Fonte usual de cuidados em saúde: abordagens conceituais e metodológicas e fatores determinantes entre adolescentes escolarizados.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Martins, Maísa Mônica Flores lattes
Orientador(a): Pereira, Rosana Aquino Guimarães
Banca de defesa: Vilasbôas, Ana Luiza Queiroz, Bousquat, Aylene Emília Moraes, Tomasi, Elaine, Prado , Nilia Maria de Brito Lima, Pereira, Rosana Aquino Guimarães
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia. Instituto de Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC-ISC)
Departamento: Instituto de Saúde Coletiva - ISC
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37906
Resumo: Introdução: Ter uma fonte usual de cuidado (FUC) da Atenção Primária à Saúde (APS) pode melhorar a atenção à saúde de adolescentes brasileiros, e o acesso as ações de promoção da saúde e prevenção de doenças. Dentre as ações preconizadas para serem desenvolvidas pelos profissionais da APS, destaca-se o Programa de Saúde da Escola (PSE), desenvolvido através de ações intersetoriais entre os serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) e as unidade escolares da esfera pública. Estas ações podem favorecer uma relação de vínculo e confiabilidade entre os adolescentes e os serviços de APS, a partir da integração entre os setores da saúde e da educação, contribuindo para o reconhecimento da APS como sua FUC. Uma relação longitudinal, de responsabilização e confiança pode favorecer o acesso aos serviços de saúde da APS. Neste sentido, a adolescência é um período da vida considerado vulnerável devido a vivência de experiências que podem comprometer a integridade da saúde. Sendo necessário o desenvolvimento de estudos que possibilitam a compreensão dos fatores determinantes no acesso à saúde e práticas de cuidados em saúde que considerem as especificidades e singularidades desses indivíduos, de modo a favorecer aos adolescentes a inclusão, autonomia e participação social em seus processos de atenção à saúde. Objetivo geral: Analisar as abordagens conceituais e metodológicas e os fatores determinantes do reconhecimento de uma fonte usual de cuidado e sua associação com o acesso aos serviços de APS entre adolescentes brasileiros. Objetivos Específicos: Sistematizar na literatura científica nacional e internacional, os conceitos de fonte usual do cuidado, as abordagens metodológicas utilizadas e os fatores determinantes evidenciados pelos estudos; Analisar os fatores demográficos, socioeconômicos, de saúde e comportamentos de risco associados ao reconhecimento de uma fonte usual do cuidado, segundo o sexo, entre adolescentes brasileiros; Analisar a associação entre o desenvolvimento de ações intersetoriais entre escola/serviços de saúde e o reconhecimento de uma fonte usual do cuidado de APS; e Analisar a associação entre o reconhecimento de uma fonte usual do cuidado de APS e o acesso aos serviços de APS, segundo sexo, entre adolescentes brasileiros. Metodologia: A tese foi apresentada em quatro artigos segundo cada objetivo específico. Para execução do primeiro objetivo foi realizado um estudo de revisão de escopo, com artigo da literatura internacional, sendo desenvolvido com 41 artigos originais como amostra final. No segundo objetivo, foi conduzido um estudo transversal com 100.464 adolescentes brasileiros, por meio de uma amostragem complexa, por conglomerado, a partir dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (2015), tendo como variável dependente - Fonte Usual de Cuidado. Para a análise dos dados foram utilizados modelos de regressão logístico multinível, a partir da análise da Razão de Prevalência (RP), segundo variáveis demográficas, socioeconômicas, de comportamento de risco e de saúde, e estratificado por sexo. No terceiro objetivo, foi conduzido um estudo transversal com 97.903 adolescentes brasileiros, a partir do inquérito da PeSNE (2015) o qual considerou os adolescentes de escolas que referiram desenvolver ações intersetoriais entre a escola e serviços da APS. Para a análise estatística definiu como variável independente principal – ações intersetoriais e a variável dependente – Fonte Usual de Cuidado da APS, foram utilizados modelos de regressão logístico multinível sendo estimado a RP. No quarto objetivo, foi conduzido um estudo transversal, a partir do inquérito da