A dinâmica transitória do nicho de macrófagos hepáticos durante a lesão hepática aguda torna o organismo susceptível a infecções sistêmicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Mateus Eustáquio de Moura Lopes lattes
Orientador(a): Gustavo Batista de Menezes lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular
Departamento: ICB - INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/45751
Resumo: As células de Kupffer são o principal componente imune do fígado, apresentado um posicionamento estratégico no interior nos capilares sinosóides fenestrados, o que permite um íntimo contato tanto com o sangue circulante quanto com o parênquima hepático. Essas células desempenham importantes funções, incluindo o metabolismo de ferro, a remoção de restos celulares e a eliminação de produtos derivados da microbiota e patógenos da circulação. Além disso, em processos inflamatórios, são responsáveis por limitar a lesão hepática e promover a resolução da inflamação. Uma diversidade de agentes pode causar processos inflamatórios no fígado, sendo a intoxicação por acetaminofeno uma das principais causas da lesão hepática aguda, que pode, em último caso, evoluir para uma falência hepática e levar o indivíduo à morte. Nesse caso, a inflamação hepática gerada afeta diretamente as células de Kupffer. Como consequência, a remoção de moléculas e microrganismos circulantes pode ficar prejudicada, causando uma janela de susceptibilidade a infecções sistêmicas, que são, justamente, responsáveis por boa parte da mortalidade dos pacientes que apresentam esse quadro. Visto a gravidade do problema, procuramos, nesse trabalho, entender a dinâmica das células de Kupffer na lesão hepática aguda induzida por sobredose de acetaminofeno. Observamos que nas fases iniciais, 12 e 24 horas após indução da lesão, há uma redução massiva na população de células de Kupffer nas áreas de necrose, decorrente da apoptose dessas células, o que promove abertura de um importante nicho. Em sequência, monócitos pró-inflamatórios infiltram o tecido, posicionando-se nas áreas de ausência de células de Kupffer. Ainda nessa fase aguda, observamos que o fígado é incapaz de remover as bactérias da circulação, tanto pela redução na população das células de Kupffer quanto pelo prejuízo funcional das células remanescentes. Além disso, os monócitos que infiltram no tecido também podem contribuir para esse fenótipo, uma vez que apresentam algumas vias de sinalização importantes para controle de patógenos suprimidas. Seguindo a cinética da lesão, os monócitos passam de pró-inflamatórios para um perfil pró-resolutivo 72 horas após a sobredose de acetaminofeno. Nesse fase, também são encontrados aglomerados de células de Kupffer em proliferação próximo às áreas de lesão, sugerindo que tanto as células remanescentes em multiplicação quanto os monócitos infiltrantes ocupam o nicho disponível. Esse período é acompanhado de uma recuperação da capacidade hepática de controle bacteriano, indicando que o retorno adequado do nicho das células de Kupffer é essencial para controle de quadros infecciosos durante a lesão hepática aguda. Assim, visando acelerar esse processo, empregamos a terapia celular com macrófagos derivados de medula óssea. Os macrófagos administrados alcançam o fígado, onde são responsáveis por promover a redução das áreas de necrose, a mudança no perfil dos monócitos já na fase aguda da lesão e aumento da capacidade hepática de remover bactérias da circulação. Em conjunto, nossos dados sugerem que a alteração no nicho ocupado pelas células de Kupffer pode explicar a susceptibilidade a infecções sistêmicas e que sua modulação através da terapia celular constitui uma abordagem terapêutica interessante para melhorar o quadro na lesão hepática aguda.
