Aprendizado motor em crianças: comparação entre 06 e 10 anos
Ano de defesa: | 2007 |
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Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Link de acesso: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-04062008-123622/ |
Resumo: | A aprendizagem motora é um processo desencadeado pelo treino, que envolve inúmeras mudanças sinápticas que, inicialmente, são temporárias e depois, com a continuidade do estímulo, consolidam-se definitivamente. Como tal processo não pode ser mensurado diretamente in vivo, as medidas tomadas como evidências da sua consolidação são comportamentais, ou seja, medidas de alteração de desempenho desencadeadas pelo treino. Um maior conhecimento a respeito dos fatores que interferem no processo de aprendizagem motora é de extrema importância para todas as ciências que estudam os efeitos do treino motor, tais como Pedagogia, Educação Física, Terapia Ocupacional, Fisioterapia, entre outras, à medida que permitem a implantação de abordagens mais específicas. Dentre vários fatores importantes, esse estudo elegeu a idade, já que, atualmente, não é claro como diferenciar o treino para crianças em diferentes faixas etárias. A indagação a respeito dos possíveis efeitos da idade sobre o processo sustenta-se no fato que o cérebro humano, ao nascimento, não se encontra completamente desenvolvido, o que só será alcançado, aproximadamente, duas décadas depois. Assim, sendo o processo de aprendizagem dependente de várias estruturas cerebrais, funcionando de forma complexa e sincrônica, é plausível supor que crianças em diferentes estágios maturacionais do Sistema Nervoso, sob as mesmas condições de treino, alcancem diferentes desempenhos. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi, por meio da análise do desempenho de uma nova tarefa, investigar possíveis diferenças no processo de aprendizagem motora entre crianças saudáveis de 6 e 10 anos. Para isso, foi comparado o desempenho motor em uma tarefa de oposição de dedos da mão, em duas diferentes seqüências, uma treinada por meio de 4 blocos de 600 movimentos e outra tomada como controle, entre um grupo de 16 crianças com idade de seis anos (6,5+0,2) e outro composto por dez crianças com idade entre 9 e 10 anos (9,6+0.50). O desempenho para ambas as seqüências foi tomado em 6 diferentes momentos: antes, 2 minutos, 4, 7, 14 e 28 dias depois da sessão de treino e então, analisado estatisticamente por meio da ANOVA para medidas repetidas. Os resultados obtidos durante o treino mostraram que, em termos de velocidade de oposição de dedos, as crianças menores apresentavam, inicialmente, uma lentidão que desapareceu após as primeiras 600 repetições. Já a análise do desempenho dos mesmos movimentos dentro de uma seqüência específica mostrou o comportamento oposto: as crianças menores, inicialmente, apresentavam o mesmo desempenho em comparação às mais velhas, mas, após o primeiro bloco de treino, essas últimas tornaram-se progressivamente mais eficientes no aproveitamento do treinamento. A análise dos resultados obtidos com a seqüência tomada como controle mostrou que as crianças menores apresentaram dificuldade em generalizar a aprendizagem para a seqüência reversa. Tomados em conjunto, esses resultados indicam diferenças no aproveitamento do treino entre crianças de 6 e 10 anos, discutidas nesse estudo como associadas principalmente a diferenças nas funções cognitivas envolvidas na construção da habilidade, coerentes com as diferenças maturacionais do Sistema Nervoso esperadas entre essas idades. |
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Dentre vários fatores importantes, esse estudo elegeu a idade, já que, atualmente, não é claro como diferenciar o treino para crianças em diferentes faixas etárias. A indagação a respeito dos possíveis efeitos da idade sobre o processo sustenta-se no fato que o cérebro humano, ao nascimento, não se encontra completamente desenvolvido, o que só será alcançado, aproximadamente, duas décadas depois. Assim, sendo o processo de aprendizagem dependente de várias estruturas cerebrais, funcionando de forma complexa e sincrônica, é plausível supor que crianças em diferentes estágios maturacionais do Sistema Nervoso, sob as mesmas condições de treino, alcancem diferentes desempenhos. