Comunicação e desrazão entre contextos e mediações, o direito a voz da pessoa com esquizofrenia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Garcia, Carla Costa
Orientador(a): Araújo, Inesita Soares de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23610
Resumo: Partindo da premissa de que o direito à comunicação é imprescindível ao direito à saúde, principalmente se pautado pelo princípio da equidade, este estudo teve como objetivo dimensionar e delinear essa relação, tomando como referência as pessoas com esquizofrenia e os contextos e as mediações que conformam seu direito a voz e/ou silenciamento na busca por cuidado e bem-estar em seus itinerários terapêuticos e trajetórias de vida. Com amparo teórico na perspectiva da Produção Social dos Sentidos, a pesquisa de campo foi realizada no Museu de Imagens do Inconsciente, com 11 meses de convívio, relacionamentos e estabelecimento de vínculos com 37 pacientes da instituição, que se tornaram personagens e protagonistas da pesquisa. Com recurso à Observação Participante, o Itinerário Terapêutico e a Entrevista, foram reunidos percepções, dados e informações que, descritos e interpretados, resultaram numa etnografia da comunicação e nove análises individuais em profundidade. Nessas análises, foram identificados e definidos itinerários terapêuticos, contextos existencial e situacional, mediações, situações de voz e silenciamento, lugares de interlocução, estratégias enunciativas e de visibilidade. A pesquisa permitiu constatar que, após a Reforma Psiquiátrica, as pessoas com esquizofrenia foram integradas, porém não incluídas socialmente. Existentes e visíveis como membros de um grupo ou categoria social, a elas são atribuídas nomeações, identidades e uma visibilidade, negativa e às avessas, qualificada de modo estigmatizado e discriminatório a partir da loucura e de seus pré-construídos da irracionalidade, incapacidade, anormalidade e por possuírem um discurso sem sentido Esta inscrição social as visibiliza a partir de sua dimensão biomédica, invisibilizando-as enquanto sujeito social, histórico, político, cultural e comunicacional. Essas pessoas são deslocadas para o "outro lado" das linhas abissais dos padrões sociais e da racionalidade, que servem de justificativa para sua falta de credibilidade, determinando a negação de seu direito a voz nos serviços de saúde e na sociedade. Nesse cenário, foi mapeado um grande número de contextos e de fatores - espaços, situações, vivências, estruturas simbólicas e físicas - que promovem a mediação entre seu direito a voz e sua silenciamento, em múltiplas combinações e intensidades, determinando um gradiente sempre instável de poder simbólico. Mediações que atuam de modo distinto com cada um dos protagonistas, podem ser consideradas ambivalentes e se destacam por revelar a dependência em relação ao outro, aquele que está "deste lado" da linha abissal da racionalidade. Observouse que dentro da mesma categoria há uma série de desigualdades, que permitem que tenham mais ou menos capital simbólico; nem todos manejam suas identidades da mesma maneira e o lugar de interlocução de "maluco" e a curatela tanto podem silenciar quanto permitir ascensão social e discursiva. As lutas dessas pessoas por direito a voz, saúde e inclusão social passam obrigatoriamente por sua reinscrição nas cenas social e discursiva e por assumirem novos lugares de interlocução, nos quais sejam considerados como sujeitos individuais, subjetivos, distintos entre si e dotados de legitimidade como seres humanos e sociais, o que lhes permitiria fazer-se ver, ouvir e crer. Nenhuma dessas condições aplica-se ao lugar de interlocução de pessoa com esquizofrenia, doente mental ou paciente psiquiátrico, pelo qual precisam conviver com a completa falta de credibilidade e a negação de seu direito à comunicação
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Com amparo teórico na perspectiva da Produção Social dos Sentidos, a pesquisa de campo foi realizada no Museu de Imagens do Inconsciente, com 11 meses de convívio, relacionamentos e estabelecimento de vínculos com 37 pacientes da instituição, que se tornaram personagens e protagonistas da pesquisa. Com recurso à Observação Participante, o Itinerário Terapêutico e a Entrevista, foram reunidos percepções, dados e informações que, descritos e interpretados, resultaram numa etnografia da comunicação e nove análises individuais em profundidade. Nessas análises, foram identificados e definidos itinerários terapêuticos, contextos existencial e situacional, mediações, situações de voz e silenciamento, lugares de interlocução, estratégias enunciativas e de visibilidade. A pesquisa permitiu constatar que, após a Reforma Psiquiátrica, as pessoas com esquizofrenia foram integradas, porém não incluídas socialmente. 