id UFMG_10a4f68c2ff402e073960e315481833c
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/45751
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Gustavo Batista de Menezeshttp://lattes.cnpq.br/9202540411518668http://lattes.cnpq.br/6695045890289146Mateus Eustáquio de Moura Lopes2022-09-29T17:46:47Z2022-09-29T17:46:47Z2022-04-06http://hdl.handle.net/1843/45751As células de Kupffer são o principal componente imune do fígado, apresentado um posicionamento estratégico no interior nos capilares sinosóides fenestrados, o que permite um íntimo contato tanto com o sangue circulante quanto com o parênquima hepático. Essas células desempenham importantes funções, incluindo o metabolismo de ferro, a remoção de restos celulares e a eliminação de produtos derivados da microbiota e patógenos da circulação. Além disso, em processos inflamatórios, são responsáveis por limitar a lesão hepática e promover a resolução da inflamação. Uma diversidade de agentes pode causar processos inflamatórios no fígado, sendo a intoxicação por acetaminofeno uma das principais causas da lesão hepática aguda, que pode, em último caso, evoluir para uma falência hepática e levar o indivíduo à morte. Nesse caso, a inflamação hepática gerada afeta diretamente as células de Kupffer. Como consequência, a remoção de moléculas e microrganismos circulantes pode ficar prejudicada, causando uma janela de susceptibilidade a infecções sistêmicas, que são, justamente, responsáveis por boa parte da mortalidade dos pacientes que apresentam esse quadro. Visto a gravidade do problema, procuramos, nesse trabalho, entender a dinâmica das células de Kupffer na lesão hepática aguda induzida por sobredose de acetaminofeno. Observamos que nas fases iniciais, 12 e 24 horas após indução da lesão, há uma redução massiva na população de células de Kupffer nas áreas de necrose, decorrente da apoptose dessas células, o que promove abertura de um importante nicho. Em sequência, monócitos pró-inflamatórios infiltram o tecido, posicionando-se nas áreas de ausência de células de Kupffer. Ainda nessa fase aguda, observamos que o fígado é incapaz de remover as bactérias da circulação, tanto pela redução na população das células de Kupffer quanto pelo prejuízo funcional das células remanescentes. Além disso, os monócitos que infiltram no tecido também podem contribuir para esse fenótipo, uma vez que apresentam algumas vias de sinalização importantes para controle de patógenos suprimidas. Seguindo a cinética da lesão, os monócitos passam de pró-inflamatórios para um perfil pró-resolutivo 72 horas após a sobredose de acetaminofeno. Nesse fase, também são encontrados aglomerados de células de Kupffer em proliferação próximo às áreas de lesão, sugerindo que tanto as células remanescentes em multiplicação quanto os monócitos infiltrantes ocupam o nicho disponível. Esse período é acompanhado de uma recuperação da capacidade hepática de controle bacteriano, indicando que o retorno adequado do nicho das células de Kupffer é essencial para controle de quadros infecciosos durante a lesão hepática aguda. Assim, visando acelerar esse processo, empregamos a terapia celular com macrófagos derivados de medula óssea. Os macrófagos administrados alcançam o fígado, onde são responsáveis por promover a redução das áreas de necrose, a mudança no perfil dos monócitos já na fase aguda da lesão e aumento da capacidade hepática de remover bactérias da circulação. Em conjunto, nossos dados sugerem que a alteração no nicho ocupado pelas células de Kupffer pode explicar a susceptibilidade a infecções sistêmicas e que sua modulação através da terapia celular constitui uma abordagem terapêutica interessante para melhorar o quadro na lesão hepática aguda.Kupffer cells are the primary liver resident immune cell responsible for metabolic and immune functions in the organ as they are strategically positioned inside the liver sinusoid with intimate contact with the blood. In the absence of these cells, the liver injury outcome is worsened. For instance, during acute liver injury promoted by acetaminophen overdose, they are responsible for limiting the damage and promoting the resolution of inflammation. In addition, acetaminophen overdose is responsible for the majority of acute liver failure cases that can evolve to fatal outcomes, which are usually driven by an uncontrolled inflammatory response that leads to organ disfunction. The dysfunction also affects the Kupffer cells, for instance, there is a massive reduction in the Kupffer cell population along with impairment of their functioning during tissue damage. As a consequence, during acute liver injury, clearance of dangerous self/non-self-molecules and pathogens might be significantly impaired. This disruption in the tissue-resident macrophage's niche may lead to a window of susceptibility to systemic infections, which represents a significant cause of mortality in acute liver failure patients. Besides that, the knowledge about Kupffer cell niche disruption and susceptibility to systemic infections