Metamorfoses da agricultura capitalista na região centro oeste do estado de São Paulo - 2000 a 2020

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santos, Selma de Fatima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/215456
Resumo: Nosso objeto de pesquisa, intitulado “Metamorfoses da agricultura capitalista na região centro oeste do estado de São Paulo (2000-2020)” pretende abordar a atualidade do desenvolvimento capitalista da agricultura, na atual fase de aprofundamento dos monopólios e de mundialização do capital. A modernização conservadora da agricultura (1964-1984) criou condições que se tornaram objetivas para o surgimento e consolidação do agronegócio a partir dos anos 1990, bem como, a reestruturação produtiva no campo e o projeto neoliberal nesta mesma década, criaram as bases para a sua consolidação. A partir dos anos 2000, entidades de classe se reorganizaram e redefiniram a hegemonia dos interesses da burguesia agroindustrial, difundindo a ideologia do Agronegócio como a agricultura de precisão que ‘revolucionaria’ a agricultura capitalista no século XXI. É a partir da junção de capitais agrários, industriais e financeiros que se forma a moderna agroindústria num patamar elevado de desenvolvimento técnico e de financeirização. São as commodities agrícolas que mantém os lucros de uma burguesia agroindustrial monopolista, que se formou como grandes transnacionais brasileiras, associadas ao capital imperialista internacional. Nossa hipótese é a de que, na região centro oeste paulista, assim como em nível nacional, no âmbito da questão agrária, o agronegócio se concretiza juntando as relações históricas que o desenvolvimento capitalista já consolidou, transformando-se num modelo de agricultura que possui no seu núcleo interior, contradições colossais, onde o antigo latifúndio, “mudou” sua composição para uma empresa rural moderna, sem romper com as formas do atraso. Surge o discurso de modernidade, produtividade e sustentabilidade, ocultando em sua essência diversas e profundas contradições. Evidencia-se, na atualidade, intenso acumulo de capitais circulante nas bolsas de valores e mercados de futuros, nas instituições financeiras, subsidiarias, fundos de pensões privados, etc., onde as commodities agrícolas (com lastro real ou não), servem de alavanca para a centralização e acumulação de novos capitais. Podemos destacar também o papel que cumpre a mercadoria terra como ativo financeiro, a qual cumpre com duas funções: a terra inserida no processo produtivo como fator de produção e a improdutiva como reserva de lucros para a especulação. Trata-se, portanto, de compreender a dinâmica das contradições dos processos históricos sociais, onde os monopólios incorporaram o desenvolvimento pleno das forças produtivas no campo, porém gerando grandes contradições econômicas, políticas, sociais, ambientais. O agronegócio monopolizou a terra, água, minérios, florestas, mão de obra barata, os meios de produção, a ciência e a técnica, o lucro, causando ao mesmo tempo a fome, a pobreza, miséria, desigualdades sociais, graves problemas ambientais e potenciais conflitos no campo. Nos parece provável que se não houver outro tipo de projeto sustentado em novas bases produtivas com novas determinações e matrizes, que atue na contramão da capacidade destrutiva das forças operantes do capital, a humanidade estará seriamente ameaçada em seu futuro não muito longínquo, tanto pela barbárie no modo de vida social, como pela ameaça de morte da biodiversidade e do planeta.
