A chegada das águas: conflitos socioambientais e mudanças no mundo do trabalho rural provocadas pela formação de lagos artificias.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: EVANGELISTA, Genyson Marques. lattes
Orientador(a): MALAGODI, Edgard Afonso. lattes
Banca de defesa: SILVA, Aldenor Gomes da., GOMES, Ramonildes Alves., MOREIRA, Ivan Targino., NEVES, Frederico de Castro.
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação: PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Departamento: Centro de Humanidades - CH
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2041
Resumo: No Brasil, o estudo dos impactos da construção de grandes barragens é algo recente entre economistas e cientistas sociais. O crescimento dessas obras tem acompanhado o processo de mundialização do capital no crescimento do que chamamos de sociedades eletrointensivas. Delas surgem lagos que inundam vastas áreas de terras antes utilizadas com agricultura e que abrigavam comunidades rurais formadas em grande parte por camponeses. Tal processo, resultado de políticas de desenvolvimento comandadas pelo Estado impacta fortemente a organização da unidade de produção agrícola familiar, seja pela perda de suas terras para as águas das barragens, seja pela expropriação de seus recursos produtivos. Surgem aí movimentos de resistência das populações diretamente atingidas como reação à intervenção estatal que, quase sempre, ocorre de forma autoritária. O deslocamento compulsório dessas comunidades para outros espaços construídos, com características semi ou tipicamente urbanas acaba, na maioria das vezes, por transformar os seus habitantes em consumidores segundo os requerimentos das sociedades eletrointensivas. No entanto, esse processo não é linear e nem garante essa nova condição social a todos os atingidos, pois parte deles acaba desenvolvendo estratégias de resistência para manter a sua condição camponesa, enquanto outros sucumbem ao teste de seleção dos novos consumidores. A principal condição imposta pelo circuito de mercado para que as populações atingidas sejam alçadas à condição de novos consumidores é a transformação de sua força de trabalho antes imersa na lógica da reprodução da agricultura camponesa em mercadoria, no sentido mais profundo que Marx dá ao termo. As transformações pelas quais as famílias camponesas têm que passar no processo de relocação compulsória de suas terras resultam em uma nova estrutura de gastos e de consumo, na falta de ocupações, na transformação do camponês em morador urbano (onde o mesmo tem que comprar o que antes produzia), nas dificuldades do seu processo de adaptação ao mercado de trabalho e, consequentemente, no fim da autonomia camponesa. As tentativas de reconstrução da antiga organização social e econômica que “desapareceu” com a inundação das terras de centenas de famílias pela barragem de Acauã constituem o aspecto mais dramático de quem teve de enfrentar tal situação, pois para elas, é extremamente difícil reconhecer e aceitar a perda completa de suas terras e da reprodução de suas condições de vida comunitária, pois isso afeta a sua capacidade de produzir seu próprio alimento. Assim, iniciou-se um movimento de luta pela sua recampesinação. Mas essas tentativas esbarram nos conflitos que envolvem os interesses dos agricultores familiares com os dos grandes proprietários em torno das terras que escaparam à inundação, no não cumprimento das promessas do poder público de reassentar todas as famílias desalojadas e até mesmo nos conflitos e nos equívocos que se instalam dentro do próprio movimento dos atingidos, coisa que raramente as investigações acadêmicas enxergam. Essa problemática tem levado a intensas discussões sobre uma das mais antigas teses acerca da agricultura camponesa, o seu desaparecimento com o avanço da moderna agricultura capitalista. Estaria o crescente processo de construção de grandes barragens contribuindo para a descampesinação? Essa pesquisa mostra que, são escassas as possibilidades de sobrevivência dos camponeses, mas devemos compreender que a capacidade de resistência e organização política dos camponeses é uma realidade concreta e objetiva e que não há provas ou tendências claras de que a construção dessas grandes obras concorra para o seu desaparecimento.
