Sementes crioulas: análise competitiva e conservação do milho em Goiás

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Melo, Suelen Cássia Pereira
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual de Goiás; UEG ::Coordenação de Mestrado em Recursos Naturais; Brasil; UEG; Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Recursos Naturais do Cerrado RENAC
• Palavras-chave em Português: Agricultura de base familiar; Agrobiodiversidade; Resistência camponesa; Variedade crioula; Variedade convencional; Peseantry; Agrobiodiversity; Creole Breed Seed; Conventional Maize Seed; CIENCIAS AGRARIAS
• Link de acesso: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/142

As sementes de milho crioulo são fundamentais para o fortalecimento do campesinato integradas à agrobiodiversidade no Brasil, notadamente, no cerrado goiano. Entretanto, tais variedades tradicionais da espécie estão perdendo seu valor cultural no campo em decorrência da presença das cultivares convencionais no mercado apoiadas pelas políticas públicas do país em favorecimento ao agronegócio. O sistema agrícola agroexportador provoca contaminação e degradação dos agroecossistemas, desestruturação do campesinato, erosão genética das variedades de espécies naturais e controle dos recursos naturais sob domínio das grandes empresas e melhoristas. Como tentativa de reverter esse quadro, surgiram alguns movimentos, organizações e os próprios agricultores e agricultoras de base familiar dispostos a resgatar as sementes crioulas e impor uma agricultura alternativa, seja ela orgânica ou agroecológica. Neste contexto, o presente trabalho objetivou compreender o processo histórico de produção e conservação das sementes crioulas, entender os sujeitos do campo envolvidos neste processo, identificar os movimentos sociais que desenvolvem ações de resgaste e conservação do milho crioulo em Goiás, estudar as relações políticas e econômicas na disputa pelo controle privado ou popular das sementes de milho, e as relações de cultivo entre o milho crioulo e o milho melhorado, identificando as variedades que circulam no estado, abrangência territorial, além de uma análise comparativa de duas variedades de milho sob estresse nutricional, sendo uma comercial e outra crioula. Como resultado, pode-se observar as falhas das políticas públicas para com o campesinato em Goiás, em que até o momento os programas de incentivo são o PAA Sementes e, recentemente, o PLANAPO, porém, há pouca preocupação em priorizar as sementes crioulas, tornando Goiás um celeiro dominado pelo agronegócio. E graças ao MCP, a CPT, algumas instituições de ensino em Goiás com foco em Agroecologia, professores e estudantes militantes goianos e alguns pesquisadores da Embrapa, que desenvolvem o melhoramento participativo descentralizado junto aos campesinos considerados guardiões de sementes, a conservação de sementes crioulas têm resistido no campo, fortalecendo, assim, o campesinato e a permanência das variedades crioulas. Catalão foi identificado como o município mais influente nas ações de resgate de sementes crioulas e resistência camponesa. Ao comparar as variedades de procedências divergentes constatou-se que a variedade de natureza crioula permanece mais resistente quando condicionadas ao estresse nutricional, corroborando com pesquisas que afirmam que o milho crioulo podem ser mais produtivas e mais lucrativas do que o milho comercial