PeNSE (2015) com 68.968 adolescentes brasileiros que procuraram os serviços de APS nos últimos 12 meses a entrevista. Considerou como variável independente principal – FUC APS e a variável dependente – Acesso aos serviços de saúde da APS. Foram estimadas RP a partir de modelos de regressão logístico multinível e ajustados por variáveis demográficas, socioeconômicas, de comportamento de risco e de saúde, e estratificado por sexo. Para as análises foram realizadas as correções para amostragem complexa, multinível com uso do software stata 14 e uso do comando adjrr para as estimativas da RP. Resultados referentes ao primeiro objetivo: Foram identificados 632 artigos, sendo que 291 foram excluídos por estarem repetidos nas bases de dados, tendo como amostra final 41 artigos que foram selecionados para a revisão após o processo de leitura e avaliação dos critérios de inclusão. Ser do sexo feminino, raça/cor branca, maior renda e escolaridade e ter seguro saúde estiveram associados ao reconhecimento de uma FUC, a mesma associação foi observada para FUC APS, além de estudos destacarem a relação com raça/cor parda, menor nível de escolaridade e residir em zona rural. Resultados referentes ao segundo objetivo: O reconhecimento de uma FUC foi referido por 55,5% dos adolescentes brasileiros, sendo 58,6% para o sexo feminino e 51,4% para o sexo masculino. Na análise multivariada, as variáveis que apresentam desigualdades sociais, econômicas e de comportamento de risco demonstraram associações positivas para a FUC APS, para ambos os sexos (raça/cor preto/parto/amarelo e indígena, baixo nível de escolaridade materna, ser estudante de escolas públicas, relação sexual desprotegida e ter sofrido violência física e sexual). Os demais tipos de FUC (consultório médico particular, hospital e emergência) as características demográficas e socioeconômicas quando associadas apresentaram associações negativas, sendo as associações positiva para as variáveis de comportamento de risco e condições de saúde. Resultados referentes ao terceiro objetivo: Dos adolescentes analisados 72,8% estudavam em escolas que desenvolviam ações intersetoriais com os serviços de APS. Entre os adolescentes estudantes de escolas que desenvolviam ações intersetoriais, observou-se associação entre o reconhecimento da FUC APS e ações intersetoriais (RP:1,11; IC95%: 1,08 – 1,15). Quando analisado o modelo multivariado para as variações da variável independente principal, observou-se associações positivas para ações do Programa Saúde na Escola (PSE) (RP:1,34; IC95%: 1,30 – 1,38), e o desenvolvimento de ações entre a escola e os serviços de APS (RP:1,10; IC95%: 1,06 – 1,14). Resultados referentes ao quarto objetivo: Dos adolescentes que procuraram os serviços de APS, 74,6% referiram acesso, sendo a maior proporção para o sexo feminino (79,3%). Na análise multivariada, entre o reconhecimento de uma FUC APS e o acesso aos serviços de APS observa-se associação positiva (RP: 1,25; IC95%: 1,24 – 1,26), e na estratificado por sexo, observou-se associações positivas para ambos os sexos, (RP: 1,30; IC95%: 1,28 – 1,31) para o sexo masculino e (RP: 1,21; IC95%: 1,20 – 1,23) para o sexo feminino. Considerações finais: Os resultados deste estudo mostraram que determinantes sociais, econômicos e de comportamento de risco, como, ser do sexo feminino, raça/cor branca, maior nível de escolaridade e de renda, e a disponibilidade de seguro saúde, estão associados ao reconhecimento de uma FUC. Os achados entre os determinantes sociais e o reconhecimento da APS como FUC, demonstraram que os adolescentes em condições de maior vulnerabilidade social e econômica têm uma maior probabilidade de reconhecerem a APS como sua FUC. A FUC APS também apresentou associação com as ações intersetoriais, entre a saúde e educação. Em relação ao acesso aos serviços de APS, o presente estudo mostrou uma associação positiva entre o reconhecimento da FUC APS e o acesso aos serviços de APS, sendo que os indivíduos que vivenciam maiores desigualdades sociais, apesar de reconhecerem a APS como sua FUC tem menor probabilidade de acesso quando comparado aos adolescentes que não reconhecem a APS como sua FUC. Além disso, políticas sociais devem ser aprimoradas para ampliar a qualidade e o acesso aos serviços de APS e fortalecer as relações de vínculo e confiança.
