Mulheres no tráfico de drogas: um estudo sobre a participação feminina em mercados ilícitos no Submédio São Francisco, nordeste brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Joyce Keli do Nascimento lattes
Orientador(a): Fraga, Paulo Cesar Pontes lattes
Banca de defesa: Dutra, Rogeria Campos de Almeida lattes, Magalhães, Raul Francisco lattes, Rodrigues, Luzania Barreto lattes, Campos, Marcelo da Silveira lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/9083
Resumo: No Brasil, entre 2000 e 2016, o número de mulheres presas cresceu 656%, sendo que, em junho de 2016, 62% delas tinham envolvimento com o tráfico de drogas. Esses números evidenciam a trajetória ascendente do encarceramento de mulheres delinquentes. Diante disso, e considerando que no Brasil ainda há certa escassez de estudos sobre a participação feminina em mercados ilícitos de drogas, em especial em cidades do interior do nordeste brasileiro, o objetivo deste trabalho é compreender a dinâmica da participação feminina no comércio de drogas e no plantio da cannabis na região do Submédio Rio São Francisco, em municípios dos Estados de Pernambuco e da Bahia. A pesquisa pretende, ainda, contribuir para a discussão teórica sobre as relações existentes entre a condição de gênero e os mecanismos, práticas e atores dos mercados ilícitos de drogas na região, bem como para a identificação das motivações individuais e dos elementos estruturais relacionados à inserção e trajetórias das mulheres nessas práticas. Para alcançar seus objetivos a pesquisa empregou metodologias qualitativas variadas, com destaque para a realização de entrevistas em profundidade para traçar as trajetórias biográficas das mulheres sujeito da pesquisa e para a coleta e análise do conteúdo de documentos inseridos em processos criminais para compreender o tratamento recebido por elas nas instituições policiais e judiciárias. Foram entrevistadas mulheres que tiveram envolvimento em plantios ilícitos em sete cidades que ocupam posição de destaque na produção e escoamento da cannabis da região do “Polígono da Maconha”. Para contextualizar o funcionamento do narcoplantio, também foram entrevistados agricultores que trabalharam na atividade e um agente da polícia federal em Salgueiro, Pernambuco. Foram realizadas, ainda, entrevistas em profundidade com mulheres que cumpriam pena por tráfico de drogas nos estabelecimentos prisionais femininos nas cidades de Juazeiro na Bahia e Petrolina em Pernambuco, que recebem mulheres presas e processadas em cidades da região. Dentre os resultados da pesquisa observamos: 1) que o perfil das entrevistadas envolvidas com o plantio e com o tráfico é similar, ou seja, predominam mulheres jovens, com baixa escolaridade, negras, solteiras ou em relacionamentos informais, com filhos e em situação de vulnerabilidade socioeconômica; 2) que a participação das mulheres nos plantios ilícitos é menor do que a participação no tráfico de drogas, em grande parte devido à forma como estas atividades se estruturam; 3) que as ex-plantadoras de cannabis atuam em tarefas específicas que exigem maior atenção e cuidado ou atreladas aos papéis sociais de gênero, que lhes proporcionam maior proteção contra os riscos da atividade (prisão e violência); enquanto as presas por tráfico, em geral, atuam em funções subalternas, que também em razão da desigualdade de gênero, lhes tornam mais visíveis e sujeitas à repressão policial e aprisionamento; 4) que o ingresso das mulheres nos mercados ilícitos de drogas ainda é predominantemente mediado por figuras masculinas, o que não exclui o ingresso de forma mais autônoma seja no plantio ou no tráfico; 5) que embora a maioria das entrevistadas declare motivações financeiras para ingressar na atividade ilícita, apenas as ex-plantadoras relatam a aquisição de bens e melhoria das condições de vida com os recursos obtidos nos plantios, enquanto as mulheres presas por tráfico relatam que os recursos obtidos se perdem facilmente, em geral, com o pagamento de advogados após a prisão. E vimos que as distinções entre a participação das mulheres nos plantios ilícitos e no tráfico de drogas estão relacionadas a diferenças na conformação e gestão desses ilegalismos pelas instituições e atores envolvidos.
