“Tá normal! tá normal! a saúde chegou”: etnografia da atuação do Consultório na Rua de Belo Horizonte nas cenas de uso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Fraga, Priscilla Victória Rodrigues
Orientador(a): Modena, Celina Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: s.n.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/56144
Resumo: A presente pesquisa buscou compreender a atuação do Consultório na Rua (CR) de Belo Horizonte com a população em situação de rua no espaço da rua e das cenas públicas de uso de drogas, analisando como se dá a produção do cuidado em saúde nesses lugares - cenas de uso, malocas, viadutos e demais espaços da rua. Trata-se de um estudo qualitativo, de abordagem etnográfica, que buscou compreender a dinâmica do CR e dos usuários no território. O campo etnográfico ocorreu de setembro/2021 a abril/2022, acompanhando 2 equipes, prioritariamente, nas cenas de uso. Também foram realizadas entrevistas com 10 trabalhadoras do serviço. A pesquisa evidenciou que há grande diversidade de pessoas nas cenas de uso, em sua maioria pessoas em situação de rua (PSR), sendo que as drogas não possuíam necessariamente papel central no processo de vulnerabilização. A presença do Estado nas cenas de uso geralmente se faz pela via da repressão, e os usuários que sofrem esse tipo de violência recorrem ao CR para acompanhamentos em saúde advindos dessas situações, o que traz uma dualidade da atuação estatal nesses locais. O tráfico de drogas se mantém presente nos territórios das Cenas de Uso e, também, age com violência para com a PSR. Essa população está submetida a condições de trabalho informais, precarizadas, sendo que a própria comunidade explora a força de trabalho desses sujeitos (mão-de-obra a preço irrisório ou em troca de drogas). Além disso, a PSR possui barreiras simbólicas de acesso que impedem que elas efetivem o acesso ao direito à saúde. Nesses casos, o CR por vezes cria arranjos não institucionalizados na tentativa de garantia de acesso. O serviço é reconhecido nos territórios, principalmente através da imagem da van e das camisetas brancas, e a entrada em campo é interpretada como a chegada do cuidado. Conclui-se que a PSR vive um processo de sobreposição de violências e vulnerabilidades, sendo que a pobreza e a exclusão social são eixos centrais para se pensar a saúde desse grupo populacional. Como resposta, é fundamental que o poder público construa políticas públicas estruturantes (habitação, segurança alimentar, saúde, educação, assistência social, trabalho, cultura e lazer), que garantam dignidade e cidadania a esses sujeitos para que, a partir daí, seja possível um processo concreto de garantia de direitos e superação das mazelas que atravessam violentamente esses corpos. É equivocado pensar no uso prejudicial de drogas pelas PSR descolado da sua realidade de vida, por isso, é necessário contextualizar temas fundamentais, como classe, gênero e saúde mental. O acesso da PSR aos serviços de saúde ainda é muito restrito, se tomarmos por base o acesso pela população domiciliada. A rede SUS BH precisa estar pronta para o atendimento desses sujeitos, diminuindo as barreiras simbólicas e, por vezes, burocráticas que dificultam o acesso aos serviços. Considerando a capilaridade que o CR possui nesses territórios, o serviço é estratégico para acessar os lugares e sujeitos mais vulnerabilizados como a PSR, onde a rede não consegue chegar.
