Reflexões criminológicas, dogmáticas e político-criminais acerca do meio ambiente como bem jurídico penalmente protegido

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ayupe, Carolina Guimarães lattes
Orientador(a): Brandão, Ellen Cristina Carmo Rodrigues lattes
Banca de defesa: Rezende, Wagner Silveira lattes, Moraes, Rodrigo Iennaco de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Direito e Inovação
Departamento: Faculdade de Direito
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15876
Resumo: Objetivou-se, por intermédio da presente dissertação, refletir sobre os reflexos da chamada expansão do Direito Penal na proteção do meio ambiente como bem jurídico penalmente protegido. Tendo como referencial teórico a Criminologia verde (green criminology), e como enfoque o contexto brasileiro, inicialmente, realizou-se pesquisa exploratória acerca das graves tragédias ambientais ocorridas na Região Sudeste do Brasil, entre os anos 2000 a 2020, de modo a delimitar, mediante estudos acerca da evolução da teoria do bem jurídico criminal e da proteção constitucional conferida ao meio ambiente, o objeto legítimo e os limites de tutela penal ao referido bem jurídico. Posteriormente, à luz de premissas político-criminais voltadas à proteção dos direitos humanos, sobretudo aqueles compreendidos como de terceira dimensão, objetivou-se traçar critérios para a tipificação de condutas que representem graves lesões ao meio ambiente como bem jurídico-penalmente protegido. Entrementes, foram delineadas premissas para a articulação entre as tutelas penal e extrapenal do meio ambiente, bem como foi feita reflexão acerca de possíveis inovações jurídicas, no âmbito do processo penal coletivo, destinadas a fazer frente à complexidade inerente ao processamento e ao julgamento de graves tragédias ambientais. Em seguida, à luz da Criminologia verde, o estudo assinala que a adequada proteção ao meio ambiente demanda articulação entre as diversas esferas de responsabilização por danos ambientais, devendo à esfera penal serem reservadas as mais graves violações ao referido bem jurídico, e que potencialmente representam graves lesões a direitos humanos de terceira dimensão. Nesse sentido, e com fundamento na evolução histórica da teoria do bem jurídico, apontou-se necessidade de adequação à lógica inerente à teoria do bem jurídico penal, no sentido de abranger a tutela do meio ambiente, desde que observados os princípios da subsidiariedade, fragmentariedade e culpabilidade. Sustentou-se, entretanto, que a possibilidade de tipificação de condutas que constituam graves lesões ao meio ambiente não se confunde com a efetiva aplicação da lei penal nos casos concretos, a qual demanda o atendimento aos pressupostos de atribuição de responsabilidade penal e adequação dos mecanismos processuais às peculiaridades e desafios da tutela penal em casos de graves tragédias ambientais.
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Tendo como referencial teórico a Criminologia verde (green criminology), e como enfoque o contexto brasileiro, inicialmente, realizou-se pesquisa exploratória acerca das graves tragédias ambientais ocorridas na Região Sudeste do Brasil, entre os anos 2000 a 2020, de modo a delimitar, mediante estudos acerca da evolução da teoria do bem jurídico criminal e da proteção constitucional conferida ao meio ambiente, o objeto legítimo e os limites de tutela penal ao referido bem jurídico. Posteriormente, à luz de premissas político-criminais voltadas à proteção dos direitos humanos, sobretudo aqueles compreendidos como de terceira dimensão, objetivou-se traçar critérios para a tipificação de condutas que representem graves lesões ao meio ambiente como bem jurídico-penalmente protegido. 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Nesse sentido, e com fundamento na evolução histórica da teoria do bem jurídico, apontou-se necessidade de adequação à lógica inerente à teoria do bem jurídico penal, no sentido de abranger a tutela do meio ambiente, desde que observados os princípios da subsidiariedade, fragmentariedade e culpabilidade. Sustentou-se, entretanto, que a possibilidade de tipificação de condutas que constituam graves lesões ao meio ambiente não se confunde com a efetiva aplicação da lei penal nos casos concretos, a qual demanda o atendimento aos pressupostos de atribuição de responsabilidade penal e adequação dos mecanismos processuais às peculiaridades e desafios da tutela penal em casos de graves tragédias ambientais.El objetivo, a través de la presente disertación, fue reflexionar acerca de los efectos de la llamada expansión del Derecho Penal en la protección del medio ambiente como bien jurídico tutelado penalmente. Teniendo como referente teórico la criminología ambiental (green criminology), y centrándose en el contexto brasileño, se realizó inicialmente una investigación exploratoria sobre graves tragedias ambientales ocurridas en la Región Sudeste de Brasil, entre los años 2000 y 2020, con el fin de delimitar, a través de estudios sobre la evolución de la teoría del bien jurídico penal y la protección constitucional otorgada al medio ambiente, el objeto legítimo y los límites de la protección penal a ese bien jurídico. Posteriormente, a la luz de premisas políticocriminales orientadas a la protección de los derechos humanos, en especial los de tercera dimensión, se esbozaron criterios para la calificación de las conductas que constituyen un daño grave al medio ambiente como bien jurídico protegido. En ese contexto, se esbozaron premisas iniciales para la articulación entre las tutelas penales y extrapenales del medio ambiente, así como una reflexión sobre posibles innovaciones jurídicas en el ámbito de los procesos penales colectivos, tendientes a enfrentar la complejidad inherente a la tramitación y juzgamiento de graves tragedias ambientales. En este sentido, a la luz de las enseñanzas de la criminología verde, se señaló que la adecuada protección del medio ambiente exige la articulación entre los diversos ámbitos de responsabilidad por el daño ambiental, reservándose el ámbito penal para las más graves infracciones de dicho bien jurídico. En este sentido, y con base en la evolución histórica de la teoría del bien jurídico, se señaló la necesidad de adecuación a la lógica inherente a la teoría del interés jurídico penal, en el sentido de abarcar la protección del medio ambiente, siempre que se respeten los principios de subsidiariedad, fragmentación y culpabilidad. Se argumentó, sin embargo, que la posibilidad de tipificar conductas que constituyan un daño grave al medio ambiente no debe confundirse con la aplicación efectiva de la ley penal en casos concretos, que exige el cumplimiento de los supuestos de atribución de responsabilidad penal y adecuación de los mecanismos procesales a las peculiaridades y desafíos de la tutela penal en casos de graves tragedias ambientales.porUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Direito e InovaçãoUFJFBrasilFaculdade de DireitoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITODogmática penalBem jurídicoGraves tragédias ambientaisCriminologia verdeResponsabilidade penalDogmática penalBien jurídicoGraves tragedias ambientalesCriminología verdeResponsabilidad criminalReflexões criminológicas, dogmáticas e político-criminais acerca do meio ambiente como bem jurídico penalmente protegidoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFCC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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