Influência da relação cálcio: fósforo na estabilidade físico-química de misturas 3 em 1 para uso neonatal
Ano de defesa: | 2007 |
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Resumo: | A nutrição parenteral (NP) é uma solução ou emulsão, composta basicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais; estéril e apirogênica. Quando esta é uma emulsão, contém lipídio, sendo caracterizada como uma mistura 3 em 1. Quando é uma solução não contém lipídio, sendo caracterizada como uma mistura 2 em 1. Recém nascidos pré-termo necessitam de altas quantidades de cálcio e fósforo, para que ocorra adequada mineralização óssea. Desta forma, tendo em vista os reduzidos volumes utilizados em neonatologia, a problemática atual que mais desafia a prática farmacêutica de preparo da Nutrição Parenteral está relacionada à sua estabilidade físico-química com o fornecimento de quantidades adequadas destes íons. Embora a necessidade de altas concentrações de cálcio e fósforo nos prematuros venha sendo contornada com a utilização de fosfato orgânico, ainda existe a interferência de altas concentrações do íon cálcio na estabilidade da emulsão lipídica. Sendo assim, este trabalho tem como objetivo avaliar o efeito de altas concentrações de cálcio e fosfato orgânico na estabilidade físico-química de nutrições parenterais (NP) para uso neonatal. Três formulações foram assepticamente manipuladas em bolsas trilaminadas. Estas diferem quanto à quantidade de cálcio, enquanto a quantidade de fosfato orgânico é constante. Em todas são adicionadas vitaminas e oligoelementos. Cada formulação foi estocada a diferentes temperaturas: 4ºC, 25ºC e 37ºC. Os experimentos foram realizados no tempo zero, 24 h, 48 h, 72 h e 7 dias após a preparação da NP. Os parâmetros de estabilidade físico-química avaliados foram a inspeção visual, presença de precipitados, osmolalidade/osmolaridade, quantificação de peróxido e determinação do tamanho das partículas lipídicas por microscopia óptica. Avaliou-se também, a estabilidade das vitaminas B1 e B6 pelo método de CLAE, B2 por fluorescência e C por titulação iodométrica, respectivamente. Na primeira fase do trabalho, a qual avaliou a estabilidade físico-química das emulsões lipídicas, os resultados mostraram uma alteração de cor no primeiro dia de estudo e formação de filme lipídico reversível no sétimo dia para todas as formulações estudadas à 25ºC e 37ºC. O valor de pH manteve-se sem alterações significativas ao longo do estudo. De acordo com os parâmetros avaliados, as formulações apresentaram-se estáveis em todas as condições estudadas; nenhuma das três formulações apresentou um percentual de partículas lipídicas, maiores que 5 µm, acima de 0,05% e nível de peróxido para emulsões lipídicas acima de 500 µM. Os valores obtidos foram muito mais baixos que os recomendados, entretanto, houve aparecimento de partículas lipídicas maiores, evidenciando a importância da utilização de filtros de linha conectados aos equipos de infusão para uniformizar o tamanho das partículas lipídicas infundidas. Observou-se também a importância da utilização de equipos com fotoproteção durante a infusão. Na segunda fase do estudo, onde se avaliou a estabilidade química das vitaminas B1, B6, B2 e C. Não foi observada alteração significativa dos teores das vitaminas B1, B6 e B2 ao longo do estudo. Houve alteração significativa para a vitamina C, que em 72 horas à 25°C com e sem fotoproteção houve perda de 15% do seu teor. |
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Desta forma, tendo em vista os reduzidos volumes utilizados em neonatologia, a problemática atual que mais desafia a prática farmacêutica de preparo da Nutrição Parenteral está relacionada à sua estabilidade físico-química com o fornecimento de quantidades adequadas destes íons. Embora a necessidade de altas concentrações de cálcio e fósforo nos prematuros venha sendo contornada com a utilização de fosfato orgânico, ainda existe a interferência de altas concentrações do íon cálcio na estabilidade da emulsão lipídica. Sendo assim, este trabalho tem como objetivo avaliar o efeito de altas concentrações de cálcio e fosfato orgânico na estabilidade físico-química de nutrições parenterais (NP) para uso neonatal. Três formulações foram assepticamente manipuladas em bolsas trilaminadas. Estas diferem quanto à quantidade de cálcio, enquanto a quantidade de fosfato orgânico é constante. Em todas são adicionadas vitaminas e oligoelementos. Cada formulação foi estocada a diferentes temperaturas: 4ºC, 25ºC e 37ºC. Os experimentos foram realizados no tempo zero, 24 h, 48 h, 72 h e 7 dias após a preparação da NP. Os parâmetros de estabilidade físico-química avaliados foram a inspeção visual, presença de precipitados, osmolalidade/osmolaridade, quantificação de peróxido e determinação do tamanho das partículas lipídicas por microscopia óptica. Avaliou-se também, a estabilidade das vitaminas B1 e B6 pelo método de CLAE, B2 por fluorescência e C por titulação iodométrica, respectivamente. Na primeira fase do trabalho, a qual avaliou a estabilidade físico-química das emulsões lipídicas, os resultados mostraram uma alteração de cor no primeiro dia de estudo e formação de filme lipídico reversível no sétimo dia para todas as formulações estudadas à 25ºC e 37ºC. O valor de pH manteve-se sem alterações significativas ao longo do estudo. De acordo com os parâmetros avaliados, as formulações apresentaram-se estáveis em todas as condições estudadas; nenhuma das três formulações apresentou um percentual de partículas lipídicas, maiores que 5 µm, acima de 0,05% e nível de peróxido para emulsões lipídicas acima de 500 µM. Os valores obtidos foram muito mais baixos que os recomendados, entretanto, houve aparecimento de partículas lipídicas maiores, evidenciando a importância da utilização de filtros de linha conectados aos equipos de infusão para uniformizar o tamanho das partículas lipídicas infundidas. Observou-se também a importância da utilização de equipos com fotoproteção durante a infusão. Na segunda fase do estudo, onde se avaliou a estabilidade química das vitaminas B1, B6, B2 e C. Não foi observada alteração significativa dos teores das vitaminas B1, B6 e B2 ao longo do estudo. Houve alteração significativa para a vitamina C, que em 72 horas à 25°C com e sem fotoproteção houve perda de 15% do seu teor.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos. 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