Autismo feminino: diagnóstico tardio e trabalho, desafios e possibilidades.

• Ano de defesa: 0025
• Autor(a) principal: Casagrande, Ingrid [UNESP]
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Autismo; Transtorno do espectro autista; Diagnóstico tardio; Mulheres; Mercado de trabalho; Autism spectrum disorders; Autism; Delayed diagnosis; Women; Labor market
• Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/296102

Introdução: Este estudo aborda o autismo com diagnóstico tardio e suas implicações para a inserção e o exercício profissional de mulheres, considerando o impacto dessa condição nas trajetórias pessoais e profissionais. Objetivo: analisar o processo de inserção e o exercício profissional de mulheres com diagnóstico tardio de autismo no mercado de trabalho. Método: Participaram da pesquisa duas mulheres com diagnóstico tardio de Transtorno do Espectro Autista. Para a coleta de dados realizou-se entrevista estruturada, abordando dados pessoais, autismo e processo diagnóstico, suporte familiar, processo de formação, inserção no mercado de trabalho e exercício profissional, estratégias de enfrentamento. Para análise dos dados, foi adotada a análise de conteúdo, um método qualitativo que envolve a análise sistemática e objetiva de mensagens e discursos. Resultados: Foram identificados obstáculos com a falta de compreensão e aceitação por parte dos colegas de trabalho, a escassez de adaptações no ambiente laboral, os desafios de comunicação e interação social, e a sobrecarga sensorial. O diagnóstico e o apoio adequado potencializam o autoconhecimento e a adaptação no ambiente laboral revelando a importância de práticas inclusivas que atendam às necessidades das pessoas autistas para promover seu bem-estar e desempenho, oportunizando às pessoas com TEA condições de serem inseridas no trabalho e apresentarem desempenho efetivo. Conclusões: Este estudo evidenciou que o diagnóstico tardio de autismo tem um impacto significativo no percurso profissional de mulheres, ao proporcionar maior autoconhecimento, permitindo que as participantes compreendam suas necessidades específicas e desenvolvam estratégias para superar os desafios profissionais. O suporte familiar revelou-se fundamental para o desenvolvimento das participantes, embora tenha sido variável conforme o nível de envolvimento dos familiares. Adaptações sensoriais, comunicação clara e um ambiente de trabalho estruturado mostraram-se essenciais para promover uma inclusão eficaz dessas mulheres no ambiente laboral. Quando acompanhados de suporte adequado, o diagnóstico tardio pode ser um facilitador para o desenvolvimento profissional e a construção de uma identidade autônoma, independente e bem sucedida no trabalho.