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Diante disso, e considerando que no Brasil ainda há certa escassez de estudos sobre a participação feminina em mercados ilícitos de drogas, em especial em cidades do interior do nordeste brasileiro, o objetivo deste trabalho é compreender a dinâmica da participação feminina no comércio de drogas e no plantio da cannabis na região do Submédio Rio São Francisco, em municípios dos Estados de Pernambuco e da Bahia. A pesquisa pretende, ainda, contribuir para a discussão teórica sobre as relações existentes entre a condição de gênero e os mecanismos, práticas e atores dos mercados ilícitos de drogas na região, bem como para a identificação das motivações individuais e dos elementos estruturais relacionados à inserção e trajetórias das mulheres nessas práticas. 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Foram realizadas, ainda, entrevistas em profundidade com mulheres que cumpriam pena por tráfico de drogas nos estabelecimentos prisionais femininos nas cidades de Juazeiro na Bahia e Petrolina em Pernambuco, que recebem mulheres presas e processadas em cidades da região. Dentre os resultados da pesquisa observamos: 1) que o perfil das entrevistadas envolvidas com o plantio e com o tráfico é similar, ou seja, predominam mulheres jovens, com baixa escolaridade, negras, solteiras ou em relacionamentos informais, com filhos e em situação de vulnerabilidade socioeconômica; 2) que a participação das mulheres nos plantios ilícitos é menor do que a participação no tráfico de drogas, em grande parte devido à forma como estas atividades se estruturam; 3) que as ex-plantadoras de cannabis atuam em tarefas específicas que exigem maior atenção e cuidado ou atreladas aos papéis sociais de gênero, que lhes proporcionam maior proteção contra os riscos da atividade (prisão e violência); enquanto as presas por tráfico, em geral, atuam em funções subalternas, que também em razão da desigualdade de gênero, lhes tornam mais visíveis e sujeitas à repressão policial e aprisionamento; 4) que o ingresso das mulheres nos mercados ilícitos de drogas ainda é predominantemente mediado por figuras masculinas, o que não exclui o ingresso de forma mais autônoma seja no plantio ou no tráfico; 5) que embora a maioria das entrevistadas declare motivações financeiras para ingressar na atividade ilícita, apenas as ex-plantadoras relatam a aquisição de bens e melhoria das condições de vida com os recursos obtidos nos plantios, enquanto as mulheres presas por tráfico relatam que os recursos obtidos se perdem facilmente, em geral, com o pagamento de advogados após a prisão. E vimos que as distinções entre a participação das mulheres nos plantios ilícitos e no tráfico de drogas estão relacionadas a diferenças na conformação e gestão desses ilegalismos pelas instituições e atores envolvidos.In Brazil, between 2000 and 2016, the number of women prisoners grew by 656%, and in June 2016, 62% of them were involved in drug trafficking. These numbers highlight the upward trajectory of incarceration of delinquent women. In view of this, and considering that in Brazil there is still a certain lack of studies on female participation in illicit drug markets, especially in cities in the interior of northeastern Brazil, the objective of this work is to understand the dynamics of female participation in the drug trade and cannabis planting in the São Francisco River Valey region, in municipalities of the states of Pernambuco and Bahia. The research also intends to contribute to the theoretical discussion about the relationship between the gender condition and the mechanisms, practices and actors of illicit drug markets in the region, as well as the identification of individual motivations and structural elements related to insertion and trajectories of women in these practices. In order to reach its objectives, the research employed varied qualitative methodologies, with emphasis on the in- depth interviews to trace the biographical trajectories of the women subject of the research and to the collection and analysis of the content of documents inserted in criminal processes to understand the treatment received by them in police and judicial institutions. Were interviewed women who have been involved in illicit plantations in seven cities that occupy a prominent position in the production and disposal of cannabis in the region so-called “Polygon of Marijuana”. To contextualize the operation of illicit crops, were also interviewed farmers who worked on the activity and a federal police agent in Salgueiro, Pernambuco. In- depth interviews were also conducted with women serving sentences for drug trafficking in women's prisons in the cities of Juazeiro in Bahia and Petrolina in Pernambuco, which receive women arrested and prosecuted in cities in the region. Among the results of the research, we observed: 1) that the profile of the interviewees women involved in planting and trafficking is similar, that is, predominantly young women with low schooling, black women, unmarried or in informal relationships, with children and in situations of socioeconomic vulnerability; 2) that women's participation in illicit plantings is less than participation in drug trafficking, largely because of the way these activities are structured; 3) that women who are former cannabis planters acted on specific tasks that required more attention and care or are linked to gender roles, that provide to them with greater protection against the risks of activity (imprisonment and violence); while women prisoners for trafficking generally work in subaltern roles, also because of gender inequality, make them more visible and subject to police repression and imprisonment; 4) that the entry of women into illicit drug markets is still predominantly mediated by male figures, which does not exclude entry more autonomously, whether in planting or trafficking; 5) that although most of the women interviewees state financial motivations to enter the illicit activity, only the former planters report the acquisition of properties and improvements in living conditions with the resources obtained in the illicit plantations, while women arrested for trafficking report that the resources obtained were wasted rapidly, in general, with the payment of lawyers after the arrest. And we also have seen that the differences between the participation of women in illicit plantations and in the drug trafficking are related to distinctions on the conformation and management of these illegalities by the institutions and actors involved.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Ciências SociaisUFJFBrasilICH – Instituto de Ciências HumanasCNPQ::CIENCIAS HUMANASMercados Ilícitos de drogasGêneroSocialização na delinquênciaHistórias de vidaPolítica criminalIllicit drug marketsGenderSocialization in delinquencyLife storiesCriminal policyMulheres no tráfico de drogas: um estudo sobre a participação feminina em mercados ilícitos no Submédio São Francisco, nordeste brasileiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFTEXTjoycekelidonascimentosilva.pdf.txtjoycekelidonascimentosilva.pdf.txtExtracted texttext/plain627905https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/9083/3/joycekelidonascimentosilva.pdf.txtce8cbdc33610753997a9c096a943a040MD53THUMBNAILjoycekelidonascimentosilva.pdf.jpgjoycekelidonascimentosilva.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1224https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/9083/4/joycekelidonascimentosilva.pdf.jpg496a255a7063ceb1c55866e4668f760cMD54ORIGINALjoycekelidonascimentosilva.pdfjoycekelidonascimentosilva.pdfapplication/pdf4330402https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/9083/1/joycekelidonascimentosilva.pdf8fd6720004f47052180ea4808a0cd002MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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