A negação como variável sociolinguística na cidade de Goiás - GO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Menezes, Vander Simão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Goiás
UEG ::Coordenação de Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade
Brasil
UEG
Programa de Pós-Graduação Strito sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1262
Resumo: O objeto deste estudo é o fenômeno de variação da negação sentencial. Observamos, no Português Brasileiro (doravante, PB), a ocorrência da negação em três diferentes posições em relação ao verbo: pré-verbal (NEG+V) – NEG1; duplamente marcada, antes e depois do verbo (NEG+V+NEG) – NEG2; e pós-verbal (V+NEG) – NEG3. O objetivo da presente pesquisa é descrever a variação da negação sentencial na fala vilaboense. O fenômeno em questão é objeto de diversos trabalhos, tais como: Avelar; Silva; Almeida (2013); Cavalcante (2007); Cunha (2001); Nascimento (2014); Rocha (2013) e Sousa (2012). Orientamo-nos, para este estudo, pela Sociolinguística Variacionista (LABOV, 1978; LABOV, 2008; WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006) e pela concepção de que o Português Brasileiro se consolidou como uma língua ímpar devido a uma série de fatores, como o contato entre línguas ocorrido ao longo da história nacional (AMARAL, 1976; BORTONI-RICARDO, 2021; LIPSKI, 2008; LUCCHESI, 2017). Há indícios significativos de que a variação da forma de negação utilizada pelo falante tenha influência das línguas bantas e de que seja motivado por fatores pragmáticos, tais como a economia e a informatividade. O estudo da língua, que aqui propomos, parte de evidências empíricas que permitem a observação da variação que ocorre na fala. Esta abordagem fez com que seja necessária a constituição de um corpus para a análise. Para isso, lançou-se mão do banco de dados de dois grupos de estudo: do Grupo de Estudos Funcionalistas, da Universidade Federal de Goiás (GEF/UFG); e do Grupo de Estudos e Pesquisas em Sociolinguística, da Universidade Estadual de Goiás (Sociolinco/UEG/Cora Coralina). No corpus analisado, encontramos 1990 ocorrências para NEG1 e 553 ocorrências de NEG2, ao passo que NEG3 ocorreu apenas 91 vezes. Verificamos que as chances de NEG2 ser empregada são maiores na amostra coletada em 2003, com informantes do sexo masculino e com menos de 35 anos de idades em 2003. No que se refere às variáveis linguísticas, constatamos que, quando a informação é diretamente ativada no discurso, as sequências discursivas avaliativas e dialogais, as orações absolutas, a ausência de marcadores discursivos aumenta as chances de variação.
id UEG-2_9102c83d99036ff076835b97de5362e1
oai_identifier_str oai:tede2:tede/1262
network_acronym_str UEG-2
network_name_str Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG
repository_id_str
spelling A negação como variável sociolinguística na cidade de Goiás - GODenial as a sociolinguistic variable in the city of Goiás - GOVariação linguísticaPortuguês brasileiroLínguas bantasCidade de Goiás, GONegação sentencialNegative sentence. Town of Goiás-GOLinguistic variationSociolinguisticsBantu languagesTown of Goiás, GOLINGUISTICA, LETRAS E ARTESLINGUISTICA::SOCIOLINGUISTICA E DIALETOLOGIAO objeto deste estudo é o fenômeno de variação da negação sentencial. Observamos, no Português Brasileiro (doravante, PB), a ocorrência da negação em três diferentes posições em relação ao verbo: pré-verbal (NEG+V) – NEG1; duplamente marcada, antes e depois do verbo (NEG+V+NEG) – NEG2; e pós-verbal (V+NEG) – NEG3. O objetivo da presente pesquisa é descrever a variação da negação sentencial na fala vilaboense. O fenômeno em questão é objeto de diversos trabalhos, tais como: Avelar; Silva; Almeida (2013); Cavalcante (2007); Cunha (2001); Nascimento (2014); Rocha (2013) e Sousa (2012). Orientamo-nos, para este estudo, pela Sociolinguística Variacionista (LABOV, 1978; LABOV, 2008; WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006) e pela concepção de que o Português Brasileiro se consolidou como uma língua ímpar devido a uma série de fatores, como o contato entre línguas ocorrido ao longo da história nacional (AMARAL, 1976; BORTONI-RICARDO, 2021; LIPSKI, 2008; LUCCHESI, 2017). Há indícios significativos de que a variação da forma de negação utilizada pelo falante tenha influência das línguas bantas e de que seja motivado por fatores pragmáticos, tais como a economia e a informatividade. O estudo da língua, que aqui propomos, parte de evidências empíricas que permitem a observação da variação que ocorre na fala. Esta abordagem fez com que seja necessária a constituição de um corpus para a análise. Para isso, lançou-se mão do banco de dados de dois grupos de estudo: do Grupo de Estudos Funcionalistas, da Universidade Federal de Goiás (GEF/UFG); e do Grupo de Estudos e Pesquisas em Sociolinguística, da Universidade Estadual de Goiás (Sociolinco/UEG/Cora Coralina). No corpus analisado, encontramos 1990 ocorrências para NEG1 e 553 