id UFBA-2_104a7de953aba7c22ff9d1ec495d4e9b
oai_identifier_str oai:repositorio.ufba.br:ri/37906
network_acronym_str UFBA-2
network_name_str Repositório Institucional da UFBA
repository_id_str
spelling 2023-09-28T16:07:14Z2023-09-28T16:07:14Z2022-09-05https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37906Introdução: Ter uma fonte usual de cuidado (FUC) da Atenção Primária à Saúde (APS) pode melhorar a atenção à saúde de adolescentes brasileiros, e o acesso as ações de promoção da saúde e prevenção de doenças. Dentre as ações preconizadas para serem desenvolvidas pelos profissionais da APS, destaca-se o Programa de Saúde da Escola (PSE), desenvolvido através de ações intersetoriais entre os serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) e as unidade escolares da esfera pública. Estas ações podem favorecer uma relação de vínculo e confiabilidade entre os adolescentes e os serviços de APS, a partir da integração entre os setores da saúde e da educação, contribuindo para o reconhecimento da APS como sua FUC. Uma relação longitudinal, de responsabilização e confiança pode favorecer o acesso aos serviços de saúde da APS. Neste sentido, a adolescência é um período da vida considerado vulnerável devido a vivência de experiências que podem comprometer a integridade da saúde. Sendo necessário o desenvolvimento de estudos que possibilitam a compreensão dos fatores determinantes no acesso à saúde e práticas de cuidados em saúde que considerem as especificidades e singularidades desses indivíduos, de modo a favorecer aos adolescentes a inclusão, autonomia e participação social em seus processos de atenção à saúde. Objetivo geral: Analisar as abordagens conceituais e metodológicas e os fatores determinantes do reconhecimento de uma fonte usual de cuidado e sua associação com o acesso aos serviços de APS entre adolescentes brasileiros. Objetivos Específicos: Sistematizar na literatura científica nacional e internacional, os conceitos de fonte usual do cuidado, as abordagens metodológicas utilizadas e os fatores determinantes evidenciados pelos estudos; Analisar os fatores demográficos, socioeconômicos, de saúde e comportamentos de risco associados ao reconhecimento de uma fonte usual do cuidado, segundo o sexo, entre adolescentes brasileiros; Analisar a associação entre o desenvolvimento de ações intersetoriais entre escola/serviços de saúde e o reconhecimento de uma fonte usual do cuidado de APS; e Analisar a associação entre o reconhecimento de uma fonte usual do cuidado de APS e o acesso aos serviços de APS, segundo sexo, entre adolescentes brasileiros. Metodologia: A tese foi apresentada em quatro artigos segundo cada objetivo específico. Para execução do primeiro objetivo foi realizado um estudo de revisão de escopo, com artigo da literatura internacional, sendo desenvolvido com 41 artigos originais como amostra final. No segundo objetivo, foi conduzido um estudo transversal com 100.464 adolescentes brasileiros, por meio de uma amostragem complexa, por conglomerado, a partir dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (2015), tendo como variável dependente - Fonte Usual de Cuidado. Para a análise dos dados foram utilizados modelos de regressão logístico multinível, a partir da análise da Razão de Prevalência (RP), segundo variáveis demográficas, socioeconômicas, de comportamento de risco e de saúde, e estratificado por sexo. No terceiro objetivo, foi conduzido um estudo transversal com 97.903 adolescentes brasileiros, a partir do inquérito da PeSNE (2015) o qual considerou os adolescentes de escolas que referiram desenvolver ações intersetoriais entre a escola e serviços da APS. Para a análise estatística definiu como variável independente principal – ações intersetoriais e a variável dependente – Fonte Usual de Cuidado da APS, foram utilizados modelos de regressão logístico multinível sendo estimado a RP. No quarto objetivo, foi conduzido um estudo transversal, a partir do inquérito da PeNSE (2015) com 68.968 adolescentes brasileiros que procuraram os serviços de APS nos últimos 12 meses a entrevista. Considerou como variável independente principal – FUC APS e a variável dependente – Acesso aos serviços de saúde da APS. Foram estimadas RP a partir de modelos de regressão logístico multinível e ajustados por variáveis demográficas, socioeconômicas, de comportamento de risco e de saúde, e estratificado por sexo. Para as análises foram realizadas as correções para amostragem complexa, multinível com uso do software stata 14 e uso do comando adjrr para as estimativas da RP. Resultados referentes ao primeiro objetivo: Foram identificados 632 artigos, sendo que 291 foram excluídos por estarem repetidos nas bases de dados, tendo como amostra final 41 artigos que foram selecionados para a revisão após o processo de leitura e avaliação dos critérios de inclusão. Ser do sexo feminino, raça/cor branca, maior renda e escolaridade e ter seguro saúde estiveram associados ao reconhecimento de uma FUC, a mesma associação foi observada para FUC APS, além de estudos destacarem a relação com raça/cor parda, menor nível de escolaridade e residir em zona rural. Resultados referentes ao segundo objetivo: O reconhecimento de uma FUC foi referido por 55,5% dos adolescentes brasileiros, sendo 58,6% para o sexo feminino e 51,4% para o sexo masculino. Na análise multivariada, as variáveis que apresentam desigualdades sociais, econômicas e de comportamento de risco demonstraram associações positivas para a