Ambiente alimentar residencial e obesidade em crianças e adolescentes de uma cidade de médio porte brasileira

• Ano de defesa: 2017
• Autor(a) principal: Assis, Maíra Macário de
• Orientador(a): Mendes, Larissa Loures
• Banca de defesa: Pessoa, Milene Cristine , Silva, Renata Maria Souza Oliveira e
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
• Departamento: Faculdade de Medicina
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Saúde pública; Meio ambiente; Obesidade; Criança; Adolescente; Environment; Obesity; Child; Adolescent; Public Health
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
• Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4493

A obesidade é um problema de saúde pública, que afeta precocemente a saúde de crianças e adolescentes. Dentre os diversos fatores envolvidos na sua etiologia estão aspectos do ambiente no qual as pessoas vivem, incluindo o ambiente alimentar, que pode favorecer ou não o consumo alimentar saudável e o ganho de peso. O objetivo deste estudo foi associar as variáveis ambientais com a obesidade em crianças e adolescentes de uma cidade de médio porte brasileira. Trata-se de estudo transversal, conduzido com 661 estudantes de ambos os sexos com idade entre 7 e 14 anos, matriculados no ensino fundamental de escolas públicas da área urbana da cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. A presença de obesidade foi definida pelo ponto de corte escore Z > +2 desvio-padrão para o indicador índice de massa corporal por idade. O ambiente social foi caracterizado pelo nível de privação social, utilizando-se o Índice de vulnerabilidade à saúde (IVS). O ambiente alimentar foi avaliado pela densidade de estabelecimentos de venda de alimentos (número por área da região urbana residencial em Km²). Os estabelecimentos foram avaliados de acordo com dois diferentes critérios de agregação. As categorias formadas foram: (1) saudáveis; não saudáveis; mistos; e supermercados e hipermercados; (2) serviços de alimentação para consumo imediato e comércios de alimentos para preparo em domicílio. A distribuição dos estabelecimentos de venda de alimentos também foi analisada segundo o nível de privação social da região urbana residencial. As associações entre as medidas ambientais e a presença de obesidade foram estimadas por meio de regressão logística binária a partir do modelo de equações de estimativa generalizadas. Verificou-se uma associação inversa entre a densidade de supermercados e hipermercados e a presença de obesidade (OR= 0,58; IC 95%: 0,360,93). Para as demais categorias de estabelecimentos de venda de alimentos avaliadas não foram observadas diferenças significativas. Além disso, observou-se maior densidade de todos os tipos de estabelecimentos com venda de alimentos em áreas de menor privação social. Os achados deste estudo apontam para a existência de uma associação entre o ambiente alimentar e a obesidade de crianças e adolescentes e reforçam a necessidade de aprofundar as investigações sobre a influência dos supermercados e similares no consumo alimentar e estado nutricional infantil.