Gentamicina no neonato: efeitos precoces e tardios sobre a audição

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Garcia, Roberta
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17150/tde-11042023-083102/
Resumo: Introdução - Sendo a audição o sentido humano mais importante para a comunicação oral, ela deve ser avaliada desde o nascimento até o desenvolvimento infantil, quando na presença de riscos auditivos. Objetivo - Investigar os efeitos precoces e tardios sobre a audição dos neonatos que foram expostos à gentamicina no período neonatal. Métodos - Foram analisados dados de anamnese e de triagem auditiva de 956 prontuários de neonatos, nascidos entre 2014 e 2020, que apresentavam pelo menos um indicador de risco para a deficiência auditiva (IRDA) e divididos em 3 grupos: grupo 1 - gentamicina, grupo 2 - gentamicina e outros IRDA e grupo 3 - qualquer IRDA, exceto a gentamicina. Em um segundo momento, foi aplicado um questionário, via telefone, com as mães do grupo 1, com questões acerca do desenvolvimento auditivo e de fala. Resultados - No grupo 1, o índice de falha na TANU foi de 4,6%. No grupo 2, o índice de falha foi de 20,3% e no grupo 3, o índice de falha foi de 11,2%. Os três IRDA mais frequentes na população estudada foram: presença de drogas ototóxicas, TORCHS e permanência em UTIN acima de 5 dias. Analisando o potencial ototóxico dos antibióticos isolados, a amicacina mostrou-se mais ototóxica que a gentamicina, apresentando um índice de falha na TANU de 12,5 e 9,2%, respectivamente. A co-terapêutica que mais falhou na TANU, com 75%, foi a tríade gentamicina, amicacina e vancomicina. Entre os sujeitos do grupo 1, houve a confirmação do diagnóstico de perda auditiva precoce possivelmente induzida pela gentamicina em um recém-nascido (0,9%). Os achados do monitoramento audiológico entre os participantes do grupo 1, encontrou outro caso, agora de perda auditiva tardia possivelmente induzida pela gentamicina. A análise dos questionários mostrou que 11,8% das mães apresentaram queixas e foram considerados casos suspeitos de perda auditiva tardia, com orientação de procurar a UBS de origem para avaliação especializada. Conclusão - A gentamicina não aumenta o índice de encaminhamento para diagnóstico audiológico. Entretanto, apresentou prevalência de 1,8% de perda auditiva. Além de ter encontrado queixas em 11,8% das mães de crianças expostas a gentamicina. Portanto, deve continuar sendo considerada como indicador de risco para a deficiência auditiva e os neonatos com exposição à gentamicina devem continuar tendo sua audição monitorizada.
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spelling Gentamicina no neonato: efeitos precoces e tardios sobre a audiçãoGentamicin in the neonate: early and late effects on hearingAudiçãoGentamicinGentamicinaHearingHearing lossNeonateNeonatoOtotoxicidadeOtotoxicityPerda auditivaIntrodução - Sendo a audição o sentido humano mais importante para a comunicação oral, ela deve ser avaliada desde o nascimento até o desenvolvimento infantil, quando na presença de riscos auditivos. Objetivo - Investigar os efeitos precoces e tardios sobre a audição dos neonatos que foram expostos à gentamicina no período neonatal. Métodos - Foram analisados dados de anamnese e de triagem auditiva de 956 prontuários de neonatos, nascidos entre 2014 e 2020, que apresentavam pelo menos um indicador de risco para a deficiência auditiva (IRDA) e divididos em 3 grupos: grupo 1 - gentamicina, grupo 2 - gentamicina e outros IRDA e grupo 3 - qualquer IRDA, exceto a gentamicina. Em um segundo momento, foi aplicado um questionário, via telefone, com as mães do grupo 1, com questões acerca do desenvolvimento auditivo e de fala. Resultados - No grupo 1, o índice de falha na TANU foi de 4,6%. No grupo 2, o índice de falha foi de 20,3% e no grupo 3, o índice de falha foi de 11,2%. Os três IRDA mais frequentes na população estudada foram: presença de drogas ototóxicas, TORCHS e permanência em UTIN acima de 5 dias. Analisando o potencial ototóxico dos antibióticos isolados, a amicacina mostrou-se mais ototóxica que a gentamicina, apresentando um índice de falha na TANU de 12,5 e 9,2%, respectivamente. A co-terapêutica que mais falhou na TANU, com 75%, foi a tríade gentamicina, amicacina e vancomicina. Entre os sujeitos do grupo 1, houve a confirmação do diagnóstico de perda auditiva precoce possivelmente induzida pela gentamicina em um recém-nascido (0,9%). Os achados do monitoramento audiológico entre os participantes do grupo 1, encontrou outro caso, agora de perda auditiva tardia possivelmente induzida pela gentamicina. A análise dos questionários mostrou que 11,8% das mães apresentaram queixas e foram considerados casos suspeitos de perda auditiva tardia, com orientação de procurar a UBS de origem para avaliação especializada. Conclusão - A gentamicina não aumenta o índice de encaminhamento para diagnóstico audiológico. Entretanto, apresentou prevalência de 1,8% de perda auditiva. Além de ter encontrado queixas em 11,8% das mães de crianças expostas a gentamicina. Portanto, deve continuar sendo considerada como indicador de risco para a deficiência auditiva e os neonatos com exposição à gentamicina devem continuar tendo sua audição monitorizada.Introduction - Since hearing is the most important human sense for oral communication, it must be evaluated from birth to child development, when hearing risks are present. Objective - To investigate the early and late effects on the hearing of neonates who were exposed to gentamicin in the neonatal period. Methods - Anamnesis and hearing screening data from 956 medical records of neonates born between 2014 and 2020, who had at least one risk indicator for hearing impairment (RIHI) were analyzed and divided into 3 groups: group 1 - gentamicin, group 2 - gentamicin and other RIHI and group 3 - any RIHI except gentamicin. In a second moment, a questionnaire was applied, via telephone, with the mothers of the group 1, with questions about auditory and speech development. Results - In group 1, the UNHS failure rate was 4.6%. In group 2, the failure rate was 20.3% and in group 3, the failure rate was 11.2%. The three most frequent RIHI in the population studied were: presence of ototoxic drugs, TORCHS and NICU stay for more than 5 days. Analyzing the ototoxic potential of the isolated antibiotics, amikacin proved to be more ototoxic than gentamicin, with a failure rate of 12.5 and 9.2% in UNHS, respectively. The co-therapeutic that most failed in UNHS, with 75%, was the triad gentamicin, amikacin and vancomycin. Among the subjects of group 1, there was confirmation of the diagnosis of early hearing loss possibly induced by gentamicin in one newborn (0.9%). The findings of audiological monitoring among the participants of group 1, found another case (0,9%), now of late hearing loss possibly induced by gentamicin. The analysis of the questionnaires showed that 11.8% of the mothers had complaints and were considered suspected cases of late hearing loss, with guidance to seek the BHU of origin for specialized evaluation. Conclusion - Gentamicin does not increase the referral rate for audiological diagnosis. However, it presented a prevalence of 1.8% of hearing loss. In addition to having found complaints in 11.8% of mothers of children exposed to gentamicin. Therefore, it should continue to be considered as a risk indicator for hearing loss and neonates exposed to gentamicin should continue to have their hearing monitored.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHyppolito, Miguel AngeloGarcia, Roberta2023-01-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17150/tde-11042023-083102/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-04-12T15:55:20Zoai:teses.usp.br:tde-11042023-083102Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-04-12T15:55:20Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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