O feitiço do jogo: sociabilidade entre homens no Parque Halfeld de Juiz de Fora
Ano de defesa: | 2017 |
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Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6582 |
Resumo: | O presente trabalho tem como intuito refletir, antropologicamente, sobre os temas da masculinidade, da velhice e dos aspectos característicos do jogar, baseando-se em uma etnografia realizada em um território de sociabilidade entre homens, preponderantemente velhos, que se reúnem diariamente para a prática de jogos de cartas no Parque Halfeld, localizado no centro da cidade de Juiz de Fora. Busco, primeiramente, tratar temas relativos à etnografia, a partir de minha inserção em campo, a fim de mostrar os caminhos percorridos durante o trabalho, relacionando as percepções iniciais sobre objeto e as desconstruções advindas do processo de descoberta do território dos jogos. A palavra “feitiço” utilizada no título e no decorrer do texto, refere-se à intensidade da forma como o jogo cativa o jogador, a ponto de constituir um “mundo artificial”, diferente da seriedade exigida na vida cotidiana, resultando em uma sociabilidade em que o conteúdo do jogo e os jogos sociais, construídos a partir dele, são os grandes motivadores. Para além do jogo propriamente dito, o feitiço só se realiza plenamente juntamente ao jogo social das relações jocosas. Com provocações verbais e performances corporais de indecência e grosseria, mediadas por um “saber brincar”, canalizam os estresses cotidianos através de tais conflitos jocosos que implicam na combinação entre uma pretensão de hostilidade e real amistosidade. É também de forma jocosa que temas como a velhice e a masculinidade são colocados em jogo, sem que precisem ser levados a sério. Embora seja um território ocupado preponderantemente por homens com mais de sessenta anos, os discursos e práticas de jogadores e espectadores encontrados em campo demonstram uma não identificação com as categorias “velho” e “idoso”, que aparecem associadas a uma série de características negativas atribuídas a velhice. Sendo uma sociabilidade masculina intrassexual, as experiências encontradas em campo e a frase “vê se vira homem” ilustram uma constante (re)construção da masculinidade a partir de gestos e discursos que visam atribuir características femininas a um homem em busca de desqualificá-lo perante os outros, colocando em jogo a masculinidade do acusado mediante a homofobia. Tratando do tema da sexualidade na velhice, à despeito das expectativas de gerontólogos, que sugerem que se busque novas zonas erógenas, o interesse sexual de jogadores e espectadores aparecem ainda fortemente associados ao modelo hegemônico de masculinidade que confere intensa valorização à penetração e ao desempenho erétil. |
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Busco, primeiramente, tratar temas relativos à etnografia, a partir de minha inserção em campo, a fim de mostrar os caminhos percorridos durante o trabalho, relacionando as percepções iniciais sobre objeto e as desconstruções advindas do processo de descoberta do território dos jogos. A palavra “feitiço” utilizada no título e no decorrer do texto, refere-se à intensidade da forma como o jogo cativa o jogador, a ponto de constituir um “mundo artificial”, diferente da seriedade exigida na vida cotidiana, resultando em uma sociabilidade em que o conteúdo do jogo e os jogos sociais, construídos a partir dele, são os grandes motivadores. Para além do jogo propriamente dito, o feitiço só se realiza plenamente juntamente ao jogo social das relações jocosas. Com provocações verbais e performances corporais de indecência e grosseria, mediadas por um “saber brincar”, canalizam os estresses cotidianos através de tais conflitos jocosos que implicam na combinação entre uma pretensão de hostilidade e real amistosidade. É também de forma jocosa que temas como a velhice e a masculinidade são colocados em jogo, sem que precisem ser levados a sério. Embora seja um território ocupado preponderantemente por homens com mais de sessenta anos, os discursos e práticas de jogadores e espectadores encontrados em campo demonstram uma não identificação com as categorias “velho” e “idoso”, que aparecem associadas a uma série de características negativas atribuídas a velhice. Sendo uma sociabilidade masculina intrassexual, as experiências encontradas em campo e a frase “vê se vira homem” ilustram uma constante (re)construção da masculinidade a partir de gestos e discursos que visam atribuir características femininas a um homem em busca de desqualificá-lo perante os outros, colocando em jogo a masculinidade do acusado mediante a homofobia. Tratando do tema da sexualidade na velhice, à despeito das expectativas de gerontólogos, que sugerem que se busque novas zonas erógenas, o interesse sexual de jogadores e espectadores aparecem ainda fortemente associados ao modelo hegemônico de masculinidade que confere intensa valorização à penetração e ao desempenho erétil.This work is intended to reflect, anthropologically, on the themes of masculinity, old age and the characteristic aspects of the play, based on an ethnography carried out in an area of sociability among men, old preponderantly, who gather daily to practice card games in Halfeld Park, located in the city of Juiz de