Catracas e contradições: o discurso da gestão turística do patrimônio cultural mundial no Brasil (2015-2021)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Corrêa, Raphaela Maciel lattes
Orientador(a): Olender, Marcos lattes
Banca de defesa: Barbosa, Silvana Mota lattes, Daibert, André Barcelos Damasceno, Campos, Yussef Daibert Salomão de, Brusadin, Leandro Benedini
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em História
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16017
Resumo: O discurso do turismo como indutor de desenvolvimento, aliado à preservação do patrimônio cultural, é amplamente reproduzido no campo das políticas públicas há mais de meio século, conduzindo práticas de gestão que, para além dos usos turísticos desse patrimônio, interferem diretamente na dinâmica dos lugares onde ele se insere e na vida das comunidades, nas relações de trabalho, moradia, sociabilidade, pertencimento e afeto que elas estabelecem com o território e o patrimônio para tal fim negociado. Dado o crescimento exponencial do turismo nesse período, sobretudo a partir do século XXI, tornou-se necessário e urgente questionar e problematizar tal discurso e a naturalidade com que é apropriado no senso comum, haja vista as inúmeras contradições evidenciadas pelas próprias comunidades envolvidas, pela academia, pela mídia, por organizações não governamentais, entre outros movimentos sociais. Assim, no contexto de graves crises que atravessamos no “presente do passado incorporado” (DOSSE, 2012) e em função das tensões e incertezas que assombram a noção de futuro, esta tese contempla a projeção e a inversão do discurso em questão, a partir de 2015, com foco na gestão turística do Patrimônio Mundial. No cenário internacional, a pesquisa partiu de enunciados da Agenda 2030 da ONU e percorreu seus desdobramentos nas Conferências Mundiais de Turismo e Cultura, promovidas pela OMT e Unesco. Ali, as contradições discursivas foram analisadas a partir de diversos olhares sobre consagrados destinos turísticos da Europa. No panorama brasileiro, o trabalho buscou compreender o processo de elaboração da Política Nacional de Gestão Turística do Patrimônio Mundial implementada pelo atual Governo do Brasil, sob a coordenação de um comitê interministerial liderado pelo Ministério do Turismo. Para tanto, considerou, também, as articulações com a Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial (OCBPM). Nesse percurso, buscou-se evidenciar a apropriação, a reprodução e a aplicação do discurso em questão na constituição da referida Política e, posteriormente, refletir acerca de suas intencionalidades nas ações, projetos e programas realizados sob o comando do Presidente Jair Bolsonaro. A análise realizada foi inspirada em propostas de Michel Foucault para elucidar os saberes, os poderes e os perigos do discurso. Foi, ainda, alinhavada por algumas experiências pregressas da Unesco e do Brasil direcionadas para o mesmo fim. Tal costura se sobressaiu no caso do Centro Histórico de Salvador, conhecido como Pelourinho - igualmente reconhecido como Patrimônio Mundial –, observado sob uma perspectiva histórica focada em sua relação com o turismo, através da qual também foi evidenciada a controvertida trama discursiva em questão. As conclusões deste trabalho apontam para a necessidade de confrontar a continuidade ininterrupta do discurso objeto desta pesquisa e de buscar outros caminhos possíveis para os enunciados da gestão turística do Patrimônio Mundial, como formas de agir frente às expectativas para o devir.
