Coinoculação de cianobactérias com Azospirillum brasilense e Rhizobium, associadas a doses de nitrogênio em cobertura no desenvolvimento e desempenho produtivo de milho e feijão comum

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Eduardo Hélder Horácio
• Orientador(a): Claudemir Zucareli .
• Banca de defesa: André Mateus Prando, Freddy Eli Zambrano, Higo Forlan Amaral, Nídia Raquel Costa
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências Agrárias. Programa de Pós-Graduação em Agronomia.
• País: BR
• Link de acesso: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000235395

As cianobactérias são fixadoras de nitrogênio (N) atmosférico e consideradas promotoras de crescimento vegetal. A sua associação ou não com outras bactérias, com funções semelhantes ou diferentes nas culturas do milho (Zea mays L.) e do feijão comum (Phaseolus vulgaris L.), na tentativa de reduzir a utilização de fertilizantes nitrogenados, melhorar o crescimento e desenvolvimento das plantas e incrementar a produtividade de grãos são uma boa alternativa para uma agricultura sustentável. Porém, vários fatores podem interferir na obtenção destes benefícios às culturas como a cultivar utilizada, condições edafoclimáticas e o manejo adotado durante os cultivos. Assim, objetivo-se avaliar o desenvolvimento e desempenho produtivo do milho e feijão comum sob coinoculação de cianobactérias das espécies Anabaena cylindrica e Calothrix brevissima com Azospirillum brasilense e Rhizobium, associadas a doses de N em cobertura, em dois experimentos. O primeiro experimento teve como objetivo avaliar o efeito da coinoculação de Anabaena cylindrica, Calothrix brevíssima e Azospirillum brasilense associada a quatro doses de N em cobertura, sobre o crescimento e produtividade do milho. O experimento foi realizado em duas safras, e em cada experimento, utilizou-se o delineamento de parcelas subdivididas em arranjo fatorial 8x4, com quatro repetições. As parcelas foram constituídas pelos tratamentos: (i) não inoculado, (ii) inoculação de Azospirillum brasilense (Azo), (iii) de Anabaena cylindrica (Ana), (iv) de Calothrix brevíssima (Cal), (v) coinoculação de Azo + Ana, (vi) de Azo + Cal, (vii) de Ana + Cal e (viii) de Azo + Ana + Cal. As subparcelas foram constituídas por quatro doses de N em cobertura (0, 25, 50 e 100 kg ha-1 ), em que se utilizou a ureia. Avaliaram-se as variáveis relacionadas ao crescimento e desempenho produtivo, no qual se concluiu que a coinoculação de A. brasilense + A. cylindrica + C. brevissima + 25, 50 e 100 kg ha-1 de N em cobertura favoreceu o desenvolvimento e desempenho produtivo do milho, com incrementos de 1647; 2284 e 1625 kg de grãos ha-1 , respetivamente, quando comparado ao tratamento não adubado e não inoculado, na safra de 2017/2018. Na safra de 2018/2019 não foram observados ganhos de produtividade de grãos do milho devido à inoculação com os microrganismos associados às doses de N em cobertura. No segundo experimento, objetivou-se avaliar a coinoculação de Anabaena cylindrica, Calothrix brevíssima e Rhizobium (R. tropici + R. freire) associada a duas doses de N em cobertura no crescimento e produtividade do feijoeiro. O experimento foi realizado nas 1ª. e 2ª. épocas de semeadura de feijão, utilizando-se o delineamento de parcelas subdivididas em esquema fatorial (12 x 2 +1), com quatro repetições. As parcelas foram constituídas por: (i) N-mineral, (ii) inoculação de rizóbio (Rhizobium tropici + Rhizobium freire) (Riz), (iii) de Azospirillum brasilense (Azo), (iv) Anabaena cylindrica (Ana), (v) Calothrix brevíssima (Cal) e (vi) coinoculação de Riz + Azo, (vii) Riz + Cal, (viii) Riz + Ana, (ix) de Azo + Cal, (x) Azo + Ana, (xi) de Riz + Azo + Cal, e (xii) de Riz + Azo + Ana. As subparcelas foram constituídas por duas doses de N em cobertura 13 (30 e 60 kg N ha-1 ) com 30 kg N ha-1 na base, além do tratamento controle. Avaliaram-se as variáveis relacionadas ao crescimento e desempenho produtivo do feijoeiro, no qual se concluiu que a coinoculação de rizóbio com A. brasilense e cianobactérias, assim como a aplicação do adubo nitrogenado em cobertura mostrou-se favorável à produção de grãos do feijão comum quando comparada ao tratamento controle. O maior destaque foi a primeira época de semeadura do feijão comum que demonstrou ganhos acima de 700 kg, sendo 1085 kg ha-1 de grãos na coinoculação de Riz + Cal + 30 kg N ha-1 , 993 e 788 kg ha-1 no tratamento Riz + Azo + Ana + 30 e 60 kg N ha-1 e 839 kg ha-1 de grãos no Riz + Ana + Cal + 60 kg N ha-1 . Na segunda época, em comparação ao tratamento controle, houve ganhos na coinoculação de Riz + Cal + 60 kg N ha-1 (688 kg ha-1 de grãos), de Riz + Ana + 60 kg N ha-1 (507 kg ha-1 de grãos) e de Azo + Cal + 60 kg N ha-1 com 456 kg ha-1 de grãos. A associação das cianobactérias com A. brasilense no milho e com rizóbio no feijoeiro com aplicação de N em cobertura demonstrou ser uma prática agronômica eficiente para as duas culturas, resultando em incremento no rendimento de grãos comparativamente às plantas não inoculadas e não adubadas.