Fora. I seek, first, address issues relating to ethnography, from my insertion in the field, in order to show the paths taken during the work, relating the initial perceptions of the object and the deconstructions that arise from the discovery process of the game territory. The word "spell" used in the title and throughout the text, refers to the intensity of the way in which the game captivates the player to constitute an "artificial world," different from the seriousness required in everyday life, resulting in a sociability in which the game content and the social games built from it are the greatest motivators. Besides the game itself, the spell can only be fully realized along with social game of joking relationships. With verbal taunts and physical performances of indecency and rudeness, mediated by a "learn to play", canalizes the everyday stress through such joke conflicts that involve the combination of a pretense hostility and real friendliness. It is also in a joking way that issues such as old age and masculinity are approached without the need to be taken seriously. Although it is a territory mainly occupied by men over sixty years, the discourses and practices of players and audience found in the field demonstrate a failure in the identification with the categories of "old" and "elderly", which appear to be associated with a number of negative characteristics attributed to old age. Being a intrassexual male sociability, experiences found in the field such as the phrase "turn into man" illustrate a constant (re) construction of masculinity from gestures and speeches that seek to attribute feminine characteristics to a man intending to disqualify him before others putting into doubt the maleness of the accused by homophobia. Dealing with the topic of sexuality in old age, despite of gerontologists expectations who suggests men to seek new erogenous zones, sexual interest of players and audience still appear strongly associated with the hegemonic model of masculinity that gives intense valorization of penetration and erectile performance.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Ciências SociaisUFJFBrasilICH – Instituto de Ciências HumanasCNPQ::CIENCIAS HUMANASSociabilidadeJogoMasculinidadeEnvelhecimentoSexualidadeRelações jocosasSociabilityGameMasculinityAgeingSexualityJoking relationshipsO feitiço do jogo: sociabilidade entre homens no Parque Halfeld de Juiz de ForaThe game spell: sociability among men at the Halfeld Park in Juiz de Forainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTEXTwilliamassisdasilva.pdf.txtwilliamassisdasilva.pdf.txtExtracted texttext/plain242010https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/6582/3/williamassisdasilva.pdf.txt24ff01de092eb96aef8da89c463836d1MD53THUMBNAILwilliamassisdasilva.pdf.jpgwilliamassisdasilva.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1102https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/6582/4/williamassisdasilva.pdf.jpg749197c9afb7990023fa5217edb9ad81MD54ORIGINALwilliamassisdasilva.pdfwilliamassisdasilva.pdfapplication/pdf2252317https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/6582/1/williamassisdasilva.pdf0144cb245d0f397b6e5302a9fc928c36MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82197https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/6582/2/license.txt000e18a5aee6ca21bb5811ddf55fc37bMD52ufjf/65822019-06-16 08:45:04.351oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/6582TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHvv73vv71vIGRlc3RhIGxpY2Vu77+9YSwgdm9j77+9IChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pLCBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLvv71uaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIO+/vXVkaW8gb3Ugdu+/vWRlby4KClZvY++/vSBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXvv71kbywgdHJhbnNwb3IgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZh77+977+9by4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBKdWl6IGRlIEZvcmEgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY++/vXBpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7vv71hLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLiBWb2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8g77+9IG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY++/vSB0ZW0gbyBwb2RlciBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuIFZvY++/vSB0YW1i77+9bSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcO+/vXNpdG8gZGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG7vv71vLCBxdWUgc2VqYSBkZSBzZXUgY29uaGVjaW1lbnRvLCBpbmZyaW5nZSBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBuaW5nde+/vW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIGNvbnRlbmhhIG1hdGVyaWFsIHF1ZSB2b2Pvv70gbu+/vW8gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3Pvv71vIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIEp1aXogZGUgRm9yYSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgSnVpeiBkZSBGb3JhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vLCBlIG7vv71vIGZhcu+/vSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHvv73vv71vLCBhbO+/vW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbu+/vWEuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2019-06-16T11:45:04Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false |
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