Interculturalidade e sustentabilidade: jogos e brincadeiras indígenas na Educação Física escolar

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Reis, Patricia Rossi dos
• Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/4528030566938041
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas; Centro de Ciências do Ambiente; Brasil; UFAM; Rede Nacional para o Ensino das Ciências Ambientais
• Palavras-chave em Português: Indígenas - Educação; Escolas - Exercícios e jogos; OUTROS; Povos Indígenas; Educação Física Escolar; Interculturalidade; Sustentabilidade; Educação física
• Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8116

No processo de educação e de transmissão intergeracional da cultura, os jogos, brin- quedos e brincadeiras aparecem como importantes instrumentos, propiciando aos indivíduos características próprias, perpetuando a cultura, os modos de vida e fortalecendo identidades. Mas grande parte desses jogos e brincadeiras que encantam estão desaparecendo. Especificamente os jogos, brinquedos e brincadeiras indígenas herdados pelos povos tradicionais, como é o caso dos povos indígenas, são pouco explorados e muitas vezes invisibilizados, na prática, da Educação Física Escolar. Com isso estão se perdendo no tempo e espaço. Assim, o objetivo desta pesquisa foi resgatar jogos, brinquedos e brincadeiras indígenas de etnias do Rio Negro no Amazonas como subsídio ao desenvolvimento de atividades na Educação Física como forma de promover a interculturalidade e a sustentabilidade no ambiente escolar. A pesquisa caracteriza-se como de abordagem qualitativa, com finalidade descritiva analítica baseada em pesquisa bibliográfica, documental e pesquisa-ação. Este estudo foi desenvolvido em bairros da cidade de São Gabriel da Cachoeira e nas dependências do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, Campos São Gabriel da Cachoeira – IFAM/SGC. A pesquisa envolveu 82 discentes indígenas IFAM/SGC e 41 participantes também indígenas adultos residentes na cidade de São Gabriel Cachoeira de ambos os sexos. De acordo com os resultados obtidos, foi possível observar as relações de equilíbrio e sustentabilidade com o local onde vivem. Podendo quebrar círculos viciosos de uma sociedade consumista que não considera o protagonismo dos povos indígenas e seus conhecimentos milenares nos processos educacionais. Foram identificados e registrados 43 tipos diferentes de jogos, brinquedos e brincadeiras de 8 etnias indígenas (Tukano, Piratapuia, Baniwa, Baré, Cubeo, Tariano, Potiguara e Dessano) que foram agrupados em sete categorias, a saber: (1) brincadeiras de contingência física; (2) brincadeiras de exercício sensório-motor; (3) brincadeiras de contingência social; (4) brincadeiras de construção; (5) brincadeiras turbu- lentas; (6) brincadeiras simbólicas/faz de conta; (7) brincadeiras de regras. A grande maioria dos jogos e brincadeiras envolveram as dimensões motoras, culturais e de relações sociais e são aplicáveis no ensino da Educação Física escolar. Esses aparato de conhecimentos ampliam formas de discussões diversas no âmbito da sustentabilidade, interculturalidade, globalização, valorização da diversidade étnica e fortalecimento das identidades que podem ser trabalhados antes, durante e depois das aulas e ainda prever adaptações dentro e fora do espaço escolar. Esta pesquisa dará condições de se propor a construção de novos caminhos no qual o presente dialoga com o passado, se fazendo relevante considerar as contribuições e visões desses povos para o desenvolvimento sustentável, assim como para o gerenciamento e a conservação dos recursos naturais.