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi, por meio da análise do desempenho de uma nova tarefa, investigar possíveis diferenças no processo de aprendizagem motora entre crianças saudáveis de 6 e 10 anos. Para isso, foi comparado o desempenho motor em uma tarefa de oposição de dedos da mão, em duas diferentes seqüências, uma treinada por meio de 4 blocos de 600 movimentos e outra tomada como controle, entre um grupo de 16 crianças com idade de seis anos (6,5+0,2) e outro composto por dez crianças com idade entre 9 e 10 anos (9,6+0.50). O desempenho para ambas as seqüências foi tomado em 6 diferentes momentos: antes, 2 minutos, 4, 7, 14 e 28 dias depois da sessão de treino e então, analisado estatisticamente por meio da ANOVA para medidas repetidas. Os resultados obtidos durante o treino mostraram que, em termos de velocidade de oposição de dedos, as crianças menores apresentavam, inicialmente, uma lentidão que desapareceu após as primeiras 600 repetições. Já a análise do desempenho dos mesmos movimentos dentro de uma seqüência específica mostrou o comportamento oposto: as crianças menores, inicialmente, apresentavam o mesmo desempenho em comparação às mais velhas, mas, após o primeiro bloco de treino, essas últimas tornaram-se progressivamente mais eficientes no aproveitamento do treinamento. A análise dos resultados obtidos com a seqüência tomada como controle mostrou que as crianças menores apresentaram dificuldade em generalizar a aprendizagem para a seqüência reversa. Tomados em conjunto, esses resultados indicam diferenças no aproveitamento do treino entre crianças de 6 e 10 anos, discutidas nesse estudo como associadas principalmente a diferenças nas funções cognitivas envolvidas na construção da habilidade, coerentes com as diferenças maturacionais do Sistema Nervoso esperadas entre essas idades.Motor learning is a process triggered by training, which involves numerous synaptic changes that are initially temporary, and further, with the stimulus continuity, consolidate definitively. As such process cannot be measured directly in vivo, the measures taken as evidences of their consolidation are behavioral, that is, they are performance change measures triggered by training. A greater knowledge on the factors that interfere on the motor learning process is extremely important for all the sciences that investigate the effects of motor training, such as Pedagogy, Physical Education, Occupational Therapy, Physiotherapy, among others, as they enable the implementation of more specific approaches. Among several important factors, this investigation has elected age, since today it is not clear how to differentiate training for children at different age ranges. The question about the possible effects of age on the process is supported by the fact that the human brain, upon birth, is not completely developed, and this development will only be reached approximately two decades later. Thus, as the learning process depends on several brain structures, which operate in a complex and synchronized way, it is plausible assuming that children at different maturity stages of the Nervous System, and under the same training conditions, achieve different performances. Thus, this work aimed at investigating eventual differences in the motor learning process, by analyzing the performance of a new task, among healthy children from 6 to 10 years old. To do that, the motor performance was compared for a task of hand\'s fingers opposition, in two different sequences, one trained by means of 4 blocks with 600 motions, and the other taken as control, in a group of 16 (sixteen) six-year old children (6.5+0.2), and another one comprised by 10 (ten) 9-10-year old children (9.6+0.50). The performance for both sequences was taken in 6 different times: before, 2 minutes, 4, 7, 14 and 28 days after the training sessions, and then statistically analyzed via ANOVA for repeated measures. The results achieved during the training evidenced that, in terms of finger opposition speed, smaller children initially presented a slowness, which disappeared after the first 600 repetitions. By its turn, the performance for the same motions within a specific sequence showed the opposite behavior: smaller children initially presented the same performance when compared to the older ones, but after the first training block, the latter ones became more and more efficient in terms of training results. The analysis of the results achieved with the sequence taken for control purposes showed that smaller children presented difficulty in generalizing the learning for the reverse sequence. When considered as a set, these results indicate differences in the training results between 6- and 10-year old children, discussed in this investigation as especially associated to differences in the cognitive functions involved in skill construction, coherent with the maturity differences of the Nervous System, expected between these ages.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPiemonte, Maria Elisa PimentelSiqueira, Mariana Vulcano2007-11-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-04062008-123622/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:56Zoai:teses.usp.br:tde-04062008-123622Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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