O consumo de álcool entre quilombolas e indígenas: os padrões de uso e os sentidos que os constituem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Freitas, Brunna de Oliveira lattes
Orientador(a): Ronzani, Telmo Mota lattes
Banca de defesa: Leite, Jáder Ferreira lattes, Silva, Girlene Alves da lattes, Cruz, Danielle Teles da lattes, Macedo, João Paulo Sales lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16636
Resumo: O consumo de álcool é considerado um problema de saúde pública. Estudos sobre diferentes grupos populacionais têm sido desenvolvidos para que se compreenda como esse fenômeno ocorre no país. Diante disso, objetivou-se estimar o padrão de uso e os fatores associados a este, assim como analisar os sentidos atribuídos ao consumo de álcool entre quilombolas e indígenas, grupos que vivem em contexto rural. Este estudo é um recorte de uma pesquisa multicêntrica e possui delineamento combinado, quantitativo-qualitativo, com amostra inicial de 335 indivíduos adultos que pertencem a comunidades quilombolas e indígenas localizadas em quatro estados brasileiros. Foram aplicados um questionário sociodemográfico e ferramentas de rastreamento (SRQ-14 e AUDIT) em todos os sujeitos da amostra. Em seguida selecionou-se os participantes com consumo de risco e provável dependência de um dos estados que compõe o estudo para a aplicação de uma entrevista semiestruturada. Para análise estatística exploratória e inferenciais dos dados quantitativos utilizou-se o software SPSS for Windows, versão 15.0. As entrevistas foram analisadas a partir da proposta do Núcleo de Significação. O padrão de baixo risco, de risco e binge drinking foram os que se destacaram nos achados, identificados respectivamente em 87,8%, 9,9% e 17,9% da amostra. Os fatores de risco associados ao padrão de risco foram: ser do sexo masculino e jovem. Já para o binge, além da idade e sexo, ser indígena e viver em casas que não são de alvenaria também aparecem como fator de risco. Quanto aos sentidos sobre o consumo desses sujeitos inicialmente identificou-se que o uso é visto como importante para a formação e manutenção de vínculos. Ademais, o trabalho regula esse consumo, e o tempo de descanso é preenchido com o uso de bebidas alcoólicas como forma de possibilidade de lazer. As bebidas também são vistas como possibilidade de amenizar o sofrimento advindo das condições precárias de vida e de situações de discriminação racial. A diferença de gênero está atrelada a quantidade e o local de uso, sendo as mulheres as que consomem menos e em locais privados. E por fim, o consumo problemático para os participantes se caracteriza como aquele em que o sujeito perde o controle sobre o próprio uso e com isso há a exclusão social por parte da comunidade. A partir dos achados é possível concluir que o consumo de álcool em contextos rurais é atravessado por desigualdades de classe, raça, etnia e gênero. Assim, o uso problemático não pode ser reduzido a um problema individual, mas sim a um comportamento determinado socialmente.
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Este estudo é um recorte de uma pesquisa multicêntrica e possui delineamento combinado, quantitativo-qualitativo, com amostra inicial de 335 indivíduos adultos que pertencem a comunidades quilombolas e indígenas localizadas em quatro estados brasileiros. Foram aplicados um questionário sociodemográfico e ferramentas de rastreamento (SRQ-14 e AUDIT) em todos os sujeitos da amostra. Em seguida selecionou-se os participantes com consumo de risco e provável dependência de um dos estados que compõe o estudo para a aplicação de uma entrevista semiestruturada. Para análise estatística exploratória e inferenciais dos dados quantitativos utilizou-se o software SPSS for Windows, versão 15.0. As entrevistas foram analisadas a partir da proposta do Núcleo de Significação. O padrão de baixo risco, de risco e binge drinking foram os que se destacaram nos achados, identificados respectivamente em 87,8%, 9,9% e 17,9% da amostra. Os fatores de risco associados ao padrão de risco foram: ser do sexo masculino e jovem. Já para o binge, além da idade e sexo, ser indígena e viver em casas que não são de alvenaria também aparecem como fator de risco. Quanto aos sentidos sobre o consumo desses sujeitos inicialmente identificou-se que o uso é visto como importante para a formação e manutenção de vínculos. Ademais, o trabalho regula esse consumo, e o tempo de descanso é preenchido com o uso de bebidas alcoólicas como forma de possibilidade de lazer. As bebidas também são vistas como possibilidade de amenizar o sofrimento advindo das condições precárias de vida e de situações de discriminação racial. A diferença de gênero está atrelada a quantidade e o local de uso, sendo as mulheres as que consomem menos e em locais privados. E por fim, o consumo problemático para os participantes se caracteriza como aquele em que o sujeito perde o controle sobre o próprio uso e com isso há a exclusão social por parte da comunidade. A partir dos achados é possível concluir que o consumo de álcool em contextos rurais é atravessado por desigualdades de classe, raça, etnia e gênero. Assim, o uso problemático não pode ser reduzido a um problema individual, mas sim a um comportamento determinado socialmente.Alcohol consumption is considered a public health problem. Studies on different population groups have been developed to understand how this phenomenon occurs in the country. Therefore, the objective of this study was to estimate the pattern of alcohol use and the factors associated with it, as well as to analyze the meanings attributed to alcohol consumption among quilombolas and indigenous people, groups that live in a rural context. This study is an excerpt from a multicenter research and has a combined, quantitative-qualitative design, with an initial sample of 335 adult individuals who belong to quilombola and indigenous communities located in four Brazilian states. A sociodemographic questionnaire and tracking tools (SRQ-14 and AUDIT) were administered to all subjects. Then, participants with risky consumption and probable dependence on one of the states in the study were selected for a semistructured interview. For exploratory and inferential statistical analysis of quantitative data, SPSS for Windows software, version 15.0, was used. The interviews were analyzed on the basis of the Meaning Center proposal. The patterns of risk and binge drinking were those that stood out in the findings, identified in 9.9% and 17.9% of the sample, respectively. The risk factors associated with the risk pattern were: being male and young. As for the binge, in addition to age and gender, they were considered indigenous and lived in houses that were not made of masonry. Regarding the meanings regarding the consumption of these subjects, it was initially identified that use is important for the formation and maintenance of bonds. Furthermore, work regulates this consumption, and rest time is filled with the use of alcohol as a leisure option. Drinks are also seen as a possibility for alleviating the suffering arising from precarious living conditions and situations of racial discrimination. Gender difference is linked to quantity and place of use, with women consuming less in private places. Finally, problematic consumption for the participants is characterized as one in which the subject loses control over their own use, and with this there is social exclusion by the community. From these findings, it is possible to conclude that alcohol consumption in rural settings is influenced by inequalities of class, race, ethnicity, and gender. Thus, problematic use cannot be reduced to an individual problem, but rather to socially determined behavior.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Saúde ColetivaUFJFBrasilFaculdade de MedicinaAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/embargoedAccessCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVAPovos indígenasQuilombolasPopulação ruralConsumo de bebidas alcoólicasDeterminação social da saúdeIndigenous peoplesQuilombola communitiesAlcohol drinkingSocial determination of healthO consumo de álcool entre quilombolas e indígenas: os padrões de uso e os sentidos que os constitueminfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFCC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/16636/1/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/16636/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52ufjf/166362024-02-27 11:45:16.296oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/16636Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2024-02-27T14:45:16Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
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