Linfoma canino: papel do meio ambiente
Ano de defesa: | 2012 |
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Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
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Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Link de acesso: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-05082013-165249/ |
Resumo: | O linfoma é uma neoplasia maligna do tecido linfóide, sendo reconhecidamente uma doença similar nos cães e no homem. Este trabalho teve como objetivo investigar se os fatores ambientais da cidade de São Paulo poderiam ser associados ao desenvolvimento de linfomas em cães. Para tanto, três estudos foram realizados. Primeiramente procedemos à realização de um estudo retrospectivo abordando o diagnóstico e a imunofenotipagem dos linfomas em cães em São Paulo. Foi feito um levantamento dos casos de linfoma coletados nos arquivos do Serviço de Patologia Animal do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, de 1995 a 2009. Os linfomas caninos foram diagnosticados morfologicamente de acordo com a classificação de Kiel atualizada. Foram coletados dados como raça, gênero e idade. Os casos de linfomas foram submetidos à imunofenotipagem, por meio de imuno-histoquímica, usando-se anticorpos primários anti-CD3 (linfócitos T) e anti-CD79a (linfócitos B). Cães sem raça definida e sem predileção de gênero foram os mais acometidos por linfomas. Em relação ao resultado da imunofenotipagem, 55 (85%) linfomas tiveram origem de células T e 10 (15%) tiveram origem de células B. Um segundo estudo vislumbrou aplicar um questionário epidemiológico a 83 proprietários de cães portadores de linfomas e a 84 controles. A análise multivariada dos resultados demonstrou que cães que viviam em ambientes externos e próximos às ruas ou avenidas movimentadas (mais de 50 veículos por minuto em um raio de 100 metros) apresentaram maior risco de desenvolver linfomas. O terceiro estudo procurou comparar a distribuição de casos de linfomas caninos e humanos na cidade de São Paulo. De 8804 casos de LNH em humanos do Registro de Câncer da cidade de São Paulo, foram selecionados aleatoriamente 629 casos, entre 1996 e 2006. Paralelamente, 579 casos de linfoma não Hodgkin (LNH) em cães, ocorridos no mesmo período, foram obtidos de cinco hospitais veterinários de referência na mesma cidade. Todos os casos foram georreferenciados de acordo com o código de endereçamento postal. A correlação de Spearman mostrou-se altamente significante para a correlação entre a distribuição espacial de linfomas caninos e humanos. Essa sobreposição espacial dos casos de LNH sugere que os cães e os humanos podem compartilhar fatores etiológicos comuns, e que possivelmente os fatores ambientais podem desempenhar um papel na etiologia da LNH em ambas as espécies. Estes resultados sugerem um papel dos poluentes ambientais para o risco de desenvolvimento de linfoma nos cães. Pesquisas futuras devem avaliar os componentes da poluição do ar que podem se relacionar ao desenvolvimento de linfoma. |
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Linfoma canino: papel do meio ambienteCanine lymphoma: role of the environmentCãesDogsEnvironmental factorsEpidemiological questionnaireFatores ambientaisGeographic Information SystemGeoprocessamentoHumanosLinfomaLymphomaQuestionário epidemiológicoO linfoma é uma neoplasia maligna do tecido linfóide, sendo reconhecidamente uma doença similar nos cães e no homem. Este trabalho teve como objetivo investigar se os fatores ambientais da cidade de São Paulo poderiam ser associados ao desenvolvimento de linfomas em cães. Para tanto, três estudos foram realizados. Primeiramente procedemos à realização de um estudo retrospectivo abordando o diagnóstico e a imunofenotipagem dos linfomas em cães em São Paulo. Foi feito um levantamento dos casos de linfoma coletados nos arquivos do Serviço de Patologia Animal do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, de 1995 a 2009. Os linfomas caninos foram diagnosticados morfologicamente de acordo com a classificação de Kiel atualizada. Foram coletados dados como raça, gênero e idade. Os casos de linfomas foram submetidos à imunofenotipagem, por meio de imuno-histoquímica, usando-se anticorpos primários anti-CD3 (linfócitos T) e anti-CD79a (linfócitos B). Cães sem raça definida e sem predileção de gênero foram os mais acometidos por linfomas. Em relação ao resultado da imunofenotipagem, 55 (85%) linfomas tiveram origem de células T e 10 (15%) tiveram origem de células B. Um segundo estudo vislumbrou aplicar um questionário epidemiológico a 83 proprietários de cães portadores de linfomas e a 84 controles. A análise multivariada dos resultados demonstrou que cães que viviam em ambientes externos e próximos às ruas ou avenidas movimentadas (mais de 50 veículos por minuto em um raio de 100 metros) apresentaram maior risco de desenvolver linfomas. O terceiro estudo procurou comparar a distribuição de casos de linfomas caninos e humanos na cidade de São Paulo. De 8804 casos de LNH em humanos do Registro de Câncer da cidade de São Paulo, foram selecionados aleatoriamente 629 casos, entre 1996 e 2006. Paralelamente, 579 casos de linfoma não Hodgkin (LNH) em cães, ocorridos no mesmo período, foram obtidos de cinco hospitais veterinários de referência na mesma cidade. Todos os casos foram georreferenciados de acordo com o código de endereçamento postal. A correlação de Spearman mostrou-se altamente significante para a correlação entre a distribuição espacial de linfomas caninos e humanos. Essa sobreposição espacial dos casos de LNH sugere que os cães e os humanos podem compartilhar fatores etiológicos comuns, e que possivelmente os fatores ambientais podem desempenhar um papel na etiologia da LNH em ambas as espécies. Estes