id CRUZ_fc146659324c2998f43829eb606cf633
oai_identifier_str oai:www.arca.fiocruz.br:icict/56144
network_acronym_str CRUZ
network_name_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
repository_id_str
spelling Fraga, Priscilla Victória RodriguesSilva, Paloma Ferreira CoelhoModena, Celina MariaSilva, Paloma Ferreira CoelhoSilva, Marcos Aurélio daBevilacqua, Paula DiasModena, Celina Maria2022-12-21T18:54:44Z2022-12-21T18:54:44Z2022FRAGA, Priscilla Victória Rodrigues. “Tá normal! tá normal! a saúde chegou”: etnografia da atuação do Consultório na Rua de Belo Horizonte nas cenas de uso. Belo Horizonte: s.n, 2022. 141 p. cd. Dissertação(Mestrado em Saúde Coletiva. Área de Concentração:Políticas Públicas, Programas e Serviços de Saúde.)-Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/56144A presente pesquisa buscou compreender a atuação do Consultório na Rua (CR) de Belo Horizonte com a população em situação de rua no espaço da rua e das cenas públicas de uso de drogas, analisando como se dá a produção do cuidado em saúde nesses lugares - cenas de uso, malocas, viadutos e demais espaços da rua. Trata-se de um estudo qualitativo, de abordagem etnográfica, que buscou compreender a dinâmica do CR e dos usuários no território. O campo etnográfico ocorreu de setembro/2021 a abril/2022, acompanhando 2 equipes, prioritariamente, nas cenas de uso. Também foram realizadas entrevistas com 10 trabalhadoras do serviço. A pesquisa evidenciou que há grande diversidade de pessoas nas cenas de uso, em sua maioria pessoas em situação de rua (PSR), sendo que as drogas não possuíam necessariamente papel central no processo de vulnerabilização. A presença do Estado nas cenas de uso geralmente se faz pela via da repressão, e os usuários que sofrem esse tipo de violência recorrem ao CR para acompanhamentos em saúde advindos dessas situações, o que traz uma dualidade da atuação estatal nesses locais. O tráfico de drogas se mantém presente nos territórios das Cenas de Uso e, também, age com violência para com a PSR. Essa população está submetida a condições de trabalho informais, precarizadas, sendo que a própria comunidade explora a força de trabalho desses sujeitos (mão-de-obra a preço irrisório ou em troca de drogas). Além disso, a PSR possui barreiras simbólicas de acesso que impedem que elas efetivem o acesso ao direito à saúde. Nesses casos, o CR por vezes cria arranjos não institucionalizados na tentativa de garantia de acesso. O serviço é reconhecido nos territórios, principalmente através da imagem da van e das camisetas brancas, e a entrada em campo é interpretada como a chegada do cuidado. Conclui-se que a PSR vive um processo de sobreposição de violências e vulnerabilidades, sendo que a pobreza e a exclusão social são eixos centrais para se pensar a saúde desse grupo populacional. Como resposta, é fundamental que o poder público construa políticas públicas estruturantes (habitação, segurança alimentar, saúde, educação, assistência social, trabalho, cultura e lazer), que garantam dignidade e cidadania a esses sujeitos para que, a partir daí, seja possível um processo concreto de garantia de direitos e superação das mazelas que atravessam violentamente esses corpos. É equivocado pensar no uso prejudicial de drogas pelas PSR descolado da sua realidade de vida, por isso, é necessário contextualizar temas fundamentais, como classe, gênero e saúde mental. O acesso da PSR aos serviços de saúde ainda é muito restrito, se tomarmos por base o acesso pela população domiciliada. A rede SUS BH precisa estar pronta para o atendimento desses sujeitos, diminuindo as barreiras simbólicas e, por vezes, burocráticas que dificultam o acesso aos serviços. Considerando a capilaridade que o CR possui