O caldo na panela de pressão: um olhar etnográfico sobre o presídio para mulheres em Florianópolis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Brito, Mirella Alves de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Florianópolis, SC
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/89752
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-graduação em Antropologia Social
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spelling O caldo na panela de pressão: um olhar etnográfico sobre o presídio para mulheres em FlorianópolisAntropologiaAntropologia socialPrisõesFlorianopolis (SC)Reformatorios para mulheresFlorianopolis (SC)Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-graduação em Antropologia SocialA pesquisa descreve as práticas sociais no Presídio Feminino de Florianópolis, SC. O presídio corresponde a uma das unidades prisionais do sistema penitenciário de Santa Catarina, único exclusivo para a detenção de mulheres. A pesquisa perseguiu o objetivo de identificar como se organizam as mulheres presas em Florianópolis, como se relacionam e que práticas coletivas são encenadas nesse contexto. A população de mulheres presas envolvidas na pesquisa foi, inicialmente, de 36 mulheres, que haviam sido julgadas e receberam sentença de reclusão em regime fechado. Entretanto, ao longo do trabalho de campo esse número foi se modificando e foi possível conhecer em torno de 100 mulheres que passaram pelo presídio no período em que foi realizada a pesquisa. Reconheceu-se que há no Brasil uma incipiente tentativa de dar visibilidade a questões que se incorporam no cotidiano prisional, sobretudo nos presídios para mulheres. Três autoras brasileiras são destaques como inovadoras nessa área: Julita Lemgruber (1983); Iara Ilgenfritz e Bárbara M. Soares (2002). No exterior merece destaque Manuela Ivonne da Cunha (2002), na realização de uma etnografia de um presídio de mulheres em Lisboa/PT. De sorte que, nessa pesquisa foi necessário articular vários entendimentos até que pudéssemos, a partir dos dados etnográficos, identificar que as relações presa/instituição e prisão/violência - embora de extrema relevância - não dão conta de representar o presídio feminino de Florianópolis tal qual é possível percebe-lo: um lugar de convivência e, portanto, de sociabilidades que se sobrepõem muitas vezes às práticas coercitivas ali presentes, legitimadas pela sociedade em geral. Foi identificado que a experiência prisional reedita algumas das práticas já encenadas por essas mulheres, mas dá ênfase a algumas relacionadas ao parentesco, a rituais de iniciação na vida prisional e ao estabelecimento de confiança entre pares. Fundamentalmente, o estudo indica que o fluxo de informações, pessoas, objetos e desejos, se dá de forma a diminuir, ou até mesmo apagar a fronteira entre o dentro e o fora da prisão, mesmo que, em muitos momentos, essa fronteira seja decisiva no destino de cada uma das mulheres que ali se encontram.This research describes social practices in the Female Penitentiary in Florianópolis, SC. The penitentiary is one of the units of the penitentiary system in Santa Catarina being the single one for imprisonment of women in the State. The research aimed in identifying how the imprisoned women organize themselves, how they relate to each other and which collective actions are performed thereof. The number of imprisoned women involved in the research started off as 36 - all had undergone trial and had received imprisonment sentence (closed regimen). However, as the research developed, this number changed and reached about 100 women who passed by the penitentiary during the research period. It was acknowledged that, in Brazil, there is a crude attempt in showing issues related to the daily life in penitentiaries, especially in female penitentiaries. Three Brazilian writers are highlighted as innovative in this field: Julita Lemgruber (1983); Iara Ilgenfritz and Bárbara M. Soares (2002). A writer with prominence in a foreign country is Manuela Ivonne da Cunha (2002), on an ethnography performed in a female penitentiary in Lisbon (Portugal). Therefore, this research had to undergo several understandings to the point where we were able to identify, from ethnographic data, the relationship between prisoner/institution and prison/violence that - although having great relevance - do not duly represent the female penitentiary in Florianópolis as it is in real life: a place where they live, and thus a sociability place that in many instances overcome the coercive practices present, justified by society in general. It was identified that the penitentiary experience re-edits some practices already performed by these women, but it emphasizes some practices related to family ties, initiation rituals in penitentiary life as well as the establishment of trust amongst pairs. Basically, the study shows that flow of information, people, object and desires take place in order to decrease, or even erase, the borderline of inside and outside of prison, even if in some moments, this borderline is decisive in the fate of each of the women there.Florianópolis, SCHartung, Miriam FurtadoUniversidade Federal de Santa CatarinaBrito, Mirella Alves de2012-10-23T02:21:37Z2012-10-23T02:21:37Z20072007info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis151 f.| il.application/pdf245035http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/89752porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-10-20T17:41:21Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/89752Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732022-10-20T17:41:21Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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