O imperialismo como “chão histórico” do refúgio – uma análise da política de atendimento ao refugiado na cidade do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Franco, Samara Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/10777
Resumo: A presente dissertação de mestrado tem como objeto de estudo a análise de como está sendo operacionalizada a política de atendimento ao refugiado na cidade do Rio de Janeiro. Para se chegar a esse contexto busca-se a priori identificar o refúgio como um tipo de deslocamento forçado que tem seu reconhecimento na história a partir do século XX. Neste sentido, investiga-se o imperialismo como “chão histórico” do refúgio, partindo da forma pela qual se estrutura o sistema capitalista. Para isso buscamos compreender os estágios do capitalismo e suas características, e avaliando que o predomínio da violência é um fator estruturante-histórico do capitalismo. Essa apreensão do movimento do real ao qual esse tema está circunscrito permite a compreensão do intenso fluxo migratório de deslocados forçados por guerras no mundo contemporâneo. Destacam-se nesse contexto as ingerências imperialistas, que tem o papel crucial em criar e potencializar esse cenário hostil de violação dos direitos humanos. Mediante ao quadro de violência empreendido nos dias atuais que forjam o refúgio somado à recorrência de práticas restritivas e seletivas imigratórias adotadas na Europa e nos EUA, que dificultam o ingresso de imigrantes e refugiados – utilizando como justificativa a segurança nacional e a “guerra ao terrorismo” principalmente após os eventos de 2001 –, o Brasil aparece como uma opção de estadia, apresentando desde 2010 um aumento significativo do número de solicitantes de refúgio e refugiados reconhecidos no país. Entretanto, com a realidade brasileira de capitalismo periférico e dependente; de tendências neoliberais que impactam as políticas sociais; e de uma política de refúgio na qual o Estado transfere a sua responsabilidade frente às demandas sociais dos refugiados para o âmbito privado; configura-se um quadro de precariedade da política de atendimento ao refugiado. A natureza assistencial/emergencial das práticas de atenção a esse segmento social na cidade do Rio de Janeiro influi na sua integração a esse novo local onde o acesso à assistência social, ao mercado de trabalho, o direito à cidade, a moradia, a saúde e a educação, está comprometido por uma ordem societária que não tem o real compromisso com a classe trabalhadora. Portanto, refletir sobre o caso brasileiro, tendo como painel de análise o Rio de Janeiro é urgente, afinal o aumento das solicitações de refúgio no país evidencia um grande número de pessoas em busca de proteção, mas que devido as particularidades históricas brasileiras que expressam a dependência econômica, a exploração da força de trabalho, o desemprego, o pauperismo, dentre tantas outras manifestações da “questão social”, tem-se a reprodução de um quadro de desproteção social tanto aos nacionais quanto aos refugiados, fazendo cair por terra a concepção de “país acolhedor”. Em suma, ao considerarmos o refúgio também como uma expressão da ordem vigente propõe-se realizar neste trabalho um estudo de suma importância para a academia.
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Para isso buscamos compreender os estágios do capitalismo e suas características, e avaliando que o predomínio da violência é um fator estruturante-histórico do capitalismo. Essa apreensão do movimento do real ao qual esse tema está circunscrito permite a compreensão do intenso fluxo migratório de deslocados forçados por guerras no mundo contemporâneo. Destacam-se nesse contexto as ingerências imperialistas, que tem o papel crucial em criar e potencializar esse cenário hostil de violação dos direitos humanos. Mediante ao quadro de violência empreendido nos dias atuais que forjam o refúgio somado à recorrência de práticas restritivas e seletivas imigratórias adotadas na Europa e nos EUA, que dificultam o ingresso de imigrantes e refugiados – utilizando como justificativa a segurança nacional e a “guerra ao terrorismo” principalmente após os eventos de 2001 –, o Brasil aparece como uma opção de estadia, apresentando desde 2010 um aumento significativo do número de solicitantes de refúgio e refugiados reconhecidos no país. Entretanto, com a realidade brasileira de capitalismo periférico e dependente; de tendências neoliberais que impactam as políticas sociais; e de uma política de refúgio na qual o Estado transfere a sua responsabilidade frente às demandas sociais dos refugiados para o âmbito privado; configura-se um quadro de precariedade da política de atendimento ao refugiado. A natureza assistencial/emergencial das