Uma análise do verbo poder do português brasileiro à luz da HPSG e do léxico gerativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Marruche, Vanessa de Sales
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/7022829744859832
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Humanas e Letras
BR
UFAM
Programa de Pós-graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2375
Resumo: Este trabalho apresenta uma análise tanto sintática quanto semântica do verbo poder do português brasileiro. Para alcançar esse objetivo, partiu-se de uma revisão de literatura, a qual compreendeu trabalhos dedicados ao estudo da auxiliaridade e da modalidade, a fim de verificar o que essas questões implicam e o que geralmente é levado em consideração para classificar o verbo investigado como auxiliar e/ou modal. Como alicerces deste trabalho, foram utilizadas duas teorias, quais sejam, a HPSG (Head-Driven Phrase Structure Grammar Gramática de Estruturas Sintagmáticas Orientadas pelo Núcleo), um modelo de gramática gerativa orientada pela superfície, a qual é constituída de um componente fonológico, um sintático e um semântico, e o GL (The Generative Lexicon O Léxico Gerativo), um modelo lexicalista de interpretação semântica de língua natural, que se propõe a lidar com problemas como a composicionalidade, a criatividade semântica e a polissemia lógica. Devido ao fato de esses modelos não conseguirem lidar com o verbo poder do português brasileiro como eles foram propostos originalmente, foi necessário utilizar o GL para fazer algumas modificações na HPSG, a fim de enriquecer semanticamente esse modelo de gramática, de modo que ele consiga dar conta da polissemia lógica do verbo poder, de seu comportamento como verbo de alçamento e de controle, da saturação de seu argumento interno, além de identificar quando ele é um verbo auxiliar. A análise mostrou que: (a) quatro são os significados inerentes ao verbo poder, quais sejam, CAPACIDADE, HABILIDADE, PERMISSÃO e POSSIBILIDADE; (b) para saturar o argumento interno do verbo poder, o sintagma candidato a saturador deve ser do tipo [proposição], e o núcleo desse sintagma deve ser do tipo [evento] e, não havendo essa identidade de tipos, recorre-se à aplicação da construção de coerção de tipo para recuperar o tipo solicitado por aquele verbo; (c) poder é verbo de alçamento quando significa POSSIBILIDADE e, nesse caso, não seleciona argumento externo. Ou seja, aceita como sujeito qualquer que seja o sujeito de seu VP-complemento; (d) poder é verbo de controle quando significa CAPACIDADE, HABILIDADE e/ou PERMISSÃO e, nesse caso, requer que o sintagma saturador de seu argumento interno seja ou do tipo [entidade], quando significa CAPACIDADE, ou do tipo [animal], quando significa HABILIDADE e/ou PERMISSÃO; (e) poder só é verbo auxiliar quando é um verbo de alçamento, pois só nessa situação não impõe restrições selecionais quanto ao argumento externo; e (f) poder é considerado um verbo modal porque pode expressar uma noção epistêmica possibilidade e pelo menos três noções não epistêmicas de modalidade capacidade, habilidade e permissão.
