A caminho da democratização na UFBA: o novo aluno dos cursos noturnos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Santana, Cora Maria Bender de
Orientador(a): Sampaio, Sônia Maria Rocha
Banca de defesa: Peixoto, Maria do Carmo de Lacerda, Embiruçu, Marcelo, Franco, Ângela Maria de Almeida
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: INSTITUTO DE HUMANIDADES, ARTES E CIÊNCIAS
Programa de Pós-Graduação: Estudos Interdisciplinares sobre a Universidade
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/14019
Resumo: Esse estudo, realizado no âmbito do Grupo de Pesquisa Observatório da Vida Estudantil, apresenta o perfil dos estudantes dos cursos noturnos da Universidade Federal da Bahia (UFBA), considerando as modificações ocorridas na instituição nos últimos anos. A política de ações afirmativas, a ampliação do número de vagas, o surgimento de novas formas de acesso, a criação dos Bacharelados Interdisciplinares e a oferta de cursos noturnos têm aberto a universidade para um público recrutado entre segmentos da população antes sem acesso a esse nível de ensino, caracterizando um início de democratização da educação superior brasileira. A instituição universitária, historicamente excludente e voltada para a reprodução das elites, caminha no sentido de oferecer maior igualdade de chances para estudantes de origem popular. Nesse contexto, os cursos noturnos permitem a ampliação do acesso com o aproveitamento do espaço e de equipamentos já disponíveis e antes ociosos. Para caracterizar o perfil dos estudantes foi utilizado um banco de dados contendo informações do Questionário Socioeconômico e Cultural preenchido no momento da inscrição dos candidatos aos processos seletivos da UFBA. O universo da pesquisa totalizou 34.301 estudantes aprovados na UFBA entre 2009 e 2013, com 31% deles aprovados em cursos noturnos. Para complementar o perfil, foi calculado também o Fator Socioeconômico, indicador que permite comparações entre grupos diferentes de alunos. Foram verificadas diferenças significativas entre os estudantes dos dois turnos. O papel desempenhado pelos cursos noturnos de promover a inclusão social é evidente nos dados produzidos pela pesquisa. O turno noturno se apresenta como opção de retorno à vida escolar para estudantes adultos que estão afastados da educação formal há mais de três anos. Chegam à universidade quatro anos mais velhos que os estudantes do diurno. Entre os aprovados do período diurno, 12% são trabalhadores-estudantes, percentual que se eleva a 37% no noturno. A maioria dos estudantes de cursos noturnos é oriunda de escolas públicas e a escolaridade dos pais é mais baixa, ao contrário do diurno, em que a maioria provém de escolas particulares, com percentual mais elevado de pais com nível superior completo. É possível concluir que os estudantes dos cursos noturnos têm sua origem social em camadas mais pobres quando comparados aos alunos dos cursos diurnos. Apesar do aumento do número de vagas noturnas, a educação superior pública ainda concentra a sua oferta no turno diurno, o que dificulta a permanência de estudantes que trabalham. O aumento da oferta de vagas nesse nível de ensino é imprescindível quando observado o elevado número de jovens ainda fora da universidade, o que impõe a contratação de docentes, investimentos em espaço físico e a disponibilização de toda infraestrutura administrativa no respectivo turno de frequência dos estudantes, facilitando o acesso aos diferentes serviços ofertados pela universidade. Nesse sentido, a oferta de maior número de vagas noturnas, principalmente em cursos de alta concorrência, promoverá um importante efeito de inclusão social.
