A educação como pedra angular da nacionalidade cubana: escola e cubanía do colonialismo à insurgência pedagógica

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Leite, Maria do Carmo Luiz Caldas
• Orientador(a): Monfredini, Ivanise
• Banca de defesa: Monfredini, Ivanise, Arteaga, Nancy Lucia Chacón, Saviani, Nereide, Pimenta, Selma Garrido, Abdalla, Maria de Fátima Barbosa
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Católica de Santos
• Programa de Pós-Graduação: Doutorado em Educação
• Departamento: Centro de Ciências da Educação e Comunicação
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: educação cubana; nacionalidade cubana; revolução cubana; cubanía; legado martiano; José Martí; insurgência pedagógica; história de cuba; projeto societário cubano; educación cubana; nacionalidad cubana; revolución cubana; cubanía; legado martiano; José Martí; historia de cuba; insurgencia pedagógica; proyecto societario cubano
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
• Link de acesso: https://tede.unisantos.br/handle/tede/7303

A tese de doutorado tem o objetivo geral de analisar o papel da educação como pedra angular na construção da nacionalidade cubana, sendo que as bases epistemológicas do estudo se aproximam da dialética materialista histórica. Trata-se de discutir as transformações que abarcam o projeto societário cubano e tendem a caminhar em conjunto com os diversos contextos, voltados às esferas educativas, políticas e econômicas. Metodologicamente, a pesquisa está embasada na historicidade, concreticidade e contradição, amalgamadas às categorias construídas a partir do referencial teórico: nacionalidade, cubanía, educação e revolução. Para tanto, o movimento investigativo foi traçado em sentido contrário à visão eurocentrista, apoiado no legado pedagógico de José Martí, e mantendo a interlocução com a tradição marxista, uma vez que os principais percursos de apropriação estão voltados a Florestan Fernandes, Armando Hart Dávalos e Karel Kosik. Com base nestas referências e em articulação ao trabalho de campo, tendo como recursos metodológicos privilegiados a observação participante e as entrevistas realizadas ao longo de três anos, as análises estão categorizadas em três eixos relacionados aos meandros do ser cubano, às relações do trabalho com a educação e às perspectivas em face aos Lineamientos de la Política Económica y Social, promulgados em 2011. A discussão está fincada na visão retrospectiva dos dilemas e das tensões presentes nas diversas etapas de lutas contra o colonialismo e o neocolonialismo, com seus aportes históricos e pedagógicos, e no conjunto de facetas da cubanía, a consolidação da nacionalidade. Abarcando um período de 150 anos, em que as raízes da cubanidad foram materializadas, no escopo desta pesquisa, apresentam-se aspectos do tensionamento entre a invasão estrangeira e a insurgência, desde a dominação espanhola, passando pela República Mediatizada, pelo Movimento 26 de Julho e pelas sucessivas fases de transformações populares, de concretização das instituições, de retificação dos erros, do período especial, até a conjuntura de mudanças, produzidas na sociedade cubana desde as primeiras décadas de século XXI com a Batalha de Ideias e a reforma do modelo socioeconômico, que busca promover a reestruturação produtiva e a reorganização do trabalho, como base do desenvolvimento sustentável do socialismo. As principais evidências desse exercício reflexivo apontam que a história da Ilha produziu uma cultura contra-hegemônica de características autóctones, com distintas marcas no sistema educacional, e que as instituições escolares, afetadas em suas estruturas por dificuldades de várias ordens, ainda assim, cumprem suas funções educativas e socializadoras, como alicerce fundamental do processo revolucionário cubano.