FUC APS, para ambos os sexos (raça/cor preto/parto/amarelo e indígena, baixo nível de escolaridade materna, ser estudante de escolas públicas, relação sexual desprotegida e ter sofrido violência física e sexual). Os demais tipos de FUC (consultório médico particular, hospital e emergência) as características demográficas e socioeconômicas quando associadas apresentaram associações negativas, sendo as associações positiva para as variáveis de comportamento de risco e condições de saúde. Resultados referentes ao terceiro objetivo: Dos adolescentes analisados 72,8% estudavam em escolas que desenvolviam ações intersetoriais com os serviços de APS. Entre os adolescentes estudantes de escolas que desenvolviam ações intersetoriais, observou-se associação entre o reconhecimento da FUC APS e ações intersetoriais (RP:1,11; IC95%: 1,08 – 1,15). Quando analisado o modelo multivariado para as variações da variável independente principal, observou-se associações positivas para ações do Programa Saúde na Escola (PSE) (RP:1,34; IC95%: 1,30 – 1,38), e o desenvolvimento de ações entre a escola e os serviços de APS (RP:1,10; IC95%: 1,06 – 1,14). Resultados referentes ao quarto objetivo: Dos adolescentes que procuraram os serviços de APS, 74,6% referiram acesso, sendo a maior proporção para o sexo feminino (79,3%). Na análise multivariada, entre o reconhecimento de uma FUC APS e o acesso aos serviços de APS observa-se associação positiva (RP: 1,25; IC95%: 1,24 – 1,26), e na estratificado por sexo, observou-se associações positivas para ambos os sexos, (RP: 1,30; IC95%: 1,28 – 1,31) para o sexo masculino e (RP: 1,21; IC95%: 1,20 – 1,23) para o sexo feminino. Considerações finais: Os resultados deste estudo mostraram que determinantes sociais, econômicos e de comportamento de risco, como, ser do sexo feminino, raça/cor branca, maior nível de escolaridade e de renda, e a disponibilidade de seguro saúde, estão associados ao reconhecimento de uma FUC. Os achados entre os determinantes sociais e o reconhecimento da APS como FUC, demonstraram que os adolescentes em condições de maior vulnerabilidade social e econômica têm uma maior probabilidade de reconhecerem a APS como sua FUC. A FUC APS também apresentou associação com as ações intersetoriais, entre a saúde e educação. Em relação ao acesso aos serviços de APS, o presente estudo mostrou uma associação positiva entre o reconhecimento da FUC APS e o acesso aos serviços de APS, sendo que os indivíduos que vivenciam maiores desigualdades sociais, apesar de reconhecerem a APS como sua FUC tem menor probabilidade de acesso quando comparado aos adolescentes que não reconhecem a APS como sua FUC. Além disso, políticas sociais devem ser aprimoradas para ampliar a qualidade e o acesso aos serviços de APS e fortalecer as relações de vínculo e confiança.Introduction: Having a usual source of care (FUC) from Primary Health Care (PHC) can improve health care for Brazilian adolescents, and access to health promotion and disease prevention actions. Among the recommended actions to be developed by PHC professionals, the School Health Program (PSE) stands out, developed through intersectoral actions between Primary Health Care services (PHC) and school units in the public sphere. These actions can favor a relationship of bond and reliability between adolescents and PHC services, based on the integration between the health and education sectors, contributing to the recognition of PHC as their FUC. A longitudinal relationship of accountability and trust can favor access to PHC health services. In this sense, adolescence is a period of life considered vulnerable due to the experience that can compromise the integrity of health. It is necessary to develop studies that make it possible to understand the determining factors in access to health and health care practices that consider the specificities and singularities of these individuals, in order to favor inclusion, autonomy and social participation in their care processes for adolescents. the health. General objective: To analyze the conceptual and methodological approaches and the determining factors for the recognition of a usual source of care and its association with access to PHC services among Brazilian adolescents. Specific Objectives: Systematize in national and international scientific literature, the concepts of usual source of care, the methodological approaches used and the determining factors evidenced by the studies; To analyze the demographic, socioeconomic, health factors and risk behaviors associated with the recognition of a usual source of care, according to sex, among Brazilian adolescents; To analyze the association between the development of intersectoral actions between school/health services and the recognition of a usual source of PHC care; To analyze the association between the recognition of a usual source of PHC care and access to PHC services, according to sex, among Brazilian adolescents. Methodology: The thesis was presented in four articles according to each specific objective. To carry out the first objective, a scope review study was carried out, with an article from the international literature, being developed with 41 original articles as a final sample. In the second objective, a cross-sectional study was conducted with 100,464 Brazilian adolescents, using complex sampling by cluster, based on data from the National School Health Survey (2015), with the dependent variable - Usual Source of Care. For data