resultados sugerem um papel dos poluentes ambientais para o risco de desenvolvimento de linfoma nos cães. Pesquisas futuras devem avaliar os componentes da poluição do ar que podem se relacionar ao desenvolvimento de linfoma.Lymphoma is a malignant neoplasm of lymphoid tissue, recognized as a similar disease in dogs and humans. This study aimed to investigate whether environmental factors of the city of São Paulo could be associated with the development of lymphoma in dogs. For this, three studies were conducted. First we proceed to carry out a retrospective study covering the diagnosis and the immunophenotyping of lymphomas in dogs in Sao Paulo. We conducted a survey of lymphoma cases collected in the archives of the Pathology Service of the Department of Animal Pathology, Faculty of Veterinary Medicine at the University of Sao Paulo, from 1995 to 2009. The canine lymphomas were diagnosed morphologically according to the updated Kiel classification. Data as race, gender and age were collected. Lymphomas underwent immunophenotyping through immunohistochemistry, using primary antibodies anti-CD3 (T lymphocytes) and anti-CD79a (B lymphocytes). Mongrel dogs and with no predilection of gender were the most affected by lymphoma. In relation to the result of immunophenotyping, 55 (85%) lymphomas had T-cell origin and 10 (15%) come from B cells. A second study was an epidemiological questionnaire applied to 83 owners of dogs with lymphoma and to 84 controls. Multivariate analysis results suggested that dogs that live outdoors and close to busy highways or streets (more than 50 vehicles per minute within a radius of 100 meters) had a higher risk of developing lymphomas. The third study sought to compare the distribution of cases of canine lymphoma and human lymphomas in São Paulo. From 8804 cases of human non Hodgkin Lymphoma (NHL) recorded at the Cancer Registry of São Paulo, 629 cases were randomly selected between 1996 and 2006. In addition, 579 cases of NHL in dogs were obtained from five veterinary hospitals veterinary in the same period in Sao Paulo. All cases were geocoded according to the postal code. The Spearman correlation was highly significant between spatial distribution of human and canine lymphoma. The spatial overlap in cases of NHL suggests that dogs and humans may share common etiological factors, and possibly environmental factors may play a role in the etiology of NHL in both species. These results suggest a role of environmental pollutants in the risk of development of lymphoma in dogs. Future research should evaluate the components of air pollution that may be involved in the development of lymphoma.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPDagli, Maria Lucia ZaidanDias, Ricardo AugustoKimura, Katia Cristina2012-08-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-05082013-165249/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:37Zoai:teses.usp.br:tde-05082013-165249Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:37Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O linfoma é uma neoplasia maligna do tecido linfóide, sendo reconhecidamente uma doença similar nos cães e no homem. Este trabalho teve como objetivo investigar se os fatores ambientais da cidade de São Paulo poderiam ser associados ao desenvolvimento de linfomas em cães. Para tanto, três estudos foram realizados. Primeiramente procedemos à realização de um estudo retrospectivo abordando o diagnóstico e a imunofenotipagem dos linfomas em cães em São Paulo. Foi feito um levantamento dos casos de linfoma coletados nos arquivos do Serviço de Patologia Animal do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, de 1995 a 2009. Os linfomas caninos foram diagnosticados morfologicamente de acordo com a classificação de Kiel atualizada. Foram coletados dados como raça, gênero e idade. Os casos de linfomas foram submetidos à imunofenotipagem, por meio de imuno-histoquímica, usando-se anticorpos primários anti-CD3 (linfócitos T) e anti-CD79a (linfócitos B). Cães sem raça definida e sem predileção de gênero foram os mais acometidos por linfomas. Em relação ao resultado da imunofenotipagem, 55 (85%) linfomas tiveram origem de células T e 10 (15%) tiveram origem de células B. Um segundo estudo vislumbrou aplicar um questionário epidemiológico a 83 proprietários de cães portadores de linfomas e a 84 controles. A análise multivariada dos resultados demonstrou que cães que viviam em ambientes externos e próximos às ruas ou avenidas movimentadas (mais de 50 veículos por minuto em um raio de 100 metros) apresentaram maior risco de desenvolver linfomas. O terceiro estudo procurou comparar a distribuição de casos de linfomas caninos e humanos na cidade de São Paulo. De 8804 casos de LNH em humanos do Registro de Câncer da cidade de São Paulo, foram selecionados aleatoriamente 629 casos, entre 1996 e 2006. Paralelamente, 579 casos de linfoma não Hodgkin (LNH) em cães, ocorridos no mesmo período, foram obtidos de cinco hospitais veterinários de referência na mesma cidade. Todos os casos foram georreferenciados de acordo com o código de endereçamento postal. A correlação de Spearman mostrou-se altamente significante para a correlação entre a distribuição espacial de linfomas caninos e humanos. Essa sobreposição espacial dos casos de LNH sugere que os cães e os humanos podem compartilhar fatores etiológicos comuns, e que possivelmente os fatores ambientais podem desempenhar um papel na etiologia da LNH em ambas as espécies. Estes resultados sugerem um papel dos poluentes ambientais para o risco de desenvolvimento de linfoma nos cães. Pesquisas futuras devem avaliar os componentes da poluição do ar que podem se relacionar ao desenvolvimento de linfoma. |
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