Violência laboral e síndrome de Burnout em professores do ensino fundamental e médio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Beatriz Maria dos Santos Santiago Ribeiro
Orientador(a): Júlia Trevisan Martins .
Banca de defesa: Marcos Hirata Soares, Maria Jose Quina Galdino
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Link de acesso: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000228265
Resumo: Este estudo teve como objetivos verificar a associação entre a violência laboral e a síndrome de burnout e identificar a prevalência de violência física e verbal em professores do ensino fundamental e médio. Trata-se de um estudo transversal, realizado com uma amostra de 200 professores do ensino básico de um município do norte do Paraná. Os dados foram coletados no período julho de 2018 a fevereiro de 2019 por meio de um questionário com informações sociodemográficas e ocupacionais, pelo instrumento que avalia a violência no trabalho sofrida ou testemunhada nos últimos 12 meses e pelo Maslach Inventory Burnout. Os dados foram analisados no software R Core Team 2017. O primeiro objetivo foi atingido por estatística descritiva e regressão linear múltipla, considerando exaustão emocional, despersonalização e realização profissional como variável dependente e as violências sofridas ou testemunhadas como variáveis independentes. Já o segundo objetivo, foi analisado pelo programa Statistical Package of Social Sciences, por estatística descritiva e pelo modelo de regressão de Poisson com variância robusta, adotando-se como critério de significância p<0,05, para a estimativa, utilizou-se as razões de prevalência e intervalo de confiança de 95%. Os resultados indicaram que os professores que sofreram violência física e verbal ou testemunharam a violência no ambiente de trabalho nos últimos 12 meses apresentaram níveis maiores de exaustão emocional e despersonalização, porém em relação à realização profissional não houve correlação com as variáveis de violência. No modelo múltiplo com as variáveis dependentes de exaustão emocional e despersonalização associadas as variáveis de sofrer violência física e verbal e presenciar violência física e verbal, manteve-se associação estatisticamente significativa com p=0,001. A agressão física nos últimos 12 meses foi relatada por 3% dos professores, o aluno foi o principal agressor, 39% dos entrevistados presenciaram situações de violência física direcionada ao professor no seu local de trabalho. No que concerne à violência verbal, nos últimos 12 meses 71,5% dos professores foram agredidos em seu ambiente de trabalho e o agressor foi o aluno em 69,4%, sendo prevalente o agressor do sexo masculino 67,8%. Nos últimos 12 meses presenciaram situações de abuso verbal no seu local de trabalho cerca de 71% dos professores pesquisados. Observou-se maior prevalência de violência verbal em homens (p=0,02) e indivíduos com 40 anos ou mais (p=0,03). A violência física e a verbal se associaram isoladamente a duas primeiras dimensões da síndrome de burnout. A prevalência de violência verbal foi maior que a da física e os alunos foram os principais agressores. Podem ser criadas estratégias para a prevenção da violência laboral, tais como: monitoramento do ambiente, promover redes de apoio, respeitar as individualidades, estimular a notificação da violência, discutir a violência com os gestores, professores, alunos, pais ou responsáveis e sociedade. Assim, os trabalhadores podem ter um ambiente mais seguro para desenvolver suas atividades.