ocorrências de NEG2, ao passo que NEG3 ocorreu apenas 91 vezes. Verificamos que as chances de NEG2 ser empregada são maiores na amostra coletada em 2003, com informantes do sexo masculino e com menos de 35 anos de idades em 2003. No que se refere às variáveis linguísticas, constatamos que, quando a informação é diretamente ativada no discurso, as sequências discursivas avaliativas e dialogais, as orações absolutas, a ausência de marcadores discursivos aumenta as chances de variação.This study object is the phenomenon of negative sentence variation. Brazilian Portuguese (henceforth BP) is seen to have three different negative positions regarding the verb: pre-verbal (NEG+V) – NEG1; double marked, before and after the verb (NEG+V+NEG) – NEG2; and post-verbal (V+NEG) – NEG3. The objective of the present research is to describe the variation of the sentence denial in Vilaboense speech. Such phenomenon has been the focus of previous research, namely Avelar, Silva and Almeida (2013); Cavalcante (2007); Cunha (2001); Nascimento (2014); Rocha (2013) and Sousa (2012). Our study is oriented by Variationist Sociolinguistics (LABOV, 1978; LABOV, 2008; WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006) and by the assumption that BP has become a unique language due to a series of factors, such as language contact throughout national history (AMARAL, 1976; BORTONI-RICARDO, 2021; LIPSKI, 2008; LUCCHESI, 2017). There are significant clues that the variation in the form of negation chosen by the speaker has been influenced by Bantu languages and motivated by pragmatic factors, such as economy and informational content, which pressure communicative contexts. We propose a language approach that relies on empirical evidence, which enables the observation of speech variation. Thus, we had to constitute a corpus for analysis. We used databanks from two study groups: Functional Study Group, at Goiás Federal University (GEF/UFG); and Study Group and Research on Sociolinguistics, at Goiás State University (Sociolinco/UEG/Cora Coralina). We used R (R CORE TEAM, 2013) so as to carry out the statistical data analysis (OUSHIRO, 2017). In the surveyed corpus, we found 1990 hits for NEG1 and 553 hits for NEG2, whereas NEG3 occurred only 91 times. We found out that NEG2 has an increased chance to occur when compared to the 2003 sample, with male informants and under 35 years of age in 2003. Regarding linguistic variables, we found out that when information is directly activated in discourse, NEG2 has an increased chance to occur in conjunction with evaluative and dialogical discourse sequences, absolute sentences and absence of discourse markers increases the chances of variation.Universidade Estadual de GoiásUEG ::Coordenação de Mestrado em Língua, Literatura e InterculturalidadeBrasilUEGPrograma de Pós-Graduação Strito sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI)Vieira, Marília Silvahttps://orcid.org/0000-0003-3406-7732http://lattes.cnpq.br/2253650419657216Vieira, Marília Silvahttps://orcid.org/0000-0003-3406-7732http://lattes.cnpq.br/2253650419657216Schwenter, ScottSouza, Antônio Carlos Santana deAssis, Eleone Ferraz deMenezes, Vander Simão2023-08-23T01:25:06Z2022-01-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfMENEZES, V. S. A negação como variável sociolinguística na cidade de Goiás - GO. 2022. 145 f. Dissertação (Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade) – Câmpus Cora Coralina, Universidade Estadual de Goiás, Goiás, GO, 2022.http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1262porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEGinstname:Universidade Estadual de Goiás (UEG)instacron:UEG2023-08-23T01:25:06Zoai:tede2:tede/1262Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.bdtd.ueg.br/PUBhttps://www.bdtd.ueg.br/oai/requestbibliotecaunucet@ueg.br||opendoar:2023-08-23T01:25:06Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG - Universidade Estadual de Goiás (UEG)false
dc.title.none.fl_str_mv A negação como variável sociolinguística na cidade de Goiás - GO
Denial as a sociolinguistic variable in the city of Goiás - GO
title A negação como variável sociolinguística na cidade de Goiás - GO
spellingShingle A negação como variável sociolinguística na cidade de Goiás - GO
Menezes, Vander Simão
Variação linguística
Português brasileiro
Línguas bantas
Cidade de Goiás, GO
Negação sentencial
Negative sentence. Town of Goiás-GO
Linguistic variation
Sociolinguistics
Bantu languages
Town of Goiás, GO
LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
LINGUISTICA::SOCIOLINGUISTICA E DIALETOLOGIA
title_short A negação como variável sociolinguística na cidade de Goiás - GO
title_full A negação como variável sociolinguística na cidade de Goiás - GO
title_fullStr A negação como variável sociolinguística na cidade de Goiás - GO
title_full_unstemmed A negação como variável sociolinguística na cidade de Goiás - GO
title_sort A negação como variável sociolinguística na cidade de Goiás - GO