práticas de atenção a esse segmento social na cidade do Rio de Janeiro influi na sua integração a esse novo local onde o acesso à assistência social, ao mercado de trabalho, o direito à cidade, a moradia, a saúde e a educação, está comprometido por uma ordem societária que não tem o real compromisso com a classe trabalhadora. Portanto, refletir sobre o caso brasileiro, tendo como painel de análise o Rio de Janeiro é urgente, afinal o aumento das solicitações de refúgio no país evidencia um grande número de pessoas em busca de proteção, mas que devido as particularidades históricas brasileiras que expressam a dependência econômica, a exploração da força de trabalho, o desemprego, o pauperismo, dentre tantas outras manifestações da “questão social”, tem-se a reprodução de um quadro de desproteção social tanto aos nacionais quanto aos refugiados, fazendo cair por terra a concepção de “país acolhedor”. Em suma, ao considerarmos o refúgio também como uma expressão da ordem vigente propõe-se realizar neste trabalho um estudo de suma importância para a academia.La presente disertación de maestría tiene como objeto de estudio el análisis de cómo está siendo operacionalizada la política de atención al refugiado en la ciudad de Río de Janeiro. Para llegar a ese contexto se busca a priori identificar el refugio como un tipo de desplazamiento forzado que tiene su reconocimiento en la historia a partir del siglo XX. En este sentido, se investiga el imperialismo como "suelo histórico" del refugio, partiendo de la forma en que se estructura el sistema capitalista. Para ello buscamos comprender las etapas del capitalismo y sus características, y evaluando que el predominio de la violencia es un factor estructurante-histórico del capitalismo. Esta aprehensión del movimiento del real al que este tema está circunscrito permite la comprensión del intenso flujo migratorio de desplazados forzados por guerras en el mundo contemporáneo. Se destacan en ese contexto las ingerencias imperialistas, que tienen el papel crucial en crear y potenciar ese escenario hostil de violación de los derechos humanos. Mediante el cuadro de violencia emprendido en los días actuales que forjan el refugio sumado a la recurrencia de prácticas restrictivas y selectivas inmigratoras adoptadas en Europa y Estados Unidos, que dificultan el ingreso de inmigrantes y refugiados - utilizando como justificación la seguridad nacional y la "guerra contra el terrorismo "Principalmente después de los eventos de 2001-, Brasil aparece como una opción de estancia, presentando desde 2010 un aumento significativo del número de solicitantes de refugio y refugiados reconocidos en el país. Sin embargo, con la realidad brasileña de capitalismo periférico y dependiente; de tendencias neoliberales que impactan las políticas sociales; y de una política de refugio en la que el Estado transfiere su responsabilidad frente a las demandas sociales de los refugiados para el ámbito privado; se configura un cuadro de precariedad de la política de atención al refugiado. La naturaleza asistencial / emergente de las prácticas de atención a ese segmento social en la ciudad de Río de Janeiro influye en su integración a ese nuevo lugar donde el acceso a la asistencia social, al mercado de trabajo, el derecho a la ciudad, la vivienda, la salud y la educación, está comprometida por un orden societario que no tiene el verdadero compromiso con la clase trabajadora. Por lo tanto, reflexionar sobre el caso brasileño, teniendo como panel de análisis Río de Janeiro es urgente, al final el aumento de las solicitudes de refugio en el país evidencia un gran número de personas en busca de protección, pero que debido a las particularidades históricas brasileñas que expresan la " la dependencia económica, la explotación de la fuerza de trabajo, el desempleo, el pauperismo, entre tantas otras manifestaciones de la "cuestión social", se tiene la reproducción de un cuadro de desprotección social tanto a los nacionales como a los refugiados, haciendo caer por tierra la concepción de "país acogedora". En suma, al considerar el refugio también como una expresión del orden vigente se propone realizar en este trabajo un estudio de suma importancia para la academia.Silva, Marcela SoaresSilva, Marcela SoaresLima, Kátia Regina de SouzaNeto, Helion PóvoaFranco, Samara Vieira2019-08-07T19:47:54Z2019-08-07T19:47:54Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/10777Aluno de MestradoopenAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-08-10T23:48:44Zoai:app.uff.br:1/10777Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202021-08-10T23:48:44Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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