nesses territórios, o serviço é estratégico para acessar os lugares e sujeitos mais vulnerabilizados como a PSR, onde a rede não consegue chegar.The present study sought to understand the action of the Consultório na Rua (CR) from Belo Horizonte towards the homeless population in their local place and in public scenes of drug use, analyzing how the care with health works in these places - scenes of use, malocas, under the bridges and other spaces on the street. This is a qualitative study, with an ethnographic approach, which sought to understand the dynamics of CR and drug users in the territory. The ethnographic field took place from September/2021 to April/2022, following 2 teams, primarily in the scenes of use. Interviews were also conducted with 10 service workers. The data showed that there is a great diversity of people in the scenes of use, mostly people living on the streets, and drugs did not necessarily have a central role in the vulnerability process. The presence of the State in the scenes of use is usually done through repression, and users who suffer this type of violence turn to the CR for health follow-ups arising from these situations, which brings a duality of state action in these places. Drug trafficking remains present in the territories of scenes of use and also acts with violence towards the homeless population. This population is subjected to informal, precarious working conditions, and the community itself exploits the workforce of these people (labor at a paltry price or in exchange for drugs). In addition, the homeless person has symbolic barriers that prevent them from having access to the right to health system. In these cases, the CR sometimes creates non-institutionalized arrangements in an attempt to guarantee access. The service is mainly recognized in their territories through the image of the van and white-t-shirts people, and entering the field is interpreted as the arrival of care. It is concluded that homeless people live a process of overlapping violence and vulnerabilities, and poverty and social exclusion are central axes to think about the health of this population group. As a response, it is essential that the public power build structuring public policies (housing, food security, health, education, social assistance, work, culture and leisure), which guarantee dignity and citizenship to these people so that, from there, it may be possible a concrete process of guaranteeing rights and overcoming the ills that violently cross these bodies. It is wrong to think about the harmful use of drugs by homeless people detached from their reality of life, so it is necessary to contextualize fundamental themes, such as class, gender and mental health. The access of homeless people to healthcare services is still very restricted, if we consider the access by the domiciled population. The healthcare system in Belo Horizonte (SUS/BH) needs to be ready to provide services to these people, reducing symbolic and sometimes bureaucratic barriers that make access to services difficult. Considering the social capillarity that the CR has in these territories, the service is strategic to access the most vulnerable places and subjects, such as the person on the street, where the network cannot reach.Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasilpors.n.EtnografiaPopulação em Situação de RuaUso de Drogassaúde PúblicaEthnographyHomeless Personsuse of drugsPublic Health.