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Surgem aí movimentos de resistência das populações diretamente atingidas como reação à intervenção estatal que, quase sempre, ocorre de forma autoritária. O deslocamento compulsório dessas comunidades para outros espaços construídos, com características semi ou tipicamente urbanas acaba, na maioria das vezes, por transformar os seus habitantes em consumidores segundo os requerimentos das sociedades eletrointensivas. No entanto, esse processo não é linear e nem garante essa nova condição social a todos os atingidos, pois parte deles acaba desenvolvendo estratégias de resistência para manter a sua condição camponesa, enquanto outros sucumbem ao teste de seleção dos novos consumidores. A principal condição imposta pelo circuito de mercado para que as populações atingidas sejam alçadas à condição de novos consumidores é a transformação de sua força de trabalho antes imersa na lógica da reprodução da agricultura camponesa em mercadoria, no sentido mais profundo que Marx dá ao termo. As transformações pelas quais as famílias camponesas têm que passar no processo de relocação compulsória de suas terras resultam em uma nova estrutura de gastos e de consumo, na falta de ocupações, na transformação do camponês em morador urbano (onde o mesmo tem que comprar o que antes produzia), nas dificuldades do seu processo de adaptação ao mercado de trabalho e, consequentemente, no fim da autonomia camponesa. As tentativas de reconstrução da antiga organização social e econômica que “desapareceu” com a inundação das terras de centenas de famílias pela barragem de Acauã constituem o aspecto mais dramático de quem teve de enfrentar tal situação, pois para elas, é extremamente difícil reconhecer e aceitar a perda completa de suas terras e da reprodução de suas condições de vida comunitária, pois isso afeta a sua capacidade de produzir seu próprio alimento. Assim, iniciou-se um movimento de luta pela sua recampesinação. Mas essas tentativas esbarram nos conflitos que envolvem os interesses dos agricultores familiares com os dos grandes proprietários em torno das terras que escaparam à inundação, no não cumprimento das promessas do poder público de reassentar todas as famílias desalojadas e até mesmo nos conflitos e nos equívocos que se instalam dentro do próprio movimento dos atingidos, coisa que raramente as investigações acadêmicas enxergam. Essa problemática tem levado a intensas discussões sobre uma das mais antigas teses acerca da agricultura camponesa, o seu desaparecimento com o avanço da moderna agricultura capitalista. Estaria o crescente processo de construção de grandes barragens contribuindo para a descampesinação? Essa pesquisa mostra que, são escassas as possibilidades de sobrevivência dos camponeses, mas devemos compreender que a capacidade de resistência e organização política dos camponeses é uma realidade concreta e objetiva e que não há provas ou tendências claras de que a construção dessas grandes obras concorra para o seu desaparecimento.In Brazil, the study of the impact of large dams construction is something recent to economists and social scientists. The growing number of these constructions is part of the process of the globalization of capital and of the increase of what we call an energy intensive society. Their vast lakes flood large land areas that were used by men for agriculture and by villages formed mainly by peasants. This process, driven by development policies of the electricity sector and water resources brings great impact on the organization of family farms producing units, due to the flooding in agricultural lands and to the expropriation of productive resources. This is where the social movements linked to the populations directly affected by this State action for modernization that, almost always, occurs in an authoritarian way, come in as a reaction to this. The compulsory abandonment of these lands and the consequent transfer of the villages to areas that in turn, present most of the time partly or typically urban characteristics leads to the transformation of their inhabitants into consumers according to the demands of the energy intensive society. But this process is not linear and cannot guarantee this new social condition to all people affected, for most part of them end up developing resistance strategies to maintain their situation as peasants, while the others succumb to selection test of new consumers. The main