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A instituição universitária, historicamente excludente e voltada para a reprodução das elites, caminha no sentido de oferecer maior igualdade de chances para estudantes de origem popular. Nesse contexto, os cursos noturnos permitem a ampliação do acesso com o aproveitamento do espaço e de equipamentos já disponíveis e antes ociosos. Para caracterizar o perfil dos estudantes foi utilizado um banco de dados contendo informações do Questionário Socioeconômico e Cultural preenchido no momento da inscrição dos candidatos aos processos seletivos da UFBA. O universo da pesquisa totalizou 34.301 estudantes aprovados na UFBA entre 2009 e 2013, com 31% deles aprovados em cursos noturnos. Para complementar o perfil, foi calculado também o Fator Socioeconômico, indicador que permite comparações entre grupos diferentes de alunos. Foram verificadas diferenças significativas entre os estudantes dos dois turnos. O papel desempenhado pelos cursos noturnos de promover a inclusão social é evidente nos dados produzidos pela pesquisa. O turno noturno se apresenta como opção de retorno à vida escolar para estudantes adultos que estão afastados da educação formal há mais de três anos. Chegam à universidade quatro anos mais velhos que os estudantes do diurno. Entre os aprovados do período diurno, 12% são trabalhadores-estudantes, percentual que se eleva a 37% no noturno. A maioria dos estudantes de cursos noturnos é oriunda de escolas públicas e a escolaridade dos pais é mais baixa, ao contrário do diurno, em que a maioria provém de escolas particulares, com percentual mais elevado de pais com nível superior completo. É possível concluir que os estudantes dos cursos noturnos têm sua origem social em camadas mais pobres quando comparados aos alunos dos cursos diurnos. Apesar do aumento do número de vagas noturnas, a educação superior pública ainda concentra a sua oferta no turno diurno, o que dificulta a permanência de estudantes que trabalham. O aumento da oferta de vagas nesse nível de ensino é imprescindível quando observado o elevado número de jovens ainda fora da universidade, o que impõe a contratação de docentes, investimentos em espaço físico e a disponibilização de toda infraestrutura administrativa no respectivo turno de frequência dos estudantes, facilitando o acesso aos diferentes serviços ofertados pela universidade. Nesse sentido, a oferta de maior número de vagas noturnas, principalmente em cursos de alta concorrência, promoverá um importante efeito de inclusão social.This study, conducted as part of the Observatory of Student Life Research Group, presents the profile of the students of evening courses at Federal University of Bahia (UFBA), considering the changes underwent by the institution in recent years. The policy of affirmative actions, the increase in the number of admissions, the emergence of new forms of access, the creation of the Interdisciplinary Bachelor degree and the offer of evening courses have opened the university to a public recruited from segments of the population without prior access to this level of education, featuring the beginning of the Brazilian higher education democratization. The university, historically exclusionist and focused on the reproduction of elites, moves towards offering greater equality of chances for students of popular background. In this context, evening courses allow greater access to the use of space and equipment already available but previously idle. To characterize the profile of the students, a database containing information from the Socioeconomic and Cultural Questionnaire completed at the time of registration of candidates for UFBA´s selection processes was used. The research totaled 34,301 students selected by UFBA between 2009 and 2013, with 31% of them approved in evening courses. To complement the profile, the Socioeconomic Factor, an indicator that allows comparisons between different groups of students, was calculated. Significant differences were found between students of the two shifts. The role of evening courses in the promotion of social inclusion is evident in the data produced by the survey. The evening shift is an option for the return to school of adult students who have quit formal education for more than three years. These students enter university when they are four years older than the day shift students. Among the approved for daytime courses, 12% are working students, a percentage that rises to 37% at evening courses. Most of the students of evening courses come from public schools and their parents' education is lower, while the majority of dayshift students come from private schools with the highest percentage of parents with college degrees. It is possible to conclude that students of evening courses come from poorer social classes when compared to students from daytime courses. Despite the increased number of evening shifts admissions, public higher education still focuses its offer on the daytime shift, which impairs the opportunities for students who work. The increase in the number of admissions for this level of education is essential when the high number of young people still outside the university is observed, which requires the hiring of teachers, investments in physical space and providing all the administrative infrastructure in the respective shift of the students attendance, allowing access to the different services offered by the university. Accordingly, the provision of a greater number of evening admissions, specially in highly competitive courses, will prompt an important effect of social inclusion.Submitted by Cora Santana (cora@ufba.br) on 2013-11-26T15:23:25Z No. of bitstreams: 1 Cora_Arquivo final dissertação_out2013.pdf: 4359154 bytes, checksum: 6d6fc3bcf06f99f40d45f1889415ebfc (MD5)Approved for entry into archive by Alda Lima da Silva (sivalda@ufba.br) on 2013-11-29T19:01:21Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Cora_Arquivo final dissertação_out2013.pdf: 4359154 bytes, checksum: 6d6fc3bcf06f99f40d45f1889415ebfc (MD5)Made available in DSpace on 2013-11-29T19:01:22Z (GMT). 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