analysis, multilevel logistic regression models were used, based on the analysis of the Prevalence Ratio (PR), adjusted for demographic, socioeconomic, risk behavior and health variables, and stratified by sex. In the third objective, a cross-sectional study was conducted with 97,903 Brazilian adolescents, based on the PeSNE survey (2015) which considered adolescents from schools who reported developing intersectoral actions between the school and PHC services. For the statistical analysis, defined as the main independent variable – intersectoral actions and the dependent variable – Usual Source of Care of PHC, multilevel logistic regression models were used, estimating the PR. In the fourth objective, a cross-sectional study was conducted, based on the PeNSE survey (2015) with 68,968 Brazilian adolescents who sought PHC services in the last 12 months after the interview. It considered as the main independent variable – FUC APS and the dependent variable – Access to PHC health services. PRs were estimated from multilevel logistic regression models and adjusted for demographic, socioeconomic, risk behavior and health variables, and stratified by sex. For the analyses, corrections were made for complex, multilevel sampling using the stata 14 software and the use of the adjrr command for PR estimates. Results regarding the first objective: 632 articles were identified, of which 291 were excluded because they were repeated in the databases, with a final sample of 41 articles that were selected for review after the process of reading and evaluating the inclusion criteria. Being female, white race/color, higher income and education, and having health insurance were associated with the recognition of a FUC. The same association was observed for FUC APS, in addition to studies highlighting the relationship with mixed race/color, lower level of education and living in rural areas. Results regarding the second objective: The recognition of a FUC was mentioned by 55.5% of Brazilian adolescents, being 58.6% for females and 51.4% for males. In the multivariate analysis, the variables that present social, economic and risk behavior inequalities showed positive associations for FUC APS, for both sexes (race/black/childbirth/yellow and indigenous, low level of maternal education, being a high school student, public schools, unprotected sexual intercourse and having suffered violence). The other types of FUC (private practice, hospital and emergency), the demographic and socioeconomic characteristics when associated, showed negative associations, with positive associations for the variables of risk behavior and health conditions. Results regarding the third objective: Of the adolescents analyzed, 72.8% studied in schools that developed intersectoral actions with PHC services. Among the adolescent students from schools that developed intersectoral actions, an association was observed between the recognition of FUC APS and intersectoral actions (PR: 1.11; 95%CI: 1.08 – 1.15). When analyzing the multivariate model for the variations of the main independent variable, positive associations were observed for actions of the Health at School Program (PSE) (PR: 1.34; 95%CI: 1.30 – 1.38), and the development of actions between the school and PHC services (PR: 1.10; 95%CI: 1.06 – 1.14). Results regarding the fourth objective: Of the adolescents who sought PHC services, 74.6% reported access, with the highest proportion being female (79.3%). In the multivariate analysis, between the recognition of a FUC APS and access to PHC services, a positive association was observed (PR: 1.25; 95%CI: 1.24 – 1.26), and in the stratified by sex, it was observed that positive associations were found for both sexes, (PR: 1.30; 95%CI: 1.28 – 1.31) for males and (PR: 1.21; 95%CI: 1.20 – 1.23) for the female sex. Final considerations: The results of this study showed that social, economic and risk behavior determinants, such as being female, white race/color, higher level of education and income, and the availability of health insurance, are associated with the recognition of a FUC. The findings between the social determinants and the recognition of PHC as a FUC showed that adolescents in conditions of greater social and economic vulnerability are more likely to recognize PHC as a FUC. FUC APS also showed an association with intersectoral actions, between health and education. Regarding access to PHC services, the present study showed a positive association between the recognition of FUC APS and access to PHC services, with individuals experiencing less social inequalities, despite recognizing PHC as their FUC, they are less likely to access when compared to adolescents who do not recognize PHC as their FUC. In addition, social policies must be improved to expand the quality and access to PHC services and strengthen bonds and trust.Submitted by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2023-09-28T15:22:55Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1037 bytes, checksum: 996f8b5afe3136b76594f43bfda24c5e (MD5) Tese_MAÍSA-MÔNICA_FLORES_2022.pdf: 1828661 bytes, checksum: 946b996c85b10ab0a237a484e048927f (MD5)Approved for entry into archive by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2023-09-28T16:07:14Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1037 bytes, checksum: 996f8b5afe3136b76594f43bfda24c5e (MD5) Tese_MAÍSA-MÔNICA_FLORES_2022.pdf: 1828661 bytes, checksum: 946b996c85b10ab0a237a484e048927f (MD5)Made available