D’Almeida MirandaTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Defesa : Curitiba, 22/05/2023Inclui referênciasÁrea de concentração: Prática Profissional de EnfermagemResumo: Introdução: As pessoas privadas de liberdade sofrem mudanças em seus hábitos e costumes que podem influenciar em suas vidas e saúde, possuindo direitos a cuidados equivalentes aos da comunidade. Objetivo: Apreender a situação de saúde das pessoas privadas de liberdade de um complexo penitenciário brasileiro. Método: Trata-se de uma pesquisa de métodos mistos, com abordagens qualitativa e quantitativas, com pessoas privadas de liberdade do complexo penitenciário, composto de quatro unidades penais, entre abril de 2021 a julho de 2022. Foram três etapas: na primeira, os participantes pertenciam às quatro unidades penais e, na segunda e terceira etapas, apenas uma unidade. Os instrumentos utilizados foram: questionário semiestruturado e senso de coerência; instrumento de dados clínicos e perguntas abertas, de consulta de enfermagem; de literacia em saúde e de conhecimento em hipertensão arterial. A pesquisa obedeceu aos critérios éticos vigentes no Brasil. A análise estatística foi realizada no ambiente R 4.1.1, por meio de análise descritiva e testes de associação (p<0,05). O referencial teórico que sustentou as análises foi a Teoria Salutogênica. Resultados: Na primeira etapa participaram 326 pessoas privadas de liberdade, 90,8% do sexo masculino, 53,4% jovens, com idade entre 18 e 29 anos, 43,3% solteiros, 55,8% com escolaridade inferior a nove anos, 61,3% realizavam alguma atividade na unidade penal, 63,2% eram fumantes ou ex-fumantes, 28,2% ingeriam bebida alcoólica e 60,4% usuários ou ex-usuários de drogas ilícitas, 71,2% praticavam atividades físicas, 86,1% avaliaram positivamente o estado de saúde e 52,5% relatou alguma doença crônica. As doenças que prevaleceram foram: as respiratórias, gastrointestinais, psíquicas, cardiovasculares e osteomusculares. Em relação ao senso de coerência, prevaleceu o moderado (65,9%), associado com a idade (p-valor: 0,011) e realização de atividades na unidade penal (p-valor: 0,005), e o fraco foi prevalente em pessoas com transtornos mentais (p-valor: 0,001) e doenças infectocontagiosas (p-valor: 0,018). Na segunda e terceira etapas, participaram da intervenção 38 homens; destes, 73,3% com idade entre 30 e 44 anos, 46,7% casados, 56,7% pais de 1 a 3 filhos, 73,3 % com escolaridade inferior a 12 anos de estudo, 46,7% com renda familiar prévia a privação de liberdade entre 1 a 2 salários mínimos, 63,3% a hipertensão foi diagnosticada nas unidades penais. As intervenções de enfermagem repercutiram na literacia em saúde e no conhecimento em da doença; contudo, o senso de coerência não apresentou mudanças. As categorias da análise qualitativa foram: saúde, bem-estar e qualidade de vida na prisão; recursos generalizados de resistência e ausência de recursos; (Des)esperanças com a vida e o futuro e (Des)cuidados com a saúde. Considerações finais: Ações de intervenções de enfermagem fortaleceram literacia em saúde e o conhecimento da doença. O impacto social relaciona-se ao referencial teórico salutogênico, que permitiu uma nova perspectiva de cuidado às pessoas privadas de liberdade, contribuindo para a formulação de políticas de saúde, e nas condições de vida e saúde delas. A pesquisa possui potencial para replicabilidade devido ao caminho metodológico percorrido e os resultados encontrados, que refletem a realidade local, necessitando de novas pesquisas em outras regiões brasileiras.Abstract: Introduction: People deprived of liberty suffer changes in habits that influence their lives and health, having the same care rights that the community has. Objective: Apprehending the health situation of people deprived of liberty in the city of Foz do Iguaçu - Paraná. Method: This research has mixed methods with qualitative and quantitative approaches, carried out between April 2021 and July 2022, with people deprived of liberty who reside in a penitentiary complex composed of four penal units. The research was divided into three stages: on the first, the participants belonged to four penal units and, in the second and third stages, they corresponded to only one unit. The instruments used were: semi-structured questionnaire and sense of coherence; nursing consultation clinical data instrument and subjective questions; health literacy and knowledge on arterial hypertension. The research complied with the ethical criteria force in Brazil. Statistical analysis was performed in the R 4.1.1 sector through descriptive analysis and association tests (p<0.05). The theoretical literature that supported the analyzes was based on the Salutogenic Theory. Results: 326 people deprived of their liberty participated in the first stage, 90.8% male, 53.4% young people aged between 18 and 29 years, 43.3% single, 55.8% with less than nine years of schooling, 61.3% participated in some activity in the penal unit, 63.2% smokers or former smokers, 28.2% drank alcohol and 60.4% were users or former users of illicit drugs. Furthermore, 71.2% of the participants practiced physical activities and 86.1% positively evaluated their health status, but 52.5% reported some chronic illness. Reports of diseases prevailed: respiratory, gastrointestinal, psychic, cardiovascular and musculoskeletal. Regarding the sense of coherence, moderate (65.9%) associated with age (p-value: 0.011) and with carrying out activities in the penal unit prevailed (p-value: 0.005); weak was prevalent in people with mental disorders (pvalue: 0.001) and infectious diseases (p-value: 0.018). In the second and third stages, 38 men participated in the intervention, among them 73.3% aged between 30 and 44 years, 46.7% married, 56.7% were fathers up to three children, 73.3% had less education than 12 years of study, 46.7% had family income prior to deprivation of liberty of one or two minimum wages, 63.3% with hypertension diagnosed in penal units. Nursing interventions had repercussions on health literacy and knowledge of the disease; however, the sense of coherence did not change. The qualitative analysis categories were: health, well-being and quality of life in prison; generalized resources of resistance and lack of resources; (Dis)hope for life and the future and (Dis)care for health. Final considerations: Nursing intervention actions strengthened health literacy and knowledge of the disease. The social impact is related to the salutogenic theoretical framework, which allowed a new perspective of care for people deprived of liberty, contributing to the formulation of health policies and the life and health conditions of the participants. The research has the potential for replicability due to the methodological path followed and the results found, as it reflects the local reality, requiring, however, further research in other Brazilian regions.1 recurso online : PDF.application/pdfDoenças crônicasPrisõesPrisioneirosSaúde do adultoEnfermagemDoença crônica e saúde das pessoas privadas de liberdade à luz da teoria salutogênica : estudo de métodos mistosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - T - MARTA COSSETIN COSTA.pdfapplication/pdf18346297https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/87251/1/R%20-%20T%20-%20MARTA%20COSSETIN%20COSTA.pdfd39b9af42a0409eac2e7efce59eca131MD51open access1884/872512024-03-27 14:37:40.271open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/87251Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082024-03-27T17:37:40Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
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