“Tá normal! tá normal! a saúde chegou”: etnografia da atuação do Consultório na Rua de Belo Horizonte nas cenas de usoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2022Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Belo Horizonte, MG, BrasilFundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Belo Horizonte, MG, BrasilUniversidade Federal de Mato Grosso. Cuiabá, MT, BrasilFundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Belo Horizonte, MG, BrasilMestrado AcadêmicoBelo Horizonte, MG, BrasilFundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva. Belo Horizonte, MG, Brasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82991https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/56144/1/license.txt5a560609d32a3863062d77ff32785d58MD51ORIGINALD_2022_Priscilla Victória Rodrigues Fraga.pdfD_2022_Priscilla Victória Rodrigues Fraga.pdfapplication/pdf2365600https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/56144/2/D_2022_Priscilla%20Vict%c3%b3ria%20Rodrigues%20Fraga.pdf7239050bb74f3f35350cf56302a031afMD52icict/561442023-07-10 08:16:43.111oai:www.arca.fiocruz.br:icict/56144Q0VTU8ODTyBOw4NPIEVYQ0xVU0lWQSBERSBESVJFSVRPUyBBVVRPUkFJUwoKQW8gYWNlaXRhciBvcyBURVJNT1MgZSBDT05EScOHw5VFUyBkZXN0YSBDRVNTw4NPLCBvIEFVVE9SIGUvb3UgVElUVUxBUiBkZSBkaXJlaXRvcwphdXRvcmFpcyBzb2JyZSBhIE9CUkEgZGUgcXVlIHRyYXRhIGVzdGUgZG9jdW1lbnRvOgoKKDEpIENFREUgZSBUUkFOU0ZFUkUsIHRvdGFsIGUgZ3JhdHVpdGFtZW50ZSwgw6AgRklPQ1JVWiAtIEZVTkRBw4fDg08gT1NXQUxETyBDUlVaLCBlbQpjYXLDoXRlciBwZXJtYW5lbnRlLCBpcnJldm9nw6F2ZWwgZSBOw4NPIEVYQ0xVU0lWTywgdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgcGF0cmltb25pYWlzIE7Dg08KQ09NRVJDSUFJUyBkZSB1dGlsaXphw6fDo28gZGEgT0JSQSBhcnTDrXN0aWNhIGUvb3UgY2llbnTDrWZpY2EgaW5kaWNhZGEgYWNpbWEsIGluY2x1c2l2ZSBvcyBkaXJlaXRvcwpkZSB2b3ogZSBpbWFnZW0gdmluY3VsYWRvcyDDoCBPQlJBLCBkdXJhbnRlIHRvZG8gbyBwcmF6byBkZSBkdXJhw6fDo28gZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCBlbQpxdWFscXVlciBpZGlvbWEgZSBlbSB0b2RvcyBvcyBwYcOtc2VzOwoKKDIpIEFDRUlUQSBxdWUgYSBjZXNzw6NvIHRvdGFsIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBwZXJtYW5lbnRlIGUgaXJyZXZvZ8OhdmVsIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcwpwYXRyaW1vbmlhaXMgbsOjbyBjb21lcmNpYWlzIGRlIHV0aWxpemHDp8OjbyBkZSBxdWUgdHJhdGEgZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gaW5jbHVpLCBleGVtcGxpZmljYXRpdmFtZW50ZSwKb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgZGlzcG9uaWJpbGl6YcOnw6NvIGUgY29tdW5pY2HDp8OjbyBww7pibGljYSBkYSBPQlJBLCBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IHZlw61jdWxvLAppbmNsdXNpdmUgZW0gUmVwb3NpdMOzcmlvcyBEaWdpdGFpcywgYmVtIGNvbW8gb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgcmVwcm9kdcOnw6NvLCBleGliacOnw6NvLCBleGVjdcOnw6NvLApkZWNsYW1hw6fDo28sIHJlY2l0YcOnw6NvLCBleHBvc2nDp8OjbywgYXJxdWl2YW1lbnRvLCBpbmNsdXPDo28gZW0gYmFuY28gZGUgZGFkb3MsIHByZXNlcnZhw6fDo28sIGRpZnVzw6NvLApkaXN0cmlidWnDp8OjbywgZGl2dWxnYcOnw6NvLCBlbXByw6lzdGltbywgdHJhZHXDp8OjbywgZHVibGFnZW0sIGxlZ2VuZGFnZW0sIGluY2x1c8OjbyBlbSBub3ZhcyBvYnJhcyBvdQpjb2xldMOibmVhcywgcmV1dGlsaXphw6fDo28sIGVkacOnw6NvLCBwcm9kdcOnw6NvIGRlIG1hdGVyaWFsIGRpZMOhdGljbyBlIGN1cnNvcyBvdSBxdWFscXVlciBmb3JtYSBkZQp1dGlsaXphw6fDo28gbsOjbyBjb21lcmNpYWw7CgooMykgUkVDT05IRUNFIHF1ZSBhIGNlc3PDo28gYXF1aSBlc3BlY2lmaWNhZGEgY29uY2VkZSDDoCBGSU9DUlVaIC0gRlVOREHDh8ODTyBPU1dBTERPCkNSVVogbyBkaXJlaXRvIGRlIGF1dG9yaXphciBxdWFscXVlciBwZXNzb2Eg4oCTIGbDrXNpY2Egb3UganVyw61kaWNhLCBww7pibGljYSBvdSBwcml2YWRhLCBuYWNpb25hbCBvdQplc3RyYW5nZWlyYSDigJMgYSBhY2Vzc2FyIGUgdXRpbGl6YXIgYW1wbGFtZW50ZSBhIE9CUkEsIHNlbSBleGNsdXNpdmlkYWRlLCBwYXJhIHF1YWlzcXVlcgpmaW5hbGlkYWRlcyBuw6NvIGNvbWVyY2lhaXM7CgooNCkgREVDTEFSQSBxdWUgYSBvYnJhIMOpIGNyaWHDp8OjbyBvcmlnaW5hbCBlIHF1ZSDDqSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGFxdWkgY2VkaWRvcyBlIGF1dG9yaXphZG9zLApyZXNwb25zYWJpbGl6YW5kby1zZSBpbnRlZ3JhbG1lbnRlIHBlbG8gY29udGXDumRvIGUgb3V0cm9zIGVsZW1lbnRvcyBxdWUgZmF6ZW0gcGFydGUgZGEgT0JSQSwKaW5jbHVzaXZlIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIHZveiBlIGltYWdlbSB2aW5jdWxhZG9zIMOgIE9CUkEsIG9icmlnYW5kby1zZSBhIGluZGVuaXphciB0ZXJjZWlyb3MgcG9yCmRhbm9zLCBiZW0gY29tbyBpbmRlbml6YXIgZSByZXNzYXJjaXIgYSBGSU9DUlVaIC0gRlVOREHDh8ODTyBPU1dBTERPIENSVVogZGUKZXZlbnR1YWlzIGRlc3Blc2FzIHF1ZSB2aWVyZW0gYSBzdXBvcnRhciwgZW0gcmF6w6NvIGRlIHF1YWxxdWVyIG9mZW5zYSBhIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIG91CmRpcmVpdG9zIGRlIHZveiBvdSBpbWFnZW0sIHByaW5jaXBhbG1lbnRlIG5vIHF1ZSBkaXogcmVzcGVpdG8gYSBwbMOhZ2lvIGUgdmlvbGHDp8O1ZXMgZGUgZGlyZWl0b3M7CgooNSkgQUZJUk1BIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgUG9sw610aWNhIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGUgQWNlc3NvIEFiZXJ0byBkYSBGSU9DUlVaIC0gRlVOREHDh8ODTwpPU1dBTERPIENSVVogZSBhcyBkaXJldHJpemVzIHBhcmEgbyBmdW5jaW9uYW1lbnRvIGRvIHJlcG9zaXTDs3JpbyBpbnN0aXR1Y2lvbmFsIEFSQ0EuCgpBIFBvbMOtdGljYSBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRlIEFjZXNzbyBBYmVydG8gZGEgRklPQ1JVWiAtIEZVTkRBw4fDg08gT1NXQUxETyBDUlVaIHJlc2VydmEKZXhjbHVzaXZhbWVudGUgYW8gQVVUT1Igb3MgZGlyZWl0b3MgbW9yYWlzIGUgb3MgdXNvcyBjb21lcmNpYWlzIHNvYnJlIGFzIG9icmFzIGRlIHN1YSBhdXRvcmlhCmUvb3UgdGl0dWxhcmlkYWRlLCBzZW5kbyBvcyB0ZXJjZWlyb3MgdXN1w6FyaW9zIHJlc3BvbnPDoXZlaXMgcGVsYSBhdHJpYnVpw6fDo28gZGUgYXV0b3JpYSBlIG1hbnV0ZW7Dp8OjbwpkYSBpbnRlZ3JpZGFkZSBkYSBPQlJBIGVtIHF1YWxxdWVyIHV0aWxpemHDp8Ojby4KCkEgUG9sw610aWNhIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGUgQWNlc3NvIEFiZXJ0byBkYSBGSU9DUlVaIC0gRlVOREHDh8ODTyBPU1dBTERPIENSVVoKcmVzcGVpdGEgb3MgY29udHJhdG9zIGUgYWNvcmRvcyBwcmVleGlzdGVudGVzIGRvcyBBdXRvcmVzIGNvbSB0ZXJjZWlyb3MsIGNhYmVuZG8gYW9zIEF1dG9yZXMKaW5mb3JtYXIgw6AgSW5zdGl0dWnDp8OjbyBhcyBjb25kacOnw7VlcyBlIG91dHJhcyByZXN0cmnDp8O1ZXMgaW1wb3N0YXMgcG9yIGVzdGVzIGluc3RydW1lbnRvcy4KRepositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-07-10T11:16:43Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
dc.title.en_US.fl_str_mv “Tá normal! tá normal! a saúde chegou”: etnografia da atuação do Consultório na Rua de Belo Horizonte nas cenas de uso
title “Tá normal! tá normal! a saúde chegou”: etnografia da atuação do Consultório na Rua de Belo Horizonte nas cenas de uso
spellingShingle “Tá normal! tá normal! a saúde chegou”: etnografia da atuação do Consultório na Rua de Belo Horizonte nas cenas de uso
Fraga, Priscilla Victória Rodrigues
Etnografia
População em Situação de Rua
Uso de Drogas
saúde Pública
Ethnography
Homeless Persons
use of drugs
Public Health.
title_short “Tá normal! tá normal! a saúde chegou”: etnografia da atuação do Consultório na Rua de Belo Horizonte nas cenas de uso
title_full “Tá normal! tá normal! a saúde chegou”: etnografia da atuação do Consultório na Rua de Belo Horizonte nas cenas de uso
title_fullStr “Tá normal! tá normal! a saúde chegou”: etnografia da atuação do Consultório na Rua de Belo Horizonte nas cenas de uso
title_full_unstemmed “Tá normal! tá normal! a saúde chegou”: etnografia da atuação do Consultório na Rua de Belo Horizonte nas cenas de uso
title_sort “Tá normal! tá normal! a saúde chegou”: etnografia da atuação do Consultório na Rua de Belo Horizonte nas cenas de uso
author Fraga, Priscilla Victória Rodrigues
author_facet Fraga, Priscilla Victória Rodrigues
author_role author
dc.contributor.advisorco.none.fl_str_mv Silva, Paloma Ferreira Coelho
dc.contributor.member.none.fl_str_mv Modena, Celina Maria
Silva, Paloma Ferreira Coelho
Silva, Marcos Aurélio da
Bevilacqua, Paula Dias
dc.contributor.author.fl_str_mv Fraga, Priscilla Victória Rodrigues
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Modena, Celina Maria
contributor_str_mv Modena, Celina Maria
dc.subject.other.en_US.fl_str_mv Etnografia
População em Situação de Rua
Uso de Drogas
saúde Pública
topic Etnografia
População em Situação de Rua
Uso de Drogas
saúde Pública
Ethnography
Homeless Persons
use of drugs
Public Health.
dc.subject.en.en_US.fl_str_mv Ethnography
Homeless Persons
use of drugs
Public Health.