are not fully understood. Here, we sought to define the dynamic of tissue-resident macrophage niche using a mice model for acute liver injury induced by acetaminophen overdose. During the acute phase, a massive reduction of Kupffer cells occurs in the necrotic areas opening the niche for infiltration of other cells. The Kupffer cell death was followed by a significant infiltration of inflammatory monocytes in the same region, transiently occupying the niche at the peak of inflammation. Following the acute liver injury kinetics, as the injury starts to resolve, there is a transition in the monocyte subset from proinflammatory to a pro-resolutive phenotype. Moreover, the remaining Kupffer cells were observed forming replicating cell clusters closer to areas devoid of Kupffer cells. So, the niche is occupied by dual input of proliferating Kupffer cells and monocytes. However, mice were still susceptible to infections despite the monocytic infiltration and the remaining Kupffer cells in the liver. The systemic infections were not blocked in the acute stage due to inefficient internalization and the elimination of circulating bacteria by the professional phagocytes. That stands out as a necessity to restore the niche in terms of functioning. Thus, cell therapy with bone marrow-derived macrophages (BMDM) was used as a relevant approach to occupy the niche opened after Kupffer cell demise with mature macrophages. BMDM rapidly reach the organ and are precisely positioned within necrotic areas, eliciting the reduction in necrotic areas and earlier transition to a resolutive environment. Likewise, the liver firewall function was restored after the cell therapy, as the BMDM-treated mice presented an improved bacterial removal from blood. Expanding our understanding of the dynamics of the Kupffer cell niche during liver inflammation is vital for the development of new therapeutic approaches such as cell therapy with bone marrow-derived macrophages. Therefore, we showed that the disruption in the Kupffer cell niche and its functioning during acute liver injury is a key element for secondary infections. We propose that the modulation of the macrophage niche is a promising therapeutic strategy for liver injuries that promote Kupffer Cell depletion.CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoFAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisCAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Biologia CelularUFMGBrasilICB - INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLOGICASBiologia celularMacrófagos do fígadoDoença Hepática Induzida por Substâncias e DrogasInflamaçãoTerapia Baseada em Transplante de Células e TecidosCélulas de KupfferNicho de macrófagosLesão hepática agudaInflamaçãoInfecção sistêmicaTerapia celularA dinâmica transitória do nicho de macrófagos hepáticos durante a lesão hepática aguda torna o organismo susceptível a infecções sistêmicasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTese - Mateus Lopes - Final .pdfTese - Mateus Lopes - Final .pdfManuscrito teseapplication/pdf6186791https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45751/1/Tese%20-%20Mateus%20Lopes%20-%20Final%20.pdfbfd1160d4f23e78887bd86783ce4f14fMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45751/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/457512022-09-29 14:46:47.981oai:repositorio.ufmg.br:1843/45751TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-09-29T17:46:47Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A dinâmica transitória do nicho de macrófagos hepáticos durante a lesão hepática aguda torna o organismo susceptível a infecções sistêmicas
title A dinâmica transitória do nicho de macrófagos hepáticos durante a lesão hepática aguda torna o organismo susceptível a infecções sistêmicas
spellingShingle A dinâmica transitória do nicho de macrófagos hepáticos durante a lesão hepática aguda torna o organismo susceptível a infecções sistêmicas
Mateus Eustáquio de Moura Lopes
Células de Kupffer
Nicho de macrófagos
Lesão hepática aguda
Inflamação
Infecção sistêmica
Terapia celular
Biologia celular
Macrófagos do fígado
Doença Hepática Induzida por Substâncias e Drogas
Inflamação
Terapia Baseada em Transplante de Células e Tecidos
title_short A dinâmica transitória do nicho de macrófagos hepáticos durante a lesão hepática aguda torna o organismo susceptível a infecções sistêmicas
title_full A dinâmica transitória do nicho de macrófagos hepáticos durante a lesão hepática aguda torna o organismo susceptível a infecções sistêmicas
title_fullStr A dinâmica transitória do nicho de macrófagos hepáticos durante a lesão hepática aguda torna o organismo susceptível a infecções sistêmicas
title_full_unstemmed A dinâmica transitória do nicho de macrófagos hepáticos durante a lesão hepática aguda torna o organismo susceptível a infecções sistêmicas
title_sort A dinâmica transitória do nicho de macrófagos hepáticos durante a lesão hepática aguda torna o organismo susceptível a infecções sistêmicas
author Mateus Eustáquio de Moura Lopes