condition imposed by the market to the affected populations reach the new consumer status, is the conversion of their labour power then immersed in the logic of peasant agricultural reproduction into commodity, in Marx´s narrowest sense of the term .The transformations the peasant families have to go through during the compulsory relocation from their lands results in a new structure of spendings and consumption, in the absence of occupations, in the transformation of peasant into urban resident (where the peasants now have to buy what they once produced) and in problems of adaptation to the labour market, which jeopardizes the bases of peasant autonomy. The attempts of reconstructing the old social and economic organization that “disappeared” with the flooding of hundreds of family lands constitute the most dramatic aspect to those who deal with such situation, for them, is extremely hard to accept and recognize the complete loss of their lands and of the reproduction of their community life conditions. It is on this context that the movements for the return of the peasants’ previous lifestyle act. But these attempts stumble on the conflicts that involve family agriculture members and landowners over the lands that were not affected by the floods, the not fulfilment of the government´s promises to resettlement and even on the conflicts and misunderstandings that are set within their own movement for the affected ones, fact that rarely the academic researches can see. This issue has taken to intense discussions about one of the oldest thesis on peasant agriculture, its disappearance caused by the advancement of modern capitalist agriculture. Would it be the growing process of construction of large dams contributing to the end of peasant agriculture? Judging by what happened in Acauã, the possibilities of survival of the peasants are scarce, but we must comprehend that the capacity of resistance and political organization of the peasants is an evident and objective reality and that there are no proofs or apparent tendencies that the building of these dams adds to its disappearance.Submitted by Johnny Rodrigues (johnnyrodrigues@ufcg.edu.br) on 2018-10-22T18:11:31Z No. of bitstreams: 1 GENYSON MARQUES EVANGELISTA - TESE PPGCS 2012..pdf: 4044693 bytes, checksum: ff3526d21e46933d585eaf0c27241bad (MD5)Made available in DSpace on 2018-10-22T18:11:31Z (GMT). No. of bitstreams: 1 GENYSON MARQUES EVANGELISTA - TESE PPGCS 2012.pdf: 4044693 bytes, checksum: ff3526d21e46933d585eaf0c27241bad (MD5) Previous issue date: 2012Au Brésil, l'étude des impacts de grands barrages est un phénomène récent chez les économistes et les sociologues. La croissance de ces œuvres a accompagné le processus de mondialisation du capital dans la croissance de ce que nous appelons les sociétés électrointensives. A partir de ces sociétés là, ils apparaissent des lacs artificiels qui inondent grandes superficies de terres précédemment utilisées pour l'agriculture et qui abritait les communautés rurales en grande partie formées par les paysans. Tel processus, mené par les politiques de développement des secteurs d'électricité et des ressources d’eau, impacte fortement l'organisation de l'unité de production d’agriculture familiale, soit par la perte de leurs terres pour les eaux des barrages, soit par l’expropriation de leurs ressources productives. Dans ce contexte, ils surgissent des mouvements sociaux liés aux populations directement affectées comme une réaction à l'action de modernisation de l'État qui dans la plupart du temps arrive d'une manière autoritaire. Le transfert obligatoire de ces communautés aux espaces construits pour les abriter, avec des caractéristiques semi ou typiquement urbaines termine, frequement, en devenant ses habitants en consommateurs selon les exigences des sociétés électrointensives. Cependant, ce processus n'est pas linéaire et ne garantit pas ce nouveau statut social pour tous ceux qui sont touchés, parce que certains d'entre eux finissent pour développer des stratégies de résistance pour maintenir leur condition rurale, tandis que d'autres succombent à la sélection de nouveaux consommateurs. La principale condition imposée par le circuit de marché de mode qui les populations affectées soient élevés au rang de nouveaux consommateurs est la transformation de sa force de travail qui était avant plongée dans la logique de la reproduction de l'agriculture paysanne, en marchandise, dans le sens le plus