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Nesse cenário, foi mapeado um grande número de contextos e de fatores - espaços, situações, vivências, estruturas simbólicas e físicas - que promovem a mediação entre seu direito a voz e sua silenciamento, em múltiplas combinações e intensidades, determinando um gradiente sempre instável de poder simbólico. Mediações que atuam de modo distinto com cada um dos protagonistas, podem ser consideradas ambivalentes e se destacam por revelar a dependência em relação ao outro, aquele que está "deste lado" da linha abissal da racionalidade. Observouse que dentro da mesma categoria há uma série de desigualdades, que permitem que tenham mais ou menos capital simbólico; nem todos manejam suas identidades da mesma maneira e o lugar de interlocução de "maluco" e a curatela tanto podem silenciar quanto permitir ascensão social e discursiva. As lutas dessas pessoas por direito a voz, saúde e inclusão social passam obrigatoriamente por sua reinscrição nas cenas social e discursiva e por assumirem novos lugares de interlocução, nos quais sejam considerados como sujeitos individuais, subjetivos, distintos entre si e dotados de legitimidade como seres humanos e sociais, o que lhes permitiria fazer-se ver, ouvir e crer. Nenhuma dessas condições aplica-se ao lugar de interlocução de pessoa com esquizofrenia, doente mental ou paciente psiquiátrico, pelo qual precisam conviver com a completa falta de credibilidade e a negação de seu direito à comunicaçãoStarting from the premise that the right to communication is indispensable to the right to health, especially if it is based on the principle of equity, this study had as its objective to measure and to delineate this bond, taking as a reference people with schizophrenia and contexts and mediations that accommodate their right to voice and/or silencing, in the search for care and wellbeing, in their therapeutic itineraries and life trajectories. With theoretical support from the perspective of the Social Production of the Senses, field research was performed at the "Museum of Images from the Unconscious", along 11 months of contact, relationships and establishment of links with 37 patients of the institution, who became characters and protagonists of this research. By using the Participant Observation, the Therapeutic Itinerary and the Interview, there were collected perceptions, data and information which, described and interpreted, resulted in an ethnography of communication and nine indepth individual analyses. Considering these analyses, there were identified and defined the therapeutic itineraries, existential and situational contexts, mediations, situations of voice and silencing, places of interlocution, enunciative and visibility strategies. The research allowed to verity that, after the Psychiatric Reform, people with schizophrenia were integrated, but not socially included. Existing and visible as members of a group or social category, to these people there are associated nominations, identities and a visibility, negative and reversed, judged in a stigmatized and discriminatory way from the madness and its preconstructed ideas of irrationality, disability, abnormality, besides having a meaningless speech. This social inscription visualizes them from their biomedical dimension, making them invisible as a social, historical, political, cultural and communicational subject These people are displaced to the "other side" of the abyssal lines of the social standards and rationality, which serve as justification for their lack of credibility, determining the denial of their right to voice in health services and in society. In this scenario, there was mapped a large number of contexts and factors - spaces, situations, experiences, symbolic and physical structures - that promote the mediation between their right to voice and silencing, at multiple combinations and intensities, creating an always unstable gradient of Symbolic Power. Mediations that act differently with each one of the protagonists can be considered "reversible" and be highlighted through revealing the dependence on the other, the one who is "on this side" of the abyssal line of the rationality. It was observed that within the same category, there are a series of inequalities, which allow them to have more or less symbolic capital; not all of them manage their own identities in the same way, since the interlocution place of "crazy" and tutoring may provoke silencing or social and discursive ascension. The struggles of these people for the right to voice, health and social inclusion pass obligatory through their reinscriptions in the social and discursive scenes, and assuming new places of interlocution, in which they are considered as individual subjects, subjective, distinct from one another and endowed with legitimacy, as human and social beings, which would enable them to see, hear and believe themselves. Neither of these conditions apply to the place of interlocution of persons with schizophrenia, or being mentally ill or psychiatric patient, by which e they have to cope with the complete lack of credibility and the denial of the right to communicationFundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porComunicação em saúdeDireito à saúdeSaúde mentalEsquizofreniaterapiaComunicação e desrazão entre contextos e mediações, o direito a voz da pessoa com esquizofreniainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2017-04-12Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em SaúdeFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Informação Científica e Tecnológica em Saúdeinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/23610/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALcarla_garcia_icict_dout_2017.pdfapplication/pdf3646585https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/23610/2/carla_garcia_icict_dout_2017.pdf984e8cda37e7578c5f6ea378e49f6daeMD52TEXTcarla_garcia_icict_dout_2017.pdf.txtcarla_garcia_icict_dout_2017.pdf.txtExtracted texttext/plain1224463https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/23610/3/carla_garcia_icict_dout_2017.pdf.txtad564c9e105f649d167e92c78ae9b4cfMD53icict/236102018-08-15 02:48:06.136oai:www.arca.fiocruz.br:icict/23610Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352018-08-15T05:48:06Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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