Crise estrutural do capital e o endividamento do sujeito: a estratégia nacional de educação financeira como instrumento na reconfiguração capitalista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Moreira, Débora Guimarães Sousa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/8885
Resumo: A presente dissertação tem como objeto de investigação da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), abarcando no interior dessa discussão, a questão do endividamento do sujeito, proveniente das mudanças no sistema capitalista de produção, a partir das crises estruturais que o embateram, sobretudo, a partir de 2008. A hipótese central é a de que a ENEF é uma estratégia do capital em busca de “educar financeiramente” os sujeitos em sociedade, com ações pautadas na disseminação do mercado financeiro e seus produtos, ou seja, do crédito, engajando-os ao capitalismo de base financeira, fruto da crise estrutural do sistema. Nossa investigação tem como objeto geral compreender o papel da ENEF, política implementada pelo governo federal, mas coordenada por órgãos do sistema econômico estatal e pelo mercado financeiro, principalmente, relacionando-a à questão do endividamento do sujeito que assola a contemporaneidade. Para atingir tal objetivo, realizamos uma pesquisa bibliográfica e documental. Para apreender as diretrizes da estratégia estudada, efetuamos uma pesquisa documental a partir do site em que se dissemina a ENEF, o “Vida e Dinheiro”, em que analisamos relatórios anuais, decretos-lei, portarias, deliberações, cartilhas e infográficos. Além disso, buscamos em documentos da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), esclarecimentos sobre a cultura da educação financeira que vem se difundindo por meio desse organismo e o que neles transfere-se para o caso brasileiro. Assim, vimos diversos relatórios, com princípios, recomendações e fundamentos sobre a temática, além de recomendações para o Brasil. A análise aprofundada da ENEF permitiu-nos concluir que há sintonia entre a política de educação financeira implantada no Brasil e as reconfigurações capitalistas que ocorreram diante da crise que assola o sistema do capital financeirizado, o qual tem na dispersão do crédito e, assim, da dívida, uma necessidade diante da superacumulação de mercadorias, desemprego e intempéries que as crises geraram, para não bloquear o consumo. Entretanto, em tempos de dívidas que abrangem todo o sistema, incluindo estados, empresas capitalistas e a vida dos sujeitos individualmente, o “engajamento” desses últimos tornou-se medida governamental, coordenada pelo mercado financeiro, movimento para a inclusão dos produtos financeiros em suas vidas, afirmando que poderão dirigir as suas dívidas se “educados financeiramente”.
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A hipótese central é a de que a ENEF é uma estratégia do capital em busca de “educar financeiramente” os sujeitos em sociedade, com ações pautadas na disseminação do mercado financeiro e seus produtos, ou seja, do crédito, engajando-os ao capitalismo de base financeira, fruto da crise estrutural do sistema. Nossa investigação tem como objeto geral compreender o papel da ENEF, política implementada pelo governo federal, mas coordenada por órgãos do sistema econômico estatal e pelo mercado financeiro, principalmente, relacionando-a à questão do endividamento do sujeito que assola a contemporaneidade. Para atingir tal objetivo, realizamos uma pesquisa bibliográfica e documental. Para apreender as diretrizes da estratégia estudada, efetuamos uma pesquisa documental a partir do site em que se dissemina a ENEF, o “Vida e Dinheiro”, em que analisamos relatórios anuais, decretos-lei, portarias, deliberações, cartilhas e infográficos. Além disso, buscamos em documentos da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), esclarecimentos sobre a cultura da educação financeira que vem se difundindo por meio desse organismo e o que neles transfere-se para o caso brasileiro. Assim, vimos diversos relatórios, com princípios, recomendações e fundamentos sobre a temática, além de recomendações para o Brasil. A análise aprofundada da ENEF permitiu-nos concluir que há sintonia entre a política de educação financeira implantada no Brasil e as reconfigurações capitalistas que ocorreram diante da crise que assola o sistema do capital financeirizado, o qual tem na dispersão do crédito e, assim, da dívida, uma necessidade diante da superacumulação de mercadorias, desemprego e intempéries que as crises geraram, para não bloquear o consumo. Entretanto, em tempos de dívidas que abrangem todo o sistema, incluindo estados, empresas capitalistas e a vida dos sujeitos individualmente, o “engajamento” desses últimos tornou-se medida governamental, coordenada pelo mercado financeiro, movimento para a inclusão dos produtos financeiros em suas vidas, afirmando que poderão dirigir as suas dívidas se “educados financeiramente”.The purpose of this dissertation is to investigate the National Strategy for Financial Literacy (ENEF), including within this discussion the issue of the indebtedness of the subject, arising from the changes in the capitalist system of production, from the structural crises that hit it, especially , starting in 2008. The central hypothesis is that ENEF is a strategy of capital seeking to "educate financially" the subjects in society, with actions based on the dissemination of the financial market and its products, ie, credit, engaging them in financially-based capitalism, the result of the structural crisis of the system. Our research has as a general objective to understand the role of ENEF, a policy implemented by the federal government, but coordinated by agencies of the state economic system and by the financial market, mainly, relating it to the issue of the indebtedness of the subject that plagues contemporaneity. To achieve this goal, we carry out a bibliographical and documentary research. In order to grasp the guidelines of the strategy studied, we conducted a documentary search from the website where ENEF, the "Life and Money", is disseminated, in which we analyze annual reports, decrees, ordinances, deliberations, booklets and infographics. In addition, we seek documents from the Organization for Economic Co-operation and Development (OECD), clarifications about the culture of financial education that is being disseminated through this body and what is transferred to the brazilian case. Thus, we have seen several reports, with principles, recommendations and fundamentals on the subject, as well as recommendations for Brazil. The in-depth analysis of ENEF has allowed us to conclude that there is a syntony between the financial education policy implemented in Brazil and the capitalist reconfigurations that occurred in the face of the crisis that plagues the financially-oriented capital system, which has the dispersion of credit and, thus, debt, a need in the face of the over-accumulation of commodities, unemployment, and inclement weather generated by the crises, in order not to block consumption. However, in times of debt that cover the entire system, including states, capitalist enterprises and individual life, the "engagement" of the latter became a governmental measure, coordinated by the financial market, a movement for the inclusion of financial products in their lives, stating that they can direct their debts if they are "financially educated."Vale, Andréa Araújo doPereira, Tatiana DahmerBotelho, Maurilio LimaMoreira, Débora Guimarães Sousa2019-03-21T16:14:59Z2019-03-21T16:14:59Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/8885Aluno de MestradoopenAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-08-10T23:48:43Zoai:app.uff.br:1/8885Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202021-08-10T23:48:43Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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