profond que Marx donne à ce terme. Les transformations par laquelles les familles rurales ont à passer dans le processus de remplacement obligatoire de leurs terres résultent en une nouvelle structure des dépenses et de consommation, le manque d'emplois, la transformation des paysans en citadins (où ils doivent acheter ce qu’ils produisaient avant), des difficultés de son processus d'adaptation au marché du travail et, par conséquent, à la fin de l'autonomie paysanne. Les tentatives de reconstruction de l'ancienne organisation sociale et économique qui a «disparu» avec les inondations de centaines de terres de familles par le barrage d’Acauã constituent l’aspect le plus dramatique de ceux qui ont eu qu’affronter une telle situation, parce que pour eux, il est extrêmement difficile de reconnaître et d'accepter la perte complète de leurs terres et de la reproduction de leurs conditions de vie de communautaire, parce que celui-ci affecte leur capacité de produire leur propre nourriture. Ainsi il a été commencé un mouvement de lutte pour la reconstruction de leur situation de paysannarie. Mais ces tentatives bossent dans les conflits impliquant les intérêts des agriculteurs avec de grands propriétaires autour des terres qui se sont échappés à l'inondation, dans le non-accomplissement des promesses du gouvernement pour réinstaller toutes les familles déplacées et même dans les conflits et les malentendus qui s'installent dans le propre mouvement des personnes touchées, ce qui est rarement regardé par les recherches académiques. Ce problème a conduit à des intenses discussions sur l'une des plus anciennes théories sur l'agriculture paysanne, sa disparition avec la montée de l'agriculture capitaliste moderne. Le croissant processus de construction de grands barrages serait de contribuer à la disparition de cette situation de paysannerie? En jugeant l'expérience d’Acauã, il y a peu de chances de survie des paysans, mais nous devons comprendre que la capacité de résistance et d'organisation politique des paysans est une réalité concrète et objective et qu'il n'y a pas de preuves ou des tendances claires qui nous permettent à dire que la construction de ces grandes œuvres contribue à sa disparition.Universidade Federal de Campina GrandePÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAISUFCGBrasilCentro de Humanidades - CHRecursos Hídricos.Ciências Sociais.Conflitos SocioambientaisConflitos SociaisConflitos AmbientaisLagos Artificiais - FormaçãoTrabalho Rural - MudançasPolíticas Públicas de Desenvolvimento RegionalDesenvolvimento RegionalPolítica de Recursos HídricosImpacto de Grandes BarragensAgricultura CamponesaSociedades EletrointensivasProdução Agrícola FamiliarPerda de Terras - Construção de BarragensGrandes BarragensCampesinatoBarragem de AcauãInundação das TerrasRecampesinação - LutaConstrução de Barragens - ConflitosConstrução de Represas - ConflitosPolíticas de AçudagemProdução de TerritóriosBarragem de Araçagi - PBComunidades Atingidas - BarragemExpropriação CamponesaGestão de HidroconflitosHidroconflitosMovimento dos Atingidos por Barragens - MABPeasant AgricultureLarge DamsGrands Barrages - ImpactsSocial ConflictsConflits SociauxConflits EnvironnementauxEnvironmental ConflictsSociétés Électro-SensiblesGestion des HydroconflitsHydroconflict ManagementConstruction of Dams - ConflictsConstruction de Barrages - ConflitsA chegada das águas: conflitos socioambientais e mudanças no mundo do trabalho rural provocadas pela formação de lagos artificias.The arrival of waters: socio-environmental conflicts and changes in the world of rural labor caused by the formation of artificial lakes.L'arrivée des eaux: conflits socio-environnementaux et changements dans le monde du travail rural causés par la formation de lacs artificiels.20122018-10-22T18:11:31Z2018-10-222018-10-22T18:11:31Zhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2041EVANGELISTA, Genyson Marques. A chegada das águas: conflitos socioambientais e mudanças no mundo do trabalho rural provocadas pela formação de lagos artificias. 2012. 314f. (Tese de Doutorado em Ciências Sociais) - Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais, Centro de Humanidades, Universidade Federal de Campina Grande - Paraíba - Brasil, 2012. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2041info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisporinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCGORIGINALGENYSON MARQUES EVANGELISTA - TESE PPGCS CH 2012.pdfGENYSON MARQUES EVANGELISTA - TESE PPGCS CH 2012.pdfapplication/pdf3936192http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/xmlui/bitstream/riufcg/2041/3/GENYSON+MARQUES+EVANGELISTA+-+TESE+PPGCS+CH+2012.pdf23728f2b2de79631f2c933c1c1e6ee14MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/xmlui/bitstream/riufcg/2041/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52riufcg/20412022-11-07 13:47:05.39oai:localhost:riufcg/2041Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512022-11-07T16:47:05Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false
