Arquitetura estratigráfica e evolução geológica da restinga da Marambaia (RJ)
Ano de defesa: | 2017 |
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Niterói
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Resumo: | A análise de dados sísmicos de alta resolução coletados dentro da baía de Sepetiba e na região oceânica adjacente, dados de GPR (Ground Penetrating Radar ou georradar) coletados na porção emersa da restinga e dados sedimentológicos e geocronológicos de amostras e testemunhos curtos coletados sobre a restinga e na baía de Sepetiba mostrou a grande complexidade geológica do sistema ilha-barreira da restinga da Marambaia e permitiu a proposição de um novo modelo evolutivo. A interpretação geofísica permitiu identificar 4 unidades deposicionais referentes (i) aos depósitos pleistocênicos, (ii) ao preenchimento fluvio estuarino transgressivo, (iii) a uma paleobarreira progradante de regressão normal e (iv) a uma barreira progradante de regressão forçada e depósitos de seu retrabalhamento sedimentar. Estas unidades são delimitadas por 3 superfícies estratigráficas: (i) a Superfície de Exposição Máxima, que representa o nível máximo da escavação fluvial do Último Máximo Glacial (~ 20 ka A.P.); (ii) a Superfície de Inundação Máxima, que marca o limite de deposição associado ao pico de transgressão do sistema costeiro, entre 8 e 7,5 ka A.P.; e (iii) a Superfície Basal de Regressão Forçada, que representa a base de todos os depósitos marinhos que se acumularam a partir da descida do nível do mar o nível do mar iniciada a ~ 5,8 ka A.P. Esta configuração estratigráfica, com a preservação de sequências transgressivas na área, permitiu identificar as variações do nível do mar, o aporte sedimentar significativo e o controle fisiográfico como os três principais fatores determinantes na evolução da restinga da Marambaia. A variabilidade lateral dos ambientes sedimentares da restinga, confirmada pela ocorrência de diversas fácies geofísicas e sedimentares, atesta a grande complexidade da evolução deste sistema costeiro. Aspectos peculiares de algumas destas fácies foram avaliados como indicadores das modificações paleogeográficas e paleoambientais da baía de Sepetiba enquanto corpo d’água estuarino parcialmente isolado. Estes aspectos incluem a exposição subaérea de alguns depósitos de onde hoje está a baía de Sepetiba (fácies sedimentar com mosqueados amarelo alaranjados), a influência de drenagens continentais na região central da barreira (fácies com compostos húmicos) e a influência de canalizações na sedimentação (canalizações visualizadas no registro geofísico e fácies sedimentares com laminações). Além disso, o processo de corte e preenchimento de canais foi reconhecido como importante agente atuante no desenvolvimento da restinga e no seu fechamento final. O novo modelo evolutivo proposto representa o refinamento do modelo de idades anteriormente proposto pelo grupo de pesquisa GEOMARGEM e estabelece a restinga da Marambaia atual como um sistema de ilha-barreira estuarino de cerca de 20 m de espessura formado nos últimos ~8-7,5 ka A.P., por depósitos inicialmente de regressão normal (entre ~8-7,5 e 5,8 ka A.P.) e posteriormente de regressão forçada retrabalhados por processos de circulação interna da baía de Sepetiba (mais recente que ~5,8 ka A.P.), ancorados em depósitos transgressivos (mais antigos que ~8-7,5 ka A.P.). |
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Arquitetura estratigráfica e evolução geológica da restinga da Marambaia (RJ)restinga da Marambaiaarquitetura estratigráficaGPRdatação por Luminescência Opticamente Estimuladadatação por radiocarbonoevolução geológicailha barreira regressivaregressão normalEvolução geológicaArquitetura estratigráficaRestinga da Marambaia (RJ)restinga da Marambaiastratigraphic architectureGPROptically Stimulated Luminescence datingradiocarbon datinggeological evolutionregressive barrier islandnormal regressionA análise de dados sísmicos de alta resolução coletados dentro da baía de Sepetiba e na região oceânica adjacente, dados de GPR (Ground Penetrating Radar ou georradar) coletados na porção emersa da restinga e dados sedimentológicos e geocronológicos de amostras e testemunhos curtos coletados sobre a restinga e na baía de Sepetiba mostrou a grande complexidade geológica do sistema ilha-barreira da restinga da Marambaia e permitiu a proposição de um novo modelo evolutivo. A interpretação geofísica permitiu identificar 4 unidades deposicionais referentes (i) aos depósitos pleistocênicos, (ii) ao preenchimento fluvio estuarino transgressivo, (iii) a uma paleobarreira progradante de regressão normal e (iv) a uma barreira progradante de regressão forçada e depósitos de seu retrabalhamento sedimentar. Estas unidades são delimitadas por 3 superfícies estratigráficas: (i) a Superfície de Exposição Máxima, que representa o nível máximo da escavação fluvial do Último Máximo Glacial (~ 20 ka A.P.); (ii) a Superfície de Inundação Máxima, que marca o limite de deposição associado ao pico de transgressão do sistema costeiro, entre 8 e 7,5 ka A.P.; e (iii) a Superfície Basal de Regressão Forçada, que representa a base de todos os depósitos marinhos que se acumularam a partir da descida do nível do mar o nível do mar iniciada a ~ 5,8 ka A.P. Esta configuração estratigráfica, com a preservação de sequências transgressivas na área, permitiu identificar as variações do nível do mar, o aporte sedimentar significativo e o controle fisiográfico como os três principais fatores determinantes na