in DSpace on 2023-09-28T16:07:14Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1037 bytes, checksum: 996f8b5afe3136b76594f43bfda24c5e (MD5) Tese_MAÍSA-MÔNICA_FLORES_2022.pdf: 1828661 bytes, checksum: 946b996c85b10ab0a237a484e048927f (MD5) Previous issue date: 2022-09-05porUniversidade Federal da Bahia. Instituto de Saúde ColetivaPrograma de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC-ISC)ISC-UFBABrasilInstituto de Saúde Coletiva - ISCAttribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessUsual Source of CarePrimary Health CareAdolescentIntersectoral ActionsAccess to Health ServicesCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVAFonte Usual de CuidadoAtenção Primária à SaúdeAdolescenteAções IntersetoriaisAcesso aos Serviços de SaúdFonte usual de cuidados em saúde: abordagens conceituais e metodológicas e fatores determinantes entre adolescentes escolarizados.Usual source of health care: conceptual and methodologies and determining factors among school-aged adolescents.Doutoradoinfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionPereira, Rosana Aquino GuimarãesVilasbôas, Ana Luiza QueirozBousquat, Aylene Emília MoraesTomasi, ElainePrado , Nilia Maria de Brito LimaPereira, Rosana Aquino Guimarãeshttp://lattes.cnpq.br/7166331324185178Martins, Maísa Mônica Floresreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBATEXTTese_MAÍSA-MÔNICA_FLORES_2022.pdf.txtTese_MAÍSA-MÔNICA_FLORES_2022.pdf.txtExtracted texttext/plain470669https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37906/4/Tese_MA%c3%8dSA-M%c3%94NICA_FLORES_2022.pdf.txt4d8fa39d8ea017eb1ac3819081d1b7e2MD54ORIGINALTese_MAÍSA-MÔNICA_FLORES_2022.pdfTese_MAÍSA-MÔNICA_FLORES_2022.pdfapplication/pdf1828661https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37906/1/Tese_MA%c3%8dSA-M%c3%94NICA_FLORES_2022.pdf946b996c85b10ab0a237a484e048927fMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-81037https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37906/2/license_rdf996f8b5afe3136b76594f43bfda24c5eMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1715https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37906/3/license.txt67bf4f75790b0d8d38d8f112a48ad90bMD53ri/379062023-09-30 02:05:30.382oai:repositorio.ufba.br:ri/37906TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBvIGF1dG9yIG91IHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgbyBkaXJlaXRvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsICB0cmFkdXppciAoY29uZm9ybWUgZGVmaW5pZG8gYWJhaXhvKSBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIG5vIGZvcm1hdG8gaW1wcmVzc28gZS9vdSBlbGV0csO0bmljbyBlIGVtIHF1YWxxdWVyIG1laW8sIGluY2x1aW5kbyBvcyAKZm9ybWF0b3Mgw6F1ZGlvIGUvb3UgdsOtZGVvLgoKTyBhdXRvciBvdSB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gZS9vdSBmb3JtYXRvIHBhcmEgZmlucyBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLCBwb2RlbmRvIG1hbnRlciBtYWlzIGRlIHVtYSBjw7NwaWEgIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKTyBhdXRvciBvdSB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIG9zIGRpcmVpdG9zIGFwcmVzZW50YWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIG91IG5vIGNvbnRlw7pkbyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28gb3JhIGRlcG9zaXRhZGEuCgpDQVNPIEEgUFVCTElDQcOHw4NPIE9SQSBERVBPU0lUQURBICBSRVNVTFRFIERFIFVNIFBBVFJPQ8ONTklPIE9VIEFQT0lPIERFIFVNQSAgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08sIENPTU8gVEFNQsOJTSBBUyBERU1BSVMgT0JSSUdBw4fDlUVTIApFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l0w7NyaW8gc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyLCBjbGFyYW1lbnRlLCBvIHNldSBub21lIChzKSBvdSBvKHMpIG5vbWUocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28gZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBhbMOpbSBkYXF1ZWxhcyBjb25jZWRpZGFzIHBvciBlc3RhIGxpY2Vuw6dhLgo=Repositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322023-09-30T05:05:30Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Fonte usual de cuidados em saúde: abordagens conceituais e metodológicas e fatores determinantes entre adolescentes escolarizados.
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv Usual source of health care: conceptual and methodologies and determining factors among school-aged adolescents.
title Fonte usual de cuidados em saúde: abordagens conceituais e metodológicas e fatores determinantes entre adolescentes escolarizados.
spellingShingle Fonte usual de cuidados em saúde: abordagens conceituais e metodológicas e fatores determinantes entre adolescentes escolarizados.
Martins, Maísa Mônica Flores
CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Fonte Usual de Cuidado
Atenção Primária à Saúde
Adolescente
Ações Intersetoriais
Acesso aos Serviços de Saúd
Usual Source of Care
Primary Health Care
Adolescent
Intersectoral Actions
Access to Health Services
title_short Fonte usual de cuidados em saúde: abordagens conceituais e metodológicas e fatores determinantes entre adolescentes escolarizados.
title_full Fonte usual de cuidados em saúde: abordagens conceituais e metodológicas e fatores determinantes entre adolescentes escolarizados.
title_fullStr Fonte usual de cuidados em saúde: abordagens conceituais e metodológicas e fatores determinantes entre adolescentes escolarizados.
title_full_unstemmed Fonte usual de cuidados em saúde: abordagens conceituais e metodológicas e fatores determinantes entre adolescentes escolarizados.
title_sort Fonte usual de cuidados em saúde: abordagens conceituais e metodológicas e fatores determinantes entre adolescentes escolarizados.