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Construction of Dams - Conflicts
Construction de Barrages - Conflits
description No Brasil, o estudo dos impactos da construção de grandes barragens é algo recente entre economistas e cientistas sociais. O crescimento dessas obras tem acompanhado o processo de mundialização do capital no crescimento do que chamamos de sociedades eletrointensivas. Delas surgem lagos que inundam vastas áreas de terras antes utilizadas com agricultura e que abrigavam comunidades rurais formadas em grande parte por camponeses. Tal processo, resultado de políticas de desenvolvimento comandadas pelo Estado impacta fortemente a organização da unidade de produção agrícola familiar, seja pela perda de suas terras para as águas das barragens, seja pela expropriação de seus recursos produtivos. Surgem aí movimentos de resistência das populações diretamente atingidas como reação à intervenção estatal que, quase sempre, ocorre de forma autoritária. O deslocamento compulsório dessas comunidades para outros espaços construídos, com características semi ou tipicamente urbanas acaba, na maioria das vezes, por transformar os seus habitantes em consumidores segundo os requerimentos das sociedades eletrointensivas. No entanto, esse processo não é linear e nem garante essa nova condição social a todos os atingidos, pois parte deles acaba desenvolvendo estratégias de resistência para manter a sua condição camponesa, enquanto outros sucumbem ao teste de seleção dos novos consumidores. A principal condição imposta pelo circuito de mercado para que as populações atingidas sejam alçadas à condição de novos consumidores é a transformação de sua força de trabalho antes imersa na lógica da reprodução da agricultura camponesa em mercadoria, no sentido mais profundo que Marx dá ao termo. As transformações pelas quais as famílias camponesas têm que passar no processo de relocação compulsória de suas terras resultam em uma nova estrutura de gastos e de consumo, na falta de ocupações, na transformação do camponês em morador urbano (onde o mesmo tem que comprar o que antes produzia), nas dificuldades do seu processo de adaptação ao mercado de trabalho e, consequentemente, no fim da autonomia camponesa. As tentativas de reconstrução da antiga organização social e econômica que “desapareceu” com a inundação das terras de centenas de famílias pela barragem de Acauã constituem o aspecto mais dramático de quem teve de enfrentar tal situação, pois para elas, é extremamente difícil reconhecer e aceitar a perda completa de suas terras e da reprodução de suas condições de vida comunitária, pois isso afeta a sua capacidade de produzir seu próprio alimento. Assim, iniciou-se um movimento de luta pela sua recampesinação. Mas essas tentativas esbarram nos conflitos que envolvem os interesses dos agricultores familiares com os dos grandes proprietários em torno das terras que escaparam à inundação, no não cumprimento das promessas do poder público de reassentar todas as famílias desalojadas e até mesmo nos conflitos e nos equívocos que se instalam dentro do próprio movimento dos atingidos, coisa que raramente as investigações acadêmicas enxergam. Essa problemática tem levado a intensas discussões sobre uma das mais antigas teses acerca da agricultura camponesa, o seu desaparecimento com o avanço da moderna agricultura capitalista. Estaria o crescente processo de construção de grandes barragens contribuindo para a descampesinação? Essa pesquisa mostra que, são escassas as possibilidades de sobrevivência dos camponeses, mas devemos compreender que a capacidade de resistência e organização política dos camponeses é uma realidade concreta e objetiva e que não há provas ou tendências claras de que a construção dessas grandes obras concorra para o seu desaparecimento.
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