Resistência feminina no trabalho à distância: a linha tênue entre o "home" e o "office"
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/11449/250727 |
Resumo: | A presente dissertação se direciona à linha de pesquisa “Processos Psicossociais e de Subjetivação na Contemporaneidade” e consiste em um esforço para compreender as táticas e estratégias utilizadas pela mulher e trabalhadora, frente à realidade do home office, em tempos de uma pandemia global, fundamentada pelo referencial teórico do filósofo Michel de Certeau. Objetivou-se pensar sobre como a mulher trabalhadora em home office ressignifica o trabalho, como ela resiste ativamente, na realização de suas práticas cotidianas. Esta pesquisa optou por utilizar o termo home office para caracterizar a prática do trabalho à distância, visto que se propõe a pensar sobre a interação entre o trabalho e o lar - imbricados em um mesmo espaço social - bem como dialogar sobre os conflitos existentes nesse universo, que são intensificados pelas históricas desigualdades de gênero e por uma naturalização do trabalho reprodutivo. Buscando compreender o contexto casa-trabalho, enquanto um ambiente passível de conflito, o intuito, a partir de uma perspectiva de resistência feminina, é analisar como a subjetividade de trabalhadoras inseridas em seus contextos sociais e institucionais, acaba sendo atravessada pelas contingências cotidianas presentes no mundo do trabalho atual, o que tende a gerar um desgaste mental - baseado na teoria de Edith Seligmann Silva. Para tanto, realizou-se uma pesquisa etnográfica virtual, na rede social Instagram, para entrar em contato com perfis pessoais e/ou profissionais de mulheres que estão trabalhando em regime de home office. A partir dessa busca, foi proposto um formulário sociodemográfico para fazer uma caracterização das 30 participantes. O formulário direcionou uma triagem, pela qual foram entrevistadas 10 trabalhadoras. Verificou-se que as mulheres trabalhadoras em home office enfrentam um conflito do ambiente casa-trabalho e acabam sendo afetadas na sua saúde mental, gerando o desgaste, por esta razão foram criadas ações táticas e estratégicas por parte das trabalhadoras para resistir frente às imponderabilidades cotidianas do home office. Espera-se que a pesquisa motive trabalhos futuros, já que não objetiva responder a tudo, mas abrir possibilidades de novas reflexões sobre o universo da Psicologia Social do Trabalho. |
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Resistência feminina no trabalho à distância: a linha tênue entre o "home" e o "office"Female resistance at work at a distance: the fine line between home and officeHome officeMulherResistênciaTáticaEstratégiaPandemiaWomenResistanceTacticsStrategiesPandemicA presente dissertação se direciona à linha de pesquisa “Processos Psicossociais e de Subjetivação na Contemporaneidade” e consiste em um esforço para compreender as táticas e estratégias utilizadas pela mulher e trabalhadora, frente à realidade do home office, em tempos de uma pandemia global, fundamentada pelo referencial teórico do filósofo Michel de Certeau. Objetivou-se pensar sobre como a mulher trabalhadora em home office ressignifica o trabalho, como ela resiste ativamente, na realização de suas práticas cotidianas. Esta pesquisa optou por utilizar o termo home office para caracterizar a prática do trabalho à distância, visto que se propõe a pensar sobre a interação entre o trabalho e o lar - imbricados em um mesmo espaço social - bem como dialogar sobre os conflitos existentes nesse universo, que são intensificados pelas históricas desigualdades de gênero e por uma naturalização do trabalho reprodutivo. Buscando compreender o contexto casa-trabalho, enquanto um ambiente passível de conflito, o intuito, a partir de uma perspectiva de resistência feminina, é analisar como a subjetividade de trabalhadoras inseridas em seus contextos sociais e institucionais, acaba sendo atravessada pelas contingências cotidianas presentes no mundo do trabalho atual, o que tende a gerar um desgaste mental - baseado na teoria de Edith Seligmann Silva. Para tanto, realizou-se uma pesquisa etnográfica virtual, na rede social Instagram, para entrar em contato com perfis pessoais e/ou profissionais de mulheres que estão trabalhando em regime de home office. A partir dessa busca, foi proposto um formulário sociodemográfico para fazer uma caracterização das 30 participantes. O formulário direcionou uma triagem, pela qual foram entrevistadas 10 trabalhadoras. Verificou-se que as mulheres trabalhadoras em home office enfrentam um conflito do ambiente casa-trabalho e acabam sendo afetadas na sua saúde mental, gerando o desgaste, por esta razão foram criadas ações táticas e estratégicas por parte das trabalhadoras para resistir frente às imponderabilidades cotidianas do home office. Espera-se que a pesquisa motive trabalhos futuros, já que não objetiva responder a tudo, mas abrir possibilidades de novas reflexões sobre o universo da Psicologia Social do Trabalho.The dissertation focuses on the research line "Psychosocial Processes and Subjectivation in Contemporaneity" and it aims to understand the tactics and strategies used by women and workers in the reality of home office during a global pandemic. It is based on the theoretical framework of philosopher Michel de Certeau. The objective was to examine how women workers redefine their work and actively resist in their daily practices. This research chose to use the term "home office" to characterize remote work, as it aims to explore the interaction between work and home - intertwined in the same social space - and to discuss the conflicts that arise in this universe, which are exacerbated by historical gender inequalities and a naturalization of reproductive work. Seeking to understand the home-work context as a potentially conflicting environment, the intent, from a perspective of female resistance, is to analyze how the subjectivity of workers embedded in their social and institutional contexts is influenced by the daily contingencies present in the current world of work, which tends to cause mental strain - based on Edith Seligmann Silva's theory. For this purpose, a virtual ethnographic research was conducted on the social network Instagram to connect with personal and/or professional profiles of women working remotely. A sociodemographic form was proposed to characterize the thirty participants, and ten workers were interviewed. The findings indicate that women workers in home office face conflicts between their home and work environments and are affected in their mental health, leading to strain. As a result, they have developed tactical and strategic actions to resist the uncertainties of remote work. It is hoped that this research will inspire future work, as it does not aim to provide all the answers but rather open up possibilities for new reflections on the universe of Social Psychology of Work.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Castro, Matheus Fernandes de [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Zandonadi, Saara Danielle Damasceno Martins2023-09-19T19:47:05Z2023-09-19T19:47:05Z2023-08-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/25072733004048021P6porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-18T13:44:52Zoai:repositorio.unesp.br:11449/250727Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T15:07:39.703460Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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