author Martins, Maísa Mônica Flores
author_facet Martins, Maísa Mônica Flores
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Pereira, Rosana Aquino Guimarães
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Vilasbôas, Ana Luiza Queiroz
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Bousquat, Aylene Emília Moraes
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Tomasi, Elaine
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Prado , Nilia Maria de Brito Lima
dc.contributor.referee5.fl_str_mv Pereira, Rosana Aquino Guimarães
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/7166331324185178
dc.contributor.author.fl_str_mv Martins, Maísa Mônica Flores
contributor_str_mv Pereira, Rosana Aquino Guimarães
Vilasbôas, Ana Luiza Queiroz
Bousquat, Aylene Emília Moraes
Tomasi, Elaine
Prado , Nilia Maria de Brito Lima
Pereira, Rosana Aquino Guimarães
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
topic CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Fonte Usual de Cuidado
Atenção Primária à Saúde
Adolescente
Ações Intersetoriais
Acesso aos Serviços de Saúd
Usual Source of Care
Primary Health Care
Adolescent
Intersectoral Actions
Access to Health Services
dc.subject.por.fl_str_mv Fonte Usual de Cuidado
Atenção Primária à Saúde
Adolescente
Ações Intersetoriais
Acesso aos Serviços de Saúd
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Usual Source of Care
Primary Health Care
Adolescent
Intersectoral Actions
Access to Health Services
description Introdução: Ter uma fonte usual de cuidado (FUC) da Atenção Primária à Saúde (APS) pode melhorar a atenção à saúde de adolescentes brasileiros, e o acesso as ações de promoção da saúde e prevenção de doenças. Dentre as ações preconizadas para serem desenvolvidas pelos profissionais da APS, destaca-se o Programa de Saúde da Escola (PSE), desenvolvido através de ações intersetoriais entre os serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) e as unidade escolares da esfera pública. Estas ações podem favorecer uma relação de vínculo e confiabilidade entre os adolescentes e os serviços de APS, a partir da integração entre os setores da saúde e da educação, contribuindo para o reconhecimento da APS como sua FUC. Uma relação longitudinal, de responsabilização e confiança pode favorecer o acesso aos serviços de saúde da APS. Neste sentido, a adolescência é um período da vida considerado vulnerável devido a vivência de experiências que podem comprometer a integridade da saúde. Sendo necessário o desenvolvimento de estudos que possibilitam a compreensão dos fatores determinantes no acesso à saúde e práticas de cuidados em saúde que considerem as especificidades e singularidades desses indivíduos, de modo a favorecer aos adolescentes a inclusão, autonomia e participação social em seus processos de atenção à saúde. Objetivo geral: Analisar as abordagens conceituais e metodológicas e os fatores determinantes do reconhecimento de uma fonte usual de cuidado e sua associação com o acesso aos serviços de APS entre adolescentes brasileiros. Objetivos Específicos: Sistematizar na literatura científica nacional e internacional, os conceitos de fonte usual do cuidado, as abordagens metodológicas utilizadas e os fatores determinantes evidenciados pelos estudos; Analisar os fatores demográficos, socioeconômicos, de saúde e comportamentos de risco associados ao reconhecimento de uma fonte usual do cuidado, segundo o sexo, entre adolescentes brasileiros; Analisar a associação entre o desenvolvimento de ações intersetoriais entre escola/serviços de saúde e o reconhecimento de uma fonte usual do cuidado de APS; e Analisar a associação entre o reconhecimento de uma fonte usual do cuidado de APS e o acesso aos serviços de APS, segundo sexo, entre adolescentes brasileiros. Metodologia: A tese foi apresentada em quatro artigos segundo cada objetivo específico. Para execução do primeiro objetivo foi realizado um estudo de revisão de escopo, com artigo da literatura internacional, sendo desenvolvido com 41 artigos originais como amostra final. No segundo objetivo, foi conduzido um estudo transversal com 100.464 adolescentes brasileiros, por meio de uma amostragem complexa, por conglomerado, a partir dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (2015), tendo como variável dependente - Fonte Usual de Cuidado. Para a análise dos dados foram utilizados modelos de regressão logístico multinível, a partir da análise da Razão de Prevalência (RP), segundo variáveis demográficas, socioeconômicas, de comportamento de risco e de saúde, e estratificado por sexo. No terceiro objetivo, foi conduzido um estudo transversal com 97.903 adolescentes brasileiros, a partir do inquérito da PeSNE (2015) o qual considerou os adolescentes de escolas que referiram desenvolver ações intersetoriais entre a escola e serviços da APS. Para a análise estatística definiu como variável independente principal – ações intersetoriais e a variável dependente – Fonte Usual de Cuidado da APS, foram utilizados modelos de regressão logístico multinível sendo estimado a RP. No quarto objetivo, foi conduzido um estudo transversal, a partir do inquérito da PeNSE (2015) com 68.968 adolescentes brasileiros que procuraram os serviços de APS nos últimos 12 meses a entrevista. Considerou como variável independente principal – FUC APS e a variável dependente – Acesso aos serviços de saúde da APS. Foram estimadas RP a partir de modelos de regressão logístico multinível e ajustados por variáveis demográficas, socioeconômicas, de comportamento de risco e de