Da industrialização do natural ao ativismo da alimentação saudável: mediações simbolícas e estéticas em tempos de conectividades digitais.

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: CAVALCANTI, Clarissa Marques.
• Orientador(a): CUNHA, Luís Henrique Hermínio
• Banca de defesa: GOMES, Ramonildes Alves., BATISTA, Mercia Rejane Rangel., PORTILHO, Maria de fatima Ferreira., NIEDERLE, Paulo Andre.
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
• Programa de Pós-Graduação: PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
• Departamento: Centro de Humanidades - CH
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Alimentação saudável; Industrialização do natural; Ativismo alimentar digital; Socioantropologia do consumo; Conectividades digitais; Healthy eating; Industrialization of the natural; Food activism digital; Socioanthropology of consumption; Digital Connectivity; Manger sainement; Industrialisation du naturel; Activisme alimentaire numérique; Socioanthropologie de la consommation; Connectivité numérique; Alimentación saludable; Industrialización de lo natural; Activismo alimentario digital; Socioantropología del consumo; Conectividad digital
• Área do conhecimento CNPq: Ciências Sociais
• Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/32177

O esverdeamento das demandas alimentares e a politização do consumo de alimentos fizeram emergir tanto um mercado de produtos comercializados como naturais e saúdáveis quanto um ativismo alimentar que problematiza as formas de produção de alimentos no mundo, com seus altos custos ecológicos, elevados padrões de insegurança alimentar e nutricional e crescente exclusão de pequenos agricultores. No quadro dos esforços de investigação da socioantropologia do consumo e dos estudos críticos da alimentação, esta tese objetiva: a) analisar os elementos simbólicos, estéticos e discursivos mobilizados nas estratégias de marketing e publicidade dos produtos industriais classificados sob o rótulo de naturais, orgânicos, integrais, não artificiais, agroecológicos, sem aditivos, artesanais, entre outros qualificativos; e b) apreender conectividades e práticas culturais partilhadas entre empreendedores e empreendimentos envolvidos numa rede de ativismo alimentar digital na plataforma Instagram, que participam do mercado ou da economia da alimentação natural no Brasil. A partir destes objetivos, foi possível apreender esforços de reelaboração estética (gourmetização) dos produtos alimentares, associados a imagens de uma vida mais natural e a discursos que extrapolam o ato de alimentar-se da estrita dimensão nutricional. Nesta tarefa, elaboramos os conceitos de “iᴛdustrializaçãᴜ do ᴛatural” e de “ativismᴜ empreeᴛdedᴜr” da alimentação saudável. A pesquisa reuniu e analisou discursos e embalagens de produtos industriais vendidos como naturais/saudáveis e também imagens e discursos veiculados por perfis na plataforma Instagram participantes de uma rede de ativismo digital formada por empreendedores e empreendimentos da alimentação saudável.