evolução da restinga da Marambaia. A variabilidade lateral dos ambientes sedimentares da restinga, confirmada pela ocorrência de diversas fácies geofísicas e sedimentares, atesta a grande complexidade da evolução deste sistema costeiro. Aspectos peculiares de algumas destas fácies foram avaliados como indicadores das modificações paleogeográficas e paleoambientais da baía de Sepetiba enquanto corpo d’água estuarino parcialmente isolado. Estes aspectos incluem a exposição subaérea de alguns depósitos de onde hoje está a baía de Sepetiba (fácies sedimentar com mosqueados amarelo alaranjados), a influência de drenagens continentais na região central da barreira (fácies com compostos húmicos) e a influência de canalizações na sedimentação (canalizações visualizadas no registro geofísico e fácies sedimentares com laminações). Além disso, o processo de corte e preenchimento de canais foi reconhecido como importante agente atuante no desenvolvimento da restinga e no seu fechamento final. O novo modelo evolutivo proposto representa o refinamento do modelo de idades anteriormente proposto pelo grupo de pesquisa GEOMARGEM e estabelece a restinga da Marambaia atual como um sistema de ilha-barreira estuarino de cerca de 20 m de espessura formado nos últimos ~8-7,5 ka A.P., por depósitos inicialmente de regressão normal (entre ~8-7,5 e 5,8 ka A.P.) e posteriormente de regressão forçada retrabalhados por processos de circulação interna da baía de Sepetiba (mais recente que ~5,8 ka A.P.), ancorados em depósitos transgressivos (mais antigos que ~8-7,5 ka A.P.).CAPESHigh resolution seismic analysis of Sepetiba’s bay adjacent oceanic region, GPR (Ground Penetrating Radar) data from emerged portion of the barrier and sedimentological and geochronological data of samples and short cores collected from both restinga da Marambaia and Sepetiba’s bay showed the large geological complexity of this system and allowed the proposition of a new evolutionary model. After geophysical interpretation were identified 4 depositional units: (i) Pleistocene deposits, (ii) transgressive fluvial-estuarine fills, (iii) a normal regressive progradational paleo-barrier and (iv) a forced regressive progradational barrier and its sedimentary reworking deposits. These units are delimited by 3 stratigraphic surfaces: (i) the Maximum Exposure Surface, which represents the maximum level of fluvial excavation of the Last Glacial Maximum (~ 19 ka B.P.); (ii) the Maximum Flood Surface, which marks the deposition limit associated to the peak of transgression of the coastal system, between ~8 e 7,5 ka B.P.; e (iii) the Basal Surface of Forced Regression which represents the basis of all marine deposits accumulated during the sea level fall initiated at ~ 5.8 k B.P. This stratigraphic configuration and the preservation of transgressive sequences in this area showed that sea level changes, significant sedimentary input and physiographic control are the main determining factors of Restinga da Marambaia’s evolution. The lateral variability of barrier’s sedimentary environments was confirmed by the occurrence of several geophysical and sedimentary facies. It attests the large complexity of evolution process in this coastal system. Aspects of some facies were evaluated as proxies of the paleogeographic and paleoenvironmental modifications of the Sepetiba’s bay as a partially isolated estuarine water body. These aspects include subaerial exposure of some deposits of Sepetiba’s bay (sedimentary facies with yellow-orange mottles), influence of continental drainage in barrier’s central region (facies with humic compounds) and influence of channels in sedimentation (tidal and washover inlets seen in geophysical record and sedimentary facies with laminations). In addition, the channel cut and fill process was recognized as an important agent during barrier’s development and in its final closure. The proposed new evolutionary model represents the refinement of the age model previously proposed by the GEOMARGEM research group and establishes the present Restinga da Marambaia as a ~20 m wide estuarine barrier island system formed at late ~8-7,5 ka B.P. initially by normal regression deposits (~ 8-7.5 and 5.8 ka AP) and later by forced regression deposits reworked by internal circulation processes of the Sepetiba Bay (more recent than ~ 5.8 ka AP), anchored in transgressive deposits (older than ~ 8-7.5 ka AP).273 f.NiteróiGuerra, Josefa VarelaDominguez, José Maria LandimBastos, Alex CardosoSilva, André Luiz Carvalho daRebouças, Renata CardiaSilva, Cleverson GuizanReis, Antonio Tadeu dosGuerra, Josefa VarelaReis, Antonio Tadeu dosDominguez, José Maria LandimBastos, Alex CardosoSilva, André Luiz Carvalho daRebouças, Renata CardiaSilva, Cleverson GuizanDadalto, Tatiana Pinheiro2022-07-25T18:07:18Z2022-07-25T18:07:18Z2017info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfDADALTO, Tatiana Pinheiro. Arquitetura estratigráfica e evolução geológica da restinga da Marambaia (RJ). 2017. 273 f. Tese (Doutorado em Geologia e Geofísica Marinha) - Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geofísica Marinha, Instituto de Geociências, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2017.http://app.uff.br/riuff/handle/1/25828Aluno de Doutoradohttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-07-25T18:07:22Zoai:app.uff.br:1/25828Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202022-07-25T18:07:22Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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