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Dado o crescimento exponencial do turismo nesse período, sobretudo a partir do século XXI, tornou-se necessário e urgente questionar e problematizar tal discurso e a naturalidade com que é apropriado no senso comum, haja vista as inúmeras contradições evidenciadas pelas próprias comunidades envolvidas, pela academia, pela mídia, por organizações não governamentais, entre outros movimentos sociais. Assim, no contexto de graves crises que atravessamos no “presente do passado incorporado” (DOSSE, 2012) e em função das tensões e incertezas que assombram a noção de futuro, esta tese contempla a projeção e a inversão do discurso em questão, a partir de 2015, com foco na gestão turística do Patrimônio Mundial. No cenário internacional, a pesquisa partiu de enunciados da Agenda 2030 da ONU e percorreu seus desdobramentos nas Conferências Mundiais de Turismo e Cultura, promovidas pela OMT e Unesco. Ali, as contradições discursivas foram analisadas a partir de diversos olhares sobre consagrados destinos turísticos da Europa. No panorama brasileiro, o trabalho buscou compreender o processo de elaboração da Política Nacional de Gestão Turística do Patrimônio Mundial implementada pelo atual Governo do Brasil, sob a coordenação de um comitê interministerial liderado pelo Ministério do Turismo. Para tanto, considerou, também, as articulações com a Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial (OCBPM). Nesse percurso, buscou-se evidenciar a apropriação, a reprodução e a aplicação do discurso em questão na constituição da referida Política e, posteriormente, refletir acerca de suas intencionalidades nas ações, projetos e programas realizados sob o comando do Presidente Jair Bolsonaro. A análise realizada foi inspirada em propostas de Michel Foucault para elucidar os saberes, os poderes e os perigos do discurso. Foi, ainda, alinhavada por algumas experiências pregressas da Unesco e do Brasil direcionadas para o mesmo fim. Tal costura se sobressaiu no caso do Centro Histórico de Salvador, conhecido como Pelourinho - igualmente reconhecido como Patrimônio Mundial –, observado sob uma perspectiva histórica focada em sua relação com o turismo, através da qual também foi evidenciada a controvertida trama discursiva em questão. As conclusões deste trabalho apontam para a necessidade de confrontar a continuidade ininterrupta do discurso objeto desta pesquisa e de buscar outros caminhos possíveis para os enunciados da gestão turística do Patrimônio Mundial, como formas de agir frente às expectativas para o devir.The discourse of tourism as a source of development and the calls for cultural heritage preservation have been widely reproduced in the field of public policies for more than half a century. This has led to management practices that go beyond the use of this heritage for touristic purposes, directly affecting the dynamics of their surrounding space and the life of their local communities, i.e., the work relationships, housing, sociability, sense of belonging, and affection that these people establish with the territory and its heritage. Given the exponential growth of tourism in this period, especially from the 21st century and after, it became necessary and urgent to question and challenge this discourse and how it became normalized, despite the contradictions evidenced by the communities involved, academia, the media, non-governmental organizations, and other social movements. Thus, amidst the severe crises we are experiencing in the "present of the embodied past" (DOSSE, 2012) and given the tensions and uncertainties that haunt the notion of the future, this thesis tackles the projection and inversion of this discourse from 2015 onwards, focusing on World Heritage tourism management. From an international perspective, the research was based on the United Nations 2030 Agenda and analyzed how this unfolded in the World Conferences on Tourism and Culture, promoted by the World Tourism Organization and Unesco, focusing on the contradicting discourse around various renowned European tourism destinations. In Brazil, the work investigates the development of the National Policy for World Heritage Touristic Management by the current Brazilian government with an inter-ministerial committee led by the Ministry of Tourism. We sought to evidence the appropriation, reproduction, and use of the aforementioned discourse in this policy and, later, to reflect on its intentions regarding the actions, projects, and programs performed under President Jair Bolsonaro, also encompassing articulations with the Brazilian World Heritage Cities Organization (OCBPM). This analysis was inspired by Michel Foucault's proposals to elucidate knowledge, powers, and dangers of discourse. We also discussed previous experiences between Unesco and Brazil, particularly the case of the Historic Center of Salvador –known as Pelourinho and also recognized as a World Heritage Site – from a historical perspective focused on its relationship with tourism, evidencing the controversial discursive plot described above. The conclusions of this work point to the need to confront the relentless ongoing discourse that is the object of this research and to seek other potential solutions for World Heritage tourism management to act in view of the current expectations of the future.porUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em HistóriaUFJFBrasilICH – Instituto de Ciências HumanasAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIADiscursoTurismoPatrimônio culturalPreservaçãoDesenvolvimentoPolíticaDiscourseTourismCultural heritagePreservationDevelopmentPolicyCatracas e contradições: o discurso da gestão turística do patrimônio cultural mundial no Brasil (2015-2021)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFORIGINALraphaelamacielcorrea.pdfraphaelamacielcorrea.pdfapplication/pdf5503827https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/16017/1/raphaelamacielcorrea.pdffefc4030f179e9164acaa781cb64b617MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/16017/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/16017/3/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD53TEXTraphaelamacielcorrea.pdf.txtraphaelamacielcorrea.pdf.txtExtracted texttext/plain781700https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/16017/4/raphaelamacielcorrea.pdf.txta2f2784f307757735fe63ca38604cd69MD54THUMBNAILraphaelamacielcorrea.pdf.jpgraphaelamacielcorrea.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1150https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/16017/5/raphaelamacielcorrea.pdf.jpg451c41547c08d7f4ef2db429a3c9f94fMD55ufjf/160172023-10-11 03:08:44.264oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/16017Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2023-10-11T06:08:44Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
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