Caracterização por espectroscopias Raman e no infravermelho e microscopia de cabelos tratados com produtos cosméticos

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Cunha, Jordana Santos da
• Orientador(a): Oliveira, Luiz Fernando Cappa de
• Banca de defesa: Temperini, Marcia Laudelina Arruda , Donnici, Claudio Luis, Andrade, Gustavo Fernandes Souza, Costa, Luiz Antônio Sodré
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Química
• Departamento: ICE – Instituto de Ciências Exatas
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Tratamento capilar; Espectroscopia vibracional; Espectroscopia raman; Espectroscopia no infravermelho; Permeação cosmética; Descoloração; Hair treatment; Vibrational spectroscopy; Raman spectroscopy; Infrared spectroscopy; Cosmetic permeation; Hair bleaching
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::QUIMICA
• Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15440

Os estudos sobre cabelo evoluíram significativamente ao longo dos anos e as técnicas espectroscópicas vibracionais, tais como Raman e infravermelho, tornaram grandes aliadas. Percebendo essa evolução, este trabalho teve como objetivo estudar as estruturas químicas do cabelo natural e do cabelo tratado com cosméticos, tanto em regiões mais superficiais da fibra (região da cutícula) quanto internamente (região do córtex e medula), e analisar o efeito da permeação de tais produtos nas amostras de cabelo. Através da espectroscopia vibracional foi possível explorar as características superficiais e internas do fio, bem como verificar a sua interação com produto descolorante e produtos que propõem uma qualidade melhor para a fibra. Através dos espectros Raman foi observado que a banda em 509 cm-1 , atribuída ao estiramento S-S, possui maior intensidade na região cuticular, devida a maior concentração de cistina nessa área. Por outro lado, a banda C-C em 932 cm-1 , a qual é atribuída a conformação secundária α-hélice, encontra-se principalmente na região do córtex, confirmando que a região central do cabelo é composta por grande parte de estrutura α-helicoidal. Modos vibracionais de amidas, atribuídos a estruturas secundárias de proteínas, contribuíram para detectar um maior acúmulo da conformação folha β e estrutura desordenada na cutícula. As técnicas utilizadas também proporcionaram a identificação de amostras descoloridas, uma vez que os espectros vibracionais apresentaram um aumento na intensidade da banda atribuída ao resíduo de ácido cisteico, em torno de 1044 cm-1 . Após a descoloração, dez diferentes tratamentos cosméticos foram aplicados individualmente nas amostras, sendo possível observar a difusão de quatro destes produtos no interior do cabelo. Constatou-se que os produtos aplicados permearam principalmente a região da cutícula, com uma menor difusão até o córtex. A microscopia de fluorescência demonstrou que em amostras descoloridas o corante foi capaz de difundir por toda a estrutura do cabelo. Entretanto, quando o corante é aplicado em amostras tratadas com certos cosméticos, a fluorescência é detectada apenas na região cuticular, indicando que o produto atuou como uma barreira na difusão do corante. Desta forma, a espectroscopia vibracional provou ser uma ferramenta valiosa para o estudo da permeação cosmética na fibra capilar e para a análise da sua estrutura superficial e interna.