saúde, e estratificado por sexo. Para as análises foram realizadas as correções para amostragem complexa, multinível com uso do software stata 14 e uso do comando adjrr para as estimativas da RP. Resultados referentes ao primeiro objetivo: Foram identificados 632 artigos, sendo que 291 foram excluídos por estarem repetidos nas bases de dados, tendo como amostra final 41 artigos que foram selecionados para a revisão após o processo de leitura e avaliação dos critérios de inclusão. Ser do sexo feminino, raça/cor branca, maior renda e escolaridade e ter seguro saúde estiveram associados ao reconhecimento de uma FUC, a mesma associação foi observada para FUC APS, além de estudos destacarem a relação com raça/cor parda, menor nível de escolaridade e residir em zona rural. Resultados referentes ao segundo objetivo: O reconhecimento de uma FUC foi referido por 55,5% dos adolescentes brasileiros, sendo 58,6% para o sexo feminino e 51,4% para o sexo masculino. Na análise multivariada, as variáveis que apresentam desigualdades sociais, econômicas e de comportamento de risco demonstraram associações positivas para a FUC APS, para ambos os sexos (raça/cor preto/parto/amarelo e indígena, baixo nível de escolaridade materna, ser estudante de escolas públicas, relação sexual desprotegida e ter sofrido violência física e sexual). Os demais tipos de FUC (consultório médico particular, hospital e emergência) as características demográficas e socioeconômicas quando associadas apresentaram associações negativas, sendo as associações positiva para as variáveis de comportamento de risco e condições de saúde. Resultados referentes ao terceiro objetivo: Dos adolescentes analisados 72,8% estudavam em escolas que desenvolviam ações intersetoriais com os serviços de APS. Entre os adolescentes estudantes de escolas que desenvolviam ações intersetoriais, observou-se associação entre o reconhecimento da FUC APS e ações intersetoriais (RP:1,11; IC95%: 1,08 – 1,15). Quando analisado o modelo multivariado para as variações da variável independente principal, observou-se associações positivas para ações do Programa Saúde na Escola (PSE) (RP:1,34; IC95%: 1,30 – 1,38), e o desenvolvimento de ações entre a escola e os serviços de APS (RP:1,10; IC95%: 1,06 – 1,14). Resultados referentes ao quarto objetivo: Dos adolescentes que procuraram os serviços de APS, 74,6% referiram acesso, sendo a maior proporção para o sexo feminino (79,3%). Na análise multivariada, entre o reconhecimento de uma FUC APS e o acesso aos serviços de APS observa-se associação positiva (RP: 1,25; IC95%: 1,24 – 1,26), e na estratificado por sexo, observou-se associações positivas para ambos os sexos, (RP: 1,30; IC95%: 1,28 – 1,31) para o sexo masculino e (RP: 1,21; IC95%: 1,20 – 1,23) para o sexo feminino. Considerações finais: Os resultados deste estudo mostraram que determinantes sociais, econômicos e de comportamento de risco, como, ser do sexo feminino, raça/cor branca, maior nível de escolaridade e de renda, e a disponibilidade de seguro saúde, estão associados ao reconhecimento de uma FUC. Os achados entre os determinantes sociais e o reconhecimento da APS como FUC, demonstraram que os adolescentes em condições de maior vulnerabilidade social e econômica têm uma maior probabilidade de reconhecerem a APS como sua FUC. A FUC APS também apresentou associação com as ações intersetoriais, entre a saúde e educação. Em relação ao acesso aos serviços de APS, o presente estudo mostrou uma associação positiva entre o reconhecimento da FUC APS e o acesso aos serviços de APS, sendo que os indivíduos que vivenciam maiores desigualdades sociais, apesar de reconhecerem a APS como sua FUC tem menor probabilidade de acesso quando comparado aos adolescentes que não reconhecem a APS como sua FUC. Além disso, políticas sociais devem ser aprimoradas para ampliar a qualidade e o acesso aos serviços de APS e fortalecer as relações de vínculo e confiança.
publishDate 2022
dc.date.issued.fl_str_mv 2022-09-05
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-09-28T16:07:14Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-09-28T16:07:14Z
dc.type.driver.fl_str_mv Doutorado
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37906
url https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37906
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Bahia. Instituto de Saúde Coletiva
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC-ISC)
dc.publisher.initials.fl_str_mv ISC-UFBA
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Instituto de Saúde Coletiva - ISC
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Bahia. Instituto de Saúde Coletiva
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFBA
instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron:UFBA
instname_str Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron_str UFBA
institution UFBA
reponame_str Repositório Institucional da UFBA
collection Repositório Institucional da UFBA
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37906/4/Tese_MA%c3%8dSA-M%c3%94NICA_FLORES_2022.pdf.txt
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37906/1/Tese_MA%c3%8dSA-M%c3%94NICA_FLORES_2022.pdf
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37906/2/license_rdf
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37906/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 4d8fa39d8ea017eb1ac3819081d1b7e2
946b996c85b10ab0a237a484e048927f
996f8b5afe3136b76594f43bfda24c5e
67bf4f75790b0d8d38d8f112a48ad90b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1793970684908535808