Orientalismo Algorítmico: a China sob os olhos da Netflix

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Araujo, Mayara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28704
Resumo: Nas últimas décadas, a China despontou internacionalmente com o seu crescimento econômico e desenvolvimento social, de certa forma desafiando a hegemonia dos Estados Unidos e a unipolaridade global. No entanto, apesar de sua crescente expressividade, a pesquisa acadêmica na área da Comunicação no Brasil não parece estar atenta aos seus movimentos ao desconsiderar a investigação de seus modelos. Não se trata de um evento ocasional. Os países do chamado “Sul global” permanecem sendo influenciados pelo “Norte”. Nesse sentido, o problema que motiva a presente pesquisa diz respeito a mediação ocidental presente no diálogo entre os países do “sul global”. Para explorarmos essa questão, recorremos ao conceito de imperialismo como um fio condutor para direcionar a nossa análise. Levamos em consideração algumas de suas formas que ainda vigoram no Brasil do início do século XXI: o imperialismo cultural / midiático; intelectual / acadêmico e de plataformas. Esse percurso nos direciona diretamente para o nosso objeto de investigação: a representação da China a partir do catálogo disponível na Netflix Brasil. Nele, observamos que lógicas orientalistas são constantemente reproduzidas e reforçadas através do seu sistema de algoritmos que costumam ser entendidos a partir de categorias-chave como neutralidade e eficiência. No entanto, percebemos que esses algoritmos refletem as mesmas problemáticas que temos enquanto sociedade ao emular um olhar ocidentalizado sobre o restante do mundo. Apontamos que as principais características desse orientalismo algorítmico são a homogeneização da “Ásia”, o apego excessivo a um “passado imperial” e o pouco cuidado da plataforma em segmentar os gêneros chineses. Essa discussão destaca a relevância de se atentar para as formas “menos visíveis” da dominação ocidental e também se propõe a abrir uma agenda de pesquisa que contribua com a proposta de desocidentalização do campo da comunicação.
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Nesse sentido, o problema que motiva a presente pesquisa diz respeito a mediação ocidental presente no diálogo entre os países do “sul global”. Para explorarmos essa questão, recorremos ao conceito de imperialismo como um fio condutor para direcionar a nossa análise. Levamos em consideração algumas de suas formas que ainda vigoram no Brasil do início do século XXI: o imperialismo cultural / midiático; intelectual / acadêmico e de plataformas. Esse percurso nos direciona diretamente para o nosso objeto de investigação: a representação da China a partir do catálogo disponível na Netflix Brasil. Nele, observamos que lógicas orientalistas são constantemente reproduzidas e reforçadas através do seu sistema de algoritmos que costumam ser entendidos a partir de categorias-chave como neutralidade e eficiência. No entanto, percebemos que esses algoritmos refletem as mesmas problemáticas que temos enquanto sociedade ao emular um olhar ocidentalizado sobre o restante do mundo. Apontamos que as principais características desse orientalismo algorítmico são a homogeneização da “Ásia”, o apego excessivo a um “passado imperial” e o pouco cuidado da plataforma em segmentar os gêneros chineses. Essa discussão destaca a relevância de se atentar para as formas “menos visíveis” da dominação ocidental e também se propõe a abrir uma agenda de pesquisa que contribua com a proposta de desocidentalização do campo da comunicação.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorIn the last years, China has emerged internationally with its economic growth and social development, challenging US hegemony and global unipolarity. However, despite its growing expressiveness, academic research in the field of Communication in Brazil does not seem to be aware of its movements, disregarding the investigation of its models. It is not an occasional event. The so-called “Global South” countries continue to be influenced by the “North.” In this sense, the problem that motivates this research concerns the remaining Western mediation in the dialogue between the countries of the “global south.” To explore this question, we resort to the concept of imperialism as a guide to direct our analysis. We consider some of its forms that still prevail in Brazil at the beginning of the 21st century: cultural/media imperialism, intellectual/academic, and platform. This path directs us directly to our object of investigation: the representation of China from the catalog available on Netflix Brazil. We observe that orientalist logics are constantly reproduced and reinforced through Netflix’s algorithm system, usually understood based on key categories such as neutrality and efficiency. However, we realize that these algorithms reflect the same problems we have as a society by emulating a westernized look at the rest of the world. We point out that the main characteristics of this algorithmic orientalism are the homogenization of “Asia,” the excessive attachment to an “imperial past,” and the platform’s little care in segmenting Chinese genres. This discussion highlights the importance of paying attention to the “less visible” forms of western domination and proposes to open a research agenda that contributes to the proposal of de-westernization of the field of communication.250 p.Albuquerque, AfonsoHolzbach, ArianeOliveira, ThaianeItuassu Filho, Arthurde Marchi, Leonardohttp://lattes.cnpq.br/5533581683792805Araujo, Mayara2023-05-08T15:13:44Z2023-05-08T15:13:44Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfARAUJO, Mayara Soares Lopes Pinto de. Orientalismo algorítmico: a China sob os olhos da Netflix. 2022. 250 f. 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