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A modernização conservadora da agricultura (1964-1984) criou condições que se tornaram objetivas para o surgimento e consolidação do agronegócio a partir dos anos 1990, bem como, a reestruturação produtiva no campo e o projeto neoliberal nesta mesma década, criaram as bases para a sua consolidação. A partir dos anos 2000, entidades de classe se reorganizaram e redefiniram a hegemonia dos interesses da burguesia agroindustrial, difundindo a ideologia do Agronegócio como a agricultura de precisão que ‘revolucionaria’ a agricultura capitalista no século XXI. É a partir da junção de capitais agrários, industriais e financeiros que se forma a moderna agroindústria num patamar elevado de desenvolvimento técnico e de financeirização. São as commodities agrícolas que mantém os lucros de uma burguesia agroindustrial monopolista, que se formou como grandes transnacionais brasileiras, associadas ao capital imperialista internacional. Nossa hipótese é a de que, na região centro oeste paulista, assim como em nível nacional, no âmbito da questão agrária, o agronegócio se concretiza juntando as relações históricas que o desenvolvimento capitalista já consolidou, transformando-se num modelo de agricultura que possui no seu núcleo interior, contradições colossais, onde o antigo latifúndio, “mudou” sua composição para uma empresa rural moderna, sem romper com as formas do atraso. Surge o discurso de modernidade, produtividade e sustentabilidade, ocultando em sua essência diversas e profundas contradições. Evidencia-se, na atualidade, intenso acumulo de capitais circulante nas bolsas de valores e mercados de futuros, nas instituições financeiras, subsidiarias, fundos de pensões privados, etc., onde as commodities agrícolas (com lastro real ou não), servem de alavanca para a centralização e acumulação de novos capitais. Podemos destacar também o papel que cumpre a mercadoria terra como ativo financeiro, a qual cumpre com duas funções: a terra inserida no processo produtivo como fator de produção e a improdutiva como reserva de lucros para a especulação. Trata-se, portanto, de compreender a dinâmica das contradições dos processos históricos sociais, onde os monopólios incorporaram o desenvolvimento pleno das forças produtivas no campo, porém gerando grandes contradições econômicas, políticas, sociais, ambientais. O agronegócio monopolizou a terra, água, minérios, florestas, mão de obra barata, os meios de produção, a ciência e a técnica, o lucro, causando ao mesmo tempo a fome, a pobreza, miséria, desigualdades sociais, graves problemas ambientais e potenciais conflitos no campo. Nos parece provável que se não houver outro tipo de projeto sustentado em novas bases produtivas com novas determinações e matrizes, que atue na contramão da capacidade destrutiva das forças operantes do capital, a humanidade estará seriamente ameaçada em seu futuro não muito longínquo, tanto pela barbárie no modo de vida social, como pela ameaça de morte da biodiversidade e do planeta.Our research object, entitled “Metamorphoses of capitalist agriculture in the central west region of the state of São Paulo (2000-2020)” intends to address the current capitalist development of agriculture, in the current phase of deepening of monopolies and globalization of capital. The conservative modernization of agriculture (1964-1984) created conditions that became objective for the emergence and consolidation of agribusiness from the 1990s onwards, as well as the productive restructuring in the countryside and the neoliberal project in the same decade, created the bases for its consolidation. Since the 2000s, class entities have reorganized and redefined the hegemony of the interests of the agro-industrial bourgeoisie, spreading the ideology of Agribusiness as precision agriculture that would 'revolution' capitalist agriculture in the 21st century. It is from the fusion of agrarian, industrial and financial capital that modern agribusiness is formed at a high level of technical development and financialization. Agricultural commodities keep the profits of a monopolistic agroindustrial bourgeoisie, which constituted itself as large Brazilian transnationals, associated with international imperialist capital. Our hypothesis is that, in the central west region of São Paulo, as well as at the national level, in the context of the agrarian issue, agribusiness is materialized by joining the historical relations that capitalist development has already consolidated, transforming itself into a model of agriculture that it has in the its inner core, colossal contradictions, where the former latifundium “changed” its composition to a modern rural enterprise, without breaking with the forms of backwardness. The discourse of modernity, productivity and sustainability emerges, hiding in its essence several and deep contradictions. It is evident, at the present time, an intense accumulation of circulating capital on the stock exchanges and futures markets, in financial institutions, subsidiaries, private pension funds, etc., where agricultural commodities (with real or not backing), serve as a lever for the centralization and accumulation of new capital. We can also highlight the role played by the land commodity as a financial asset, which fulfills two functions: land inserted in the production process as a production factor and unproductive land as a profit reserve for speculation. Therefore, it is necessary to understand the dynamics of the contradictions of historical social processes, where monopolies incorporated the full development of productive forces in the countryside, but generating great economic, political, social and environmental contradictions. Agribusiness has monopolized land, water, minerals, forests, cheap labor, the means of production, science and technology, profit, while causing hunger, poverty, misery, social inequalities, serious environmental problems and potential conflicts in the countryside. It seems likely to us that if there is no other type of project supported by new productive bases with new determinations and matrices, which act against the destructive capacity of the operating forces of capital, humanity will be seriously threatened in its not-too-distant future, both by barbarism in the social way of life, as by the threat of death to biodiversity and the planet.Não recebi financiamentoUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Deo, Anderson [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Santos, Selma de Fatima2021-12-15T11:25:25Z2021-12-15T11:25:25Z2021-09-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfSANTOS, Selma de Fatima. Metamorfoses da agricultura capitalista na região centro oeste do estado de São Paulo - 2000 a 2020. 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