author_facet Mateus Eustáquio de Moura Lopes
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Gustavo Batista de Menezes
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/9202540411518668
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6695045890289146
dc.contributor.author.fl_str_mv Mateus Eustáquio de Moura Lopes
contributor_str_mv Gustavo Batista de Menezes
dc.subject.por.fl_str_mv Células de Kupffer
Nicho de macrófagos
Lesão hepática aguda
Inflamação
Infecção sistêmica
Terapia celular
topic Células de Kupffer
Nicho de macrófagos
Lesão hepática aguda
Inflamação
Infecção sistêmica
Terapia celular
Biologia celular
Macrófagos do fígado
Doença Hepática Induzida por Substâncias e Drogas
Inflamação
Terapia Baseada em Transplante de Células e Tecidos
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Biologia celular
Macrófagos do fígado
Doença Hepática Induzida por Substâncias e Drogas
Inflamação
Terapia Baseada em Transplante de Células e Tecidos
description As células de Kupffer são o principal componente imune do fígado, apresentado um posicionamento estratégico no interior nos capilares sinosóides fenestrados, o que permite um íntimo contato tanto com o sangue circulante quanto com o parênquima hepático. Essas células desempenham importantes funções, incluindo o metabolismo de ferro, a remoção de restos celulares e a eliminação de produtos derivados da microbiota e patógenos da circulação. Além disso, em processos inflamatórios, são responsáveis por limitar a lesão hepática e promover a resolução da inflamação. Uma diversidade de agentes pode causar processos inflamatórios no fígado, sendo a intoxicação por acetaminofeno uma das principais causas da lesão hepática aguda, que pode, em último caso, evoluir para uma falência hepática e levar o indivíduo à morte. Nesse caso, a inflamação hepática gerada afeta diretamente as células de Kupffer. Como consequência, a remoção de moléculas e microrganismos circulantes pode ficar prejudicada, causando uma janela de susceptibilidade a infecções sistêmicas, que são, justamente, responsáveis por boa parte da mortalidade dos pacientes que apresentam esse quadro. Visto a gravidade do problema, procuramos, nesse trabalho, entender a dinâmica das células de Kupffer na lesão hepática aguda induzida por sobredose de acetaminofeno. Observamos que nas fases iniciais, 12 e 24 horas após indução da lesão, há uma redução massiva na população de células de Kupffer nas áreas de necrose, decorrente da apoptose dessas células, o que promove abertura de um importante nicho. Em sequência, monócitos pró-inflamatórios infiltram o tecido, posicionando-se nas áreas de ausência de células de Kupffer. Ainda nessa fase aguda, observamos que o fígado é incapaz de remover as bactérias da circulação, tanto pela redução na população das células de Kupffer quanto pelo prejuízo funcional das células remanescentes. Além disso, os monócitos que infiltram no tecido também podem contribuir para esse fenótipo, uma vez que apresentam algumas vias de sinalização importantes para controle de patógenos suprimidas. Seguindo a cinética da lesão, os monócitos passam de pró-inflamatórios para um perfil pró-resolutivo 72 horas após a sobredose de acetaminofeno. Nesse fase, também são encontrados aglomerados de células de Kupffer em proliferação próximo às áreas de lesão, sugerindo que tanto as células remanescentes em multiplicação quanto os monócitos infiltrantes ocupam o nicho disponível. Esse período é acompanhado de uma recuperação da capacidade hepática de controle bacteriano, indicando que o retorno adequado do nicho das células de Kupffer é essencial para controle de quadros infecciosos durante a lesão hepática aguda. Assim, visando acelerar esse processo, empregamos a terapia celular com macrófagos derivados de medula óssea. Os macrófagos administrados alcançam o fígado, onde são responsáveis por promover a redução das áreas de necrose, a mudança no perfil dos monócitos já na fase aguda da lesão e aumento da capacidade hepática de remover bactérias da circulação. Em conjunto, nossos dados sugerem que a alteração no nicho ocupado pelas células de Kupffer pode explicar a susceptibilidade a infecções sistêmicas e que sua modulação através da terapia celular constitui uma abordagem terapêutica interessante para melhorar o quadro na lesão hepática aguda.
publishDate 2022
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-09-29T17:46:47Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-09-29T17:46:47Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2022-04-06
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/45751
url http://hdl.handle.net/1843/45751
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv ICB - INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45751/1/Tese%20-%20Mateus%20Lopes%20-%20Final%20.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45751/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv bfd1160d4f23e78887bd86783ce4f14f
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1793890997829107712