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Os dados foram coletados no período julho de 2018 a fevereiro de 2019 por meio de um questionário com informações sociodemográficas e ocupacionais, pelo instrumento que avalia a violência no trabalho sofrida ou testemunhada nos últimos 12 meses e pelo Maslach Inventory Burnout. Os dados foram analisados no software R Core Team 2017. O primeiro objetivo foi atingido por estatística descritiva e regressão linear múltipla, considerando exaustão emocional, despersonalização e realização profissional como variável dependente e as violências sofridas ou testemunhadas como variáveis independentes. Já o segundo objetivo, foi analisado pelo programa Statistical Package of Social Sciences, por estatística descritiva e pelo modelo de regressão de Poisson com variância robusta, adotando-se como critério de significância p<0,05, para a estimativa, utilizou-se as razões de prevalência e intervalo de confiança de 95%. Os resultados indicaram que os professores que sofreram violência física e verbal ou testemunharam a violência no ambiente de trabalho nos últimos 12 meses apresentaram níveis maiores de exaustão emocional e despersonalização, porém em relação à realização profissional não houve correlação com as variáveis de violência. No modelo múltiplo com as variáveis dependentes de exaustão emocional e despersonalização associadas as variáveis de sofrer violência física e verbal e presenciar violência física e verbal, manteve-se associação estatisticamente significativa com p=0,001. A agressão física nos últimos 12 meses foi relatada por 3% dos professores, o aluno foi o principal agressor, 39% dos entrevistados presenciaram situações de violência física direcionada ao professor no seu local de trabalho. No que concerne à violência verbal, nos últimos 12 meses 71,5% dos professores foram agredidos em seu ambiente de trabalho e o agressor foi o aluno em 69,4%, sendo prevalente o agressor do sexo masculino 67,8%. Nos últimos 12 meses presenciaram situações de abuso verbal no seu local de trabalho cerca de 71% dos professores pesquisados. Observou-se maior prevalência de violência verbal em homens (p=0,02) e indivíduos com 40 anos ou mais (p=0,03). A violência física e a verbal se associaram isoladamente a duas primeiras dimensões da síndrome de burnout. A prevalência de violência verbal foi maior que a da física e os alunos foram os principais agressores. Podem ser criadas estratégias para a prevenção da violência laboral, tais como: monitoramento do ambiente, promover redes de apoio, respeitar as individualidades, estimular a notificação da violência, discutir a violência com os gestores, professores, alunos, pais ou responsáveis e sociedade. Assim, os trabalhadores podem ter um ambiente mais seguro para desenvolver suas atividades.This study aimed to verify the association between workplace violence and burnout syndrome and to identify the prevalence of physical and verbal violence in elementary and high school teachers. This is a cross-sectional study conducted with a sample of 200 primary school teachers from a municipality in northern Paraná. Data were collected from July 2018 to February 2019 through a questionnaire with sociodemographic and occupational information, the instrument that evaluates the violence at work suffered or witnessed in the last 12 months and the Maslach Inventory Burnout. Data were analyzed using the R Core Team 2017 software. The first objective was achieved by descriptive statistics and multiple linear regression, considering emotional exhaustion, depersonalization and professional achievement as the dependent variable and violence suffered or witnessed as independent variables. The second objective was analyzed using the Statistical Package of Social Sciences program, descriptive statistics and the Poisson regression model with robust variance, using p <0.05 as the criterion of significance. prevalence ratios and 95% confidence intervals. The results indicated that teachers who suffered physical and verbal violence or witnessed workplace violence in the last 12 months had higher levels of emotional exhaustion and depersonalization, but in relation to professional achievement there was no correlation with violence variables. In the multiple model with the variables dependent on emotional exhaustion and depersonalization associated with the variables experiencing physical and verbal violence and witnessing physical and verbal violence, a statistically significant association was maintained with p = 0.001. Physical aggression in the last 12 months was reported by 3% of teachers, the student was the main aggressor, 39% of respondents witnessed situations of physical violence directed at the teacher in their workplace. Regarding verbal violence, in the last 12 months 71.5% of the teachers were assaulted in their work environment and the aggressor was the student in 69.4%, being the predominant male aggressor 67.8%. In the last 12 months, some 71% of teachers surveyed experienced verbal abuse in their workplace. There was a higher prevalence of verbal violence in men (p = 0.02) and individuals aged 40 years or older (p = 0.03). Physical and verbal violence were isolated in association with the first two dimensions of burnout syndrome. The prevalence of verbal violence was higher than physical violence and students were the main aggressors. Strategies can be created to prevent workplace violence, such as: monitoring the environment, promoting support networks, respecting individualities, encouraging reporting of violence, discussing violence with managers, teachers, students, parents or guardians and society. Thus, workers can have a safer environment to develop their activities.http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000228265porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-10-26T10:08:48Zoai:uel.br:vtls000228265Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2019-10-30T15:02:35Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
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