A fronteira abjeta: cartomantes, videntes, espiritistas e outras ofertantes de serviços espirituais
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA)
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Departamento: |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39057 |
Resumo: | Neste trabalho de cunho antropológico discuto aspectos da atuação de ofertantes de serviços espirituais que se valem da colagem de panfletos no espaço público nos postes como forma de publicização da sua atuação espiritual. A partir de uma análise de cunho documental, proponho o conceito de fronteira abjeta para compreender como cartomantes, sonâmbulas, videntes, espiritistas, pais e mães de santo, entre outras denominações, emergem como elementos que o espiritismo (compreendendo diferentes linhas) procurou eliminar para consolidar sua identidade como uma "religião", persistindo, contudo, como sua fronteira constitutiva íntima. Essa dinâmica se revela de maneira mais profunda ao examinarmos a formação do estigma que recai sobre esses sujeitos, a partir da formação de um corpo normativo de repressão, condenação e categorização de práticas mediúnicas durante o período republicano, em resposta às incipientes disposições do Código Penal de 1890 e a emergência da categoria “baixo espiritismo”. Além disso, trago apontamentos etnográficos acerca da presença contemporânea dos anúncios de cartomantes na cidade de Salvador, apresentando não apenas certas dinâmicas sociais e políticas da sua distribuição, mas também aspectos antropológicos ligados à noção de pessoa nesses contextos, a partir da maneira como as ofertantes de serviços espirituais localizam a sua atuação profissional dentro de uma relação profunda com o mundo espiritual. |
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2024-02-21T11:35:28Z2024-02-21T11:35:28Z2024-01-05https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39057Neste trabalho de cunho antropológico discuto aspectos da atuação de ofertantes de serviços espirituais que se valem da colagem de panfletos no espaço público nos postes como forma de publicização da sua atuação espiritual. A partir de uma análise de cunho documental, proponho o conceito de fronteira abjeta para compreender como cartomantes, sonâmbulas, videntes, espiritistas, pais e mães de santo, entre outras denominações, emergem como elementos que o espiritismo (compreendendo diferentes linhas) procurou eliminar para consolidar sua identidade como uma "religião", persistindo, contudo, como sua fronteira constitutiva íntima. Essa dinâmica se revela de maneira mais profunda ao examinarmos a formação do estigma que recai sobre esses sujeitos, a partir da formação de um corpo normativo de repressão, condenação e categorização de práticas mediúnicas durante o período republicano, em resposta às incipientes disposições do Código Penal de 1890 e a emergência da categoria “baixo espiritismo”. Além disso, trago apontamentos etnográficos acerca da presença contemporânea dos anúncios de cartomantes na cidade de Salvador, apresentando não apenas certas dinâmicas sociais e políticas da sua distribuição, mas também aspectos antropológicos ligados à noção de pessoa nesses contextos, a partir da maneira como as ofertantes de serviços espirituais localizam a sua atuação profissional dentro de uma relação profunda com o mundo espiritual.In this anthropological work, I discuss aspects of the work of spiritual service providers who use the pasting of pamphlets on public lampposts as a way of publicizing their spiritual work. Based on archival analysis, I propose the concept of the abject frontier to understand how fortune tellers, somnambulists, psychics, spiritists, godfathers and godmothers among other denominations, emerge as elements that spiritism (comprising different lines) has sought to eliminate in order to consolidate its identity as a "religion", while persisting as its intimate constitutive frontier. This dynamic is revealed in a deeper way when we examine the formation of the stigma that falls on these subjects, from the formation of a normative body of repression, condemnation and categorization of mediumistic practices during the republican period, in response to the incipient provisions of the Penal Code of 1890 and the emergence of the category "low spiritualism". In addition, I provide ethnographic notes on the contemporary presence of fortune-teller advertisements in the city of Salvador, presenting not only certain social and political dynamics of their distribution, but also anthropological aspects linked to the notion of the person in these contexts, based on the way in which those mediums locate their professional activity within a deep relationship with the spirit world.CAPESporUniversidade Federal da BahiaPrograma de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA) UFBABrasilFaculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)CC0 1.0 Universalhttp://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/info:eu-repo/semantics/openAccessAfro-brazilian cultsCartomancyMediumshipLow SpiritismCNPQ::CIENCIAS HUMANASCultos afro-brasileirosCartomanciaMediunidadeEspiritismoA fronteira abjeta: cartomantes, videntes, espiritistas e outras ofertantes de serviços espirituaisMestrado Acadêmicoinfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionTavares, Fátima Regina Gomeshttp://lattes.cnpq.br/6141190119426087Pires, Rogério Brittes Wanderleyhttp://lattes.cnpq.br/2881447174476629Bassi, Francesca Maria Nicoletahttp://lattes.cnpq.br/2881447174476629Tavares, Fátima Regina Gomeshttp://lattes.cnpq.br/6141190119426087http://lattes.cnpq.br/5394972843115740Cruz, AvaAKSAKOF, Alexandre. 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Neste trabalho de cunho antropológico discuto aspectos da atuação de ofertantes de serviços espirituais que se valem da colagem de panfletos no espaço público nos postes como forma de publicização da sua atuação espiritual. A partir de uma análise de cunho documental, proponho o conceito de fronteira abjeta para compreender como cartomantes, sonâmbulas, videntes, espiritistas, pais e mães de santo, entre outras denominações, emergem como elementos que o espiritismo (compreendendo diferentes linhas) procurou eliminar para consolidar sua identidade como uma "religião", persistindo, contudo, como sua fronteira constitutiva íntima. Essa dinâmica se revela de maneira mais profunda ao examinarmos a formação do estigma que recai sobre esses sujeitos, a partir da formação de um corpo normativo de repressão, condenação e categorização de práticas mediúnicas durante o período republicano, em resposta às incipientes disposições do Código Penal de 1890 e a emergência da categoria “baixo espiritismo”. Além disso, trago apontamentos etnográficos acerca da presença contemporânea dos anúncios de cartomantes na cidade de Salvador, apresentando não apenas certas dinâmicas sociais e políticas da sua distribuição, mas também aspectos antropológicos ligados à noção de pessoa nesses contextos, a partir da maneira como as ofertantes de serviços espirituais localizam a sua atuação profissional dentro de uma relação profunda com o mundo espiritual. |
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