Ecologia trófica de aves de sub-bosque em duas áreas de Mata Atlântica no Sudeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Manhães, Marco Antônio
Orientador(a): Dias Filho, Manoel Martins lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Carlos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais - PPGERN
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Ave
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/1597
Resumo: Dados sobre a ecologia alimentar de aves de sub-bosque foram coletados em duas áreas de Mata Atlântica no sudeste do Brasil. As duas áreas, conhecidas como mata da Fazenda Continente (dados de 2001-2002) e Mata Grande (situada no Parque Estadual do Ibitipoca, dados de 2004), localizam-se no sudeste do Brasil, estado de Minas Gerais. Durante amostragens utilizando redes ornitológicas, foram realizadas 1202 capturas de 883 indivíduos. Dentre as 58 espécies anilhadas, 42 forneceram amostras fecais. Na triagem dos itens alimentares de 434 amostras foram encontrados 2535 itens dos quais 2286 (90,2%) foram identificados com algum detalhamento, principalmente invertebrados e frutos. Embora não tenha sido detectada diferença na ocorrência dessas duas categorias alimentares, ocorreram diferenças nas proporções do consumo de Araneae e Ovos e larvas de inseto. Além disso, a composição taxonômica dos frutos na dieta foi muito diferente entre as duas áreas. Algumas aves, como Mionectes rufiventris e Conopophaga lineata, consideradas como generalistas, parecem apresentar especialização de dieta. As taxas de captura mensais de aves frugívoras não estiveram correlacionadas à abundância de frutos, mas as aves foram mais capturadas nos pontos e meses onde as abundâncias eram maiores, evidenciando a correlação espacial. Por sua vez, as capturas de aves insetívoras não exibiram relação com a variação sazonal ou espacial da densidade de invertebrados, resultando em estabilidade sazonal das taxas de captura bem como distribuição espacial influenciada principalmente pela estrutura da vegetação. Estudo da auto-ecologia de Dysithamnus mentalis revelou preferência alimentar para grupos de presas (táxons e larvas de inseto) e também para o tamanho dessas presas. No primeiro caso, é possível que a preferência esteja associada aos aspectos comportamentais, propondo-se investigações quantitativas detalhadas sobre o forrageio da espécie. Em contrapartida, a preferência por presas maiores do que aquelas observadas no ambiente sugere que a espécie comporta-se de acordo com a teoria do forrageio ótimo. O conhecimento da ecologia trófica das aves neotropicais ainda é escasso, e os resultados encontrados demonstram que, em alguns casos, os padrões ecológicos das respostas das aves aos recursos encontrados no ambiente pode ser diferente daqueles encontrados em outras regiões dos neotrópicos. Os resultados apontam para a necessidade de ampliar investigações sobre o tema, especialmente em outras áreas de Mata Atlântica do sudeste do Brasil.
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