description A presente pesquisa buscou compreender a atuação do Consultório na Rua (CR) de Belo Horizonte com a população em situação de rua no espaço da rua e das cenas públicas de uso de drogas, analisando como se dá a produção do cuidado em saúde nesses lugares - cenas de uso, malocas, viadutos e demais espaços da rua. Trata-se de um estudo qualitativo, de abordagem etnográfica, que buscou compreender a dinâmica do CR e dos usuários no território. O campo etnográfico ocorreu de setembro/2021 a abril/2022, acompanhando 2 equipes, prioritariamente, nas cenas de uso. Também foram realizadas entrevistas com 10 trabalhadoras do serviço. A pesquisa evidenciou que há grande diversidade de pessoas nas cenas de uso, em sua maioria pessoas em situação de rua (PSR), sendo que as drogas não possuíam necessariamente papel central no processo de vulnerabilização. A presença do Estado nas cenas de uso geralmente se faz pela via da repressão, e os usuários que sofrem esse tipo de violência recorrem ao CR para acompanhamentos em saúde advindos dessas situações, o que traz uma dualidade da atuação estatal nesses locais. O tráfico de drogas se mantém presente nos territórios das Cenas de Uso e, também, age com violência para com a PSR. Essa população está submetida a condições de trabalho informais, precarizadas, sendo que a própria comunidade explora a força de trabalho desses sujeitos (mão-de-obra a preço irrisório ou em troca de drogas). Além disso, a PSR possui barreiras simbólicas de acesso que impedem que elas efetivem o acesso ao direito à saúde. Nesses casos, o CR por vezes cria arranjos não institucionalizados na tentativa de garantia de acesso. O serviço é reconhecido nos territórios, principalmente através da imagem da van e das camisetas brancas, e a entrada em campo é interpretada como a chegada do cuidado. Conclui-se que a PSR vive um processo de sobreposição de violências e vulnerabilidades, sendo que a pobreza e a exclusão social são eixos centrais para se pensar a saúde desse grupo populacional. Como resposta, é fundamental que o poder público construa políticas públicas estruturantes (habitação, segurança alimentar, saúde, educação, assistência social, trabalho, cultura e lazer), que garantam dignidade e cidadania a esses sujeitos para que, a partir daí, seja possível um processo concreto de garantia de direitos e superação das mazelas que atravessam violentamente esses corpos. É equivocado pensar no uso prejudicial de drogas pelas PSR descolado da sua realidade de vida, por isso, é necessário contextualizar temas fundamentais, como classe, gênero e saúde mental. O acesso da PSR aos serviços de saúde ainda é muito restrito, se tomarmos por base o acesso pela população domiciliada. A rede SUS BH precisa estar pronta para o atendimento desses sujeitos, diminuindo as barreiras simbólicas e, por vezes, burocráticas que dificultam o acesso aos serviços. Considerando a capilaridade que o CR possui nesses territórios, o serviço é estratégico para acessar os lugares e sujeitos mais vulnerabilizados como a PSR, onde a rede não consegue chegar.
publishDate 2022
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-12-21T18:54:44Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-12-21T18:54:44Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2022
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv FRAGA, Priscilla Victória Rodrigues. “Tá normal! tá normal! a saúde chegou”: etnografia da atuação do Consultório na Rua de Belo Horizonte nas cenas de uso. Belo Horizonte: s.n, 2022. 141 p. cd. Dissertação(Mestrado em Saúde Coletiva. Área de Concentração:Políticas Públicas, Programas e Serviços de Saúde.)-Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/56144
identifier_str_mv FRAGA, Priscilla Victória Rodrigues. “Tá normal! tá normal! a saúde chegou”: etnografia da atuação do Consultório na Rua de Belo Horizonte nas cenas de uso. Belo Horizonte: s.n, 2022. 141 p. cd. Dissertação(Mestrado em Saúde Coletiva. Área de Concentração:Políticas Públicas, Programas e Serviços de Saúde.)-Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.
url https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/56144
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv s.n.
publisher.none.fl_str_mv s.n.
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron:FIOCRUZ
instname_str Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron_str FIOCRUZ
institution FIOCRUZ
reponame_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
collection Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
bitstream.url.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/56144/1/license.txt
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/56144/2/D_2022_Priscilla%20Vict%c3%b3ria%20Rodrigues%20Fraga.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 5a560609d32a3863062d77ff32785d58
7239050bb74f3f35350cf56302a031af
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
repository.mail.fl_str_mv repositorio.arca@fiocruz.br
_version_ 1794164179817463808