author Menezes, Vander Simão
author_facet Menezes, Vander Simão
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Vieira, Marília Silva
https://orcid.org/0000-0003-3406-7732
http://lattes.cnpq.br/2253650419657216
Vieira, Marília Silva
https://orcid.org/0000-0003-3406-7732
http://lattes.cnpq.br/2253650419657216
Schwenter, Scott
Souza, Antônio Carlos Santana de
Assis, Eleone Ferraz de
dc.contributor.author.fl_str_mv Menezes, Vander Simão
dc.subject.por.fl_str_mv Variação linguística
Português brasileiro
Línguas bantas
Cidade de Goiás, GO
Negação sentencial
Negative sentence. Town of Goiás-GO
Linguistic variation
Sociolinguistics
Bantu languages
Town of Goiás, GO
LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
LINGUISTICA::SOCIOLINGUISTICA E DIALETOLOGIA
topic Variação linguística
Português brasileiro
Línguas bantas
Cidade de Goiás, GO
Negação sentencial
Negative sentence. Town of Goiás-GO
Linguistic variation
Sociolinguistics
Bantu languages
Town of Goiás, GO
LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
LINGUISTICA::SOCIOLINGUISTICA E DIALETOLOGIA
description O objeto deste estudo é o fenômeno de variação da negação sentencial. Observamos, no Português Brasileiro (doravante, PB), a ocorrência da negação em três diferentes posições em relação ao verbo: pré-verbal (NEG+V) – NEG1; duplamente marcada, antes e depois do verbo (NEG+V+NEG) – NEG2; e pós-verbal (V+NEG) – NEG3. O objetivo da presente pesquisa é descrever a variação da negação sentencial na fala vilaboense. O fenômeno em questão é objeto de diversos trabalhos, tais como: Avelar; Silva; Almeida (2013); Cavalcante (2007); Cunha (2001); Nascimento (2014); Rocha (2013) e Sousa (2012). Orientamo-nos, para este estudo, pela Sociolinguística Variacionista (LABOV, 1978; LABOV, 2008; WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006) e pela concepção de que o Português Brasileiro se consolidou como uma língua ímpar devido a uma série de fatores, como o contato entre línguas ocorrido ao longo da história nacional (AMARAL, 1976; BORTONI-RICARDO, 2021; LIPSKI, 2008; LUCCHESI, 2017). Há indícios significativos de que a variação da forma de negação utilizada pelo falante tenha influência das línguas bantas e de que seja motivado por fatores pragmáticos, tais como a economia e a informatividade. O estudo da língua, que aqui propomos, parte de evidências empíricas que permitem a observação da variação que ocorre na fala. Esta abordagem fez com que seja necessária a constituição de um corpus para a análise. Para isso, lançou-se mão do banco de dados de dois grupos de estudo: do Grupo de Estudos Funcionalistas, da Universidade Federal de Goiás (GEF/UFG); e do Grupo de Estudos e Pesquisas em Sociolinguística, da Universidade Estadual de Goiás (Sociolinco/UEG/Cora Coralina). No corpus analisado, encontramos 1990 ocorrências para NEG1 e 553 ocorrências de NEG2, ao passo que NEG3 ocorreu apenas 91 vezes. Verificamos que as chances de NEG2 ser empregada são maiores na amostra coletada em 2003, com informantes do sexo masculino e com menos de 35 anos de idades em 2003. No que se refere às variáveis linguísticas, constatamos que, quando a informação é diretamente ativada no discurso, as sequências discursivas avaliativas e dialogais, as orações absolutas, a ausência de marcadores discursivos aumenta as chances de variação.
publishDate 2022
dc.date.none.fl_str_mv 2022-01-26
2023-08-23T01:25:06Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv MENEZES, V. S. A negação como variável sociolinguística na cidade de Goiás - GO. 2022. 145 f. Dissertação (Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade) – Câmpus Cora Coralina, Universidade Estadual de Goiás, Goiás, GO, 2022.
http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1262
identifier_str_mv MENEZES, V. S. A negação como variável sociolinguística na cidade de Goiás - GO. 2022. 145 f. Dissertação (Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade) – Câmpus Cora Coralina, Universidade Estadual de Goiás, Goiás, GO, 2022.
url http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1262
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual de Goiás
UEG ::Coordenação de Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade
Brasil
UEG
Programa de Pós-Graduação Strito sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI)
publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual de Goiás
UEG ::Coordenação de Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade
Brasil
UEG
Programa de Pós-Graduação Strito sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG
instname:Universidade Estadual de Goiás (UEG)
instacron:UEG
instname_str Universidade Estadual de Goiás (UEG)
instacron_str UEG
institution UEG
reponame_str Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG
collection Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG - Universidade Estadual de Goiás (UEG)
repository.mail.fl_str_mv bibliotecaunucet@ueg.br||
_version_ 1796784777860218880