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Como alicerces deste trabalho, foram utilizadas duas teorias, quais sejam, a HPSG (Head-Driven Phrase Structure Grammar Gramática de Estruturas Sintagmáticas Orientadas pelo Núcleo), um modelo de gramática gerativa orientada pela superfície, a qual é constituída de um componente fonológico, um sintático e um semântico, e o GL (The Generative Lexicon O Léxico Gerativo), um modelo lexicalista de interpretação semântica de língua natural, que se propõe a lidar com problemas como a composicionalidade, a criatividade semântica e a polissemia lógica. Devido ao fato de esses modelos não conseguirem lidar com o verbo poder do português brasileiro como eles foram propostos originalmente, foi necessário utilizar o GL para fazer algumas modificações na HPSG, a fim de enriquecer semanticamente esse modelo de gramática, de modo que ele consiga dar conta da polissemia lógica do verbo poder, de seu comportamento como verbo de alçamento e de controle, da saturação de seu argumento interno, além de identificar quando ele é um verbo auxiliar. A análise mostrou que: (a) quatro são os significados inerentes ao verbo poder, quais sejam, CAPACIDADE, HABILIDADE, PERMISSÃO e POSSIBILIDADE; (b) para saturar o argumento interno do verbo poder, o sintagma candidato a saturador deve ser do tipo [proposição], e o núcleo desse sintagma deve ser do tipo [evento] e, não havendo essa identidade de tipos, recorre-se à aplicação da construção de coerção de tipo para recuperar o tipo solicitado por aquele verbo; (c) poder é verbo de alçamento quando significa POSSIBILIDADE e, nesse caso, não seleciona argumento externo. Ou seja, aceita como sujeito qualquer que seja o sujeito de seu VP-complemento; (d) poder é verbo de controle quando significa CAPACIDADE, HABILIDADE e/ou PERMISSÃO e, nesse caso, requer que o sintagma saturador de seu argumento interno seja ou do tipo [entidade], quando significa CAPACIDADE, ou do tipo [animal], quando significa HABILIDADE e/ou PERMISSÃO; (e) poder só é verbo auxiliar quando é um verbo de alçamento, pois só nessa situação não impõe restrições selecionais quanto ao argumento externo; e (f) poder é considerado um verbo modal porque pode expressar uma noção epistêmica possibilidade e pelo menos três noções não epistêmicas de modalidade capacidade, habilidade e permissão.This study presents an analysis both syntactic and semantic of the verb poder in Brazilian Portuguese. To achieve this goal, we started with a literature review, which consisted of works dedicated to the study of auxiliarity and modality in order to determine what these issues imply and what is usually considered for classifying the verb under investigation as an auxiliary and/or modal verb. As foundations of this study, we used two theories, namely, HPSG (Head-Driven Phrase Structure Grammar Gramática de Estruturas Sintagmáticas Orientadas pelo Núcleo), a model of surface oriented generative grammar, which consists of a phonological, a syntactic and a semantic component, and GL (The Generative Lexicon O Léxico Gerativo), a lexicalist model of semantic interpretation of natural language, which is proposed to deal with problems such as compositionality, semantic creativity, and logical polysemy. Because these models are unable to handle the verb poder of the Brazilian Portuguese as they were originally proposed, it was necessary to use the GL to make some modifications in HPSG, in order to semantically enrich this model of grammar, so that it can cope with the logical polysemy of the verb poder, its behavior as a raising and a control verb, the saturation of its internal argument, as well as to identify when it is an auxiliary verb. The analysis showed that: (a) poder has four meanings inherent to it, namely, CAPACITY, ABILITY, POSSIBILITY and PERMISSION; (b) to saturate the internal argument of poder, the phrase candidate to saturate that argument must be of type [proposition] and the core of that phrase must be of type [event]. In case those types are not identical, the type coercion is applied in order to recover the requested type for that verb; (c) poder is a raising verb when it means POSSIBILITY, in such case it selects no external argument. That is, it accepts as its subject whatever the subject of its VP-complement is; (d) poder is a control verb when it means CAPACITY, ABILITY and/or PERMISSION and in this case it requires that the saturator of its internal argument be of type [entity] when poder means CAPACITY, or of type [animal] when it means ABILITY and/or PERMISSION; (e) poder is an auxiliary verb only when it is a raising verb, because only in this situation it does not impose any selectional restrictions on the external argument and (f ) poder is considered a modal verb because it can express an epistemic notion possibility and at least three non-epistemic notions of modality capacity, ability and permission.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorUniversidade Federal do AmazonasInstituto de Ciências Humanas e LetrasBRUFAMPrograma de Pós-graduação em LetrasAragão Neto, Magdiel Medeiroshttp://lattes.cnpq.br/9808698327792929Marruche, Vanessa de Saleshttp://lattes.cnpq.br/70228297448598322015-04-11T13:49:03Z2013-10-312012-08-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfMARRUCHE, Vanessa de Sales. Uma análise do verbo poder do português brasileiro à luz da HPSG e do léxico gerativo. 2012. 205 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2012.http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2375porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAMinstname:Universidade Federal do Amazonas (UFAM)instacron:UFAM2016-05-12T17:27:39Zoai:https://tede.ufam.edu.br/handle/:tede/2375Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://200.129.163.131:8080/PUBhttp://200.129.163.131:8080/oai/requestddbc@ufam.edu.br||ddbc@ufam.edu.bropendoar:65922016-05-12T17:27:39Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM - Universidade Federal do Amazonas (UFAM)false
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